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Recuperação

Disciplina: Literatura Brasileira Professor: Gustavo Tito

Turma: 1ª Série Militar Tarde Trimestre: 1º e 2º

Soneto VII

Onde estou? Este sítio desconheço:


Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido esmoreço.

Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço


De estar a ela um dia reclinado:
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!

Árvores aqui vi tão florescentes,


Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.

Eu me engano: a região esta não era;


Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!

COSTA, C. M. Poemas. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 jul. 2012.

01) No soneto de Cláudio Manuel da Costa, a contemplação da paisagem permite ao eu lírico uma reflexão
em que transparece uma:

(A) angústia provocada pela sensação de solidão.


(B) resignação diante das mudanças do meio ambiente.
(C) dúvida existencial em face do espaço desconhecido.
(D) intenção de recriar o passado por meio da paisagem.
(E) empatia entre os sofrimentos do eu e a agonia da terra.

Finalmente, a bandeira. Tiradentes propôs que fosse adotado o triângulo representando a Santíssima
Trindade, com alusão às cinco chagas de Cristo crucificado, presente nas armas portuguesas. Já Alvarenga
propôs a imagem de um índio quebrando os grilhões do colonialismo, com a inscrição “Libertas quae sera
tamen” (Liberdade, ainda que tardi, do poeta latino Virgílio, e que foi adotada e consagrada.

(MOTA, Carlos Guilherme e LOPEZ, Adriana. História do Brasil: uma interpretação. São Paulo, Ed. 34, 2015,
4. ed. p. 261)

02) A referência ao poeta latino Virgílio faz lembrar que:

(A) entre os nossos poetas românticos, os ideais clássicos ganharam novo alento.
(B) Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga opuseram-se aos artifícios clássicos.
(C) as lutas nacionalistas do século XIX deveram muito aos pensadores do Classicismo.
(D) a religiosidade medieval incorporou-se às lutas libertárias do século XVIII.
(E) nossos árcades e inconfidentes mostraram-se sensíveis aos valores da poesia clássica.
03) Observe a estrofe abaixo.

Destes penhascos fez a natureza


O berço em que nasci! Oh, quem cuidara
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!

Os versos acima, do poeta mineiro Cláudio Manuel da Costa, apresentam certa liberdade em relação ao pro-
grama do Arcadismo porque:

(A) referem-se à natureza, que era desprezada pelos poetas árcades.


(B) aludem à paisagem de Minas Gerais, em oposição ao universalismo e convencionalismo dessa escola.
(C) apresentam uma linguagem culta e correta, distante dos popularismos e gírias prestigiados nesse perío-
do.
(D) se valem do metro decassílabo, enquanto a tendência geral era o uso do verso livre.
(E) possuem um tom demasiado contido, diante do passionalismo que imperava nesse período.

04) Sobre o arcadismo brasileiro, é correto afirmar que:

(A) O arcadismo pregava a ressurreição do ideal clássico, visando a resgatar os valores antropocêntricos do
Renascimento.
(B) Marília de Dirceu foi um dos grandes poemas do arcadismo, cujo autor, Claudio Manuel da Costa, apre-
senta um eu lírico apaixonado, que expõe o conflito do amor de sua amada e a objeção do pai da moça.
(C) Em Caramuru, Frei José de Santa Rita Durão faz uma ode aos heróis indígenas que habitavam a Bahia,
no período da chegada da frota de Pedro Álvares Cabral ao Brasil.
(D) Em O Uraguai, o herói Gomes Freire de Andrade divide as honras com Cacambo, herói indígena. Poeme-
to épico, Silva Alvarenga traz o período da guerra dos portugueses e espanhóis contra os indígenas e je-
suítas em Sete Povos das Missões do Uruguai, em 1759.
(E) Alvarenga Peixoto, em Glaura, apresenta-nos poemas eróticos utilizando-se de técnicas como a alegoria
e o gesto teatral, as quais distingue sua produção de seus contemporâneos.

"Fumam ainda nas desertas praias


Lagos de sangue, tépidos e impuros,
Em que ondeiam cadáveres despidos,
Pasto de corvos."

05) Os versos acima são excerto do poema que concilia louvações dirigidas ao Marquês de Pombal e exalta-
ção de heroísmo indígena. Trata-se da obra:

(A) Caramuru, de Santa Rita Durão.


(B) Uraguai, de Basílio da Gama.
(C) Vila Rica, de Cláudio Manuel da Costa.
(D) Glaura, de Silva Alvarenga.
(E) Cartas chilenas, de Thomás Antônio Gonzaga.

06) Quanto ao sentimento nativista das primeiras manifestações literárias feitas no Brasil:

(A) é um sentimento de apego aos valores culturais portugueses, conforme se vê nos poemas de Anchieta.
(B) consiste na propagação da mentalidade colonial portuguesa, girando os poemas de Gregório de Matos.
(C) a obra dos cronistas viajantes representa o apogeu deste sentimento.
(D) é um sentimento tênue de apego à terra brasileira que, mais tarde, irá desaguar no nacionalismo do Ro-
mantismo.
(E) só se observa nos poetas árcades devido ao seu envolvimento na inconfidência Mineira.

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07) Segue neste soneto a máxima de bem viver, que é envolver-se na confusão dos néscios para passar me-
lhor a vida

Carregado de mim ando no mundo,


E o grande peso embarga-me as passadas,
Que como ando por vias desusadas,
Faço o peso crescer, e vou-me ao fundo.

O remédio será seguir o imundo


Caminho, onde dos mais vejo as pisadas,
Que as bestas andam juntas mais ousadas,
Do que anda só o engenho mais profundo.

Não é fácil viver entre os insanos,


Erra, quem presumir que sabe tudo,
Se o atalho não soube dos seus danos.

O prudente varão há de ser mudo,


Que é melhor neste mundo, mar de enganos,
Ser louco c’os demais, que só, sisudo.

Gregório de Matos

07) Expoente máximo da poesia barroca brasileira, Gregório de Matos mantém em sua lírica o pessimismo
do desengano pós-renascentista. Essa visão de mundo se ilustra no poema pela(o):

(A) prudência exigida pelo eu lírico, ao se perceber mais um entre tantos engenhosos.
(B) solidão que o eu lírico teme, por viver na companhia dos sisudos.
(C) constatação de que é preferível o desvario no desconcerto do mundo a ser sisudo.
(D) opção do eu lírico que, por ser prudente, desiste de sua visão de mundo irracional.
(E) conclusão do eu lírico de que a visão dos insanos não prepondera no mundo.

08) Sobre o Sermão da Sexagésima, de Antônio Vieira, é INCORRETO dizer que:

(A) obedece rigorosamente às regras mais fundamentais da retórica para o púlpito, não descuidando de
qualquer detalhe.
(B) pode ser definido como “uma profissão de fé oratória”, uma vez que aí ele expõe claramente os princípios
de sua arte de pregar.
(C) jamais se rende ao cultismo predominante na época, uma vez que o critica de forma precisa e clara.
(D) combina de modo bastante feliz as regras clássicas de um discurso pagão aos princípios religiosos da
doutrina cristã.
(E) utiliza uma parábola do Evangelho de São Mateus como uma metáfora que se desdobra em inúmeras
variações.

09) A respeito de Padre Antônio Vieira, pode-se afirmar:

(A) embora vivesse no Brasil, por sua formação lusitana não se ocupou de problemas locais.
(B) procurava adequar os textos bíblicos às realidades de que tratava.
(C) dada sua espiritualidade, demonstrava desinteresse por assuntos mundanos.
(D) em função de seu zelo para com Deus, utilizava-o para justificar todos os acontecimentos políticos e so-
ciais.
(E) mostrou-se tímido diante dos interesses dos poderosos.

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10) Sobre o Padre Antônio Vieira é possível afirmar que:

(A) A obra de Vieira é desligada do momento histórico em que viveu o jesuíta.


(B) Na obra de Vieira destacam-se os temas místicos e contemplativos.
(C) Homem de seu tempo, Vieira tratou, em seus Sermões, de quase todos os temas de sua época.
(D) Vieira é o maior poeta barroco brasileiro.
(E) sua obra é tipicamente barroca: trata do nacionalismo e o indianismo.

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