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"Há no Brasil grandíssimas matas de árvores agrestes, cedros, carvalhos, vinháticos, angelins e outras
não
conhecidas em Espanha, de madeiras fortíssimas para se poderem fazer delas fortíssimos galeões." (Frei
Vicente do Salvador)
"Em nenhuma outra Região se mostra o Céu mais sereno, nem madruga mais bela a Aurora: o Sol em
nenhum outro Hemisfério tem os raios tão dourados, nem os reflexos noturnos tão brilhantes." (Sebastião
da Rocha-Pitta)
"Até que cheguei outra vez às margens do rio de São Francisco onde vi aquele milagre do céu na terra, o
sagrado templo da Lapa, feito e fabricado pela arte da natureza por permissão divina, [...]." (Nuno
Marques Pereira)
1 - pela grande admiração pela terra, considerada excepcional devido às suas riquezas.
2 - pelo entusiasmo com que se referem às características da paisagem do Brasil, expresso em superlativos
e enfáticas comparações.
3 - pelo modo ficcional com que os viajantes descrevem o Brasil no período do Romantismo.
a) Apenas 1.
b) Apenas 2.
c) Apenas 3.
d) Apenas 1 e 2.
e) 1, 2 e 3.
02) Na América inglesa, não houve nenhum processo sistemático de catequese e de conversão dos índios
ao cristianismo, apesar de algumas iniciativas nesse sentido. Brancos e índios confrontaram-se muitas
vezes e mantiveram-se separados. Na América portuguesa, a catequese dos índios
começou com o próprio processo de colonização, e a mestiçagem teve dimensões significativas. Tanto na
América inglesa quanto na portuguesa, as populações indígenas foram muito sacrificadas. Os índios não
tinham defesas contra as doenças trazidas pelos brancos, foram derrotados pelas armas de fogo destes
últimos e, muitas vezes, escravizados. No processo de colonização das Américas, as populações indígenas
da América portuguesa
a) foram submetidas a um processo de doutrinação religiosa que não ocorreu com os indígenas da
América inglesa.
b) mantiveram sua cultura tão intacta quanto a dos indígenas da América inglesa.
c) passaram pelo processo de mestiçagem, que ocorreu amplamente com os indígenas da América inglesa.
d) diferenciaram-se dos indígenas da América inglesa por terem suas terras devolvidas.
e) resistiram, como os indígenas da América inglesa, às doenças trazidas pelos brancos.
03) (Uel) Considere as seguintes afirmações:
05) O culto a natureza, característica da literatura brasileira, tem sua origem nos textos da literatura
de informação. Assinale o fragmento da carta de Caminha que já revela a mencionada característica.
a) “Viu um deles umas contas rosário, brancas; acenou que lhes dessem, folgou muito com elas, e
lanço-as ao pescoço.”
b) “Assim, quando o batel chegou a foz do rio, estavam ali dezoito ou vinte homens pardos todos nus
sem nenhuma roupa que lhes cobrisse suas vergonhas.”
c) Mas a terra em si é muito boa de ares, tão frios e temperados como os de Entre-Douro e Minho,
porque, neste tempo de agora, assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas e indefinidas.
De tal maneira é graciosa e querendo aproveitá-las, dar-se-à nela tudo por bem das águas que tem.”
d) “Porém o melhor fruto, que dela se pode tirar, me parece que será salvar esta gente. E esta deve
ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.”
e) “Mostrara-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo, tornaram-no logo na mão e
acenaram para a terra, como quem diz que os estavam ali.”
06) Leia atentamente a seguinte afirmação de José Guilherme Merquior:
É costume iniciar a história da literatura nacional pelo exame das obras escritas, quase sempre sem
intenção artística, por colonos ou viajantes, nos dois primeiros séculos do Brasil. O maior, quando não
exclusivo interesse dessa prosa de notícia do país é documental: são textos que mostram as
condições de vida e a mentalidade de seus fundadores e primeiros habitantes. Exibem
concretamente a atmosfera cultural das capitanias, não no sentido de ilustrar-lhes o ambiente
literário – praticamente inexistente – mas no de revelar a psicologia do colono. (MERQUIOR, J. G. De
Anchieta a Euclides: breve história da literatura brasileira I. 3. ed. Rio de Janeiro: Topbooks, 1996. p.
12.)
A partir do que declara Merquior, assinale a única alternativa que NÃO apresenta obra representativa
desse período inicial de formação literária brasileira:
O mal, que fora encubro, ou me desminto, Mas oh do meu segredo alto conceito!
Dentro no coração é que o sustento: Pois não chegam a vir à boca os tiros
Com que, para penar é sentimento, Dos combates que vão dentro no peito.
Para não se entender, é labirinto.
08) Leia o poema abaixo, de Gregório de Matos Guerra, que faz parte da poesia lírica barroca, com
temática religiosa.
A Jesus Cristo Nosso Senhor Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido;
Porque quanto mais tenho delinqüido, Se uma ovelha perdida e já cobrada
Vos tenho a perdoar mais empenhado. Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na sacra história,
Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido; Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
Vos tem para o perdão lisonjeado. Perder na nossa ovelha a vossa glória.
a) O poema apresenta-se em forma de soneto, com uma linguagem plena de artifícios de versificação,
o que faz ressaltar o conteúdo temático, que é o arrependimento do eu lírico de seus pecados, em
busca do perdão de Jesus Cristo.
b) A forma de expressão poética do eu lírico, neste poema, é marcada pela tensão e reflete os
conflitos do homem do período barroco, que vivia as contradições entre o teocentrismo medieval e o
antropocentrismo clássico.
c) Percebe-se neste poema a preocupação com a forma característica ao período barroco, em que o
poeta faz uso de muitos processos técnicos e expressivos, dentre eles a rima bem marcada dos versos
e o uso freqüente de antíteses e inversões sintáticas.
d) O poema apresenta ideais divergentes entre o humano e o divino em decorrência da oposição que
havia, na época, entre a mentalidade pagã da burguesia portuguesa e a religiosidade católica da
sociedade brasileira.
e) O poema todo estrutura-se como uma evocação lírico-religiosa, em que o eu lírico confessa ser um
pecador, no início do poema, para a seguir estabelecer um confronto de idéias entre a culpa do
pecador e a clemência de Jesus, e somente no final, como último apelo, nomear-se uma "ovelha
desgarrada", evocando o perdão divino.
09) Sabendo-se que o texto do Padre Vieira é representativo da estética barroca, assinale a opção
que contenha dado não condizente com o período literário em questão:
“(...) Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado (...) A Paixão de Cristo parte foi de noite
sem dormir, parte do dia sem descansar, e tais são as vossas noites e os vossos dias. Cristo despido, e
vós despidos; Cristo sem comer, e vós famintos; Cristo em tudo maltratado, e vós maltratados em
tudo. (...) (Padre Vieira, Sermão XIV do Rosário)
Leia o texto:
11) A relação entre as palavras “parte” e “todo” fazem parte de uma estrutura de trocadilhos que são
próprios do:
d) cultismo e) arcadismo
12) Nos dois primeiros versos, o cruzamento de “todo” e “parte” (verso 1) e “parte” e “todo” (verso
2) é chamado de:
d) Inversão e) Quiasmo
a) Apesar de sua idade já muito avançada, o eu-lírico ainda se mostra disposto ao amor.
b) Marília deve acompanhar o poeta em sua velhice, mesmo que isso traga recordações inglórias da
juventude.
c) O eu-lírico faz um chamamento à sua musa para juntos viverem o tempo presente de suas juventudes.
d) O poema explora o motivo da mulher inacessível e misteriosa, desejada por um homem cansado e
doente.
e) Resta aos amantes a doçura da contemplação dos filhos, expressa em “o velho cordeiro está deitado, / e
o leve filho, sempre alegre, salta”.
a) Ideal de ÁUREA MEDIOCRIDADE, que leva o poeta a exaltar o cotidiano prosaico da classe média.
b) Tema do CARPE DIEM - uma proposta para se aproveitar a vida, desfrutando o ócio com dignidade.
c) Ideal de uma existência tranqüila, sem extremos, espelhada na pureza e amenidade da natureza.
d) Fugacidade do tempo, fatalidade do destino, necessidade de envelhecer com sabedoria.
e) Concepção da natureza como permanente reflexo dos sentimentos e paixões do "eu" lírico.
GABARITO
1) D
2) A
3) B
4) C
5) C
6) C
7) D
8) D
9) D
10) C
11) D
12) E
13) A
14) C
15) E
Poética
a) Critica o lirismo louco do movimento modernista. b) Critica todo e qualquer lirismo na literatura.
2.
Profundamente
Manuel Bandeira, Libertinagem.
d) Assume feição abstrata, na medida em que evita assimilar os dados da percepção sensível, registrados
pela visão e pela audição.
e) É figurada poeticamente segundo o princípio estético que prevê a separação nítida de prosa e poesia.
Senhor feudal
c) A sátira ao referencial artístico português e, por extensão, critica a importação de valores literários
europeus.
d) O confronto entre a arte literária brasileira e a portuguesa, elucidando a inevitável influência desta para
a formação daquela.
e) A pouca influência recebida da arte literária portuguesa, o que confere autenticidade à literatura
brasileira.
Oswald de Andrade.
5. Este texto apresenta uma versão humorística da formação do Brasil, mostrando-a como uma junção de
elementos diferentes. Considerando-se esse aspecto, é correto afirmar que a visão apresentada pelo texto
é
a) Ambígua, pois tanto aponta o caráter desconjuntado da formação nacional, quanto parece sugerir que
esse processo, apesar de tudo, acaba bem.
b) Inovadora, pois mostra que as três raças formadoras — portugueses, negros e índios — pouco
contribuíram para a formação da identidade brasileira.
c) Moralizante, na medida em que aponta a precariedade da formação cristã do Brasil como causa da
predominância de elementos primitivos e pagãos.
d) Preconceituosa, pois critica tanto índios quanto negros, representando de modo positivo apenas o
elemento europeu, vindo com as caravelas.
e) Negativa, pois retrata a formação do Brasil como incoerente e defeituosa, resultando em anarquia e
falta de seriedade.
7. (ESPM/SP) Todos os excertos abaixo confirmam o ideário de Oswald de Andrade quando defende: “A
língua sem arcaísmos. Sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros.”
(Manifesto da Poesia Pau-Brasil). Assinale o item que não se enquadra no referido ideário:
a) “O Arnesto nos convidô/Prum samba ele mora no Brais./Nóis fumu e num encontremo ninguém/Nóis
vortemo com uma baita duma réiva/Da outra veis, nóis num vai mais.” (Adoniram Barbosa);
b) “A gente viemos do inferno — nós todos — compadre meu Quelemém instrui.” (Guimarães Rosa);
d) “Então Macunaíma pediu fibra de curauá. Jiguê olhou pra ele com ódio e mandou a companheira
arranjar fio pro menino, a moça fez.” (Mário de Andrade);
e) “Invejo o ourives quando escrevo:/Imito o amor/Com que ele, em ouro, o alto relevo/Faz de uma flor.”
(Olavo Bilac).
8. Um paralelo entre Machado de Assis e outros autores de escolas e épocas diferentes nos leva a admitir
que:
a) Machado de Assis, no Rio de Janeiro do século XIX, e Gregório de Matos, na Bahia barroca do século
XVII, foram críticos da sociedade em que viveram. Ambos criticaram a hipocrisia social com uma ironia fina,
discreta, requintada, sutil e feita nas entrelinhas.
b) Tomás Antonio Gonzaga, árcade em Vila Rica do século XVII, tem em comum com Machado a recusa na
intensificação da subjetividade e o racionalismo, que transforma a vida num caminho fácil e tranqüilo.
c) José de Alencar, ficcionista romântico da primeira metade do século XIX, como Machado, situa suas
narrativas urbanas na corte (Rio), onde a imitação dos costumes europeus se misturava com a
mediocridade da vida local. Porém, ambos não acertam o tom crítico, fazendo uma análise superficial dos
indivíduos e da sociedade.
d) Machado é realista, e Aluísio de Azevedo é naturalista. Ambos têm como características a objetividade, a
impessoalidade, o racionalismo e o pessimismo. Porém, enquanto Machado faz uma análise psicológica e
crítica dos valores sociais de uma forma implícita, com ironia, digressões e absoluta perfeição formal,
Aluísio faz crítica social explícita e busca personagens patológicos estereotipados, com os quais desenvolve
a teoria do determinismo.
e) Machado foi um talento múltiplo: romancista, contista, poeta, crítico literário, cronista e teatrólogo,
assim como Mário de Andrade, modernista do início do século XX. Ambos usaram de ironia nos seus
escritos, renovaram a linguagem literária brasileira, desrespeitaram a sintaxe tradicional e pesquisaram as
manifestações folclóricas nacionais.
9. Leia:
“Os modernistas de 1922 nunca se consideraram componentes de uma escola, nem afirmaram ter
postulados rigorosos em comum. O que os unificava era um grande desejo de expressão livre e a tendência
para transmitir, sem os embelezamentos tradicionais do academismo, a emoção pessoal e a realidade do
país.”
01. A ausência de “postulados rigorosos” contribuiu para que autores como Manuel Bandeira e Mário de
Andrade não se tornassem representativos no cenário da literatura brasileira.
04. A “tendência para transmitir [...] a realidade do país” significava, para os modernistas de 1922, realizar
uma leitura crítica das nossas tradições culturais, como ocorre em Macunaíma, de Mário de Andrade.
08. O “desejo de expressão livre” não se manifesta na poesia de Mário de Andrade, pois o poeta não adota
as inovações formais, presentes na obra de outros autores modernistas.
16 . A “tendência para transmitir [...] a emoção pessoal” manifesta-se em poemas de Manuel Bandeira,
que resgata o lirismo poético.
10.
Carta-poema
“Excelentíssimo Prefeito
Senhor Hildebrando de Góis,
Permiti que, rendido o preito
A que fazeis jus por quem sois,
Um poeta já sexagenário,
Que não tem outra aspiração
Senão viver de seu salário
Na sua limpa solidão,
[...]
Que imundície! Tripas de peixe,
Cascas de fruta e ovo, papéis...
Não é natural que me queixe?
Meu Prefeito, vinde e vereis!
Quando chove, o chão vira lama:
São atoleiros, lodaçais,
Que disputam a palma à fama
Das velhas maremas letais!
[...]
Mandai calçar a via pública
Que, sendo um vasto lagamar,
Faz a vergonha da República
Junto à Avenida Beira-Mar!”
Manuel Bandeira
d) Apelativa. e) Metalingüística.
11. (PUC-RS) O poema Canção do Exílio, do poeta Gonçalves Dias, foi revisto pelos ________, por meio de
releituras que ________ sua forma e sua concepção ________ de nação.
12. (PUC-RS) O caráter ________ do poema se revela pela referência à possibilidade de viver plenamente a
vida, sem quaisquer impedimentos.
a) Confessional
b) Satírico
c) Caótico
d) Sincrético
e) Hermético
Para responder à questão abaixo, numerar a Coluna B, que contém imagens construídas pelo poeta, de
acordo com a Coluna A, que indica as estrofes do poema.
Coluna A
1. Primeira estrofe.
2. Segunda estrofe.
3. Terceira estrofe.
4. Quarta estrofe.
5. Quinta estrofe.
Coluna B
a) 3 – 4 – 1 – 5
b) 2 – 3 – 5 – 4
c) 1 – 4 – 3 – 5
d) 1 – 2 – 3 – 4
e) 2 – 3 – 4 – 5
14. (PUC-RS)
Irene no céu
“Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.
Manuel Bandeira, poeta modernista, revela no texto em questão uma das suas fortes características, qual
seja, a tendência a
16. Este fragmento de conhecido poema de Manuel Bandeira expõe características permanentes de sua
poesia:
Aponte a alternativa que contém a correspondência dos versos com a permanência temática da obra de
Manuel Bandeira:
a) A vida provisória.
c) O sentimentalismo incorrigível.
I. O poema pertence à primeira fase da produção do autor, muito marcada ainda pela idealização do
Romantismo, como demonstram os versos 1, 2 e 3.
II. A oralidade é uma das principais características do estilo de Manuel Bandeira, como se percebe no
poema, sobretudo no verso 4, com o verbo ‘ser' na função expletiva.
III. Outra característica da poesia de Manuel Bandeira é a nostalgia, que costuma acompanhar a voz lírica.
No caso do poema em análise, o verso ‘Eras tão bonita, que merecerias ter morrido na idade de Jacqueline'
expressa uma nostalgia em relação à beleza juvenil perdida.
IV. Do ponto de vista estrutural, temos no poema um eu-lírico que se dirige a um alguém, como atestam as
marcas da presença de um interlocutor na estrutura de alguns versos.
a) I, II e III, apenas.
b) II e IV, apenas.
d) I, III e V, apenas.
e) IV e V, apenas.
( a) Trata-se do Simbolismo cuja linguagem figura expressa coisas vagas, nebulosas e místicas.
( b) Trata-se do Modernismo que propõe um estilo de arte aberta, congregando várias tendências.
( c) Trata-se do Romantismo que defende o nacionalismo ufanista, a fuga da realidade e o culto da morte.
( d) Trata-se do Realismo que aborda temáticas sociais, com ênfase ao determinismo e à cientificidade.
( e) Trata-se do Arcadismo pois ressalta o início da formação de nossa consciência nacional e valoriza o
culto à natureza.
b) revelou-se bastante heterogêneo, devido à orientação ideológica distinta existente entre seus muitos
grupos.
c) distanciou-se do Romantismo, uma vez que defendeu e praticou uma literatura marcada por um
ufanismo nacionalista.
d) em seu primeiro decênio, deu continuidade aos processos que marcaram a narrativa realistanaturalista.
d) Visão futurista, espírito polêmico e destruidor, predomínio da prosa poética, valorização da cidade e das
máquinas.
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De uma palmeira
Que já não há
Colher a flor
Que já não dá
E algum amor
Talvez possa espantar
As noites que eu não queria
E anunciar o dia
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá
A canção “Sabiá” é apenas uma das inúmeras releituras e citações que o poema de Gonçalves Dias,
“Canção do Exílio” recebeu a partir do Modernismo. Esse poeta pertenceu à 1a geração do romantismo
brasileiro. Nas opções abaixo, assinale a única que não apresenta característica desse estilo de época:
Pneumotórax
a) O poema tem como marcas o coloquialismo e a ironia, elementos característicos da produção poética de
Manuel Bandeira.
b) O poema apresenta uma métrica e um ritmo regulares que revelam a influência que Manuel Bandeira
sofreu do Parnasianismo.
c) O texto de Manuel Bandeira apresenta uma linguagem rara, característica de sua poesia.
d) O poema reveste-se de um caráter musical, revelando a vinculação que a poesia de Manuel Bandeira
mantém com o Simbolismo.
e) O poema apresenta versos de estrutura sintática complexa, denunciando a influência que o poeta sofreu
da experiência concretista.
23. Considere a obra Meus poemas preferidos, de Manuel Bandeira, e o seguinte poema, retirado dessa
obra.
NAMORADOS
— Antônia, ainda não me acostumei com o seu corpo, com a sua cara.
— Você não sabe quando a gente é criança e de repente vê uma lagarta listrada?
A moça se lembrava:
O rapaz concluiu:
1. No poema “Namorados”, a poesia de Manuel Bandeira flerta com a prosa. Percebe-se um caráter
narrativo, que permite a presença de mais de uma voz.
3. A estranheza gerada pela comparação da moça à lagarta listrada é a chave da declaração do namorado,
que pode ser lida ambiguamente: como uma mera estranheza e, portanto, uma imperfeição que combina
com o verso que a descreve como louca; ou como uma estranheza atraente, sendo a loucura meramente
uma forma moderna de expressar o “diferente”.
4. Um dos aspectos interessantes da obra de Manuel Bandeira é a nítida passagem que se faz do
simbolismo ao modernismo nos seus primeiros livros. Além de refletir a nossa própria história literária,
esse processo de mudança também revela como a obra do autor se modificou sem perder muitas de suas
características iniciais, mantendo-se sempre ligada a algumas formas da tradição, misturando, por
exemplo, o verso livre de alguns poemas às formas fixas de outros.
(__) Houve maior preocupação em romper com os padrões temáticos do que com os formais.
(__) Oswald de Andrade e Mario de Andrade protagonizaram as principais mudanças na primeira fase
modernista.
(__) A recorrência à paródia em relação à poesia antecedente evidenciou a opção ideológica dos
modernistas.
(PUC-RS) A seqüência correta, resultante do preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
a) V – F – V – F – V
b) V – F – V – V – F
c) F – V – F – F – V
d) V – V – F – V – F
e) F – F – V – V – F
GABARITO:
1E 2C 3E 4C 5A 6E 7E 8D 920 10D 11C 12A 13C 14D 15D 16D 17E 18D 19B 20A 21E
22A 23 E 24E
a. Barroco
b. Realismo
c. Rococó
d. Naturalismo
e. Romantismo
2. Assinale o texto que, pela linguagem e pelas ideias, pode ser considerado como representante da
corrente barroca.
b. "Estiadas amáveis iluminavam instantes de céus sobre ruas molhadas de pipilos nos arbustos dos
squares. Mas a abóbada de garoa desabava os quarteirões."
c. "Os sinos repicavam numa impaciência alegre. Padre Antônio continuou a caminhar lentamente,
pensando que cem vezes estivera a cair, cedendo à fatalidade da herança e à influência do meio
que o arrastavam para o pecado."
d. "De súbito, porém, as lancinantes incertezas, as brumosas noites pesadas de tanta agonia, de tanto
pavor de morte, desfaziam-se, desapareciam completamente como os tênues vapores de um
letargo..."
e. "Ah! Peixes, quantas invejas vos tenho a essa natural irregularidade! A vossa bruteza é melhor que
o meu alvedrio. Eu falo, mas vós não ofendeis a Deus com as palavras: eu lembro-me, mas vós não
ofendeis a Deus com a memória: eu discorro, mas vós não ofendeis a Deus com o entendimento: eu
quero, mas vós não ofendeis a Deus com a vontade."
3.
"Nasce o Sol, e não dura mais que um dia.
Depois da luz, se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria."
a. culto da Natureza
4. O bifrontismo do homem, santo e pecador; o impulso pessoal prevalecendo sobre normas ditadas por
modelos; o culto do contraste; a riqueza de pormenores – são traços constantes da:
b. poesia simbolista
c. produção poética arcádica de inspiração bucólica
d. poesia barroca
e. poesia condoreirista
5.
"Que falta nesta cidade? Verdade.
Que mais por sua desonra? Honra.
Falta mais que se lhe ponha? Vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha."
b. caráter de jogo verbal próprio da poesia religiosa do século XVI, sustentando piedosa lamentação
pela falta de fé do gentio.
c. estilo pedagógico da poesia neoclássica, por meio da qual o poeta se investe das funções de um
autêntico moralizador.
d. caráter de jogo verbal próprio do estilo barroco, a serviço da expressão lírica do arrependimento do
poeta pecador.
e. estilo pedagógico da poesia neoclássica, sustentando em tom lírico as reflexões do poeta sobre o
perfil moral da cidade da Bahia.
6. "Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os que
saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair são os que se
contentam com pregar na pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em
casa, pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes de medir a semeadura, e
hão-lhes de contar os passos. Ah! dia do juízo! Ah! pregadores! Os de cá, achar-vos-ei com mais paço; os
de lá, com mais passos..."
Essa passagem é representativa de uma das tendências estéticas típicas da prosa seiscentista, a saber:
(01) "Sol de justiça divino/ sois Amor onipotente,/ porque estais continuamente/ no luzimento mais fino:/
porém, Senhor; se o contínuo/ resplandecer se vos deve,/ fazendo um reparo breve/ desse sol no
luzimento,/ sois sol, mas no Sacramento/ Com razão divina neve."
(08) "Entre os nascidos só vós/ por privilégio na vida/ fostes, Senhora, nascida/ isenta da culpa atroz:/ mas
se Deus (sabemos nós)/ que pode tudo, o que quer,/ e vos chegou a eleger/ para Mãe sua tão alta,/
impureza, mancha, ou falta/ nunca em vós podia haver."
(16) "O Mercador avarento,/ quando a sua compra estende,/ no que compra, e no que vende,/ tira
duzentos por cento:/ não é ele tão jumento,/ que não sabia, que em Lisboa/ se lhe há de dar na gamboa,/
mas comido já o dinheiro/ diz, que a honra está primeiro,/ e que honrado a toda Lei:/ esta é a justiça, que
manda El-Rei."
(32) "Senhor Antão de Souza de Meneses,/ Quem sobe a alto lugar, que não merece,/ Homem sobe, asno
vai, burro parece,/ Que o subir é desgraça muitas vezes./ A fortunilha autora de entremezes/ Transpõem
em burro o Herói, que indigno cresce:/ Desanda a roda, e logo o homem desce,/ Que é discreta a fortuna
em seus reveses."
(64) "De um barro frágil, e vil,/ Senhor, o homem formastes,/ cuja obra exagerastes/ por engenhosa, e
sutil:/ graças vos dou mil a mil,/ pois em conhecido aumento/; tem meu ser o fundamento/ na razão, em
que se estriba,/ se infundis alma viva,/ que muito, que vivo alento."
8.
"Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada,
sois imperador? Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar com pouco poder
faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres... O ladrão que furta para comer, não vai nem leva ao
inferno: os que não só vão, mas que levam, de que eu trato, são os outros - ladrões de maior calibre e de
mais alta esfera... Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam
debaixo de seu risco, estes, sem temor nem perigo; os outros se furtam, são enforcados, estes furtam e
enforcam." (Sermão do bom ladrão, Pe. Antonio Vieira)
Em relação ao estilo empregado por Vieira neste trecho, pode-se afirmar:
a. autor recorre ao Cultismo da linguagem com o intuito de convencer o ouvinte e por isto cria um
jogo de imagens.
9.
"Que és terra, homem, e em terra hás de tornar-te,
Te lembra hoje Deus por sua Igreja;
De pó te fez espelho, em que se veja
A vil matéria, de que quis formar-te".
a. medo de ser infeliz; uma imensa angústia em face da vida, a que não consegue dar sentido; a
desilusão diante da falência de valores terrenos e divinos.
10. Sobre cultismo e conceptismo, os dois aspectos construtivos do Barroco, assinale a única alternativa
incorreta.
a. o cultismo opera através de analogias sensoriais, valorizando a identificação dos seres por
metáforas. O conceptismo valoriza a atitude intelectual, a argumentação.
b. cultismo e conceptismo são partes construtivas do Barroco que não se excluem. É possível localizar
no mesmo autor e até no mesmo texto os dois elementos.
c. cultismo é perceptível no rebuscamento da linguagem, pelo abuso no emprego de figuras
semânticas, sintáticas e sonoras. O conceptismo valoriza a atitude intelectual, o que se concretiza
no discurso pelo emprego de sofismas, silogismos, paradoxos.
d. cultismo na Espanha, Portugal e Brasil é também conhecido como Gongorismo e seu mais ardente
defensor, entre nós, foi o Pe. Antônio Vieira, que, no Sermão da sexagésima, propõe a primazia da
palavra sobre a idéia.
e. Os métodos cultistas mais seguidos por nossos poetas foram os de Gôngora e Marini, e o
conceptismo de Quevedo foi o que maiores influências deixou em Gregório de Matos.
I. A arte barroca caracteriza-se por apresentar dualidades, conflitos, paradoxos e contrastes, que convivem
tensamente na unidade da obra.
III. A oposição entre Reforma e Contra-Reforma expressa, no plano religioso, os mesmos dilemas de que o
Barroco se ocupa.
Quais estão corretas:
a. Apenas I.
b. Apenas II.
c. Apenas III.
d. Apenas I e III.
e. I, II e III.
b. Os conflitos éticos vividos pelo homem do Barroco corresponderam, na forma literária, ao uso
exagerado de paradoxos e inversões sintáticas.
c. A poesia barroca foi a confirmação, no plano estético, dos preceitos renascentistas de harmonia e
equilíbrio, vigentes na Europa no século XVI, que chegaram ao Brasil no século XVII, adaptados,
então, à realidade nacional.
d. Um dos temas principais do Barroco é a efemeridade da vida, questão que foi tratada no dilema de
viver o momento presente e, ao mesmo tempo, preocupar-se com a vida eterna.
e. A escultura barroca teve no Brasil o nome de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, que, no
século XVII, elaborou uma arte de tema religioso com traços nacionais e populares, numa mescla
representativa do Barroco.
15.
a. é recurso de que se serve o poeta para satirizar os desmandos dos governantes de seu tempo;
b. retrata o conflito vivido pelo homem barroco, dividido entre o senso do pecado e o desejo de
perdão;
c. expressa a consciência de que o poeta tem do efêmero da existência e o horror pela morte;
d. revela a busca da unidade, por um espírito dividido entre o idealismo e o apelo dos sentidos;
e. permite a manifestação do erotismo do homem, provocado pela crença na efemeridade dos
predicados físicos da natureza humana.
16.
b. sintaxe segundo a ordem lógica do Classicismo que o autor buscava imitar, predomínio das
metáforas e das antíteses, temática da fugacidade do tempo e da vida.
c. dualidade temática da sensualidade e do refreamento, construção sintática por simetrias
sucessivas, predomínio figurativo das metáforas e pares antitéticos que tendem para o paradoxo.
d. temática naturalista, assimetria total de construção, ordem direta predominando sobre a ordem
inversa, imagens que prenunciam o Romantismo.
e. versificação clássica, temática neoclássica, sintaxe preciosista evidente no uso das sínquises, dos
anacolutos e das alegorias, construção assimétrica.
17. A preocupação com a brevidade da vida induz o poeta barroco a assumir uma atitude que:
19. Das alternativas abaixo, apenas uma não apresenta características da obra do poeta barroco Gregório
de Matos. Assinale-a:
b. Poesia com força crítica poderosa, pessoal e social, chegando à irreverência e à obscenidade.
c. Destaca a beleza física da amada e a sua transitoriedade.
d. Realça a beleza da flora, fauna e da paisagem brasileiras, em manifestação nativista.
e. Tentativa de conciliar elementos contraditórios, busca da unidade sob a diversidade.
20. Assinale a alternativa em que se considera a produção literária no Brasil do século XVI.
21.
"Que és terra, homem, e em terra hás de tornar-te,
Te lembra hoje Deus por sua Igreja;
De pó te fez espelho, em que se veja
A vil matéria, de que quis formar-te".
a. Divide-se a poesia lírica de Gregório de Matos em três temáticas: poesia lírica amorosa; poesia lírica
reflexiva; poesia religiosa.
a. caráter de jogo verbal próprio da poesia lírica do séc. XVI, sustentando uma crítica à preocupação
feminina com a beleza.
II. Uma das feições da poesia barroca era o chamado conceptismo – exploração de conceitos e idéias
abstratas através de evoluções engenhosas do pensamento.
III. A ornamentação da linguagem, que caracterizou o Barroco brasileiro, pode ser identificada pelo uso
repetido de jogos de palavras, pela construção frasal e pelo emprego da antítese.
a. Apenas I
b. Apenas II
c. Apenas III
d. Apenas II e III
e. I, II e III
25.
Sobre esses versos de Gregório de Matos Guerra são feitas as seguintes afirmações:
I. O poema retrata criticamente a sociedade brasileira do século XVII, permitindo identificar um dos
ramos da poesia desse poeta.
II. O conteúdo satírico e a linguagem grosseira dos versos associam o poema à lírica amorosa e
religiosa do autor.
III. Falando em primeira pessoa, em tom confessional, o autor desses versos manifesta uma visão
preconceituosa e unilateral da sociedade brasileira colonial.
a. Apenas I
b. Apenas II
Gabarito
1-A 9-A
2-E 10 - D
3-C 11 - A
4-D 12 - D
5-A 13 - C
6-D 14 - E
7 - 02+16+32=50 15 - D
8-B 16 - C
17 - E
18 - A
19 - D
20 - D
21 - E
22 - E
23 - B
24 - D
25 - A