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PRÉ-VESTIBULAR
LIVRO DO PROFESSOR
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© 2006-2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do
detentor dos direitos autorais.
ISBN: 978-85-387-0573-4
CDD 370.71
Disciplinas Autores
Língua Portuguesa Francis Madeira da S. Sales
Márcio F. Santiago Calixto
Rita de Fátima Bezerra
Literatura Fábio D’Ávila
Danton Pedro dos Santos
Matemática Feres Fares
Haroldo Costa Silva Filho
Jayme Andrade Neto
Renato Caldas Madeira
Rodrigo Piracicaba Costa
Física Cleber Ribeiro
Marco Antonio Noronha
Vitor M. Saquette
Química Edson Costa P. da Cruz
Fernanda Barbosa
Biologia Fernando Pimentel
Hélio Apostolo
Rogério Fernandes
História Jefferson dos Santos da Silva
Marcelo Piccinini
Rafael F. de Menezes
Rogério de Sousa Gonçalves
Vanessa Silva
Geografia Duarte A. R. Vieira
Enilson F. Venâncio
Felipe Silveira de Souza
Fernando Mousquer
Projeto e
Produção
Desenvolvimento Pedagógico
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Arcadismo
No campo das artes esse pensamento se ma-
nifestará através do Arcadismo. Quanto à ideologia,
à filosofia, veremos o surgimento do Iluminismo ou
Ilustração. O Iluminismo é a:
classe houve o progressivo descrédito dos valores em 1776, que os Estados Unidos conquistaram sua
que a Igreja pregava. Tem-se então o caminho aberto independência, servindo de estímulo a diversos ou-
para a influência do pensamento burguês. tros países da América.
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No Brasil Arquiteto e escultor, Aleijadinho produziu obras
barrocas em pleno vigor da literatura árcade. Por
Com a expulsão dos jesuítas dos domínios por- seu problema de saúde, que motivou sua alcunha,
tugueses, o Brasil deixa de ser influenciado por essa trabalhou mais com a pedra-sabão, menos resistente.
ordem religiosa. Dessa forma, o pensamento iluminis- Também fez trabalhos em madeira.
ta toma o lugar antes ocupado pelo jesuitismo. Em suas obras, consegue passar toda a emocio-
Fator importantíssimo para o desenvolvimento nalidade dos conflitos existenciais expressos na arte
do Arcadismo no Brasil foi a transferência do centro barroca com traços muito pessoais. Foi, sem dúvida,
econômico da região Nordeste para Minas, onde ocor- o maior nome da arte no período colonial brasileiro.
reu a extração de ouro em enormes quantidades.
Por consequência, a mineração trouxe diver-
sas pessoas para Vila Rica e regiões próximas; foi
o desenvolvimento urbano, com as possibilidades
econômicas que o ouro proporcionava, que fez nas-
Surgimento do Arcadismo
cer a classe média brasileira. Esta camada social
Em Portugal, o Arcadismo nasce em 1756 com
foi a responsável pela agitação cultural que ocorreu
a fundação da Arcádia Lusitana e dura até 1825,
principalmente nos saraus – reuniões de pessoas
quando é publicada a primeira obra do Romantismo
com o objetivo de apreciar a música e a literatura
português, Camões, de Almeida Garrett.
dos clássicos além da produzida pelos próprios in-
tegrantes desses saraus (visando ao prestígio social No Brasil temos o surgimento do Arcadismo em
através da cultura). 1768 com a fundação da Arcádia Ultramarina (inspi-
rada na agremiação portuguesa) pelo poeta Cláudio
Também é nessa época que se desenvolvem as
Manuel da Costa e também com a publicação de seu
agremiações de literatura e as primeiras noções de
livro Obras. Essa corrente literária permaneceu viva
corrente literária no Brasil. Diversos escritores bus-
até 1836, quando da publicação de Suspiros Poéticos
cam seguir os modelos estéticos europeus. É a partir
e Saudades, de Gonçalves de Magalhães, primeira
desse momento que nasce, mesmo que timidamente,
obra do Romantismo brasileiro.
o que o crítico Antônio Candido chamou de Sistema
Literário, estabelecido da seguinte forma:
OBRA Características gerais
AUTOR PÚBLICO Arcadismo e Iluminismo
O autor produz a obra, a obra chega a um públi- A estética árcade está intimamente relacionada
co permanente, esse público manifesta sua opinião aos ideais iluministas: razão, simplicidade, verdade,
e o autor toma conhecimento da voz geral, e tudo natureza.
recomeça.
Não podemos nos esquecer de que foi 1789, Racionalismo
quando o Arcadismo no Brasil estava em pleno vigor,
o ano em que ocorre a Inconfidência Mineira, com a Para se produzir a obra de arte, deve-se seguir a
participação de alguns poetas árcades. Fortemente razão, pois ela é o guia infalível da sabedoria. Através
influenciados pela recente independência dos Esta- do racionalismo e da sabedoria se irá produzir uma
dos Unidos, os inconfidentes foram mal sucedidos obra harmônica e equilibrada.
devido à traição de Joaquim Silvério dos Reis. O
grande mártir desse acontecimento foi Joaquim José
da Silva Xavier, o Tiradentes. Retorno à arte clássica
O equilíbrio e a harmonia serão imitados da
arte clássica. Os escritores árcades também irão
buscar na cultura clássica a mitologia pagã. Entre-
tanto, tais elementos dessa cultura serão apenas
ornamentos, inseridos simplesmente por convenção
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Nessa mesma época, são produzidas por João da estética que seguem.
Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730/38-1814), as
mais importantes esculturas barrocas brasileiras.
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Retorno à natureza Autores e obras
A vida bucólica, a relação direta com a natu-
reza, a busca do locus amoenus (local ameno ou
aprazível) são os ideais árcades. É na natureza que
Cláudio Manuel da Costa
encontramos a verdade. Lembremo-nos de Rosseau,
Domínio público.
que diz “o homem nasce bom, a sociedade é que o
corrompe”, logo, o meio natural não o corromperá.
A expressão latina fugere urbem (fugir da urbe, da
cidade) resume bem essa ideia.
Temos, então, o mito do homem natural, do
bom selvagem. No Arcadismo, tal figura do homem
natural será representada pela imagem do pastor
no bosque. A essa imagem e temática chamamos
de pastoralismo.
Entretanto, é de se notar que tais ideais de retor-
no à natureza mantinham-se nos limites da arte, pois
todos os poetas árcades estavam completamente Cláudio Manuel da Costa nasceu no ano de
inseridos na urbe. Muitos deles, como Tomás Antônio 1729, em Mariana, Minas Gerais. Quando jovem foi
Gonzaga, por exemplo, trabalhavam em cargos públi- aluno dos jesuítas. Depois foi para Coimbra fazer a
cos da burocracia brasileira, ou seja, algo totalmente faculdade de Direito. De volta ao Brasil, exerce advo-
avesso à relação íntima com a natureza. cacia na cidade de Vila Rica, sendo um dos homens
mais ricos da província. Foi denunciado participante
da Inconfidência, sendo preso. Na prisão, suposta-
Fingimento poético mente suicidou-se, no ano de 1789.
Suas obras são: Obras Poéticas (1768); Vila Rica
No Arcadismo, a subjetividade é suprimida
(1839).
pelo recurso da delegação poética ou fingimento
poético. Cláudio Manuel da Costa finge ser o pas-
tor Glauceste Satúrnio; Tomás Antônio Gonzaga, o Características e temas
pastor Dirceu que canta à pastora Marília; Basílio da
Gama, o pastor Termindo Sipílio etc. A obra de Cláudio Manuel da Costa pode ser
Com tal recurso, o poeta abandonava a subje- considerada de transição entre o Barroco e o Ar-
tividade conseguindo demonstrar de forma muito cadismo. Manifesta-se em sua poesia uma postura
sutil os sentimentos. A isso se chama o ideal do racionalmente árcade e emocionalmente barroca.
aurea mediocritas (o dourado meio termo), em que Mas qual o resultado dessa mescla de estilos?
se procura não apresentar fortes emoções com o fim Teremos poesias com temas, muitas vezes,
de se manter o decoro, a etiqueta poética, de acordo barrocos em formas estilísticas simples, claras,
com as convenções sociais da época. formalmente equilibradas, utilizando-se, em alguns
momentos, da mitologia clássica. Nota-se também
Simplicidade em sua obra uma forte influência da lírica camo-
niana, principalmente na forma poética utilizada,
Caracteristicamente anti-barroco, o Arcadismo o soneto.
preza por um estilo simples de expressão visando Neste álamo sombrio, aonde a escura
sempre à clareza, preceito clássico de arte. As frases
são em ordem direta e a simplicidade linguística é Noite produz a imagem do segredo;
uma constante. A maior utilização de versos bran- Em que apenas distingue o próprio medo
cos também é um traço importante dessa escola. Do feio assombro a hórrida figura;
A expressão latina, do poeta Horácio, Inutilia
Truncat (retirar o inútil) é o guia para se produzir Aqui, onde não geme nem murmura
uma obra árcade.
Zéfiro brando em fúnebre arvoredo,
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Às lágrimas a penha enternecida Destes penhascos fez a natureza
Um rio fecundou, donde manava O berço em que nasci: oh! quem cuidara
D’ânsia mortal a cópia derretida. Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!
A natureza em ambos se mudava;
Abalava-se a penha comovida; Amor, que vence os tigres, por empresa
Fido, estátua da dor, se congelava. Tomou logo render-me; ele declara
Contra meu coração guerra tão rara
Seus temas quase sempre estão relacionados a Que não me foi bastante a fortaleza.
um dilaceramento pessoal. A brevidade da vida, a Por mais que eu mesmo conhecesse o dano
fugacidade dos sentimentos, a solidão humana, a
A que dava ocasião minha brandura,
dor de existir. Poderíamos dizer que o sofrimento é
peça-chave de sua temática. Nunca pude fugir ao cego engano;
Segundo o crítico Alfredo Bosi, antes de Marília Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
ser Maria Dorotéia, ela é o pretexto para a criação que viva de guardar alheio gado,
poética de Tomás. Logo, não necessariamente todos de tosco trato, de expressões grosseiro,
os poemas sejam dirigidos à noiva do escritor. Isso
dos frios gelos e dos sóis queimado.
se revela em trechos que Dirceu descreve Marília ora
loira, ora morena. Tenho próprio casal e nele assisto;
dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Os teus compridos cabelos,
das brancas ovelhinhas tiro o leite
Que sobre as costas ondeiam, (...)
e mais as finas lãs, de que me visto.
Mas de loura cor não são.
Graças, Marília bela,
Têm a cor da negra noite (...)
graças à minha Estrela!
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Domínio público.
servir de adubo à terra a fértil cinza, Gama Vilas-Boas nas-
lançar os grãos nas covas. ceu no ano de 1741,
em São José do Rio
Não verás enrolar negros pacotes das Mortes, atual Tira-
das secas folhas do cheiroso fumo; dentes, Minas Gerais.
Em 1757, matricula-se
nem espremer entre as dentadas rodas
no Colégio dos Jesu-
da doce cana o sumo. ítas, sendo expulso
dois anos depois. No
Verás em cima da espaçosa mesa mesmo ano viaja para
altos volumes de enredados feitos; Roma, onde ingressa
ver-me-ás folhear os grandes livros, na Arcádia Romana
e decidir os pleitos. (fundada em 1690),
adotando o pseudônimo de Termindo Sipílio. Depois
Enquanto revolver os meus consultos, de curta passagem pelo Rio de Janeiro, retorna à
Europa, indo para Portugal. Em Lisboa é preso, acu-
tu farás gostosa companhia, sado de jesuitismo, sendo condenado ao degredo na
lendo os fastos da sábia, mestra História, África. Entretanto, livra-se da punição ao escrever
e os cantos da poesia. um epitalâmio (canto matrimonial) à Dona Maria
Amália, filha do Marquês de Pombal. Basílio torna-se
Lerás em alta voz, a imagem bela; protegido de Pombal, que lhe dá a carta de fidalguia
eu, vendo que lhe dás o justo apreço, e o nomeia seu secretário, além de lhe proporcionar
a publicação de O Uraguai. Faleceu em 1795.
gostoso tornarei a ler de novo
o cansado processo.
O Uraguai
Se encontrares louvada uma beleza,
Marília, não lhe invejes a ventura, O Uraguai é um épico de estilo anticamoniano.
Possui estrofação livre e versos em decassílabos
que tens quem leve a mais remota idade sem rima. Quanto à sua estrutura é dividido em
a tua formosura. cinco cantos e não em dez, como o épico escrito por
Camões.
O tema da obra também não estabelece paralelo
com Os Lusíadas. Enquanto temos narradas as impo-
Aspectos formais nentes conquistas ultramarinas do povo português,
em O Uraguai observa-se a batalha entre tropas
Em versos que variam de seis a dez sílabas, luso-castelhanas e os índios.
Marília de Dirceu é escrito em linguagem simples,
despojada de rebuscamentos, ao gosto do estilo ár- O argumento do épico é a expedição punitiva
cade. As frases em sua maioria são em ordem direta, de Gomes Freire de Andrada aos Sete Povos das
tornando o texto mais claro e a leitura mais fluente. Missões.
Minas Gerais, na época Luís da Cunha Meneses. tais tropas ao Rio Grande do Sul.
A obra consiste numa troca de cartas entre Critilo, No ano de 1750, foi assinado pelo primeiro-
pseudônimo de Tomás, e Doroteu, provavelmente -ministro português, Marquês de Pombal, o Tratado
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de Madrid, que restabelecia o acordo firmado em Apologias
1494 pelo Tratado de Tordesilhas. Esse tratado, assi-
nado no século XV entre Portugal e Espanha, traçava Evidente no épico de Basílio da Gama é a apolo-
uma linha imaginária no mapa-múndi a 370 léguas a gia ao governo de Pombal. Vemos na obra a louvação
oeste da ilha de Cabo Verde, sendo todas as terras a do europeu e a louvação do primeiro-ministro. Tal
oeste pertencentes à Espanha e a leste, a Portugal. afirmação comprova-se mais claramente quando
Porém, o acordo nunca havia sido obedecido. Lindóia, induzida por Tanajura (uma bruxa), tem a
O Tratado de Madrid retomava o antigo contrato. visão de Lisboa em chamas, referente ao terremoto
Contudo, havia em terras espanholas as reduções de 1755, e logo após vê lindos edifícios erguendo-se
jesuíticas do Santíssimo Sacramento, composta por sob o poder do Marquês de Pombal – cena que com-
jesuítas portugueses, e, em terras portuguesas, as promete o enredo.
reduções jesuíticas dos Sete Povos das Missões. Para Em O Uraguai observa-se ainda a apologia ao
tudo estar conforme a lei, fazia-se necessário que tais homem natural representada pelos personagens
reduções fossem deslocadas para os locais estabe- indígenas Cacambo e Sepé, corroborando a teoria
lecidos pelo tratado. O Uraguai irá tratar justamente de Rosseau do bon sauvage.
do conflito nascido da imposição de Pombal para que Percebe-se então que o grande alvo de Basílio é
os espanhóis e os índios que se encontravam no Rio o jesuíta, inimigo do europeu e enganador dos índios.
Grande do Sul, de posse portuguesa, migrassem para Como protegido de Pombal, sua obra não poderia
o Uruguai, de posse espanhola. fazer outra crítica, pois foi o Marquês o responsável
pela expulsão dos jesuítas e pelo consequente fim
Icomos.
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LIRA II Da terceira vez não vi mais nada
Pintam, Marília, os Poetas Os céus misturavam com a terra
A um menino vendado, E os espírito de Deus voltou a se mover sobre a face
Com uma aljava de setas, das águas.
Arco empunhado na mão; Marília e Teresa são representantes de formas diferentes,
nos poemas acima reproduzidos. Estabeleça uma
Ligeiras asas nos ombros
comparação entre os personagens, considerando:
O tenro corpo despido,
3. a linguagem utilizada nos poemas.
E de Amor, ou de Cupido
4. estilo de época da Literatura Brasileira a que pertence
São os nomes, que lhe dão.
cada texto.
Os seus compridos cabelos, 5. (UFLA) Apresentam-se em seguida, três proposições
Que sobre as costas ondeiam, I, II e III.
São que os de Apolo mais belos; I. “O momento ideológico, na literatura do Setecen-
Mas de louras cor não são. tos, traduz a crítica da burguesia culta aos abusos
Têm a cor da negra noite; da nobreza e do clero.”
E com o branco do rosto II. O momento poético, na literatura do Arcadismo,
Fazem, Marília, um composto nasce de um encontro, embora ainda amaneirado,
Da mais formosa união com a natureza e os afetos comuns do homem.”
III. Façamos, sim, façamos, doce amada,
Na sua face mimosa,
Marília, estão misturadas Os nossos breves dias mais ditosos.”
Purpúreas folhas de rosa, A característica que está presente nestes versos de
Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga, é o carpe
Brancas folhas de rosa, diem (“gozar a vida”).
Brancas folhas de jasmim. Marque:
Dos rubins mais preciosos a) se só a proposição I é correta.
Os seus beiços são formados;
b) se só a proposição II é correta.
Os seus dentes delicados
São pedaços de marfim. c) se só a proposição III é correta.
d) se só são corretas as proposições I e II.
Tu, Marília, agora vendo
De Amor o lindo retrato e) se todas as proposições são corretas.
Contigo estarás dizendo, O texto abaixo refere-se às questões 6 e 7.
Que é este o retrato teu. (UFLA) Leia os seguintes fragmentos de Marília de
Sim, Marília, a cópia é tua, Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga.
Cupido é Deus suposto: Texto 1
Se há Cupido, é só teu rosto, Verás em cima de espaçosa mesa
Que ele foi quem me venceu. Altos volumes de enredados feitos;
Ver-me-ás folhear os grandes livros,
Teresa E decidir os pleitos.
A primeira vez que vi Teresa [...]
Achei que ela tinha pernas estúpidas Texto 2
Achei também que a cara parecia uma perna [...]
Quando vi Teresa de novo Os Pastores, que habitam este monte,
Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto Respeitam o poder do meu cajado.
do corpo Com tal destreza toco a sanfoninha,
Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que
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Responda: a) das “Cartas Chilenas”.
6. Em qual dos fragmentos o sujeito lírico é caracterizado b) das “Liras de Marília de Dirceu”.
de acordo com a convenção arcádica?
c) de “O Uraguai”.
7. Explique.
d) de “Caramuru”.
8. (UFLA)
e) de “Vila Rica”.
Que diversas que são, Marília, as horas
11. (UFRGS – adap. - Elite) Assinale a alternativa incorreta
Que passo na masmorra imunda, e feia,
em relação à obra O Uraguai, de Basílio da Gama.
Dessas horas felizes já passadas
a) O poema narra a expedição de Gomes Freire de
Na tua pátria aldeia!
Andrada, governador do Rio de Janeiro, às missões
Esses versos de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio jesuíticas espanholas da banda Oriental do Uru-
Gonzaga, caracterizam: guai.
a) a primeira parte da obra, o namoro.
b) O Uraguai segue um padrão de épico anticamonia-
b) a felicidade da futura família. no. Verifica-se isso quanto ao número de cantos,
estrofação e rimas.
c) o sonho de realizar a Inconfidência.
c) Basílio da Gama expressa uma visão europeia em
d) a segunda parte da obra, a cadeia.
relação aos indígenas, acentuando seu caráter bár-
e) o sonho de um futuro feliz ao lado da amada. baro, incapaz de sentimentos nobres e humanitá-
rios.
9. (UFAL) Considere as seguintes afirmações:
d) Nas figuras de Cacambo e Sepé Tiaraju está re-
I. Gregório de Matos e Tomás Antônio Gonzaga com-
presentado o povo autóctone que defende o solo
puseram poesia lírica, mas o talento de ambos en-
natal.
controu sua expressão máxima nas sátiras;
e) Lindóia, única figura feminina do poema, morre de
II. Em Marília de Dirceu, o árcade mineiro buscou fi-
amor após o desaparecimento de seu amado Ca-
gurar um equilíbrio entre a vida rústica e a cultura
cambo.
ilustrada;
O texto abaixo refere-se às questões 12 e 13.
III. Cláudio Manuel da Costa confronta a paisagem bu-
cólica idealizada com a de sua terra natal. (UFRGS) LIRA III
Está inteiramente correto o que vem afirmado somente Tu não verás, Marília, cem cativos
em:
Tirarem o cascalho, e a rica terra,
a) I.
Ou dos cercos dos rios caudalosos,
b) II. Ou da minada serra.
c) III.
Não verás separar ao hábil negro
d) I e II.
Do pesado esmeril a grossa areia,
e) II e III. E já brilharem os granetes de ouro
10. (Mackenzie) No fundo da bateia.
Amigo Doroteu, prezado amigo, Não verás derrubar os virgens matos;
abre os olhos, boceja, estende os braços Queimar as capoeiras ainda novas;
e limpa das pestanas carregadas Servir de adubo à terra a fértil cinza;
o pegajoso humor que o sono ajunta. Lançar os grãos nas covas.
Critilo, o teu Critilo é quem te chama;
ergue a cabeça da engomada fronha, Não verás enrolar negros pacotes
acorda, se ouvir queres coisas raras. Das secas folhas do cheiroso fumo;
Nem espremer entre as dentadas rodas
O trecho anterior faz parte:
Da doce cana o sumo.
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Verás em cima da espaçosa mesa Te cobre as faces, que são cor da neve.
Altos volumes de enredados feitos: Os teus cabelos são uns fios de ouro;
Ver-me-ás folhear os grandes livros, Teu lindo corpo bálsamo vapora.
E decidir os pleitos. Ah! não, não fez o Céu, gentil Pastora,
Enquanto revolver os meus consultos, Para glória de amor igual Tesouro.
Tu me farás gostosa companhia,
(TAG, MD, Parte I, Lira I.)
Lendo os fastos* da sábia mestra história,
E os cantos da poesia. Sobre a personagem central feminina, podemos afirmar
Lerás em alta voz a imagem bela, que:
E eu, vendo que lhe dás o justo apreço, a) Marília é mostrada, ao mesmo tempo, como pes-
soa e como encarnação do Amor, como categoria
Gostoso tornarei a ler de novo
absoluta.
O cansado processo.
b) apesar da beleza deslumbrante da amada, não se
[...]
verifica, na construção dessa personagem, qual-
* fastos = anais, registros. quer idealização clássica da mulher.
12. O autor dos versos citados é:
c) o poeta dirige-se a Marília unicamente como sua
a) Alvarenga Peixoto. noiva e futura esposa.
b) Tomás Antônio Gonzaga. d) a beleza luxuriante de Marília contrasta com o ideal
c) Cláudio Manuel da Costa. de serena fruição dos prazeres sadios da vida.
A quem a luz do sol em vão se atreve; clássicos, impede-o de abordar problemas pes-
soais.
Papoila ou rosa delicada e fina
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b) a interpelação feita a Marília muitas vezes é pretexto Texto “B” ( )
para o poeta celebrar sua inocência e seu destemor “Ó não aguardes, que a madura idade
diante das acusações feitas contra ele.
te converte essa flor, essa beleza,
c) a revelação sincera de si próprio e a confissão do em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada!”,
padecimento que o inquieta levam o poeta a rom-
Texto “C” ( )
per com o decálogo arcádico, prenunciando a
poética romântica. “Nos olhos Caitutu não sofre o pranto,
E rompe em profundíssimos suspiros,
d) a desesperança, o abatimento e a solidão, presen-
tes nas liras escritas depois da prisão do autor, re- Lendo na testa da fronteira gruta
velam contraste com as primeiras, concentradas na De sua mão já trêmula gravado
conquista galante da mulher amada. O alheio crime e a voluntária morte.”
e) embora tenha a estrutura de um diálogo, o texto é Texto “D” ( )
um monólogo - só Gonzaga fala e raciocina. “O todo sem a parte não é todo;
16. (UEL) Assinale a letra correspondente à alternativa A parte sem o todo não é parte;
que preenche corretamente as lacunas do trecho Mas se a parte faz o todo, sendo parte,
apresentado. Não se diga que é parte, sendo todo.”
Simplificando a linguagem lírica de Cláudio Manuel da Preencha os parênteses anteriores dos textos dados,
Costa, mas evitando igualmente a diluição dos valores obedecendo à seguinte convenção:
poéticos no sentimentalismo, as ...... mais densas,
I. Gregório de Matos.
dedicadas a ......, fizeram de ...... uma figura central do
nosso Arcadismo. II. Tomás Antônio Gonzaga.
a) crônicas, Marília, Dirceu. III. Basílio da Gama.
b) crônicas, Gonzaga, Dirceu. IV. Cláudio Manuel da Costa.
c) sátiras, Dirceu, Gonzaga. Preenchidos os parênteses, a sequência correta é:
d) liras, Gonzaga, Dirceu. a) II – I – III – I.
e) liras, Marília, Gonzaga. b) IV – I – II – II.
17. (UEL) Os poemas de Cláudio Manuel da Costa e c) I – II – II – I.
Tomás Antônio Gonzaga foram escritos d) I – IV – III – I.
a) em reação ao sentimentalismo romântico, contra- e) II – IV – III – IV.
pondo-lhe sua linguagem clara e equilibrada.
19. (UM-SP) Sobre o poema “O Uraguai”, é correto
b) ainda dentro do espírito barroco, conforme o ates- afirmar que:
tam sua religiosidade conflituosa e seu estilo arti-
ficial. a) herói do poema é Diogo Álvares, responsável pela
primeira ação colonizadora na Bahia.
c) à época da Inconfidência Mineira, relacionando-se
intimamente com os ideais desse movimento. b) índio Cacambo, ao saber da morte de sua amada,
Lindóia, suicida-se.
d) em meados do século XIX, dedicando-se à propa-
gação dos ideais da Contra-Reforma. c) escrito em plena vigência do Barroco, filiou-se à
corrente cultista.
e) em apoio à consolidação de nossa recente Inde-
pendência, contra a qual ainda se insurgiam grupos d) os jesuítas aparecem como vilões, enganadores
descontentes. dos índios.
18. (ITA) e) segue a estrutura épica camoniana, com versos de-
cassílabos e estrofes em oitava rima.
Texto “A” ( )
“Ah! enquanto os destinos impiedosos 20. (Vunesp) Leia com atenção:
não voltam contra nós a face irada, “O ser herói, Marília, não consiste
Em queimar os impérios: move a guerra,
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EM_V_LIT_006
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16. Pastoralismo e bucolismo.
17. “Aquele pastor amante”
“Deste cristalino rio”
1. A
18. E
2. A
19. B
3. D
20. Podemos relacionar a história de Minas Gerais com
4. D a de um indivíduo – Cláudio Manuel da Costa –, que
5. D nasceu em uma região que só prosperou por causa
do ouro e das pedras preciosas encontradas. Com a
6. B riqueza da região, muitas mudanças ocorreram: uma
7. E nova elite surge, ligada à mineração – o caso do pai de
Cláudio Manuel.
8. C
Essa riqueza fez surgir uma nova sociedade na colônia,
9. A pois agora as principais atenções da coroa eram para
10. C essa região, existindo apoio oficial para a construção de
cidades e de colégios, como o que o poeta estudou, em
11. E Ouro Preto. Esse colégio foi construído nessa cidade
12. D em função das condições econômicas dela, e filhos da
elite estudavam lá.
13. E
Após, vemos que Cláudio Manuel foi estudar no Rio de
14. C
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1. E
2. D
3. Na Lira II, o vocabulário é simples, a ordem das frases
é, quase sempre, direta, os versos hexassílabos entre-
meados quebram a monotonia rítmica dos decassílabos
heroicos, predominam os versos brancos.
Em Tereza, a descrição da mulher é de forma cômica e
irônica. Não há uma idealização. Os versos são brancos,
com liberdade formal.
4. A Lira II pertence ao Arcadismo. Tereza pertence ao
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Modernismo.
5. E
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