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Os Limites da Tolerncia
H situaes em que a tolerncia significa cumplicidade com a conduta
alheia, omisso culposa, insensibilidade tica ou comodismo. Por exemplo: Se
um jovem espanca uma idosa, e um terceiro presencia a cena e por tolerncia
hesita em interferir no espancamento, j que a atitude de espancar um direito
do outro de se expressar como acha conveniente e o jovem decide tolerar.
Pois h de se questionar
Devemos ser tolerantes com aqueles que assassinam inocentes? Com os que
estupram crianas? E os que traficam rgos humanos?
Devemos ser tolerantes com aqueles que escravizam menores para produzir
mais barato e lucrar mais?
Devemos ser tolerantes a impostos abusivos? Com uma polcia autoritria? Um
estado antidemocrtico?
Onde esto ento os limites da tolerncia?
Os limites da tolerncia podem ser desvelados no sofrimento, onde as pessoas
so desumanizadas, ai termina a tolerncia. Ningum tem o direito de impor
sofrimento injusto ao outro.
Como cita Leonardo Boff
Os direitos ganharam sua expresso na Carta dos Direitos Humanos da ONU,
assinada por todos os pases. Todas as tradies devem se confrontar com
aqueles preceitos. Se prticas implicarem violao daqueles enunciados no
podem se justificar. A Carta da Terra zela pelos direitos da natureza. Quem os
violar perde legitimidade. Por fim, possvel ser tolerantes com os
intolerantes? A histria comprovou que combater a intolerncia com outra
intolerncia leva aspiral da intolerncia. A atitude pragmtica busca
estabelecer limites. Se a intolerncia implicar crime e prejuzo manifesto a
outros, vale o rigor da lei e a intolerncia deve ser enquadrada. Fora deste
constrangimento legal, vale a liberdade. Deve-se confrontar o intolerante com a
realidade que todos compartem como espao vital. Deve-se lev-lo ao dilogo
incansvel e faz-lo perceber as contradies de sua posio. O melhor
caminho a democracia sem fim que se prope incluir a todos e a respeitar um
pacto social comum.
Ento tolerar uma virtude moral, manifestada de acordo com a conduta
do outro a qual divergimos e ao qual no nutrimos nenhum afeto ou interesse,
devendo ento passar pelo crivo racional com base em outros valores morais.