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n RESUMOS DE FILOSOFIA n

(IMPORTÂNCIA E OBJETIVO DA FILOSOFIA; AÇÃO OU ACONTECIMENTO;


ESTRUTURADA AÇÃO; DETERMINISMO RADICAL; DETERMINISMO MODERADO E
LIBERTISMO; CONDICIONANTES DA VONTADE E DA AÇÃO;
JUÍZES DE FACTO E DE VALOR; VONTADE DE MENTIRA)

IMPORTÂNCIA E OBJETIVO DA FILOSOFIA:

O nosso objetivo em filosofia é o de alcançar um pensamento autónomo,


independente, livre e criterioso. Leva-nos a questionar todas as nossas crenças,
motivações, educação, a rejeitar as condicionantes internas da cultura, da
socialização, da experiência etc. e a aceitar apenas teses e vontades sustentadas por
bons argumentos.
Esta difere das opiniões(crenças sem fundamentos)

AÇÃO OU ACONTECIMENTO:

Acontecimento » atos involuntárias/inconscientes


Ação » atos voluntárias/conscientes

ESTRUTURA DA AÇÃO

- Intenção » objetivo - para que?


- Motivo » porque é que quero fazer a ação?
- Deliberação » prós e contras das consequências
- Força de vontade
- Finalidade » Esta ação insere-se num plano meu? se não, então há de ser
um acontecimento. (ex: motivação - para magoar a beatriz | finalidade -
quero que ela fique triste e desista do papel)

Por vezes uma intenção contradiz a própria motivação (ex: quero tratar-te mal porque
estou com ciúmes e gosto de ti). É por isso importante inspecionar o nosso
processo de tomada de decisão para ver o que nos guia.

Devemos sempre inspecionar a nossa ação no sentido de entender se o que nos guia
é verdadeiramente o que queremos (a nossa vontade) ou desejamos, frequentemente
antónimos). Ex: Queremos deixar de fumar, desejamos fumar todos os dias.
Vontade de Mentira

Este conceito diz-nos que talvez ao contrário do que acreditamos o que nos guia e
deforma o olhar talvez seja a vontade de acreditar naquilo em que queremos
acreditar.

DETERMINISMO (RADICAL):

Esta teoria defende que tudo o que acontece é efeito de uma causa. Tal como dizem
as ciências naturais nada acontece na física sem ser resultado de uma causa (ex: a
bola só se mexe se algo agir sobre ela como um chuto, o vento, a gravidade, etc).

Assim, o mesmo se passa com a ação humana, as minhas ações são resultados de
causas que agem sobre mim (pensamentos, emoções, educação, amizades, etc).

O problema da liberdade segundo esta teoria pode ser colocado das seguintes
formas:
- eu nunca poderia ter agido de maneira diferente se a circunstância fosse igual
aquela que agi.
- eu com as minhas características de nascença fui colocado no caminho
(educação, cultura, experiência, etc) se tivesse sido colocado noutro teria
certezas e vontades muito diferentes.

Onde está a liberdade para eu ser quem quero se o meu caminho me está a empurrar
para um destino.

OBJEÇÕES AO DETERMINISMO RADICAL

- EXPERIÊNCIA DE LIBERDADE
Nós sentimos que podíamos perfeitamente ter escolhido uma opção diferente
daquela que escolhemos, porque nos lembramos de ter tido as duas opções à nossa
frente e de ter deliberado

Crítica a esta objeção


Esta objeção não é boa porque eu ter a sensação de que alguma coisa aconteceu não
constitui prova. (ex: eu vi a Beatriz ser serrada ao meio pelo mágico, mas era uma
ilusão).

- CRENÇA NA RESPONSABILIDADE
Nós sentimos um profundo arrependimento quando agimos mal porque temos uma
crença na responsabilidade das nossas ações. O Determinismo não consegue alterar
as nossas formas de ver a realidade.
Crítica a esta objeção
Uma vez mais as nossas evidências/sensações não constituem qualquer prova.

- FÍSICA QUÂNTICA
Há uma nova corrente na ciência que afirma que a nível subatômico, a realidade não
obedece às leis de causa e efeito mas de aleatoriedade. O mesmo pode passar-se
com a ação humana.

Crítica a esta objeção


Este cenário é igualmente perturbador porque se o comportamento humano for
resultado do caos e da aleatoriedade eu também não sou livre, sou determinado à
imprevisibilidade e à ausência de nexo.

DETERMINISMO MODERADO:

Esta teoria é filha das objeções ao Determinismo (radical) e portanto as críticas a


estas objeções constituem as objeções a esta tese.
O que esta tese procura fazer é afirmar que apesar de existir determinismo, também
é possível existir a liberdade, quando as nossas ações são voluntárias e não coagidas
por condicionantes externas. (ex: se a Leonor ameaçar a Miriam que deixa de ser
amiga dela se ela não fizer X a resposta da Miriam não vai ser livre, mas se ela fez X
porque quis foi livre. Ou seja, a tese não faz sentido.

LIBERTISMO:

Esta tese defende que as regras do mundo físico (causalidade) não se aplicam à ação
humana porque nós temos uma alma e a alma não é física.

OBJEÇÃO AO LIBERTISMO

Não se percebe como é que a alma escapa ao determinismo, nem onde começa a
alma e acaba o corpo, uma vez que como vimos no exemplo do jogador de rugby,
uma lesão cerebral altera a nossa ação

CONDICIONANTES DA VONTADE E DA AÇÃO:

- DISPOSIÇÃO/ESTADOS DE ALMA
- FAMÍLIA + SOCIALIZAÇÃO + EXPERIÊNCIAS (CIRCUNSTANCIALISMO)
- CULTURA
- INSTINTOS
- EMOÇÕES
NOTAS SOBRE AS CONDICIONANTES:

Existem condicionantes externas e internas. As externas são fáceis de entender, é


quando uma vontade exterior à minha nos procura condicionar. (ex: Dá-me a carteira
ou a vida; ou fazes o que digo ou despeço-te, etc)

As internas no entanto são invisíveis e ainda mais perigosas, porque nos fazem querer
coisas e acreditar em coisas que nos podem afastar da nossa verdadeira vontade e
do nosso pensamento mais elucidado.

JUÍZES DE FACTO E JUÍZES DE VALOR:

Um facto é uma ocorrência, um juízes de facto diz respeito a se é verdade ou mentira


a sua ocorrência. Os valores dizem respeito à forma como nos relacionamos com as
ocorrências. (ex: chapada na cara - atribuímos um valoração negativa; abraço -
atribuímos uma valoração positiva [pólos opostos; polaridade] ) Além da polaridade
os valores também se pensam pela ordenação. (ex: vingar-se da mulher pode dar
prazer mas esse prazer não é superior a todas as outras coisas que eu perco quando
vou para a cadeia).

No entanto, como é que pensamos a verdade em relação a um juízes de valor? (ex: A


Sofia acha que vermelho teria ficado melhor à Leonor e a Miriam não, quem é que
está com a verdade?)
Se não existe verdade, se os valores são absolutamente subjetivos como iremos
ajuizar os valores moralmente. (ex: os canibais acham bem comer carne humana, faz
parte da sua cultura mas nós consideramos esta ação despresável)

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