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Tese: ideia defendida num argumento

Metafísica: Área da filosofia que estuda o problema do livre-arbítrio


Ação: espécie de acontecimento que envolve a vontade ou intencionalidade de
um agente. Correspondem a algo que alguém quer efetivamente fazer; que faz
de vontade livre e pelo qual é responsável
Acontecimentos: Designamos por acontecimentos, as coisas que ocorrem
num dado momento e lugar. Os acontecimentos, na sua maior parte, são
eventos que nos afetam, mas cuja produção não dependem da nossa vontade,
por exemplo, o que se está a passar à nossa volta: o carro que passa na rua, a
chuva que está a cair, o barulho ao longe de um avião, etc.
Compatibilidade: livre-arbítrio é compatível com o determinismo –
determinismo moderado
Incompatibilidade: livre-arbítrio não é compatível com o determinismo
(determinismo implica a rejeição do livre-arbítrio) – determinismo radical e
libertismo
Ética ou filosofia moral: disciplina filosófica que estuda como devemos viver e
como devemos agir
Nota:
 Todas as ações são acontecimentos
 Nem todos os acontecimentos são ações
 Uma ação implica um agente
 Aquilo que fazemos involuntariamente não é uma ação
 O sujeito tem de ter consciência do seu ato
 Uma ação precisa de ter uma vontade e uma intenção
problemas principais do livre-arbítrio:
1. será que existe livre-arbítrio?
2. Será que o livre-arbítrio é compatível com a crença no determinismo?

 Determinismo radical
Todos os acontecimentos (incluindo ações humanas) são causalmente
determinados por acontecimentos anteriores e pelas leis da natureza.
Se todas as ações sal causalmente determinadas por acontecimentos
anteriores e pelas leias da natureza, então não há possibilidades de
alternativas de ação.
 Não existe livre-arbítrio
 O livre-arbítrio é uma ilusão
 Os agentes não têm genuína responsabilidade moral
 Os agentes devem ser responsabilizados pelas ações de modo a
promover as boas ações e evitar as más ações
 Determinismo ≠ destino
 A ciência é determinista

Causas determinantes do comportamento humano:

Objeções:
 Sem livre-arbítrio a vida não teria sentido
 Não há determinismo radical
 Objeção à física quântica
 Argumento da experiência (sentimo-nos livres)
 Não há provas que é uma ilusão

 Libertismo
Existe livre-arbítrio e, portanto, algumas ações são livres.
 Se o determinismo é verdadeiro então não temos possibilidades
alternativas
 Se não temos possibilidades alternativas então não temos livre-arbítrio
 Logo, se o determinismo for verdadeiro não temos livre-arbítrio
(incompatibilismo)
Temos livre-arbítrio logo o determinismo é falso
 O ser humano tem possibilidades alternativas de ação, ou seja, em
situações exatamente iguais podem ser feitas ações diferentes. O futuro
está em aberto
 O agente é responsável pelas ações porque resultam de decisões
racionais (causalidade do agente)

Argumento da experiência – temos experiência do livre-arbítrio


(sentimo-nos livres)

Argumento da responsabilidade – se não existir livre-arbítrio, então


não é possível existir responsabilidade moral (nem culpa nem mérito)
Objeções:
 Se uma ação resulta de uma decisão aleatória também não é livre
 A ideia de que há ações sem causas anteriores é implausível e
anticientífica
 Não sentir as causas não prova a sua inexistência (argumento da
experiência)

 Determinismo moderado
Todas as ações são determinadas por causas anteriores (acontecimentos
anteriores, crenças e desejos) mas algumas delas são livres.
 O determinismo e o livre arbítrio são compatíveis (perspetiva
compatibilista )
 Redefinição do conceito de livre-arbítrio não é poder agir
independentemente de causas anteriores, mas sim a ausência de
coação ou compulsão interna ou externa
 Desde que não sejamos forçados a fazer algo, a escolha é livre
 Temos possibilidades alternativas de ação: as ações envolvem a
possibilidade de fazer uma coisa, podendo fazer outra

Objeções:
 Não permite compreender realmente a existência de possibilidades de
alternativa de ação
 Redefine o conceito de livre-arbítrio de um modo simplista e pouco
exigente (baixa a fasquia)
Coação: forçar alguém a fazer algo contra a sua vontade
Valor: algo estimável, que merece ser defendido, podendo ser realizado, ou
seja, uma meta importante a atingir
Juízos de valor moral: juízos que dizem respeito àquilo que devemos ou não
fazer (envolvem as noções de certo ou errado; justo e injusto; louvável ou
censurável)
Juízos de facto: puramente descritivos, o seu valor de verdade é inteiramente
independente das crenças, dos hábitos, da sociedade e da cultura, dos gostos
ou preferências de quem os formula.
Juízos de valor: são em parte normativos ou prescritivos, expressam uma
determinada avaliação sobre as coisas e exprimem preferências. Podem ser
éticos ou morais; religiosos; estéticos; políticos.
Axiologia: disciplina que estuda a filosofia
Problema da natureza dos juízos morais: são subjetivos, causalmente
relativos ou objetivos? (subjetivismo, relativismo ou objetivismo)
Etnocentrismo: colocar uma certa cultura num patamar superior a outras
Multiculturalismo: ideia de um grupo multicultural pressupõe que os grupos
culturais estariam interligados, em função do contato que as culturas têm entre
si.
 Subjetivismo
Todos os juízos morais são subjetivos
 Defensores: Thomas Hobbes, David Hume
 Descrevem preferências individuais e subjetivas
 Referem-se aos nossos sentimentos
 São verdadeiros ou falsos em função da avaliação dos indivíduos
Argumentos a favor:
 liberdade individual
 Promove a tolerância
 Dá uma resposta adequada aos desafios do multiculturalismo
Objeções:
 Impede a censura de ações claramente erradas
 Não explica a existência de desacordos morais
 É duvidoso que seja uma boa resposta ao multiculturalismo
 Torna impossível a existência de critérios éticos universais
 Pressupõe que somos moralmente infalíveis

 Relativismo
Todos os juízos morais são culturalmente relativos. Referem-se às
nossas preferências coletivas.
Argumentos a favor:
 Argumento da diversidade cultural
 Rejeição do etnocentrismo
 Promove a tolerância
 Aparentemente dá uma resposta adequada ao multiculturalismo
Objeções:
 Criticar os costumes de outros povos não tem de ser ofensivo e
etnocêntrico
 Impede a censura de práticas culturais erradas
 Não permite explicar o progresso moral das sociedades
 Conduz ao conformismo e à estagnação
 É autorefutante

 Objetivismo
Alguns juízos morais são objetivos
 A verdade ou falsidade dos juízos morais é independente dos
sentimentos da pessoa e cultura
 Um juízo moral é objetivamente verdadeiro se poder ser justificado com
boas razões (informadas e imparciais) e falso se não for possível
 Boas razões são informadas e imparciais
 Maltratar as crianças, o racismo, os tráficos de humanos são
objetivamente errados
 Quando alguém discorda de um juízo moral verdadeiro está enganado
Argumentos a favor:
 promove o diálogo e debate intercultural
 há coincidência em algumas verdades fundamentais acerca de valores
 argumento do dissidente (há pessoas que recusam práticas culturais por
considerar que são erradas)
 promove critérios transubjetivos
objeções:
 há enormes divergências éticas
 falta de métodos de prova

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