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FILOSOFIA

Acontecimentos e ação humana

 Acontecimento: é uma ocorrência, sendo que tudo que acontece no Universo é um acontecimento
 Ação: é um acontecimento intencional, consciente e voluntário praticado pelo ser humano (agente), cujo dispõe de
cursos alternativos e tem controlo sobre o seu comportamento.
 As ações pressupões e exigem livre-arbítrio; ex: falar, escrever, cantar,…
 Livre-arbítrio: refere-se à liberdade de escolha. Dizemos que A é resultado de livre-arbítrio se decorre de uma
decisão que poderia ter dado origem a não A.

Problema do livre-arbítrio

 Resulta de questões metafísicas:


o Será o ser humano efetivamente livre?
o Teremos controlo sobre as nossas ações?
 Estas questões surgem devido ao conflito entre o livre-arbítrio e o determinismo
 Determinismo: tese filosófica e científica que postula que todos os acontecimentos do universo são consequências
inevitáveis de eventos ou estados anteriores e das leis da natureza

Incompatibilismo: determinismo ou livre-arbítrio

 Quando nos deparamos com o problema do livre-arbítrio, confrontamo-nos com 2 crenças, ambas plausíveis.
o Tudo o que acontece é resultado das leis naturais e do estado anterior do universo
o O ser humano tem a capacidade de fazer ou não fazer o que quiser
 A doutrina que opta por rejeitar a crença no livre-arbítrio chama-se determinismo radical
 A doutrina que opta por rejeitar a crença no determinismo designa-se por libertismo
 Ambas são teorias incompatibilistas

Determinismo radical

 Segundo o determinismo radical, a conceção física do mundo deixa em aberto um único futuro possível, não
permitindo espaço para a liberdade da vontade
 As teses sustentadas pelo determinismo radical são:
o O determinismo e o livre-arbítrio são inconsiliáveis
o O determinismo é verdadeiro
o O livre-arbítrio não existe
 Segundo o determinismo radical existe uma ilusão do livre-arbítrio, uma vez que temos todos temos limitações
cognitivas e somos incapazes de conhecer todas as causas de uma dada ação, assim sendo a ausência do
conhecimento leva-nos a uma sensação ilusória de liberdade de escolha

Objeções do determinismo radical

 Experiência da liberdade – é pouco provável que deixemos de acreditar, visto que esta faz parte do nosso processo
de agir e decidir
 Argumento da responsabilidade – se determinismo radical existe, então não podemos responsabilizar ninguém
pelos seus atos, porém não conseguimos deixar de fazê-lo. Assim sendo a responsabilidade implica livre-arbítrio
 Indeterminismo: é a teoria que defende que, pelo menos algumas ocorrências, não são determinadas por estados
anteriores

Dilema do determinismo

 É um argumento que procura provar que tanto o determinismo como o indeterminismo conduzem à ausência de
livre-arbítrio e consequentemente, de responsbilidade
o Se as nossas ações são causalmente determinadas pelo passado e pelas leis da natureza, então estas são a
consequência inevitável de coisas sobre as quais não temos controlo, ou seja, não existe livre-arbítrio
o Se as nossas ações não são causalmente determinadas pelo passado e pelas leis da natureza, então estas
são acontecimentos aleatórios sobre os quais também não temos controlo, ou seja, não existe livre-arbítrio
Libertismo

 Em cada momento que deliberamos e decidimos temos a experiência direta da liberdade de vontade, sendo que os
seres humanos são livres e capazes de se autodeterminarem
 As teses defendidas pelo libertismo são:
o O determinismo e o libertismo são incompatíveis
o O determinismo é falso
o O livre-arbítrio existe
 Segundo o libertismo, o ser humano não é predizível, sendo livre e responsável pelas suas ações

Objeções do libertismo

 As causas das nossas ações e comportamentos são acontecimentos que ocorrem, inevitavelmente, no cérebro.
Nesta sequência as ações humanas uma explicação causado por fundamentos biológicos, logo são determinadas
por uma causa e não por livre vontade

Compatibilismo

 O compatibilismo ou determinismo moderado defende que o determinismo e o livre-arbítrio são conciliáveis, isto é,
podemos aceitar que o comportamento humano está causalmente determinada e simultaneamente pensar em nós
como agentes livres
 Segundo o compatibilismo o determinismo e o livre-arbítrio não são apenas consiliáveis; o livre-arbítrio exige
determinismo

Compatibilismo – ações constrangidas e não constrangidas

 Para o compatibilismo somos livres quando as nossas ações são determinadas, mas não constrangidas (não
forçadas), isto é, quando as nossas ações se baseiam nos nossos próprios desejos
 Por sua vez as ações constrangidas, definem a ausência de controlo e de possibildades alternativas.
 Assim, o compatibilismo defende que o contrário de livre, não é determinado mas sim coagido (forçado)

Juízos de facto e juízos de valor

 Juízos de facto: é uma tentativa da descrição da realidade, sendo fundamentalmente informativo e descritivo
(objetivo/neutro/imparcial)
 Juízos de valor: envolve uma apreciação positiva ou negativa da realidade, podendo ser morais/religiosos/estéticos
 Objetivo: diz que é independente da perceção ou opinião particular
 Subjetivo: diz que pertence a qualquer sujeito, dependendo das suas crenças, objetivos, interesses,…

Perspetivas cognitivistas e não cognitivistas

 Cognitivismo: os juízos morais Os juízos morais


têm valor de
possuem valor de verdade, verdade?
uma vez que constituem
proposições, determinando Não Sim
se algo é verdadeiro ou falso,
tal como o subjetivismo, Não cognitivismo Cognitivismo
Os juízos são
subjetivos ou
relativismo e objetivismo. moral moral
objetivos?

 Não cognitivismo: os juízos Emotivismo Subjetivos Objetivos


morais não possuem valor de
verdade, uma vez que não Subjetivismo Objetivismo
constituem proposições, moral moral

demonstrando apenas como


nos sentimos em relação à Relativismo
moral
realidade, tal como o
emotivismo

Subjetivismo moral
 O subjetivismo moral defende que os juízos morais têm valor de verdade, mas que estes são subjetivos, ou seja,
depende do sujeito que avalia. Desta forma, existem opiniões particulares e não verdades universais
 A favor do subjetivismo surgem 2 argumentos:
o Argumento do desacordo
 Se há desacordo em questões éticas, então não existem verdades objetivas e universais, existindo
apenas opiniões diversas
o Argumento da ausência de prova
 Refere-se à impossibilidade de se provar que um juízo moral é verdadeiro, pois caso houvesse
verdades objetivas, então seria possível provar a sua veracidade

Objeções do subjetivismo moral

 O facto de os argumentos de desacordo e de ausência de prova não serem sólidos, já constitui uma objeção ao
subjetivismo moral, visto que a constatação da diversidade de opiniões não nos leva a concluir que não existem
verdades objetivas

Relativismo moral

 O relativismo moral defende que os juízos morais não são individualmente subjetivos, uma vez que correspondem a
padrões morais de uma dada cultura. Assim a coisa certa a fazer é aquilo que a nossa cultura diz, sendo os juízos de
valor relativos
 A favor do relativismo surgem 2 argumentos:
o Argumento da diversidade cultural
 Se culturas diferentes têm conceções distintas do bem e mal, então não existem verdades
universais, uma vez que todos os valores culturais são aceitáveis, não existindo um mais verdadeiro
que outro
o Argumento da tolerância
 Postula que devemos adotar uma atitude tolerante perante as práticas das outras culturas, não
emitindo juízos sobre elas

Objeções do relativismo moral

 Existência de práticas intoleráveis, segundo o relativismo moral, não podem ser criticadas, impedindo o progresso
civilizacional, levando-nos ao conformismo
 O argumento da diversidade cultutral não é sólido

Objetivismo moral

 O objetivismo moral defende que a verdade dos juízos morais é independente da expressão das emoções ou dos
códigos morais de diferentes culturas.
 O objetivismo defende 2 teses:
o Os juízos morais têm valor de verdade
o A verdade dos juízos é objetiva e independente dos sujeitos que avaliam
o As nossas convicções devem ter por base 3 requisitos: as verdades morais são verdades da razão; as
verdades morais dever ser imparciais, baseando-se em critérios neutros; as verdades morais devem ser
universalizáveis – argumento da imparcialidade

Objeções do objetivismo moral

 Em questões de decisão moral, as pessoas não são rigorosamente imparciais


 As principais objeções relacionam-se com a racionalidade, imparcialidade e universalidade dos juízos morais

Tolerância, intolerância, etnocentrismo e xenofobia

 Tolerância: é o ato de agir com aceitação perante algo que não se quer ou que não se pode impedir.
 Intolerância: é uma atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar
diferenças em crenças e opiniões.
 Etnocentrismo: é a tendência a observar o mundo desde a perspectiva particular do povo e cultura a que se
pertence.
 Xenofobia: é um tipo de preconceito caracterizado pela aversão, hostilidade, repúdio ou ódio aos estrangeiros, que
pode estar fundamentado em diversos fatores históricos, culturais, religiosos, entre outros.

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