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Problemas filosóficos:
Os problemas filosóficos não são empíricos.
São concetuais, como a matemática.
Mas não são problemas matemáticos.
Problemas
Empíricos Concetuais
Ciências Ciências Matemática Filosofia
naturais sociais
Problemas em aberto:
Em filosofia, estudamos os problemas em aberto.
Em vez de procurarmos apenas compreender as ideias dos filósofos, temos de
aprender a discutir ideias filosóficas.
Isso faz-se recorrendo a instrumentos lógicos que vamos estudar de seguida.
O que é um raciocínio?
Um raciocínio é um conjunto de proposições em que se visa justificar uma delas (a
conclusão) com base nas outras (as permissões).
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Conclusões relativas ao valor da filosofia
Características da Filosofia
Historicidade cada filósofo é fruto do seu tempo, e as suas respostas aos problemas
têm que ser enquadradas no seu contexto histórico, mas isto não quer dizer que as
questões filosóficas não permaneçam em aberto.
Autonomia pensar por si próprio – o filósofo ousa pensar por si mesmo servindo-se
da sua própria razão.
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Rede conceptual da ação humana
Agente aquele que age, aquele a quem é atribuída a ação. É o ser humano que
produz a ação e é responsável por ela, o que implica a liberdade e vontade.
Juízos de facto:
Afirmações/proposições que pretendem descrever a realidade.
São claras e objetivos (não dependem da preferência ou apreciação do sujeito).
São empiricamente verificáveis.
Podem ser verdadeiros ou falsos.
Quando verdadeiros, é possível o seu reconhecimento por todos
(universalizáveis).
Juízos de valor:
Expressões que pretendem avaliar a realidade.
São subjetivos, pois resultam da apreciação do sujeito.
Não são empiricamente verificáveis.
Muitas vezes não são consensuais.
“Diremos que o valor é uma maneira de ser ou de agir que uma pessoa ou uma
coletividade reconhecem como ideal e que faz com que os seres ou as condutas às
quais é atribuído sejam desejáveis ou estimáveis”
Guy Rocher, Sociologia geral
Juízos:
De facto: descritivos.
De valor: normativos; não normativos.
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Propriedade dos valores segundo a qual se subordinam uns aos outros em função da
valorosidade que cada um tem para o sujeito.
Circunstâncias de cada valor oscilam entre dois polos, isto é, de um valor positivo se
colocar simetricamente em relação a um valor negativo que é o seu contrário.
Valores:
Úteis
Vitais
Espirituais (intelectuais, morais, estéticos)
Religiosos
Subjetivismo
Argumento da discordância
O argumento da discordância a favor do subjetivismo diz que o que respeita
aos juízos de valor, só há discordâncias: o que uma pessoa considera bom ou
aceitável, outra considera mau ou inaceitável.
Se os juízos de valor fossem objetivos e não subjetivos não haveria discordância
alguma.
Duas objeções
A primeira objeção é que não é verdade que discordemos quanto a todos os
valores.
A segunda objeção põe em causa a ideia de que se um juízo de valor não há
discordância. Pelo contrário, há muitos casos em que estamos perante juízos
que não são subjetivos e, no entanto, há discordância.
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Quando há conflitos de valores não parece haver uma maneira objetiva de
decidir quem tem razão (como acontece nos juízos de facto), e é por isso que
os valores são subjetivos.
Relativismo
O argumento da tolerância
O argumento da tolerância a favor do relativismo baseia-se na ideia de que, se não
aceitarmos o relativismo dos valores, seremos intolerantes. Seremos intolerantes
porque iremos impor os valores da nossa sociedade a sociedades diferentes da nossa
que pensamos estarem completamente erradas, ou porque não seremos capazes de
compreender apreciar diferentes costumes, tradições e maneiras de fazer coisas.
Objetivismo
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A tese central da teoria objetivista é que alguns juízos de valor são objetivos.
O objetivista não defende que todos os juízos são objetivos.
O argumento da tolerância
O argumento da imparcialidade
Objeção ao objetivismo
A fundamentação da moral
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A
fundamentação
da moral
O que está em
Teorias
causa?
Utilitarismo:
Deontologismo:
O bem último A ação correta maximizar a
agir por dever
felicidade
Bem último temos de esclarecer o que é o bem último para podermos justificar
adequadamente as nossas ideias morais.
As duas questões centrais da ética, que justificam se uma ação é correta ou incorreta,
são: “O que é o bem último?” e “Qual é o critério da ação correta?”
Utilitarismo e felicidade
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Felicidade e imparcialidade
Segundo a teoria utilitarista do bem, a única coisa boa em si mesma é a
felicidade.
A felicidade que conta moralmente não é apenas a nossa, mas sim a de todas
as pessoas. Além disso, a nossa felicidade não cinta mais do que a dos outros,
nem menos.
Do ponto de vista utilitarista, pensamos imparcialmente quando damos à
felicidade dos outros exatamente a mesma importância que damos à nossa.
Hedonismo
Bentham
Mill
Na avaliação de uma vida boa não basta ter em conta a quantidade dos
prazeres, mas também a sua qualidade.
Alguns prazeres, em virtude da natureza, são mais valiosos que outros.
Prazeres que resultam do uso das nossas capacidades intelectuais são
superiores e que os prazeres corporais são inferiores.
Objeção ao hedonismo
Segundo Nozick, não é verdade que uma vida seja boa apenas devido às experiências
agradáveis que a constituem. A autenticidade das nossas experiências é algo
intrinsecamente valioso. Uma visa constituída por experiências ilusórias, ainda que
muito agradáveis, tem menos valor do que uma vida real. O mundo ilusório é uma
farsa, sendo uma farsa é falso.
Utilitarismo e consequências
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Se aceitarmos que o bem último é a felicidade, o critério da ação correta é a promoção
da felicidade. É uma teoria consequencialista pois só as consequências contam para a
correção de uma ação.
Consequencialismo e maximização
Uma ação é moralmente correta, se, e só se, tendo em conta as alternativas, for
aquela que mais felicidade trouxer a um maior número de agentes morais. Caso
contrário, a ação é moralmente errada.
Segundo os critérios do utilitarismo, o mero facto de uma ação fazer muitas pessoas
felizes não a torna correta. Em particular, é moralmente errado maltratar uma pessoa
para beneficiar as outras.
Kant
Quatro questões kantianas:
O que posso saber? Conhecimento.
O que devo saber? Ética.
O que me cabe esperar? Deus/alma/mundo.
O que é o Homem?
A teoria do bem
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A ideia de que o bem último é a vontade boa baseia-se no argumento do que
todas as outras coisas podem ser usadas para o mal.
Só a vontade boa não pode ser usada para o mal.
Imperativo
Imperativo hipotético
Imperativo categórico
Mandamento que exige que a vontade seja exclusivamente orientada pela razão, para
tal tem que ser independente de desejos, inclinações particulares e interesses. Ordena
que uma ação seja realizada por ser boa em si mesma e não por causa dos seus
efeitos.
Porque a sua teoria ética nunca nos indica o que fazer em determinada situação
concreta é classificada como uma ética formal.
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Normas do imperativo categórico
1. Perguntarmo-nos se queremos que ela se torne lei universal (esta primeira
formulação garante a imparcialidade e o desinteresse pessoais).
2. A segunda questão a que devemos responder é se, com a nossa ação, estamos
a tratar o outro como um fim em si mesmo (valor absoluto).
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O problema da justificação do Estado
O que é o Estado?
É uma instituição que organiza e regula a vida social, exercendo o seu poder sobre os
cidadãos e manifestando-se sob a forma de autoridade.
A característica essencial de um Estado é a soberania ou o poder político autónomo,
isto é, a capacidade de construir leis jurídicas e de tomar decisões que regulam a vida
publica de uma sociedade, sem se submeter a qualquer outro poder.
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Direito e ética são diferentes e independentes.
A lei decorre de necessidades concretas de cada sociedade; sociedades
diferentes têm problemas diferentes e, portanto, diferentes códigos e sistemas
jurídicos.
É a perspetiva predominante na atual teoria do direito, patente na diversidade
de sistemas jurídicos: o que a lei permite num ordenamento jurídico não é
permitido em outro (ex.: leis sobre o limite de velocidade automóvel).
Desobediência civil
Discriminação positiva
Consiste em tratar certos grupos de pessoas de forma preferencial, beneficiando-os
deliberadamente, de modo a compensá-las por terem sido anteriormente vítimas de
discriminação.
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Liberalismo
Igualitarismo
É a perspetiva segundo a qual a igualdade é o valor fundamental que uma sociedade
deve promover.
Liberdade
Negativa: ausência de coerção.
Positiva: é o controlo efetivo sobre a própria vida.
Posição original: imaginar que estamos numa situação inicial hipotética, na qual vamos
ter de escolher os princípios da sociedade em que iremos viver.
Véu da ignorância: usado por Rawls para ilustrar a circunstância em que temos de
avaliar princípios da justiça de forma imparcial, sem ter em conta a nossa condição
partical.
Princípios da justiça
Devemos garantir três coisas:
Os mesmos direitos e deveres básicos para todos;
As desigualdades só seriam admissíveis se todos beneficiassem com isso, em
especial os mais desfavorecidos;
Ninguém seria beneficiado ou prejudicado pela sorte natural ou pelas
circunstâncias sociais.
Maximizar o mínimo
Sob o véu ignorância, o mais racional é jogar pelo seguro.
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Utilitaristas: defendem que devemos maximizar a felicidade geral.
Exemplo da regara de maximin.
A dimensão religiosa
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Religião e sentido
Condições do sentido:
Uma atividade tem sentido quando é um meio adequado para uma finalidade de valor.
Por vezes descobrimos que fizemos algo sem sentido:
Porque não era um meio adequado.
Porque o que queríamos não era alcançável.
Porque o que queríamos não tinha valor.
A existência humana é absurda, porque caso deixemos de existir não faz qualquer
diferença.
Estamos muito atarefados a fazer várias coisas, mas cuja existência é irrelevante.
Argumento da morte
Daqui a um milhão de anos estaremos todos mortos. Não podemos alcançar as nossas
finalidades porque somo mortais.
É por isso que a nossa existência não tem sentido.
Argumento do tédio
É irrelevante que qualquer das nossas finalidades seja forte de tédio se for
perlongada para sempre.
Somos seres temporais e tudo o que for perlongada para sempre parece
destituído de sentido.
O que conta é o que tem valor do nosso ponto de vista de seres temporais e
mortais.
Resposta religiosa
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A ideia central da teoria religiosa é a de que Deus dá sentido à nossa existência. Deus
criou-nos com um objetivo em mente e garante-nos a eternidade.
Argumento do propósito
Objeção do propósito
Põe em causa a ideia de que basta que uma existência tenha um propósito de valor
para ter sentido.
Argumento de eternidade
Baseia-se na ideia de que a nossa existência tem sentido porque não é efémera (Deus
garante-nos a eternidade, por isso a nossa existência tem sentido).
Argumento da entrega
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Não basta o sentimento subjetivo de realização para que a nossa existência tenha
sentido.
Kierkegaard e o fideísmo
Argumento da fé
Objeção ao argumento da fé
Se não for correto enganar os outros, não é correto ter fé. Assim, a objeção é que o
argumento em defesa da crença sem provas é circular.
A aposta de Pascal
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Não somos crentes Tudo a perder Nada a ganhar
A divindade teísta
A ordem que observamos no Universo, em que diversas partes se organizam entre si, é
prova da existência de Deus.
A versão de semelhança
Uma objeção ao argumento anterior é que há uma diferença muito importante entre
os artefactos e o Universo. Nos primeiros, a nossa conclusão é correta porque já vimos
várias; e, em todos os casos, os artefactos foram feitos por seres inteligentes. No caso
do Universo, contudo, não vimos vários, só vimos um Universo. Por isso, não sabemos
se foi ou não feitos por seres inteligentes.
A versão de ordem
Se Deus não existe, o acaso é responsável pela ordem que observamos no Universo.
Mas o acaso não pode ser responsável por tal ordem, tal como as nuvens não podem
escrever por mero acaso – Os Maias.
Logo, Deus existe.
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Esta objeção põe em causa a segunda premissa do argumento do desígnio
anterior, mostrando que o acaso é muitas vezes responsável pela ordem.
A ordem não pode ser natural, alguém teve de a conceber e criar. Charles
Darwin tem uma teoria que prova que em muitos casos a ordem tem origem no
mero acaso.
Se a ideia é que Deus se causa a si mesmo, porque não pode o Universo causar-se a si
mesmo?
Pressupõe-se sem justificação que caso o Big Bang seja a origem de tudo, não
há outra maneira de o explicar exceto recorrendo a Deus. Mas parece haver
outras maneiras. Logo, a premissa é pelo menos duvidosa.
Se a sequência de seres não para no Big Bang, se é infinita, temos mesmo de
supor que Deus o criou? Talvez a sequência seja externa e seja impossível que
não exista. Ou talvez tenha surgido do nada. Assim, a premissa é pelo menos
duvidosa.
A prova ontológica
Supor que Deus não existe leva a uma contradição, e isso é a prova da sua existência.
O argumento ontológico
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Há dois aspetos importantes para compreender o argumento:
Distinção entre existir no pensamento e existir na realidade.
Ideia de grandiosidade.
A ideia de Santo Anselmo é que Deus é um ser de tal modo superior, que é
inconcebível que exista outro que seja superior a ele.
O facto de definirmos algo como a coisa mais grandiosa não faz essa coisa passar a
existir. Do mesmo modo, também não parece correto concluir que Deus existe só
porque o definimos como o ser mais grandioso.
O ónus da prova
O problema do mal
A defesa do livre-arbítrio
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Um mundo com mal natural permite a existência de bens que de outro modo
não poderiam existir. Ao permitir o mal natural, Deus está a promover por
outros meios.
Não há incompatibilidade entre Deus e o mal natural.
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