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Teorias Este argumento pode ser

formulado da seguinte forma:


Subjetivismo 1. Mesmo dentro de cada
Relativismo sociedade ou cultura
Objetivismo existem amplos e
profundos desacordos
Subjetivismo no que diz respeito ao
De acordo com o subjetismo, valor de verdade dos
os juízos morais são crenças acerca juízos morais.
das nossas preferências pessoais e 2. Se, além das nossas
subjectivas. Neste sentido, preferências pessoais e
podemos dizer que eles têm valor subjectivas, houvesse um
de verdade, são verdadeiros domínio de factos
quando descrevem morais ao qual
adequadamente as nossas pudéssemos apelar,
preferências e são falsos quando então tais desacordos
isso não acontece. não teriam lugar.
3. Logo, não há um
Os juízos de valor são meras domínio de factos
expressões das preferências dos morais além das nossas
sujeitos, exprimem estados preferências pessoais e
psicológicos internos (sentimentos subjectivas.
de agrado ou de desagrado,
preferência ou rejeição) que Objeções
caracterizam o sujeito que formula
o juízo. Assim, a sua verdade ou Não é verdade que
falsidade não depende do modo discordemos relativamente a
como o mundo é, mas dos estados todos os valores. Existem juízos
psicológicos dos sujeitos. Por de valor consensuais, como a
rejeição da escravatura, do
exemplo, o juízo moral “A
homicídio, da exploração das
escravatura é injusta” expressa o mulheres, com base nos
sentimento de desagrado do valores inscritos na
sujeito em relação à escravatura. Declaração Universal dos
Direitos Humanos.
Principal argumento a favor:
Argumento do conflito de
valores Por outro lado, também existe
(argumento dos desacordos) discordância em relação a
muitos juízos objetivos (por
exemplo, quanto à existência
ou não de extraterrestres). racismo, qualquer tipo de
Assim, a objetividade de um discriminação, o homicídio, …
juízo é compatível com a
existência de discordância.
Relativismo
Conclusão: a discordância não é
suficiente para provar a
subjetividade dos juízos. O relativismo cultural defende
que os juízos morais são crenças
Para o subjetivista, como acerca do código moral vigente
vimos, não há uma na nossa sociedade ou cultura, isto
preferência ética melhor ou é, acerca do conjunto de regras
que os membros da sociedade
pior, o que tira todo o sentido
acordaram para organizar as suas
ao debate racional sobre
vidas em conjunto.
questões morais. Nunca é
O relativismo é uma
possível que alguém esteja
alternativa ao subjectivismo pois ao
enganado em questões
contrário deste os juízos morais no
morais.
relativismo referem-se às
preferências colectivas.
Os juízos de valor são
Mas isto tem graves convenções sociais que coincidem
consequências: com o que é socialmente
Se não fosse possível discutir aprovado ou reprovado. Não
racionalmente conceções existem verdades morais universais.
morais, as consequências Nenhuma sociedade está certa ou
seriam moralmente errada em sentido absoluto. A
verdade dos juízos morais depende
indesejáveis, pois a ética
do que cada sociedade aprova
tornar-se-ia arbitrária, ou desaprova, acredita ser
legitimando qualquer juízo e moralmente correto ou incorreto.
qualquer comportamento, Assim, nenhuma sociedade está
desde que estivesse de mais próxima da verdade do que
acordo com os sentimentos do outra, as verdades morais, ao
sujeito. Mas, existem critérios contrário das verdades de facto,
não têm que ser as mesmas para
universais que nos permitem
todas as sociedades. O bem é o
assumir um ponto de vista que é aprovado pela maioria das
imparcial numa situação de pessoas de uma sociedade e o
conflito de valores, mal é o que a maioria da
possibilitando o debate sociedade desaprova.
racional. A dignidade humana  O principal argumento a favor

pode ser um desses critérios é o argumento da diversidade


que nos permite condenar o cultural :
1. Culturas diferentes têm O relativismo promove a
códigos morais coesão social e a tolerância face
diferentes. ás outras culturas
2. Se culturas diferentes Argumento da
têm códigos morais Tolerância e da Coesão
diferentes, então não há Social
uma verdade moral 1. O relativismo cultural
objetiva (pois, a verdade promove a tolerância
dos juízos morais é entre sociedades
sempre relativa à cultura
ou grupo social).
diferentes (na ausência
3. ∴ Não há uma verdade de valores absolutos,
moral objectiva devemos ser tolerantes e
não ter uma atitude
Objeções destrutiva em relação aos
outros povos e culturas,
Contra a premissa (1): pois qualquer
Há algumas regras morais
que todas as sociedades
comportamento
têm em comum (p.e. socialmente aceite terá
regras contra o que ser considerado
homicídio). correto. A atitude correta
em relação às outras
Contra a premissa (2): culturas não é a de tentar
O facto de haver culturas corrigir, mas a de aceitar,
com códigos morais
diferentes não é uma
evitando conflitos – não
condição suficiente para há valores melhores ou
que não haja uma piores, mas apenas
verdade moral objetiva. valores aprovados pelas
Pode suceder que haja diferentes comunidades).
culturas com códigos 2. O relativismo cultural
morais errados. promove a coesão social
É, por isso, um argumento
fundamental para a
fraco, pois a diversidade não é sobrevivência da
suficiente para provar que sociedade (pois,
nenhuma sociedade está correta aceitamos como certo
ou errada sobre questões morais. aquilo que a maioria
Essa diversidade pode ser apenas determina).
sinal de que há sociedades que 3. Se o relativismo cultural
estão erradas acerca de algumas
questões morais e não que
promove a tolerância e a
nenhuma está errada
coesão social, então essa tiverem aprovação
é uma teoria plausível. numa sociedade .
4. ∴ O relativismo cultural é
uma teoria plausível. Contra a premissa (2):
O relativismo cultural
Objeções conduz ao conformismo
Contra a premissa (1): moral, a aceitar tudo
A tolerância nem aquilo que é
sempre é desejável, pois socialmente aprovado
leva-nos a aceitar como pela maioria.
corretas práticas A maioria pode estar
moralmente enganada, muitas vezes
condenáveis (a as crenças da maioria
tolerância tem limites, são moralmente erradas
pois nem todo o (por ex. Apartheid, o
comportamento nazismo).
socialmente aceite deve O inconformismo é um
ser tolerável). Ex.: não dos motores do
podemos tolerar práticas aperfeiçoamento moral
culturais atentatórias da da sociedade. Ao longo
dignidade humana, da história, temos
como a mutilação exemplos de pessoas
genital feminina, que combateram
discriminação da injustiças, que não se
mulher, a exploração de conformaram com o
minorias,… (O relativismo que era aprovado pela
é incompatível com a maioria da sociedade e
Declaração Universal de a sua luta conduziu ao
Direitos Humanos). progresso (Ex: Mandela,
Martin Luther King,
O relativismo cultural Mandela, …).
pode conduzir à
aprovação da O relativismo torna
intolerância, tornando-se incompreensível o
incoerente, pois se todos progresso moral,
os valores são relativos e aceitando apenas a
assume o valor da mudança, as
tolerância como sociedades podem
absoluto, leva-nos a mudar, tornar-se
tolerar práticas de diferentes, mas nunca
intolerância, a ser mais perfeitas ou
tolerantes com todos os melhores, pois isso seria
juízos de valor, incluindo admitir que as práticas
os de intolerância, se anteriores não eram
corretas. Ora, a abolição Um argumento a favor
da escravatura, o pode ser formulado da
reconhecimento dos seguinte forma:
direitos das mulheres, a 1. Há juízos morais que
condenação do racismo não são justificáveis
são exemplos de que a de um ponto de
humanidade tem vista imparcial.
realizado progressos no 2. Sé há juízos morais
plano moral. que não são
justificáveis de um
ponto de vista
Objetivismo imparcial, então há
juízos morais
Os objectivistas consideram objectivamente
que os juízes morais são crenças falsos.
pois defendem que os juízos morais 3. Logo, há juízos
têm valor de verdade morais
independente de qualquer objectivamente
perspectiva, isto é, os juízos morais falsos
são objectivamente verdadeiros ou
objectivamente falsos. Criticas ao objectivismo
a justificação -O argumento dos
da verdade dos juízos de desacordos
valor requer - O argumento da
argumentação racional e estranheza
reflexão imparcial.
A moral não é uma questão
de sentimentos e os juízos morais
não descrevem apenas estados
psicológicos do sujeito que profere
o juízo nem o que é aprovado
socialmente.
Os juízos morais podem ser
avaliados de forma racional (e
corrigidos): são verdades de razão.
Um juízo moral é
racionalmente justificado quando
dispõe dos melhores argumentos a
seu favor.
Os juízos morais são em parte
descritivos, têm valor de verdade e
são objetivos (não variam
consoante as preferências de
quem os formula).

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