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Juízo de Facto - é juízo de facto quando este é descritivo, este visa descrever o modo como as coisas
são, mesmo que descreva erradamente.
Juízo de Valor - é juízo de valor quando este não visa descrever o que as pessoas fazem, mas sim o
que gostaríamos que fizessem, este é um juízo puramente normativo ou prescritivo. Um juízo
normativo não visa descrever as coisas como elas são, mas antes exprimir o que pensamos que elas
devem ser.
Teoria do Subjetivismo
Tese do subjetivismo: os valores são relativos aos sujeitos. Nenhum valor é objetivo
O subjetivista pensa que os juízos de valor são apenas preferências pessoais. P.e: o Luís defende que
devemos mentir em alguns casos, está apenas a manifestar a sua preferência. E claro, a Joana tem
outra preferência e defende que nunca devemos mentir. MAS nenhum dos dois tem mais razão do
que o outro. É por isto que dizem que gostos não se discutem: os valores são subjetivos.
O argumento da discordância
O argumento da discordância a favor do subjetivismo baseia-se na ideia de que, no que respeita aos
juízos de valor, só há discordâncias: o que uma pessoa considera bom ou aceitável, outra considera
mau ou inaceitável. É por isso que são subjetivos. Se fossem objetivos, essas discordâncias não
existiriam.
Se o valor de verdade dos juízos morais não depende da perspetiva de cada sujeito, então teremos
limites na nossa liberdade de ação (pois, o valor de verdade desses juízos será imposto por algo
exterior ao sujeito). Mas, não queremos ter limites na nossa liberdade de ação. 3 ∴ O valor de
verdade dos juízos morais depende da perspetiva de cada sujeito.
• O subjetivismo não nos dá informações sobre como usar a liberdade de forma responsável.
• Seguindo o subjetivismo, nenhum ponto de vista, por muito monstruoso ou absurdo que seja, pode
ser considerado realmente errado ou pelo menos pior do que pontos de vista alternativos.
• A educação moral deixa de fazer sentido.
Se o valor de verdade dos juízos morais depende da perspetiva de cada sujeito, então cada um
tem as suas preferências (não havendo uma preferência melhor ou pior).
Ora, se cada um tem as suas preferências (não havendo uma preferência melhor ou pior), então
tornamo-nos mais tolerantes a respeito das pessoas com preferências diferentes.
∴ Se o valor de verdade dos juízos morais depende da perspetiva de cada sujeito, então tornamo-
nos mais tolerantes.
Objeções ao Subjetivismo
O subjetivismo moral torna impossível a discussão de questões morais.
Imaginemos que José defende que o aborto é errado e que Miguel defende que o aborto é
moralmente aceitável. Segundo o subjetivista, eles não estão realmente em desacordo sobre se o
aborto é ou não moralmente legítimo. Estão simplesmente a exprimir os seus sentimentos sobre a
moralidade do aborto. Será perda de tempo que um tente convencer outro de que está enganado.
O subjetivismo ético acredita que não há verdades morais objetivas porque os assuntos morais são
objeto de discórdia generalizada, mas isso não prova que não haja uma resposta correta ou verdades
objetivas.
Teoria do Relativismo
Quando uma sociedade condena ou aceita um dado juízo de valor, não pode estar enganada. Os
relativistas pensam que os juízos de valor não passam de preferências sociais.
• Na ética não há verdades universais; o certo e o errado variam de sociedade para sociedade.
comportamento.
2. Tese relativista: não há padrões universais do correto e do incorreto, e a ética é relativa à cultura.
1O relativismo cultural promove a tolerância entre sociedades diferentes (pois, leva-nos a não ter
uma atitude destrutiva em relação aos outros povos e culturas).
3Se o relativismo cultural promove a tolerância e a coesão social, então essa é uma teoria plausível.
Objeções ao Relativismo
Há uma diferença significativa entre o que uma sociedade acredita ser moralmente correto e
algo ser moralmente correto.
O RMC reduz a verdade ao que a maioria julga ser verdadeiro. Desde quando o que maioria
pensa é verdadeiro e moralmente aceitável?
O RMC parece convidar-nos ao conformismo moral, a seguir, em nome da coesão social, as
crenças dominantes. Segundo o RMC os juízos morais de cada indivíduo são verdadeiros se
estiverem em conformidade com o que a sociedade a que pertence considera verdadeiro.
O RMC parece implicar que a ação dos reformadores morais é sempre incorreta. Se para o
RMC o conformismo é uma virtude – e algum conformismo é preciso para viver em sociedade
– essa virtude pode transformar – se em obediência cega e em passividade.
Se o relativismo cultural fosse verdadeiro, não faria sentido falar de progresso moral. P.e: o
facto de as mulheres há décadas atrás não poderem votar e hoje já poderem (em muitos
países) é habitualmente visto como uma mudança positiva, como um progresso.
Teoria do Objetivismo
Tese do objetivismo: A tese central do objetivismo é que alguns valores são objetivos. O objetivista
não defende que todos os juízos de valor são objetivos. Isto significa que, quando uma pessoa ou
sociedade condena ou aceita dado juízo de valor, pode estar enganada, tal como acontece com
juízos de facto.
• Os juízos morais baseiam-se numa preocupação em considerar todas as pessoas de igual modo;
ou seja, baseiam-se em critérios transubjetivos de valoração.
Tese:
Os juízos morais têm valor de verdade e este em nada depende da perspetiva do sujeito que os
profere.
Se o juízo moral de que a intolerância é errada fosse apenas relativo à nossa sociedade, então
seria aceitável que outras sociedades fossem intolerantes.
Mas não é aceitável que as outras sociedades sejam intolerantes (p.e. nazismo, Daesh, etc).
∴ O juízo moral de que a intolerância é errada não é relativo à nossa sociedade.
Argumento da imparcialidade:
Se os juízos morais não são objetivamente verdadeiros (ou falsos), então não podemos justificar
os nossos juízos morais de um ponto de vista imparcial.
Mas, podemos justificar os nossos juízos morais de um ponto de vista imparcial (p.e.: A
escravatura é injusta).
Síntese
Uma pessoa afirma que “X é moralmente aceitável”, enquanto outra afirma que “X é moralmente
inaceitável”.
Será que estas pessoas estão em desacordo?
Não, responde o subjetivista moral. Essas pessoas estão simplesmente a expressar os seus
sentimentos face a X. Se são sinceras quanto a isso, então aquelas afirmações são ambas
verdadeiras.
Não, responde o relativista cultural, se essas pessoas pertencerem a culturas diferentes, a primeira na
qual X seja aprovado, a segunda na qual X seja reprovado.
Segundo o relativista cultural, não há razões para contestar qualquer dos juízos morais, desde que
cada um deles expresse a perspetiva maioritária de cada sociedade.
Sim, responde o objetivista moral. As pessoas que exprimem estes juízos estão de facto em desacordo
e estes não podem ter o mesmo valor de verdade. Por isso o subjetivismo moral e o relativismo cultural
não podem ser teorias corretas. Para o objetivismo, um juízo moral tem de ser apoiado em boas razões
que são imparciais.