Ceticismo
O cepticismo é a perspectiva
epistemológica que nega total ou parcialmente
a possibilidade de conhecimento.
O cepticismo pode ser localizado ou
global.
O conhecimento localizado defende que
não podemos ter conhecimento sobre certas
categorias de factos.
O conhecimento global afirma que não
podemos saber nada acerca do mundo.
O cepticismo generalizado/ radical é
também conhecido como cepticismo pirrónico
ou pirronismo por referência ao fundador, na
Grécia, da longa tradição cética, Pirro de Élis
Existem 4 argumentos que constituem
uma parte relevante da fundamentação e do
desafio cético:
o O argumento da regressão da
justificação.
o O argumento da ilusão dos sentidos.
o O argumento do sono.
o O argumento do cérebro numa cuba.
O argumento da regressão da
justificação
Dissemos que há conhecimento quando as
nossas crenças verdadeiras estão justificadas,
isto é, quando temos boas razões para acreditar
que as crenças que temos são verdadeiras.
Acontece que apelar a boas razões para
justificar uma dada crença é suportá-la em
outras crenças que possuímos. E isto levanta
um desafio, o da regressão da justificação.
De acordo com o cepticismo quando
pretendemos justificar uma crença por
intermédio de outras crenças estão disponíveis
3 alternativas:
o Ou regredimos infinitamente, na
cadeia de justificação
o Ou paramos arbitrariamente numa
crença não justificada.
o Ou raciocinamos em círculos,
incorrendo numa petição de
princípios.
Nenhumas destas 3 alternativas
resolvem o embaraço da regressão da
justificação.
Se há crença A ocorrer algumas das 3
hipoteses ditas anteriormente, nenhuma das
crenças está justificada e há a possibilidade de
estarmos enganados relativamente á crença A.
Trata-se do trilema de Fries ao que se dá
também o nome de trilema de Munchlausen ou
trilema de Agripa.
O argumento da ilusão dos
sentidos
Este argumento defende que se os
sentidos nos enganam algumas vezes, então
nunca podemos ter a certeza de não estarmos a
ser iludidos por eles novamente.
Assim sendo, as crenças fundadas nos
intermediários perceptuais (os sentidos) não
estão justificadas.
O realismo directo ou ingénuo diz que os
sentidos são relativamente confiáveis e dão-
nos a imagem fidedigna do mundo, este
realismo opõe-se ao realismo indirecto.
O argumento do sonho
Raramente estamos cientes de estarmos
a sonhar, e muitas vezes, as experiências
sensoriais são idênticas ás que temos quando
estamos acordados.
Logo, a verdade é que, enquanto
dormimos, não estamos a ser enganados pelas
representações de sentidos particulares, mas
sim, todos os nossos sentidos estão a ser
iludidos.
O argumento do cérebro numa
cuba.
Este argumento cria um cenário
hipotético onde o nosso cérebro foi retirado do
nosso corpo e colocado numa cuba, onde as
experiencias sensoriais são simuladas pelo
computador, são indistinguíveis das
experiências da vida real.
Logo, eles dizem
“ Se S sabe P, então S sabe que não é um
cérebro numa cuba.
S não sabe que não é um cérebro numa
cuba.
Logo, S não sabe que P”