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"Como sabemos que não estamos a sonhar?

"
A possibilidade do sonho é o ponto de partida de alguns filósofos céticos,
nomeadamente de Pirro de Elis, para duvidar que as pessoas saibam o que acham
que sabem. Também Descartes começa por aceitar esse argumento dos céticos,
imaginando, além disso e de forma mais radical, um deus enganador que
manipula os nossos pensamentos.
Contrariamente aos céticos, quer descartes, quer David Hume afirmam a
possibilidade de conhecermos, ao encontrarem na razão e na experiência,
respetivamente, as bases solidas que sustentam o edifício do conhecimento.
Uma abordagem cética, muitas vezes atribuída a descartes a certeza de nossas
perceções ele argumentou que, enquanto estamos a sonhar, as experiências
podem parecer tao vívidas e convincentes como se estivéssemos acordados. Não
podemos distinguir de maneira definitiva entre a realidade e os sonhos porque,
em ambos os casos, estamos sujeitos às nossas próprias perceções. As sensações,
emoções e experiências em um sonho podem ser tao tangíveis quanto aquelas
que experimentamos quando estamos acordados.
Enquanto as pessoas sonham, normalmente não se apercebem de que o estão
a fazer (se se apercebem, é chamado de sonho lúcido). Este facto levou filósofos a
supor se não estaremos num estado de sonho constante em vez de numa
realidade acordada. Bom, é possível notar a estranheza de um sonho enquanto se
está dormindo. Sonhadores lúcidos sabem quando sonham. Por definição, se você
estivesse tendo um sonho lúcido, você saberia. Porém, tudo o que isso prova é
que você não está tendo um sonho lúcido - mas não prova que você está
acordado.

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