Você está na página 1de 1

O ceticismo é a perspetiva epistemológica que nega total (ceticismo global ou pirrónico) ou

parcialmente (ceticismo localizado ou moderado) a possibilidade do conhecimento.


Isto significa que os céticos não acreditam que possa haver nunca conhecimento por parte do
Homem. Os saberes que vamos pensando adquirir, na verdade, são ilusões, sonhos, enganos
ou uma cadeia de justificações que não são justificadas.

O ceticismo pode ser resumido no argumento: Se S sabe que P, então não é possível que S
esteja enganado acerca de P; É possível que S esteja enganado acerca de P; Logo, S não sabe
que P.
Esta é a forma lógica que expressa o ceticismo: se o sujeito conhece P, então há conhecimento.
Contudo, os céticos afirmam que andamos enganados, iludidos ou baseados numa cadeia de
justificações infinitas, logo, não há conhecimento.

Os argumentos da regressão infinita da justificação, da ilusão, do sonho e do cérebro numa


cuba são quatro argumentos que desafiam a possibilidade do conhecimento.

Regressão infinita da justificação:

Se para tudo temos uma justificação, nessa cadeia, a associação que fazemos entre causas e
justificações não faz sentido, pois, ou ela é infinita (logo não chegamos a qualquer
conhecimento), ou se a regredirmos na sua ordem, não faz sentido. Exemplo: As maças são
frutas, porque nascem das árvores. As árvores são naturais porque crescem do chão. Logo as
maçãs são naturais e crescem do chão. - errado.

Argumento da ilusão

Sentimos que sabemos, contudo o que há mais para conhecer é muito mais amplo, por isso,
nada verdade, não conhecemos nada. Exemplo: conheço o bairro de Paris nº66. Mas conheço
Paris? Não, apenas uma parte que não dá conhecimento.

Argumento do sonho

Podemos estar a viver algo que pensamos ser realidade e, na verdade, ser um sonho. Assim, o
que sabemos nesse sonho não é real, logo não conhecemos. Se um dia acordássemos,
veríamos que não conhecíamos, pois não encontraríamos o conhecimento (do sonho) na
realidade.

Argumento do cérebro numa cuba

Havendo um conhecimento que não nos chega, isso não faz com que conheçamos o que quer
que haja. É como se o conhecimento estivesse no nosso cérebro, mas este apenas no dê
estímulos sobre algo, sem que, de facto, o tenhamos experienciado para conhecer.

Você também pode gostar