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1. O que é a epistemologia?
A palavra epistemologia tem a sua raiz em dois termos gregos: epistemé, que significa
“conhecimento”, e logos, que significa “estudo” ou “teoria”. Como tal, a epistemologia dedica-se
ao estudo do problema da natureza, da origem e da possibilidade do conhecimento, sendo por
isso uma das disciplinas centrais da filosofia. A epistemologia coloca questões como as seguintes,
procurando dar-lhes resposta:
Qual é a essência ou natureza do conhecimento? (O que é o conhecimento? Em que
consiste?).
Qual é a origem do conhecimento? (Donde provém o conhecimento? Onde se encontra
fundado/fundamentado? Qual é a sua fonte de jus ficação?).
Qual é a possibilidade do conhecimento? (Será o conhecimento possível? Poderemos
realmente conhecer alguma coisa?).
Existem muitos contraexemplos que mostram que, apesar de uma determinada crença
poder ser verdadeira e poder estar bem jus ficada, a jus ficação que o sujeito tem para essa
crença pode não se basear nos aspetos relevantes da realidade que tornam a sua crença
verdadeira. Recordem-se dos contraexemplos do relógio parado (ver p. 33 do manual), da fake
news sobre o Cris ano Ronaldo e a Coca-Cola (ver p. 37 do manual) ou das diversas no cias que
vos mostrei sobre o eclipse solar que supostamente iria ser visível em Portugal em outubro do
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ano passado. Todos estes contraexemplos mostram que as três condições que Platão julgava
serem necessárias e suficientes (conjuntamente) para que haja conhecimento, afinal não são
condições suficientes conjuntamente (apesar de serem necessárias).
Há mais de 2000 anos que diferentes filósofos se têm debruçado sobre o problema da
origem do conhecimento, procurando perceber donde provém o conhecimento e qual é a sua
fonte de jus ficação. Platão, por exemplo, acreditava na reencarnação das almas e por isso
julgava que já nascemos com conhecimento, pelo que apenas precisamos de ajuda para
relembrá-lo e recordá-lo. O seu discípulo Aristóteles, pelo contrário, julgava que nascemos com
a mente em branco, pelo que acreditava que todo o nosso conhecimento tem origem na
experiência adquirida após o nascimento. Estas duas perspe vas antagónicas foram,
respe vamente, a base daquilo que, posteriormente, viria a ser chamado de racionalismo e
empirismo.
5. O que é o fundacionalismo?
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aquele é vermelho; o Aníbal e o Asdrúbal são solteiros, enquanto o Leal e o Pascoal são casados).
As verdades matemá cas ou da geometria são bons exemplos de conhecimentos a priori,
enquanto os juízos con ngentes (ou seja, juízos que dependem das circunstâncias concretas) são
bons exemplos de conhecimentos a posteriori.
Este problema pode ser apresentado sob a forma de diversas questões, como por exemplo
as seguintes: Será o conhecimento possível? Poderemos realmente conhecer alguma coisa?
Tanto o racionalismo como o empirismo apresentam uma resposta afirma va para este
problema, pois ambas perspe vas consideram que existem fundamentos sólidos para alicerçar
o conhecimento, e daí que se enquadrem no chamado fundacionalismo.
Não obstante, existe uma terceira perspe va que apresenta uma resposta diferente a este
problema: o ce cismo.
Com base nestes três argumentos, os cé cos defendem que nenhuma crença está
devidamente jus ficada, pelo que recomendam a suspensão do juízo (epoché, em grego) acerca da
possibilidade do conhecimento.
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