Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A ideia de episteme. Que é uma palavra grega para conhecimento, tem seu sentido
amplo e abrange a busca por um conhecimento que seja verdadeiro, confiável e aplicável
em diversas situações no mundo. Tudo nos indica que a questão principal é compreender:
como podemos saber o que é verdadeiro e confiável enquanto conhecimento? Essa é a
questão que tratamos como fundamental da epistemologia.
Não há consenso no mundo filosófico, pode haver os tratados e essas são apenas
algumas das perspectivas desenvolvidas na históricas acerca da natureza do conhecimento e
de como ele é obtido. Interessante que hoje em dia, em pleno século XXI, existem muitas
outras teorias e perspectivas que buscam na epistemologia questões para exploram o
conhecimento de maneiras diferentes.
Veja que o velho exemplo: se uma pessoa acredita que está chovendo lá fora, mas
não tem nenhuma boa razão para essa crença, pode ser apenas uma sorte ou coincidência
que a crença seja verdadeira. Essa pessoa não pode afirmar que "sabe" que está, ou não,
chovendo lá fora. Por outro lado, se uma pessoa acredita que está chovendo lá fora e tem
boas razões para essa crença, como ver as nuvens escuras no céu e ouvir o som da chuva,
então ela pode afirmar que "sabe" que está chovendo lá fora. Portanto, a diferença entre
conhecimento justificado e crença verdadeira é que o conhecimento justificado é uma
crença verdadeira que é fundamentada por razões suficientes e boas, enquanto a crença
verdadeira pode ser apenas uma coincidência ou sorte, sem fundamentação adequada para
constituir o conhecimento.
A ideia é que, para saber algo, não é suficiente apenas acreditar que é verdadeiro, é
necessário ter uma justificativa para essa crença. Mais um exemplo clássico é: se alguém
acredita que a Terra é plana, mas não tem nenhuma evidência ou justificativa para essa
crença, essa pessoa não tem conhecimento real da forma da Terra. Por outro lado, se
alguém acredita que a Terra é redonda com base em evidências científicas comprovadas,
então essa pessoa tem conhecimento justificado pela autoridade da ciência.
Esses são apenas alguns exemplos de como a epistemologia foi explorada ao longo
da história da filosofia. Cada filósofo contribuiu com sua própria perspectiva e teorias sobre
a natureza do conhecimento e como ele é obtido.
Outro filósofo importante na história da epistemologia é David Hume. Em sua obra
"Investigação sobre o Entendimento Humano", Hume argumenta que todo o conhecimento
é baseado na experiência sensorial e que não há garantias absolutas de que nossas crenças
baseadas na experiência sejam verdadeiras. Hume defende que todas as nossas crenças são
baseadas em hábito e associação de ideias, e não em uma justificação racional ou científica.
Hume argumenta que, mesmo que tenhamos experiências repetidas que parecem confirmar
uma crença, não podemos ter certeza absoluta de que essa crença é verdadeira. Essa
perspectiva levou Hume a questionar a validade de conceitos como causa e efeito, que eram
considerados fundamentais na filosofia da ciência na época.
Uma das respostas a Hume veio de Immanuel Kant, que argumentou que nosso
conhecimento é baseado tanto na experiência sensorial quanto em nossas estruturas
mentais inatas. Ele argumentou que, embora não possamos ter certeza absoluta sobre o
mundo em si, podemos ter certeza de que nosso conhecimento é coerente e consistente
com nossas estruturas mentais.
Referências filosóficas
- BonJour, Laurence. Epistemology: Classic Problems and Contemporary Responses. Rowman &
Littlefield, 2009.
- Kornblith, Hilary. Knowledge and Its Place in Nature. Oxford University Press, 2002.
- Sosa, Ernest. A Virtue Epistemology: Apt Belief and Reflective Knowledge. Clarendon Press,
2007.
Essas são apenas algumas sugestões, e há muitas outras obras importantes na área da
1. Audi, R. (2010). Epistemology: A Contemporary Introduction to the Theory of Knowledge.
Routledge.
2. BonJour, L. (2010). Epistemology: Classic Problems and Contemporary Responses. Rowman &
Littlefield Publishers.
3. Chisholm, R. M. (1989). Theory of Knowledge. Prentice-Hall.
4. Goldman, A. I. (1986). Epistemology and Cognition. Harvard University Press.
5. Kornblith, H. (ed.) (2001). Epistemology: Internalism and Externalism. Blackwell.
6. Pollock, J. L. (1986). Contemporary Theories of Knowledge. Rowman & Littlefield Publishers.
7. Sosa, E. (ed.) (1991). Epistemology: An Anthology. Blackwell.
8. Williamson, T. (2000). Knowledge and Its Limits. Oxford University Press.
9. Fricker, M. (2018). Epistemology: A Contemporary Introduction. Routledge.
10. Goldman, A. I. (2011). Reliabilism. In E. N. Zalta (ed.), The Stanford Encyclopedia of Philosophy
(Fall 2011 Edition).
11. Kornblith, H. (ed.) (2001). Epistemology: Internalism and Externalism. Blackwell.
12. Fine, G. (2003). Plato on Knowledge and Forms: Selected Essays. Oxford University Press.
13. Irwin, T. (1988). Aristotle's First Principles. Oxford University Press.
14. Owens, J. (1978). The Doctrine of Being in the Aristotelian Metaphysics. Pontifical Institute of
Mediaeval Studies.
15. "A República" de Platão, Coleção Os Pensadores
16. "Theory of Knowledge" de Keith Lehrer e Stewart Cohen
17. Descartes, R. (1641). Meditações sobre a Filosofia Primeira.
18. Locke, J. (1689). Ensaio sobre o Entendimento Humano.
19. Kant, I. (1781). Crítica da Razão Pura.
20. Hume, D. (1748). Investigação sobre o Entendimento Humano.