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Defender o empirismo ou radicalismo:

Segundo o racionalismo, a razão é a origem do conhecimento. Só através da razão é que se pode


encontrar um conhecimento seguro, apoiado em princípios evidentes e totalmente
independente da experiência sensível (ou seja, a priori). Por exemplo, o conhecimento de que 4+4 = 8 possui
essas características. Por conseguinte, para vários filósofos racionalistas, o modelo do conhecimento ou do
saber é-nos dado pela matemática. O conhecimento a priori tem um papel fundamental, proporcionando-nos
verdades substanciais, ou seja, verdades que dizem algo acerca do mundo. Este conhecimento é obtido
por intuição e pelo raciocínio, e a justificação que ele envolve não depende da nossa experiência do mundo.
EQT11DP © Porto Editora

Partindo dos princípios evidentes da razão, e seguindo um determinado método, será possível construir o
conhecimento relevante da realidade. Para alguns racionalistas há conhecimento inato.

Opondo-se ao racionalismo, o empirismo é uma teoria que considera que a experiência é a fonte principal
de conhecimento, negando a existência de ideias, conhecimentos e princípios inatos. Assim, todo o nosso
conhecimento do mundo tem de ser adquirido através da experiência e, previamente a ela, o
entendimento ou mente assemelha-se a uma página em branco. É, portanto, na experiência que o
conhecimento tem o seu fundamento e os seus limites. A negação, por parte dos empiristas, da existência
de conhecimentos inatos não implica, porém, a negação do conhecimento a priori; todavia, consideram
que essas verdades são desinteressantes e nada nos dizem acerca do mundo. Elas podem ser adquiridas
através da mera compreensão dos conceitos relevantes, não exigindo outro tipo de investigação do
mundo. Assim, segundo os empiristas, qualquer conhecimento substancial, ou acerca do mundo, tem de
ser adquirido através da experiência: só através da experiência podemos «obter conhecimento do mundo
externo»

Justificar porque é que uma crença justificada não é suficiente para haver conhecimento.

Podemos alegar que uma crença só estará adequadamente justificada se estiver apoiada por razões muit
o forte.
Segundo esta perspetiva, uma justificação adequada terá de ser infalível. No entanto, se julgarmos que u
ma crença adequadamente justificada tem de excluir toda a possibilidade de erro, parece que teremos de
concluir que quase nenhuma das nossas crenças está adequadamente justificada, o que é muito implausí
vel. Por exemplo, parece
nos que acreditamos justificadamente que Saturno é um planeta, mas não é completamente impossível qu
e estas crenças sejam falsas. Admitimos, então, que uma crença pode estar justificada e mesmo assim se
r falsa, logo não existe conhecimento.

O que é que justifica o facto de as pessoas pensarem que o sol girava em torno da terra no
passado.

Nos Séc. XVI e XVII o saber era controlado pelos católicos e pelos protestantes, sem autonomia própria e
sem liberdade de pensamento. Como as universidades não podiam acolher novas correntes filosóficas ou
científicas, a crença de que o Sol girava em torno da Terra, foi uma ideia amplamente aceita. Esta crença
estava fundamentada em várias observações e conceções que faziam sentido dentro do contexto das
informações disponíveis na época. Só passado um tempo com as Teorias de Copérnico é que se provou o
contrário.
Distinguir e caracterizar os 3 tipos de conhecimento.
O modo como o sujeito se relaciona com o objeto não é uniforme, o que nos leva a afirmar a existência de
diferentes tipos de conhecimento, sendo eles três.
-FAZER ou CONHECIMENTO PRÁTICO refere-se ao conhecimento de uma atividade, isto é, à
capacidade, aptidão ou competência para fazer alguma coisa: por exemplo, saber cozinhar, saber
conduzir, saber dançar,
-QUE: refere-se ao conhecimento proposicional ou conhecimento de verdades.
Grande parte dos nossos conhecimentos é relativa ao SABER-QUE. Sabemos que 2+2=4;
de acordo com Lavoisier, na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma;
Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para a Índia; Descartes foi um filósofo
francês.
-se ao conhecimento direto de alguma
realidade, seja de pessoas ou de lugares: por exemplo, conhecer o Papa, conhecer o Presidente da
Répulica – isto é, conhecê-los pessoalmente. Ou então conhecer Copenhaga e Veneza – ou
seja ter visitado essas cidades
Caraterizar o séc. 17 segundo a dúvida cartesiana.

O séc.XVII foi um séc. pleno de contradições e oposições, isto porque se verificaram novas
ideias científicas, filosóficas e por outro lado mantém-se as velhas crenças da religião, do senso
comum e da igreja. Este tempo é frequentemente associado ao racionalismo e ao início da
filosofia moderna. Descartes introduziu a dúvida metódica, questionando as crenças
estabelecidas e buscando um novo fundamento para o conhecimento.

Expor os argumentos que contra poem a definição tradicional de conhecimento

Edmund Gettier contestou a definição tradicional de conhecimento – a ideia de que o


Conhecimento é uma crença verdadeira justificada – através de contraexemplos que nos
revelam a possibilidade de termos uma crença verdadeira justificada sem que tal crença
equivalha a um efetivo conhecimento. Tal significa que é possível que alguém não possua
conhecimento, ainda que sejam realizadas as três condições (crença, verdade e justificação).
Com isto para Gettier para haver conhecimento é necessário existir mais uma condição,
porque as 3 existentes não são suficientes.

Explicar as crenças básicas e dizer o porquê de serem tão importantes.

As crenças básicas, ou crenças fundamentais, são caracterizadas como infalíveis, ou seja, não
podem ser erradas, como incorrigiveis, ou seja não podem ser refutadas, e por fim como
indubitáveis, ou seja, não podem ser postas em dúvida. Estas são muito importantes pois
suportam o sistema do saber, não sendo necessário outro tipo de justificação fornecida por
outra crença, pois estas justificam se a si mesmas. Estas crenças permitem evitar a regressão
infinita.

Qual a estrutura do ato conhecer?

De acordo com a análise fenomenológica do conhecimento, o sujeito e o objecto não se


confundem, estabelecendo uma relação de oposição. Apesar de opostos, precisam um do
outro para serem considerados sujeito ou objecto, pelo que a sua relação constitui uma
correlação. Embora correlacionados, não podem trocar de funções. Estabelecem, por isso,
uma relação de irreversibilidade. Dado que sujeito e objecto têm funções específicas, o
resultado do conhecimento não é igual para ambos: saindo de si para captar o objecto, o
sujeito é modificado por este, ao passo que o objecto não é modificado pelo sujeito. Uma vez
que, neste processo, o sujeito apreende a imagem do objecto, então podemos considerar o
conhecimento como a relação entre o sujeito e o objecto, que se traduz numa representação
do objecto por parte do sujeito.

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