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2022/2023, TURMA A
INSOLVÊNCIA
Outro Exemplo: tenho dividas de 100 mil aos meus fornecedores de materiais médicos. Não
tenho dinheiro em caixa, mas tenho um imóvel de 500 mil, o meu consultório. Estou
insolvente?
O facto de ter um imóvel não significa que tenha liquidez
Há insolvência tecnicna com base no critério do fluxo de caixa porque não tenho
dinheiro na caixa, ter o imóvel não é ter liquidez; isto apesar de ter balanço positivo,
estou insolvente segundo o critério do fluxo da caixa
3. Legitimidade ativa- quem pode requerer (não é declarar, quem declara é o tribunal) o
processo de insolvência? 18º CIRE
2 grandes lotes de pessoas que podem requerer:
1º é o próprio devedor que pode requerer ao tribunal que declare a sua insolvência-
18º CIRE;
o há situações em que o devedor deve mesmo requerer, quando conhece da sua
insolvência até 30 dias depois, nos termos do 18/3º;
Se não o fizer, 186º e ss do CIRE, e há insolvência culposa
E os credores:
o 20/1º CIRE
o À partida podem todos, independentemente do montante do crédito que
tenham sobre ele
o Mas é discutível que os credores por suprimento o possam fazer:
245/2º CSC- regra especifica para créditos por suprimento
Socio da sociedade comercial que empresta credito à sociedade-
245/2º diz que socio não pode, pois seria contraditório
Portanto temos um conflito normativo, 245/2º é de 86, CIRE de 2004.
Como resolvemos, regra especial anterior à regra geral do 20/1º do
CIRE: jurisprudência que 245/2º prevalece
Logo, credor por suprimento não pode requerer a insolvência
Assim, credor tem de provar que é credor; E provar os factos de uma das alíneas do
artigo 20/1º
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Assim, todos os credores, exceto os credores por suprimento, têm legitimidade para requerer
a insolvência, mostrando que são credores e provarem que está preenchido, para este caso, o
artigo 20/1º, alínea g.
2.
2º- os credores não são todos iguais.
Há varias categorias de créditos, cada uma com regime diferente
Então, os credores são graduados, cada um segue um regime próprio
3.
3º- identificar em que categoria estão cada um dos credores:
Existem várias categorias de créditos: 47/4º; e temos de integrar os credores em cada
categoria
Em 1º lugar, são pagos os créditos garantidos, o credor garantido.
o Porquê? Tem uma garantia real sobre um crédito do devedor, garantia real é
garantia sobre o bem especifico (hipoteca, penhor, por exemplo), por
contraposição às garantias pessoais que é uma garantia sobre um património
(fiança, aval, por exemplo).
o Só é credor garantido para efeitos de insolvência, o credor que tem garantia
real; se tiver garantias pessoais, não é tido como credor garantido
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o Qual é o interesse do credor garantido? A totalidade do valor da liquidação
daquele bem garantido realmente é só para esse credor garantido, mais
ninguém concorre com ele nesse bem. Se não chegar para satisfazer o seu
crédito, vai concorrer com os restantes credores
Em 2º lugar, são pagos os créditos privilegiados, o credor privilegiado.
Em 3º lugar, aos credores comuns
o se ainda houver património suficiente para pagar a totalidade dos créditos dos
comuns depois de pagos os privilegiados e garantidos, tudo bem e paga-se, e
depois com o restante vai aos subordinados
o se não, parto de forma rateada- paga-se 50% a cada um deles, são iguais
dentro desta categoria. E deste modo, já não se vai aos subordinados, porque
em sequer havia património suficiente para satisfazer os créditos dos credores
comuns na totalidade
Em 4º lugar, os créditos subordinados- 48º e 49º
o Se não conseguirmos integrar em nenhuma alínea do 48º e 49º, é qualificado
como credor comum
o Logo, quando qualificamos, temos primeiro de ver se é credor subordinado,
para saber se o qualificamos como subordinado ou comum
o Credor por suprimento- 48/1º, g)
o Dentro desta própria categoria, existe hierarquia (contrariamente aos comuns,
que são tratados de forma igual)
Só se passa para a alínea seguinte se o dessa alínea foi satisfeito
NOTA: Há créditos que surgem só com o processo; que são os custos do próprio processo, os
custos honorários- dividas originadas pelo próprio processo, são as dividas da massa- são
pagos logo, mesmo antes dos credores garantidos
R ao caso concreto:
46º, 51º e 172º CIRE- primeiro pagavam-se as dividas da massa
74/4º, a) e pago nos termos do 174º do CIRE- Depois tínhamos o crédito hipotecário, que é um
crédito garantidos
Depois 744/2º CC; 39º Codigo do imposto sobre transmissão de imoveis; 47/2º Codigo do
imposto de selo- isto era um caso muito especifico, não precisamos de saber esta
especificidade
Crédito do fornecedor da venda, crédito comum pois não consegumos encaixar em nenhuma
categoria- assim, é pago nos termos do artigo 176º
Por último, o credor por suprimentos- é credito subordinado, 47/4º, b) e 48/g); pago nos
termos do rtigo 177º; e depois devemos voltar ao 48º e dizer que como se trata de um caso da
alínea g), se houvesse mais credores suborindados, este seria o ultimo a ser pago
a) A calma com que Telma e Luísa estão a lidar com a situação financeira
da RF será passível de censura, caso esta última venha a ser declarada
insolvente?
R: É passível de censura este comportamento?
A sociedade já estava em dificuldade financeira, pois não eram pagos salarios à mais de 6
meses e porque não entregavam o IVA ao estado à 1 ano. Isto levanta a questão de saber se
deve declarar insolvente
Ir ao 18, 30 dias depois de …; 18/3º- presume-se que sabe da sua situação de insolvência
aquele que incumpre uma obrigação do 20/1, da alínea g). Apos os 3 meses de incumprimento,
começa a contar o prazo dos 30 dias em q se deve declarar insolvente.
Há um incumprimento do dever de declarar insolvência, insolvência culposa- 186º, resultou de
uma conduta culposa de quem administra
99º CIRE, principio geral- pode haver, desde q os pressupostos para a compensação estivessem
preenchidos antes da declaração da insolvência. Neste caso, os requisitos verificavam-se logo
poderia haver compensação, pois o coiso foi prévio à declaração da insolvência do devedor
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c) Em caso de insolvência, o que sucede ao contrato de compra e venda
celebrado entre a RF (vendedora) e a Frango Imperial, S.A. (FI) relativo a
uma carrinha de distribuição? O contrato foi celebrado com reserva de
propriedade, mas a carrinha ainda não tinha sido entregue à FI, que, no
entanto, já pagara metade das prestações.
121º:
Apenas é preciso verificar os requisitos de cada uma das alíneas; deixa de se provar o
carater prejudicial do ato e a má fé, basta preencher alguma alínea