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Num primeiro momento, devemos começar por referir que estamos perante uma situação
plurilocalizada na medida em que esta se conexiona com várias ordens jurídicas: a portuguesa
(nacionalidade e residência habitual de António) e a francesa (nacionalidade e residência
habitual de Bento).
Tendo em conta que, no caso concreto, foi intentada uma ação de condenação ao
reconhecimento de um direito de propriedade, podemos dizer que estamos no âmbito dos
direitos reais. Assim, e recorrendo agora às normas de conflitos presentes no CC, teremos de
atentar naquelas que regulem os conflitos relativos a direitos reais. Posto isto, a norma
aplicável ao caso será, então, a constante do 46º/1 CC, que determina que no que diga respeito
à propriedade, posse, e demais direitos reais, é aplicável a lei do Estado em cujo território as
coisas se encontrem. Posto isto, o elemento de conexão aqui presente é o da situação das
coisas.
Porque fizeste assim? Não se consegue concretizar o elemento de conexão, O artigo 23/2,
que consagra um critério geral, manda aplicar a lei que for subsidiariamente aplicável, “
quando não for possível determinar os elementos de facto”, como no caso, que não sabemos
onde se encontra o bem. O artigo 46 aponta um elemento de conexão simples, não manda
aplicar nenhuma lei subsidiariamente. Então estamos perante uma lacuna, e nos termos do ar
10/2 do CC pode ser preenchida quando as razões justificativas assim o permitam. E então
neste sentido poderíamos aplicar o 348/3