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(05/11/2018)
Caso prático 8
Para se determinar a lei aplicável, na maior parte das vezes, recorre-se às regras de
conflito. Mas com o nosso método de qualificação podemos aplicar várias regras de
conflito à mesma situação jurídica. Aplicamos a Lei 1 para a matéria x da relação
jurídica e a Lei 2 para a matéria Y da mesma relação. A interpretação é feita de uma
forma autónoma e teleológica, de forma a abranger figuras afins que possam existir
noutros sistemas (art 15º).
O enunciado manda atentar aos arts 56º e 60º. Devemos começar por identificar
os respetivos conceitos-quadro:
O art 60º manda aplicar da lei espanhola as normas relativas à filiação adotiva (e
apenas essas!). Quanto à filiação biológica, o art 56º manda aplicar a lei portuguesa.
Normas materiais potencialmente aplicáveis (estão no enunciado)
Logo, atendendo ao seu conteúdo e à sua função, este preceito que rompe com o
principio da verdade biológica em favor da estabilidade da adoção, podemos concluir
que se trata de uma lei relativa à filiação adotiva.
Nesta matéria, a lei competente, como já vimos, é a lei espanhola. Logo esta lei
não se irá aplicar.
Não tendo a lei espanhola nenhum preceito semelhante, o juiz deverá anular a
adoção e reconhecer a paternidade de D.
Caso Prático 10
o Art 25º CC
Manda aplicar a lei pessoal. Segundo o artigo 31º/1, a lei pessoal será a lei da
nacionalidade. Logo manda aplicar a lei italiana.
o Art 52º CC
CQ: relações entre os cônjuges. Novamente, este preceito deve ser interpretado
forma autónoma e teleológica de forma a abranger outras figuras afins.
Esta norma limita a capacidade por causa do casamento e tem como objetivo
impedir conflitos na família. Assim, será uma norma relativa ao casamento. Subsume-se
o artigo 1683º no artigo 52º. Então, o art 1683º irá aplicar-se quanto pois, já vimos nós,
a lei competente de acordo com o art 52º é a portuguesa.
O enunciado diz que os artigos 59º e seguintes do código italiano são sobre a
capacidade em geral. Assim, subsume-se o art 59º e seguintes no artigo 25º CC.
Assim, aplicar-se-ão os artigos 52º e 25º do CC. Para o artigo 52º, que manda
aplicar a lei material portuguesa, é necessário consentimento, portanto o repúdio seria
anulável (arts 1683º/2 e 1687). O artigo 25º, que manda aplicar a lei italiana (arts 59º e
seguintes do CC italiano), atribuiu plena capacidade a A para repudiar, portanto o
repúdio seria válido.
[Outro critério que podemos ter em conta (não foi necessário no caso) é a
entrada em vigor das leis: a lei mais recente presume-se melhor que a lei mais antiga.]
Solução: o repúdio é anulado pois era necessário o consentimento do outro
cônjuge.
Nota: Este conflito foi criado porque chamamos várias leis ao mesmo caso
(conflito de qualificações). No método tradicional, escolhia-se apenas uma lei para o caso
todo.
Alínea b)
Vantagens:
Desvantagens