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Norma jurídica é diferente de texto legal. Norma jurídica não é o dispositivo legal. Norma
jurídica só alcançada a partir da interpretação de um dispositivo legal. A norma positivada por
si só não é jurídica. Só depois que o indivíduo lê o texto legal e tira o sentido é que a gente
passa a ter norma jurídica. Então, a norma jurídica necessita de um processo de interpretação.
A norma jurídica pode ser dividida em duas grandes espécies: (i) normas princípios e (ii)
normas regras.
Duplo grau de jurisdição é outra norma principio. Ela é exemplo de ser implícita. Não existe
nenhum dispositivo na constituição federal e nenhum dispositivo no CPC que garante duplo
grau de jurisdição, mas boa parte da doutrina diz que ele é um principio implícito porque ele
deriva da previsão constitucional de Tribunais escalonados com competência recursal. Como a
constituição acabou prevendo recursos pra diversos tribunais (exemplo: RE art. 102 e REsp art.
105) acabou criando o duplo grau de jurisdição. Outro principio implícito, que não tá em lugar
nenhum no processo civil (no penal ele tem positivação), é o principio da non reformatio in
pejus. Quem recorre, em principio, como regra, não pode ter sua situação agravada (há
exceções). A gente tira esse conteúdo do principio da boa-fé do art. 5º do CPC (ora, se eu
recorro, seria de má-fé eu ser prejudicado pela minha intenção de prejudicar a minha
situação).
Aborto do bebe anencefalo vc tem conflitos. Tem duas normas princípios em contraste: de um
lado o direito a vida e do outro autonomia da vontade. De acordo com o STF prevalece a
autonomia da vontade. Mas não da pra definir um valor a priori, por isso a ponderação.
Não existe, pra maioria dos doutrinadores, ponderação de normas regras. Vc aplica uma e
exclui a outra. Para exclusão, usa-se duas regras: temporaridade e especialidade previstas no
LINDB. Primeira regra: lei posterior revoga lei anterior. Segundo: lei especial não é revogada
por lei geral. Se tem duas normas regras que colidem, não faz as duas sobreviverem como faz
com norma princípio.
Até tudo, tudo vale pra teoria geral do dirieto. É hermenêutica. Vale pra outros ramos. São
também normas fundamentais e princípios de processo civil. O resto da aula virou normas
princípios porque é fundamental e o resto do curso estudaremos normas regras. A partir de
agora, só norma principio.
Como utilizar uma norma principio do ponto de vista pratico. 2 maneiras: (i) dimensão objetiva
e (ii) dimensão subjetiva
Na dimensão objetiva as normas princípios podem servir de vetor legislativo e podem servir de
vetor interpretativo.
No art. 5º, inciso 78 da CF, tá escrito sobre a duração razoável do processo. Essa mesma regra
é repetida no art .4º do CPC. Quando o legislador cria a lei ele tem que seguir as diretrizes
fundamentais (regras princípios). Esse é um exemplo de vetor legislativo. O art. 332 do CPC é
uma norma regra, pra acelerar o processo, e foi criado lembrando da existência da norma
principio, de duração do processo. Sempre o papel do legislador é criar normas regras
aderentes às normas princípios.
Lei 10259/2001 e lei 12153/2009 – juizado especial – nessas duas leis quando começam o
prazo de cumprimento de sentença contra fazenda publica não há previsão legal de prazo de
defesa para fazenda publica. Só que o interprete na hora de aplicar a lei do juizado abre o
prazo p manifestação fazendária aplicando norma principio (vetor interpretativo) porque o
aplicador da lei toda vez que for aplicar uma nova regra aplica pensando se estão sendo
obedecidas as normas princípios que estruturam todo o sistema.