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Jurisprudência é o conjunto de decisões reiteradas dos tribunais sobre uma
mesma questão jurídica, formando uma linha de entendimento. Já o
precedente é uma decisão que serve como referência para o julgamento de
casos futuros.
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A presunção absoluta do conhecimento da norma (Teoria da Presunção
Absoluta) não é bem aceita no Direito.Aliás, inúmeros dispositivos admitem o
erro de direito no ordenamento jurídico.
ocorre quando uma lei revogada continua produzindo efeitos. É o caso, por
exemplo, do rito sumário no processo civil que, embora revogado, permanece
válido para processos que estavam em andamento (art. 1.046, §1°, CPC).
Com a promulgação da lei, a norma passa a existir.
Trata-se de uma condição de vigência, já que, para ser aplicada, a lei precisa
ser conhecida.
vacatio legis
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Nem sempre, contudo, a lei passa a viger na data da publicação. Em alguns
casos, será preciso respeitar o denominado prazo de vacatio legis.A vacatio
legis é o nome que se dá ao intervalo de tempo existente entre o momento da
publicação e a vigência da norma jurídica.A vacatio legis não é obrigatória, mas
sim recomendável para que as pessoas possam adequar a própria conduta ao
comando prescrito pela norma (dever-ser).
Isso significa que a lei passa a viger, ao mesmo tempo, em todo o País.
Vacatio legis é um termo jurídico em latim que se refere ao período de
vacância ou intervalo entre a publicação de uma lei ou norma jurídica e sua
entrada em vigor. Esse intervalo de tempo é estabelecido para permitir que os
destinatários da lei tenham conhecimento de seu teor e se adaptem às novas
obrigações ou restrições que ela possa impor.
Durante o período de vacatio legis, a norma ainda não está em vigor, portanto,
não produz efeitos jurídicos. Esse tempo é utilizado para que os indivíduos
afetados pela nova legislação possam se familiarizar com seu conteúdo,
realizar ajustes necessários em suas condutas e organizações, e para que os
órgãos responsáveis pela aplicação da lei possam se preparar para sua
implementação.
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1. expressamente declarar;
2. for incompatível com a lei vigente;
3. quando regulamentar toda a matéria da lei anterior.
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lacuna axiológica:há norma que se aplica ao caso, porém de aplicação
que enseja injustiça.
lacuna de conflito (ou antinomia). o confronto de 2 ou mais normas válidas e
aplicáveis.
Neste caso, é preciso observar o seguinte:
Caso as soluções sejam convergentes, ambas as normas devem ser
aplicadas (Teoria do Diálogo das Fontes).
A antinomia, de fato, existe apenas no caso de soluções divergentes.
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Observe que é preciso ter continuidade, diuturnidade, moralidade,
obrigatoriedade e uniformidade.
Há, ainda, dois elementos importantes:
1. A conduta (elemento objetivo);
2. A convicção (elemento subjetivo).
Os costumes poderão ser:
1. Secundum legem (ou conforme o direito)
2. Praeterlegem (ou além do direito)
3. Contra leges (ou contrário ao direito)
Ocorre que, por costume, entende-se que o cheque pré-datado não deve ser
apresentado antecipadamente.
Aliás, tal postura viola o dever de confiança que, por sua vez, é um
desdobramento da boa-fé objetiva.
Por isso, segundo a súmula 370 do STJ, “caracteriza dano moral a
apresentação antecipada de cheque pré-datado“.
Além disso, nos termos do art. 187 do Código Civil, a violação à boa-fé
consagra espécie de abuso de direito, cumpre citar:
“Art. 187 do Código Civil: Também comete ato ilícito o titular de um direito que,
ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.”
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São postulados presentes na consciência dos povos e amplamente aceitos.
O Código Civil, por exemplo, trabalha com:
1. Princípio da Sociabilidade;
2. Princípio da Operabilidade;
3. Princípio da Eticidade.
Vamos falar sobre cada um desses princípios oportunamente.
Equidade
Desde já, é importante observar que a equidade não está no art. 4° da LINDB.
Portanto, a equidade não é método de integração.
A equidade latíssima, por sua vez, é uma suprema regra de justiça que pauta
o comportamento humano em todos os campos: religioso, moral, social, jurídico
etc.
Todo juiz julga com equidade, pois busca uma decisão justa para o caso
concreto.
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Por exemplo, o valor da cláusula penal não poderá exceder o valor da
obrigação principal (art. 412 do CC/02).Caso o valor da cláusula penal supere o
da obrigação principal, deve o magistrado reduzir equitativamente o importe:
Art. 413 do Código Civil: A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo
juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da
penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a
finalidade do negócio.
Tal proteção encontra-se tanto na Constituição (art. 5°, XXXVI, CF), como na
LINDB (art. 6° da LINDB).
Essa proteção, contudo, não é absoluta.
Interpretação da norma
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Quanto aos meios de interpretação, temos o seguinte:
1. Interpretação gramatical ou literal
2. Interpretação lógica;
3. Interpretação sistemática
4. Interpretação histórica
5. Interpretação ontológica
6. Interpretação sociológica ou teleológica.
Quanto as fontes, há a interpretação autentica, doutrinária e jurisprudencial.
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Quanto aos resultados, temos a interpretação
declarativa, extensiva e restritiva.
A interpretação declarativaéaquela feita, apresenta exatamente o
pensamento do legislador.
A interpretação extensiva, por sua vez, entende-se que “o legislador disse
menos do que pretendia “.
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A antinomia real (ou de segunda grau) é a hipótese em que a situação do
aplicador da lei é insustentável por ele se encontrar em uma das seguintes
situações:
1. Não existe critério normativo para solucionar o conflito;
2. Existe conflito entre os critérios;
No caso de conflito entre normas, será preciso observar a seguinte ordem:
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1. subsunção clássica;
2. subsunção moderna.
A decisão estrangeira, por evidente, precisa ser homologada pelo STJ (art. 105
da CF/88).Trata-se do procedimento específico de homologação de decisão
estrangeira por meio do qual verificam-se apenas se houve (ou não) respeito
aos critérios de formalidade.
Ao final, forma-se título executivo judicial.
Além disso, é preciso lembrar que “a lei do país em que domiciliada a pessoa
determina as regras sobre o começo e o fim da
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família (art. 7° da
LINDB)”.
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Art. 20 da LINDB: Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se
decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam
consideradas as consequências práticas da decisão.Parágrafo único. A
motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou
da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa,
inclusive em face das possíveis alternativas.
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A interpretação ou orientação nova deve ser acompanhada de regime de
transição quando indispensável para o novo dever ou condicionamento do
dever.
Art. 23 da LINDB: A decisão administrativa, controladora ou judicial que
estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo
indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito,
deverá prever regime de transição quando indispensável para que o novo
dever ou condicionamento de direito seja cumprido de modo proporcional,
equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais.
O art. 26, por sua vez, disciplina método para eliminação de incerteza jurídica,
cumpre citar:
Art. 26 da LINDB: Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação
contenciosa na aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de
licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e,
quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de
relevante interesse geral, celebrar compromisso com os interessados,
observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua
publicação oficial. § 1º O compromisso referido no caput deste artigo:I –
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buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os
interesses gerais; III – não poderá conferir desoneração permanente de dever
ou condicionamento de direito reconhecidos por orientação geral; IV – deverá
prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e
as sanções aplicáveis em caso de descumprimento.
Observe que o agente, sob a ótica desta teoria, não é o órgão e não representa
o órgão, mas apenas titulariza as competências do órgão.
Por esse motivo, segundo o Supremo Tribunal Federal, não pode o autor de
Ação de Reparação de Danos ajuizá-la diretamente contra o agente público.
As novidades da LINDB findam nos arts. 29 e 30, cumpre citá-los:
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Art. 29 da LINDB: Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos
por autoridade administrativa, salvo os de mera organização interna, poderá
ser precedida de consulta pública para manifestação de interessados,
preferencialmente por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão. §
1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais
condições da consulta pública, observadas as normas legais e regulamentares
específicas, se houver.
Art. 30 da LINDB As autoridades públicas na aplicação das normas, inclusive
por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas.
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter
vinculante em relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior
revisão.
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