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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO TOCOISTA

DECRETO PRESIDENCIAL Nº83/16 DE 18 DE ABRIL – DIÁRIO DA


REPÚBLICA, I SÉRIE Nº 61

DEPARTAMENTO DE CIENCIAS ECONOMICAS

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO

Nome: Guilherme André Diogo Mateus


Nº 220524
2ª Ano
Curso: Contabilidade e Finança
Turma: MA
Orientada por: Msc. Silva Belo

Trabalho de Metodologia de Investigação para obtenção de nota do segundo semestre

Luanda. 2022/2023
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, e também a todos que ajudaram na concretização
desse trabalho.

I
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradecemos a Deus, Pai Todo Poderoso por me conceder a vida e
a força para a realização desse trabalho, agradecer também aos meus pais, ao nossa
professor e ao Instituto Superior Politécnico Tocoista.

II
EPÍGRAFE

A injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à justiça


por toda parte.” (Martin Luther King)

III
RESUMO

O Direito está em função da vida social. A sua finalidade é a de favorecer o amplo


relacionamento entre as pessoas e os grupos sociais, que é uma das bases do progresso da
sociedade” (Paulo Nader)“O Direito propõe-se a promover os alicerces da convivência
pacífica e promissora. Essa é a finalidade do conjunto de normas jurídicas impostas pela
sociedade a si mesma, através do Estado, para manter a ordem e coordenar os interesses
individuais e coletivos” (João Batista Nunes Coelho)

Palavra Chaves: Direito, normas Juridica, Sociedade, Estado

IV
ABSTRACT

Law is a function of social life. Its purpose is to promote broad relationships between
people and social groups, which is one of the bases for the progress of society” (Paulo
Nader) “Law aims to promote the foundations of peaceful and promising coexistence. This
is the purpose of the set of legal norms imposed by society on itself, through the State, to
maintain order and coordinate individual and collective interests” (João Batista Nunes
Coelho)

Keywords: Law, Legal norms, Society, State

V
ÍNDICE

DEDICATÓRIA ............................................................................................................ I

AGRADECIMENTOS ................................................................................................. II

EPÍGRAFE .................................................................................................................. III

RESUMO .................................................................................................................... IV

ABSTRACT ................................................................................................................. V

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1

OBJECTIVO GERAL:.................................................................................................. 1

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS: .................................................................................... 1

PROBLEMÁTICA ........................................................................................................ 1

HIPÓTESE .................................................................................................................... 2

JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 2

CAPITULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................... 3

1. DIREITO.................................................................................................................. 3

1.1. CONCEITO DE DIREITO ............................................................................... 3

1.1.2. CARACTERÍSTICA DO DIREITO ................................................................... 4

1.2. DIREITO E A SOCIEDADE ............................................................................... 5

1.3. NORMA JURIDICA ............................................................................................ 6

1.4. FONTES DO DIREITO ....................................................................................... 8

1.5. RELAÇÃO JURÍDICA ...................................................................................... 10

1.6. DIREITO OBJECTIVO ..................................................................................... 11

1.7. Direito Subjectivo .............................................................................................. 12

1.8. O ESTADO ........................................................................................................ 13

VI
1.8.1. Povo................................................................................................................... 15

1.8.2.Território ............................................................................................................ 16

CAPITULO II – METODOLOGIA. ........................................................................... 18

2.1. Metodologia Qualitativa....................................................................................... 18

CONCLUSÃO ............................................................................................................ 19

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 20

VII
INTRODUÇÃO

A palavra direito intuitivamente nos outorga a noção do que é certo, correto, justo
equânime. O Direito não se limita a apresentar e classificar regras, mas tem como objetivo
analisar e estabelecer princípios para os fenómenos sociais. O Direito está em função da
vida social. A sua finalidade é a desfavorecer o amplo relacionamento entre as pessoas e os
grupos sociais, que é uma das bases do progresso da sociedade. (Paulo Nader).

OBJECTIVO GERAL:

Compreender os princípios fundamentais do direito e sua importância na sociedade.

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:

• Compreender os conceitos básicos e fundamentais do Direito e sua importância na


sociedade.
• Identificar as principais fontes do Direito e compreender como elas são aplicadas na
prática.

PROBLEMÁTICA

Há diversos autores que tem diferente opiniões e perspectivas sobre o estudo do


Direito como uma pratica fundamental e necessária para entender e interpretar as leis e
normas que regem uma sociedade, enquanto outros podem enxerga – los como um sistema
complexo e burocrático. Diante deste cenário, surge a questão:

O que é o Direito e qual o seu papel na organização e funcionamento da


sociedade?

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HIPÓTESE

H1. - O Direito é um conjunto de normas e regras que têm como objetivo regular as
relações entre os indivíduos e garantir a justiça e a ordem social.

H2. - O Direito também tem o papel de proteger os direitos e liberdades individuais,


bem como promover a resolução pacífica de conflitos.

JUSTIFICATIVA

O estudo do direito é fundamental para compreender e aplicar as normas que regem a


sociedade, proporcionando uma base sólida para a tomada de decisões éticas e jurídicas.
Além disso, a análise crítica do ordenamento jurídico contribui para a evolução das leis,
adaptando-as aos desafios contemporâneos e promovendo a justiça social. O conhecimento
jurídico também capacita os indivíduos a exercerem seus direitos e deveres de maneira
consciente, fortalecendo a cidadania e a estabilidade democrática.

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CAPITULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1. DIREITO
1.1. CONCEITO DE DIREITO

A palavra “direito” vem do latim directum, que corresponde à ideia de regra,


direção, sem desvio. No Ocidente, em alemão recht, em italiano diritto, em francês droit,
em espanhol derecho, tem o mesmo sentido. Os romanos denominavam-no de jus, diverso
de justitia, que corresponde ao nosso sentido de justiça, ou seja, qualidade do direito.

De modo muito amplo, pode-se dizer que a palavra “direito” tem três sentidos:

1° regra de conduta obrigatória (direito objetivo);

2° sistema de conhecimentos jurídicos (ciência do direito);

3°, faculdade ou poderes que tem ou pode ter uma pessoa, ou seja, o que pode uma
pessoa exigir de outra (direito subjetivo).

Defini-lo, como muitos fazem, considerando ser a bilateralidade a sua nota específica,
é dar uma noção restrita do direito reduzida ao complexo de normas disciplinadoras da
conduta social, correspondente, por exemplo, ao direito dos contratos, ao direito de família
etc., e não a todos os tipos de direito.

Realmente, tendo em vista a conduta, o direito, como norma de comportamento,


distingue-se das demais normas sociais, por ter estrutura bilateral, porque, enquanto atribui
uma “prerrogativa” (faculdade, direito subjetivo) ou “competência” (autoridades) a uma
parte, impõe uma “obrigação” a outra.

Assim, por exemplo, ao comprador que tiver pago o preço da coisa, atribui o “direito”
de exigi-la do vendedor, e a este impõe a “obrigação” de entregá-la àquele; ao Estado dá

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“competência” para estabelecer impostos e ao contribuinte a “obrigação” de pagá-los.
Assim, o direito, quando prescreve uma relação entre duas ou mais pessoas, tem estrutura
bilateral ou imperativo-atributiva, por atribuir direitos ou prerrogativas a uns e impor
obrigações a outros. Mas o direito quando prescreve organização social, administrativa,
política etc. não tem tal estrutura.

Assim, por exemplo, a Constituição quando enumera os poderes fundamentais do


Estado e a sua composição ou o estatuto de uma sociedade comercial quando estrutura os
seus órgãos de direcção não tem a estrutura bilateral. Mas também defini-lo como norma de
organização é dar uma ideia tão incompleta da mesma forma que defini-lo como norma
bilateral ou norma imperativo-atributiva, por não ser constituído todo direito de normas de
conduta ou de organização.

O direito é, portanto, um conjunto de regras de conduta. Mais especificamente, o


direito é um tipo de norma social, ou seja, normas que regulam o comportamento dentro de
uma sociedade. Com efeito, afirma Bobbio (2005, p. 23-24), a vida de todos nós se
desenvolve num mundo de normas. Há uma rede de regras de conduta que, desde nosso
nascimento até nossa morte, dirigem numa ou noutra direção as nossas ações. A vida
humana, portanto, é também uma experiência normativa, pois todo o nosso
desenvolvimento se dá em meio a normas.

1.1.2. CARACTERÍSTICA DO DIREITO

As características do direito são os atributos que definem e distinguem o direito de


outras áreas do conhecimento humano. Essas características incluem, por exemplo, a
generalidade, a imperatividade, a coercibilidade e a abstratibilidade. Cada uma dessas
características desempenha um papel importante na definição e aplicação do direito em
diferentes contextos. A compreensão dessas características é fundamental para entender
como o direito funciona e como ele pode ser usado para proteger os direitos e as liberdades
individuais das pessoas.

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Generabilidade: Os direitos são generáveis, o que significa que são atribuídos a
todas as pessoas, independentemente de sua raça, gênero, religião ou qualquer outra
característica. Esse aspecto é fundamental para promover a igualdade e a dignidade
humana. Um argumento em favor da generabilidade dos direitos é que todos os seres
humanos possuem uma natureza intrínseca e inalienável, que lhes confere direitos básicos e
fundamentais.

Imperatividade: Os direitos são imperativos, o que implica que são obrigatórios e


devem ser respeitados. Essa característica garante a proteção dos indivíduos contra abusos e
arbitrariedades. Um argumento em favor da imperatividade dos direitos é que eles
estabelecem um conjunto de normas éticas e morais que são essenciais para a convivência
pacífica e justa em uma sociedade.

Coercibilidade: Os direitos têm coercibilidade, o que significa que podem ser


aplicados e protegidos por meio de medidas legais. Essa característica assegura que haja
consequências para aqueles que violam os direitos de outras pessoas. Um argumento em
favor da coercibilidade dos direitos é que ela fortalece o Estado de Direito e promove a
responsabilização das partes envolvidas, contribuindo para a manutenção da ordem e da
justiça.

Abstratibilidade: Os direitos são abstratos, ou seja, são princípios gerais que se


aplicam a diferentes situações e contextos. Essa característica permite que os direitos sejam
flexíveis e adaptáveis às mudanças sociais e culturais. Um argumento em favor da
abstratibilidade dos direitos é que ela permite a interpretação e a aplicação dos direitos de
acordo com as necessidades e os valores de cada sociedade, garantindo assim a sua
relevância contínua ao longo do tempo.

1.2. DIREITO E A SOCIEDADE

O direito e a sociedade estão intrinsecamente interligados, desempenhando um papel


fundamental no funcionamento e na organização de uma comunidade.

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O direito é um conjunto de normas e regras estabelecidas para regular as relações
entre os indivíduos e garantir a ordem social.

O direito desempenha várias funções na sociedade. Primeiramente, ele busca


estabelecer um sistema de justiça e equidade, fornecendo um conjunto de regras que todos
devem seguir. Essas regras ajudam a evitar conflitos e a resolver disputas de maneira justa e
imparcial.

Além disso, o direito atua como um mecanismo de proteção dos direitos e liberdades
individuais. Ele estabelece os limites do poder do Estado e garante que os cidadãos sejam
tratados de forma justa e igualitária perante a lei. O direito também protege os indivíduos
contra abusos e violações dos seus direitos fundamentais.

Segundo o jurista brasileiro Miguel Reale, em sua obra "Lições Preliminares de


Direito. O direito também desempenha um papel importante na promoção da segurança e
do bem-estar social. Ele regula áreas como o direito penal, o direito trabalhista, o direito
ambiental, entre outros, com o objetivo de proteger a sociedade como um todo e garantir
condições adequadas de vida.

Além disso, o direito reflete os valores e as normas da sociedade em que está


inserido. Ele evolui ao longo do tempo para se adaptar às mudanças sociais, culturais e
tecnológicas, garantindo que continue sendo relevante e eficaz na promoção da justiça e da
igualdade.

o direito é um elemento essencial para a organização e o funcionamento da sociedade.


Ele estabelece regras, protege direitos individuais e coletivos, promove a justiça e contribui
para o desenvolvimento de uma comunidade harmoniosa e equitativa.

1.3. NORMA JURIDICA

A norma jurídica é uma regra que estabelece padrões de conduta e comportamento a


serem seguidos pelos indivíduos em uma determinada sociedade. Ela é uma das principais
fontes do direito, juntamente com a jurisprudência, a doutrina e a lei.

As normas jurídicas possuem várias características que as distinguem de outras


normas sociais. Elas são hipotéticas, ou seja, estabelecem condições para a sua aplicação.

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Elas também são gerais e abstratas, ou seja, aplicáveis a uma pluralidade de casos e
formuladas de maneira genérica, permitindo sua interpretação e aplicação em diferentes
situações.

As normas jurídicas também são bilaterais, estabelecendo direitos e deveres para as


partes envolvidas. Além disso, elas são imperativas, possuindo caráter obrigatório e
coercitivo e estabelecendo sanções ou penalidades em caso de descumprimento.

Hans Kelsen, em sua obra “Teoria Pura do Direito ele diz que: As normas jurídicas
são importantes para a organização e o funcionamento da sociedade, garantindo a proteção
dos direitos individuais e coletivos e promovendo a justiça e a igualdade perante a lei. Elas
são aplicáveis em diferentes áreas do direito, como o direito civil, o direito penal, o direito
trabalhista, entre outros.

A interpretação e a aplicação das normas jurídicas são realizadas por meio do sistema
jurídico, que inclui os tribunais, os juízes, os advogados e outros profissionais do direito. A
aplicação correta das normas jurídicas é fundamental para garantir a justiça e a equidade
nas relações sociais e para manter a ordem e a estabilidade da sociedade.

1.3.1. CARACTERÍSTICA DA NORMA JURÍDICA

As características da norma jurídica são os atributos que definem e distinguem as


normas do direito de outras normas sociais. As principais características da norma jurídica
são:

Hipotecidade: A norma jurídica é hipotética, o que significa que estabelece uma


consequência jurídica caso uma determinada condição ocorra. Ela possui uma estrutura
condicional, em que a aplicação da norma depende da ocorrência de certos fatos ou eventos
previstos.

Generalidade: A norma jurídica é geral, ou seja, se aplica a uma pluralidade de casos


e situações semelhantes. Ela não é específica para um indivíduo ou evento particular, mas
estabelece regras e princípios que são aplicáveis a todos os casos que se enquadram nas
suas disposições.

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Abstração: A norma jurídica é abstrata, o que significa que ela é formulada de
maneira genérica, sem se referir a casos concretos específicos. Ela estabelece princípios e
regras que são aplicáveis a diversas situações, permitindo sua interpretação e aplicação de
acordo com as circunstâncias de cada caso concreto.

Bilateralidade: A norma jurídica é bilateral, o que implica que ela estabelece direitos
e deveres para as partes envolvidas. Ela cria obrigações para uns e direitos para outros,
estabelecendo relações jurídicas entre as partes interessadas.

Imperatividade: A norma jurídica é imperativa, o que significa que possui caráter


obrigatório e coercitivo. Ela estabelece deveres e proibições que devem ser cumpridos
pelos destinatários da norma. O não cumprimento das normas pode acarretar em sanções ou
penalidades previstas pelo sistema jurídico.

1.4. FONTES DO DIREITO

As fontes do direito são as origens ou os meios pelos quais as normas jurídicas são
criadas, reconhecidas e estabelecidas. Elas são fundamentais para a formação e a aplicação
do direito em uma sociedade. As fontes do direito podem ser classificadas em fontes
imediatas e fontes mediadas.

As fontes imediatas: são aquelas que possuem autoridade direta na criação das
normas jurídicas. Elas são consideradas a expressão máxima do poder normativo e incluem:

Lei: As leis são normas jurídicas criadas pelo poder legislativo, como o Congresso
Nacional ou as assembleias legislativas. Elas são formalmente promulgadas e publicadas,
estabelecendo regras de conduta que devem ser seguidas por todos os cidadãos. (Miguel
Reale)

Costumes: Os costumes são práticas sociais amplamente aceitas e seguidas por uma
determinada comunidade ao longo do tempo. Quando essas práticas adquirem caráter
obrigatório e são reconhecidas pela sociedade como regras de conduta, elas podem ser
consideradas fontes do direito.

As fontes mediatas, por sua vez, são aquelas que influenciam indiretamente a criação
das normas jurídicas. Elas não possuem autoridade direta na produção das normas, mas

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desempenham um papel importante na sua interpretação e aplicação. Alguns exemplos de
fontes mediadas são:

Doutrina: A doutrina é o conjunto de estudos, análises e interpretações realizadas por


juristas, acadêmicos e estudiosos do direito. Ela consiste em obras escritas, como livros,
artigos e teses, que oferecem análises e opiniões sobre questões jurídicas, contribuindo para
a interpretação e o desenvolvimento do direito.

Jurisprudência: A jurisprudência consiste nas decisões dos tribunais superiores, que


interpretam e aplicam as leis em casos concretos. As decisões judiciais formam um
conjunto de precedentes que orientam a interpretação e a aplicação das normas jurídicas em
situações semelhantes. (Nelson Nery Junior)

Princípios gerais do direito: Os princípios gerais do direito são ideias fundamentais


e valores que orientam a interpretação e a aplicação das normas jurídicas. Eles são
reconhecidos como fontes do direito quando não há disposição expressa na legislação ou
quando a legislação é insuficiente para resolver determinada questão.

A interpretação da lei, as lacunas e a integração da lei, bem como a aplicação da lei


no tempo e no espaço, são questões importantes relacionadas às fontes do direito. Vamos
abordar cada uma delas:

Interpretação da lei: A interpretação da lei é o processo de compreensão do


significado e do alcance das normas jurídicas. A interpretação busca extrair o sentido da lei,
esclarecer ambiguidades e adaptar as normas às situações concretas. Existem diferentes
métodos de interpretação, como o textual, o histórico, o teleológico e o sistemático, que
buscam garantir uma aplicação coerente e justa das normas jurídicas.

Lacunas e integração da lei: As lacunas são situações em que a lei não prevê uma
solução específica para determinado caso. Quando ocorrem lacunas, é necessário recorrer a
métodos de integração da lei para suprir essas omissões. Os métodos de integração podem
incluir a analogia, que consiste em aplicar uma norma semelhante a uma situação não
prevista; os princípios gerais do direito; a equidade, que busca a justiça e a equidade na
solução do caso; e a jurisprudência, que utiliza decisões judiciais anteriores como
referência.

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Aplicação da lei no tempo: A aplicação da lei no tempo refere-se à determinação de
qual legislação é aplicável a um determinado fato ou situação em um momento específico.
Existem princípios que orientam essa aplicação, como o princípio da irretroatividade da lei,
que estabelece que a lei não pode retroagir para prejudicar direitos adquiridos
anteriormente. No entanto, existem exceções a esse princípio, como quando a nova lei é
mais benéfica para o indivíduo.

Aplicação da lei no espaço: A aplicação da lei no espaço diz respeito à determinação


de qual sistema jurídico é aplicável em casos envolvendo diferentes jurisdições ou países.
Geralmente, aplica-se a lei do local onde ocorreu o fato ou onde as partes estão
domiciliadas. No entanto, existem regras específicas para casos transnacionais ou
envolvendo diferentes sistemas jurídicos.

Essas questões são fundamentais para garantir uma correta interpretação e aplicação
das normas jurídicas, buscando a justiça e a segurança jurídica nas relações sociais.

1.5. RELAÇÃO JURÍDICA

A relação jurídica é um conceito fundamental no direito que descreve a ligação entre


duas ou mais partes que possuem direitos e deveres recíprocos, estabelecidos por meio de
normas jurídicas. Essas relações são regidas pelo ordenamento jurídico e têm como
objetivo regular as interações entre os sujeitos de direito.

A relação jurídica é composta por diferentes elementos que a caracterizam e a tornam


válida dentro do ordenamento jurídico. Vamos abordar alguns desses elementos:

Sujeitos: Os sujeitos são as pessoas físicas ou jurídicas envolvidas na relação


jurídica. Eles possuem direitos e deveres recíprocos em relação ao objeto da relação. Os
sujeitos podem ser indivíduos, empresas, organizações governamentais, entre outros.

Conteúdo: O conteúdo da relação jurídica refere-se aos direitos e deveres que os


sujeitos possuem em relação ao objeto da relação. Esses direitos e deveres são estabelecidos
por meio de normas jurídicas, contratos, leis ou outros instrumentos legais que regem a
relação.

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O fato jurídico: é o evento ou ação que dá origem à relação jurídica. É o
acontecimento que desencadeia os direitos e deveres dos sujeitos envolvidos. Pode ser um
contrato firmado, um ato ilícito cometido, uma obrigação assumida, entre outros eventos
que têm relevância jurídica.

Garantia: A garantia é um elemento importante da relação jurídica que visa


assegurar o cumprimento dos direitos e deveres estabelecidos. Ela pode assumir diferentes
formas, como garantias contratuais, fianças, penhor, hipoteca, entre outras. A garantia tem
como objetivo proteger os interesses das partes envolvidas na relação jurídica e fornecer
meios para a reparação em caso de descumprimento.

É importante ressaltar que a relação jurídica existe dentro de um contexto normativo,


ou seja, é regida por normas e princípios estabelecidos pelo ordenamento jurídico. Essas
normas determinam os direitos e deveres dos sujeitos envolvidos na relação, bem como os
procedimentos para sua aplicação e eventual solução de conflitos.

A relação jurídica pode ser de natureza civil, penal, administrativa, trabalhista, entre
outras. Cada ramo do direito possui suas próprias regras e princípios que regulam as
relações entre os sujeitos envolvidos.

1.6. DIREITO OBJECTIVO

O direito objetivo refere-se ao conjunto de normas jurídicas que são estabelecidas e


reconhecidas dentro de um determinado ordenamento jurídico. Também é conhecido como
direito positivo, pois se baseia nas regras concretas e vigentes em uma sociedade em um
determinado momento.

O direito objetivo é composto por diversas fontes do direito, como leis, decretos,
regulamentos, jurisprudência, doutrina, costumes, entre outros. Essas fontes estabelecem as
normas que regulam as relações entre os indivíduos e os diferentes setores da sociedade.

As normas do direito objetivo são criadas pelos órgãos competentes do poder


legislativo, como o Congresso Nacional, assembleias legislativas, câmaras municipais,
entre outros. Essas normas são promulgadas e publicadas oficialmente para que sejam de
conhecimento público e aplicáveis a todos os cidadãos.

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O direito objetivo possui algumas características importantes:
Generalidade: As normas do direito objetivo são elaboradas de forma geral e
abstrata, aplicáveis a uma pluralidade de casos e situações semelhantes. Elas não se
destinam a regular casos específicos, mas sim a estabelecer princípios e regras que possam
ser aplicados a diversas situações.

Obrigatoriedade: O direito objetivo é obrigatório para todos os sujeitos de direito


dentro do âmbito de sua aplicação. As normas estabelecem deveres e obrigações que devem
ser cumpridos pelos indivíduos, empresas e instituições.

Coercibilidade: O direito objetivo possui mecanismos de coerção para garantir o


cumprimento das normas. Caso haja descumprimento, podem ser aplicadas sanções e
penalidades previstas na legislação.

Mutabilidade: O direito objetivo é passível de mudanças e atualizações ao longo do


tempo. As normas podem ser revogadas, modificadas ou atualizadas para se adequarem às
necessidades e evolução da sociedade.

1.7. Direito Subjectivo

O direito subjetivo é um conceito fundamental no direito que se refere aos direitos


individuais reconhecidos aos sujeitos de direito dentro de um determinado ordenamento
jurídico. Ele se opõe ao direito objetivo, que se refere às normas e regras estabelecidas pelo
Estado.

Os direitos subjetivos são aqueles que conferem aos indivíduos ou grupos de


indivíduos a possibilidade de agir ou exigir algo em relação a outras pessoas ou entidades.
Eles são reconhecidos pelo ordenamento jurídico e protegidos pelo Estado, e podem ser
exercidos por meio de ações judiciais ou outros mecanismos previstos em lei.

Os direitos subjetivos podem ser divididos em duas categorias principais:

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Direitos pessoais: São aqueles que dizem respeito às relações entre as pessoas, como
o direito à vida, à integridade física, à honra, à liberdade, à privacidade, entre outros. Esses
direitos são essenciais para a proteção da dignidade humana e da autonomia individual.

Direitos patrimoniais: São aqueles que dizem respeito ao patrimônio ou bens das
pessoas, como o direito à propriedade, ao contrato, à herança, entre outros. Esses direitos
são importantes para a garantia da segurança jurídica e da estabilidade econômica.

Os direitos subjetivos possuem algumas características importantes:


Inerência: Os direitos subjetivos são inerentes à pessoa ou grupo de pessoas que os
possuem, não podendo ser transferidos ou cedidos a terceiros.

Exigibilidade: Os direitos subjetivos podem ser exigidos por meio de ações judiciais
ou outros mecanismos previstos em lei.

Irrenunciabilidade: Em geral, os direitos subjetivos não podem ser renunciados ou


abdicados pelos seus titulares.

Imprescritibilidade: Em muitos casos, os direitos subjetivos não prescrevem com o


tempo, ou seja, podem ser exigidos a qualquer momento.

1.8. O ESTADO

O Estado é uma instituição fundamental no direito, pois é ele quem detém o poder de
criar e aplicar as leis dentro de um determinado território. O Estado é responsável por
garantir a segurança, a ordem e a justiça na sociedade, bem como proteger os direitos
individuais e coletivos dos cidadãos.

No direito, o Estado é considerado uma pessoa jurídica de direito público, com


personalidade jurídica própria e capacidade para agir em nome da sociedade. Ele é
composto por três poderes: o Legislativo, o Executivo e o Judicial, cada um com suas
funções específicas.

O poder Legislativo é responsável por criar as leis, que são aplicáveis a toda a
sociedade. O poder Executivo é responsável por fazer cumprir as leis e administrar o

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Estado. Já o poder Judiciário é responsável por aplicar as leis em casos concretos e
solucionar conflitos entre as partes.

Além disso, o Estado possui outras funções importantes no direito, como:

Garantia dos direitos fundamentais: O Estado é responsável por garantir a proteção


dos direitos fundamentais dos cidadãos, como o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
propriedade, entre outros.

Proteção do interesse público: O Estado deve agir em prol do interesse público,


buscando sempre o bem-estar da sociedade como um todo.

Fiscalização e controle: O Estado possui o poder de fiscalizar e controlar as


atividades das pessoas físicas e jurídicas dentro do seu território, para garantir o
cumprimento das leis e evitar abusos.

Promoção da justiça: O Estado é responsável por promover a justiça na sociedade,


garantindo que todos sejam tratados de forma igual perante a lei.

1.8.1. ÓRGÃOS DE SOBERANIA


Os órgãos de soberania são aqueles que exercem o poder político dentro de um
Estado, sendo responsáveis por tomar as decisões mais importantes em nome da sociedade.
Eles são fundamentais para o funcionamento do Estado de Direito, pois são responsáveis
por garantir a estabilidade e a segurança jurídica nas relações entre os indivíduos e as
instituições. (Artigo 105.º C.R.A)

Os principais órgãos de soberania em um Estado democrático de direito são:

Poder Legislativo: É responsável por criar as leis que regem a sociedade. Em


Angola, o Poder Legislativo é composto pela Assembleia Nacional, que é formado pelos
Deputados. (Artigo 141.º C.R.A)
Poder Executivo: É responsável por fazer cumprir as leis e administrar o Estado. Em
Angola, o Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, Vice Presidente e,
auxiliado pelos ministros. (Artigo 108.º C.R.A)

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Poder Judicial: É responsável por aplicar as leis em casos concretos e solucionar
conflitos entre as partes. Em Angola, o Poder Judicial é formado pelos tribunais, que têm
autonomia para tomar decisões independentes. (Artigo 174.º C.R.A)

Além desses poderes, existem outros órgãos de soberania que têm funções
importantes no Estado de Direito, como:

Tribunal de Contas: É responsável por fiscalizar a aplicação dos recursos públicos e


garantir a transparência na gestão financeira do Estado. (Artigo 182.º C.R.A)

Ministério Público: É responsável por defender os interesses da sociedade e garantir


o cumprimento das leis. Ele atua como fiscal da lei e pode propor ações judiciais em nome
da sociedade. (Artigo 185.º C.R.A)

Defensoria Pública: É responsável por garantir o acesso à justiça para pessoas que
não têm condições financeiras para contratar um advogado particular. (Artigo 196.º C.R.A)

1.8.1. Povo

O conceito de povo, como elemento integrante do Estado, diz respeito ao vínculo


jurídico-político que liga o indivíduo ao Estado, criando um complexo de direitos e
obrigações recíprocas.

O termo "povo" no contexto jurídico refere-se à coletividade, à população de um


determinado território. Sua importância é destacada em várias obras jurídicas, como afirma
Hans Kelsen: "O poder do Estado emana do povo e em seu nome deve ser exercido"
(KELSEN, Hans. Teoria Geral do Direito e do Estado).

O povo desempenha funções essenciais no sistema jurídico, incluindo a formação da


vontade política, expressa por meio do sufrágio, conforme pondera Jean-Jacques Rousseau:
"A soberania não pode ser representada, por isso, ela se delega" (ROUSSEAU, Jean-
Jacques. Do Contrato Social).

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Além disso, o povo é fundamental na legitimação do poder estatal, como destaca
Bobbio: "A legitimidade do poder é sempre dependente da legitimação, que é um ato que se
realiza através do consenso dos governados" (BOBBIO, Norberto. Teoria Geral da
Política). No exercício direto da soberania, o povo também participa na elaboração e
alteração da Constituição, conforme pontua Ferdinand Lassalle: "Na verdade, a
Constituição não é obra do Rei, do Parlamento ou dos Partidos; a Constituição é obra do
povo" (LASSALLE, Ferdinand. A Essência da Constituição).

Portanto, a compreensão do papel do povo no direito é essencial para a análise da


estrutura e funcionamento do Estado, sendo o pilar sobre o qual repousa a legitimidade e a
soberania.

1.8.2. Território

Segundo Paulo nader A sede do organismo estatal é constituída por seu território –
base geográfica que se estende em uma linha horizontal de superfície terrestre ou de água e
uma vertical, que corresponde tanto à parte interior da terra e do mar quanto à do espaço
aéreo.8 Em relação ao território, também não há limite máximo ou mínimo de extensão. Há
de ser o suficiente, porém, para que a sua população possa viver e extrair da natureza os
recursos necessários à sua sobrevivência. Cada Estado, por suas fronteiras, possui
demarcado o seu limite territorial.

Dentro de sua base geográfica, o Estado exerce a sua soberania. Conforme expõe
Jellinek, o significado do território revela-se por dupla forma: negativa e positiva. A
primeira manifesta o aspecto de que é vedado a qualquer outro Estado exercer a sua
autoridade nessa área; a positiva expressa que todos os indivíduos que se acham em um
território estão sob o império do Estado.

Segundo Eduardo García Máynez, o território possui dois atributos, do ponto de vista
normativo: impenetrabilidade e indivisibilidade.

O primeiro significa que em um território só pode haver um Estado e o segundo quer


dizer que, da mesma forma que o Estado, enquanto pessoa jurídica, não pode ser dividido,
seus elementos também serão indivisíveis.

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O "território" é um elemento fundamental no ordenamento jurídico, sendo um dos
elementos clássicos do Estado, junto com o povo e o poder. Como salienta Kelsen, "o
Estado é uma ordem jurídica que ocupa um determinado território" (KELSEN, Hans.
Teoria Geral do Direito e do Estado). Nesse contexto, o território desempenha funções
cruciais para a organização estatal.

Em termos jurídicos, o território estabelece os limites espaciais nos quais a ordem


jurídica do Estado é aplicada. Como explica Dalmo de Abreu Dallari, "o território é o
espaço físico sobre o qual o Estado exerce o seu poder, o qual é definido por linhas
geográficas" (DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado).

Além disso, o território é essencial para a segurança e defesa do Estado. Como


afirmava Carl Schmitt, "o espaço é uma categoria fundamental para a política" (SCHMITT,
Carl. O Conceito do Político). A delimitação territorial é crucial para estabelecer fronteiras
e, consequentemente, garantir a segurança nacional.

As funções do território também se estendem ao desenvolvimento econômico e


social. Boaventura de Sousa Santos destaca que "o território é um elemento importante nas
estratégias de desenvolvimento e nas lutas sociais" (SANTOS, Boaventura de Sousa. Pela
Mão de Alice).

Portanto, o entendimento do território no direito é essencial para compreender não


apenas a delimitação geográfica de um Estado, mas também suas implicações nas esferas
política, econômica e social. As referências bibliográficas utilizadas para esta abordagem
incluem obras de Kelsen, Dallari, Schmitt e Sousa Santos.

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CAPITULO II – METODOLOGIA.

2.1. Metodologia Qualitativa

Todo e qualquer trabalho científico carecem de auxílio de métodos para a sua


efectivação. Para (Carlos Fernando 2003: p. 29) define-a como o conjunto de técnicas e
procedimentos utilizados pela ciência para formular e resolver problemas de aquisição
objectiva do conhecimento de forma sistemática. Para Lakatos e Marconi definem
metodologia qualitativa como um conjunto de técnicas que buscam compreender a
complexidade e a diversidade do comportamento humano, das interações sociais e das
relações culturais, baseando-se em dados não-numéricos e subjetivos. Essas técnicas
incluem a observação participante, entrevistas em profundidade, análise de documentos,
entre outras, e são utilizadas em diversos campos.

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CONCLUSÃO

Em síntese, ao explorarmos os intricados elementos do estudo do direito, desde as


diversas fontes que o fundamentam até as complexas relações jurídicas que moldam a
convivência social, percebemos a intricada tapeçaria que compõe esse campo. As fontes do
direito, as normas jurídicas, os direitos subjetivos e objetivos, bem como as relações
jurídicas, são peças interconectadas que delineiam as bases da ordem jurídica. A
compreensão desses componentes não apenas amplia nosso conhecimento, mas também
destaca a importância de um sistema legal robusto e adaptável para promover a justiça e a
equidade. Ao refletir sobre esses subtemas, reiteramos a vitalidade de um constante diálogo
e evolução no âmbito jurídico, garantindo que os direitos fundamentais sejam preservados e
aplicados de maneira eficaz na sociedade.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BOBBIO, Norberto. Teoria do Ordenamento Jurídico. 12ª ed. Brasília: Editora UnB, 2014.

Constituição da República de Angola – 2010

Gusmão, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do direito / Paulo Dourado de Gusmão –
49ª ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense, 2018.

KELSEN, Hans. Teoria Geral do Direito e do Estado

NERY JUNIOR, Nelson. Princípios do Processo Civil na Constituição Federal.

Reale, Miguel. Lições preliminares de direito. 27ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

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