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DIREITO PRIVADO
CACHOEIRA
2021
FELIPE DOS PRAZERES E JOSÉ CARLOS GOMES
DIREITO PRIVADO
CACHOEIRA
2021
RESUMO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 6
2. NOÇÕES DE DIREITO............................................................................ 7
2.1. NORMAS JURÍDICAS E NORMAS SOCIAIS..................................... 7
ANEXOS .......................................................................................................... 25
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1. INTRODUÇÃO
A maioria das leis de Roma tratava das relações entre as pessoas e o Estado,
enquanto as interações entre indivíduos particulares eram regulamentadas
principalmente pelas tradições e costumes. Por isso, as leis romanas se orientavam
muito mais a regulamentar a vida em sociedade, como por exemplo o funcionamento
do serviço militar, o que era considerado crime, quem podia participar do Senado etc.
Essa dicotomia entre direito público e privado foi reforçada durante as
revoluções do século XVIII, em especial a Revolução Francesa, quando vários
pensadores teorizaram as diferenças entre ambos os direitos e a necessidade de
controlar as funções estatais.
O Direito é uma Ciência (Ciência Jurídica e Social) e fala precipuamente sobre
o homem. O Direito é feito pelo homem, assim como todas as ciências. Para uma
melhor análise das ciências, Francis Bacon sugere o método à “Uma atividade pré-
organizada de investigação empírica, para que o homem possa compreender a
natureza, a fim de modificá-la”. Desta forma, mesmo sendo o Direito uma ciência una,
foi ele dividido, para atender um anseio didático, facilitando seu aprendizado. E foi
dividido em Direito Público de um lado e Direito Privado de outro.
O Direito Público, por sua vez, é dividido em Interno e Externo. Conforme lição
extraída de Hely Lopes Meirelles, o Direito Privado tutela predominantemente os
interesses individuais, de modo a assegurar a existência das pessoas em sociedade
e a fruição de seus bens, quer nas relações indivíduo a indivíduo, quer nas relações
de indivíduo com o Estado, sendo aplicado como Direito Civil, Direito empresarial,
Direito do Trabalho e Direito do Consumidor.
O Direito Público Externo destina-se a reger as relações entre Estados
soberanos e as atividades individuais no plano internacional. Já o Direito Público
Interno visa regular, precipuamente, os interesses estatais e sociais, cuidando só
reflexamente da conduta individual.
Conforme essa explicação sobre a natureza jurídica dos direitos, o direito
administrativo é um dos ramos do direito público, pois rege a organização do Estado
para satisfação dos interesses da sociedade.
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2. NOÇÕES DE DIREITO1
Até a pessoa que menos entende sobre o tema direito sabe que as normas por
ele apresentadas rege os termos que são importantes para regulamentar as ações
dos seres humanos e de suas condutas para com a sociedade é assim prevenir os
conflitos entre eles. Então entendemos como as normas e objetivo de o direito levar
paz social dos indivíduos de qualquer ameaça que os rodeia. Mas com essas
afirmação apresentada sobre para que serve o direito nos leva a pensar, mais se o
direito serve para levar a paz social, é levado a dar um pouco de descredito já que o
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Desenvolvimento: os tópicos de 2 a 3.2.2. foram escritos por Felipe dos Prazeres.
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nosso mundo não está vivendo essas paz que é descrita e esperada e não está
evidente nos dias atuais, isso é uma verdade, não é de fato difícil perceber tal coisa,
mas o que acontece é quer o direito não é exatamente para solucionar o conflitos, se
assim é pensado pois a concepção é errada, pois o direito é não sozinho entre outros
métodos que serve para dar uma direção ou seja, para que possa haver uma
organização na sociedade se assim a mesma desejar.
Agora se pegue imaginando se a humanidade não houvesse criado nem uma
norma ou limite a liberdade para a sociedade, ela estaria em um verdadeiro caos, seria
ruim para todos. Imagine se as pessoas pudessem ir i vir quando bem entendessem?
ou estar no lugar quando quisessem estar? como estaria os trânsitos hoje? ou os
hospitais? ou os bares provavelmente estariam cheios de crianças, para tudo e para
todos existe um limite ou como diz o ditado: “a liberdade de cada um termina quando
a do outro acaba”.
E quando um determinado grupo dita uma norma ou lei a ser seguida por todos
está sendo dita ou cria-se então a conhecida norma social, as normas sociais são
sadias a partir do momento em que seu principal objetivo seja a manutenção ou
levantamento da ordem e bem estrutura da convivência entre a sociedade.
No decorrer da história do direito, estudos mostram que ele tem sido dividido
em dois grandes grupos, que se denominam de um lado direito público e do outro o
direito privado. Bom, mas ao observar diversos estudos é capaz de perceber que essa
descrição não e bem concreta, pois pode se encontrar vários vestígios de ramos do
direito público atuando no direito privado e assim vice-versa. Mas essa distinção
mesmo não sendo concreta ela é a que está apta a nos ajudar a entendermos os dois
conceitos em si, pois a partir dos mesmos entender suas variações, é citado um
exemplo bem assertivo sobre esse conceito, que diz: “é como após conhecer o preto
e o branco, está apto a classificar as coisas em vários tons de cinza”, quer nos dizer
quer essa definição é essencial para termos o norteia, sabermos definir e mesmo com
sem ou muita dificuldade, nos orientando sempre para o rumo certo sobre as
definições do direito. Mas enfim o que é realmente o direito público é o direito privado?
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Direito público: o direito público é definido como aquele em que o sujeito seja
o próprio estado ou os cidadãos.
Direito privado: já o direito, direito privado rege e defende os interesses dos
particulares, atua entre as relações dos particulares ou seja: “de particular para
particular”.
DIREITO DIREITO
DIREITO
PÚBLICO PRIVADO
Mas é bem verdade que o direito público pode sim se relacionar com o direito
privado, podem se relacionar da seguinte forma, como se fossem outro ínvido no
mesmo plano jurídico (que tenham relações de contrato privadas). Mas, no que
concerne as regras do direito geral se dá o nome de relações de direito público, essas
relações entre o estado e outros demais.
Já nas relações do direito privado, é bem diferente do direito público os seus
métodos, pois o direito privado e os indivíduos que neles estão relacionados estão
sempre em pé de igualdade, o que não se ver no direito público pois se dirigindo de
forma direta quem manda é o estado, pois ele é representante da coletividade, ou
seja, dos cidadãos que neles estão.
Sobre as normas que rege o direito privado estão a quelas que vemos citadas
acima, elas mesmo: as que regem as relações entre particulares, ou seja, elas são
definidas por pessoas físicas e pessoas jurídicas, que não estão a integrar o direito
público ou seja fazer parte da estrutura do estado.
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o direito privado tem diversos ramos mais o que ganhou voz ou tem maior
destaque é o direito civil, que conhecemos ou é conhecido por muitos como o direito
privado comum, definido assim porque ele rege os interesses familiares, pessoais e
também os patrimônios dos indivíduos. A que no brasil a grande parte das normas
estabelecidas estão à disposição do mais famoso e conhecido como o código civil.
E as suas subdivisões de acordo com o código civil são:
➢ o direito comercial;
➢ o direito do consumidor;
➢ o direito do trabalho; e por fim
➢ o direito internacional privado.
princípio era uma fonte, uma causa de ação, tornando-se um freio dos
fenômenos sociais. Já Cícero, analisando o conjunto de codificação civil
romana, diz que os princípios serviriam para resolver casos novos. Assim,
é de se perceber que na antiguidade os princípios eram tidos como fonte de
direito natural. Aristóteles.
DIREITO PRIVADO
Direito civil
Direito comercial
Direito agrário
Direito marítimo
Direito do trabalho
Direito do consumidor
Direito aeronáutico
Figura 2: direito privado.
Essas normas de valores que são bases para leis, decisões políticas, formas
de comportamento e outras implicações partem de evidências reais no mundo
sociopolítico e por serem comprovadas podem fundamentar o exercício da cidadania
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Desenvolvimento: os tópicos de 4 a 6 foram escritos por José Carlos Gomes.
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e da justiça, sabendo que essas não seriam o que são hoje sem aqueles rudimentos
da moralidade. Dimitri Dimoulis (2003) explica que “a norma diz ao destinatário aquilo
que deve fazer em relação à conduta descrita. Assim sendo, relaciona o ser da
conduta descrita (...) com o dever ser de certas prescrições”, apud (TEBAR 2017, p.
3). Com base nisso, as práticas civis das pessoas precisam de uma norma maior que
determine e vincule o dever ao fazer nas relações coletivas. Os princípios não só ditam
papéis morais individuais, como também “fornece diretrizes que embasam uma
ciência e visam à sua correta compreensão e interpretação” (Castro, 2012).
Para termos uma noção mínima de como os princípios fazem parte do alicerce
do direito, verifiquemos o que consta no art. 4º da LINDB onde está expresso que
“quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes
e os princípios gerais de direito.” Isso quer dizer que, quando houver lacunas na lei e
não tiver respostas para determinada situação judicial o juiz poderá recorrer,
respectivamente ao que foi listado no artigo acima; em terceiro lugar, aos princípios
gerais do direito. No tocante a isso, (CARVALHO I. C., 2014) comenta:
Esse princípio determina que as pessoas com a sua existência são sujeitas a
direitos e obrigações, haja vista que não se pode negar-lhes um bem que já nasce
com elas, que a cada um é inerentemente irrevogável, intransferível e inamovível. O
Código Civil, Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, estabelece que:
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade
são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer
limitação voluntária.
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento
do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer
cessar ato contrário a esta norma.
pelo fato deles terem sido constitucionalizados, como uma categoria híbrida, o mesmo
raciocínio deverá ser seguido com todos os demais direitos previstos na Constituição”.
Partindo desse ponto de vista, eles querem dizer que, se for considerado o direito da
personalidade uma característica hibrida, isso pode ser visto também sobre os outros
direitos que são próprios de direito privado. Com isso, eles concluem que a “maciça
ingerência do direito público na esfera individual acaba por provocar a socialização da
personalidade do ser humano”.
Os direitos da personalidade, regidos pelos seus próprios princípios, não
podem ser coletivizados por uma arbitrariedade pública, porque são “intransmissíveis
e irrenunciáveis” conforme o citado no início do tópico nos arts. 11 e 21 do CC. Já
que, dessa forma o direito privado poderia sofrer extinção e levar “ao reconhecimento
de que no Brasil só existem direitos híbridos e direitos públicos” de acordo com (DE
ASSIS ZANINI, Leonardo Estevam et al, 2018, pag. 217)
Isso também vale no sentido de não ser lícito coagir alguém a fazer o que não
tem vontade ou contratar negócios os quais não tem interesse. Referente aos
contratos, (SANTOS, 2001) também esclarece que:
No art. 226 da Constituição Federal está a norma áurea que rege esse princípio
que diz precisamente que “a família, base da sociedade, tem especial proteção do
Estado”. Nesse mesmo artigo temos as prescrições legais que estabelecem o
casamento, a união estável, a formação familiar, a igualdade conjugal, o divórcio etc.
A família é regida por princípios positivados pelo Estado e por princípios morais que
residem na composição social familiar.
Esse princípio normativo é regido por vários outros princípios que se
comunicam em favor da proteção e da integridade humana, um desses princípios que
está ligado ao direito da família é o princípio de proteção da dignidade da pessoa
humana (art. 1º, inc. III, da CF) que é definido por Ingo Wolfgang Sarlet (2015, p. 124)
como:
No art. 5º, inciso XXX da CF está escrito que “é garantido o direito de herança”.
Essa norma é regida pelo princípio que determina às pessoas a capacidade de
transferir bens a outros por meio de testamentos e receber herança conforme
estipulado na lei de sucessão e herança. O art. 1.857. do Código dispõe que “toda
pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade dos seus bens, ou de parte
deles, para depois de sua morte”. No art. 1.829 do CC está previsto os legítimos da
sucessão o qual exprime que “a sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I -
aos descendentes; II - aos ascendentes; III - ao cônjuge sobrevivente; IV - aos
colaterais”.
Segundo (LÔBO, 2015, p. 36) o “direito à herança não se confunde com direito
a suceder alguém, porque antes da morte não há qualquer direito a suceder”. O autor
também explica o seguinte sobre as diferenças entre a herança e a sucessão na CF:
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
aprimorar sua capacidade para buscar seu lugar de atuação na vida privada com mais
protagonismo e noção jurídica refinados. Se os sujeitos dessa relação física e jurídica
sabem, por exemplo, que existem dispositivos legais que atuam protegendo o
patrimônio e a propriedade individual, eles podem defender-se com categoria contra
ladrões de bens alheios que usam de artimanhas contra aqueles que não conhecem
as normas privadas.
Assim, podemos concluir que, quanto mais conhecemos os ordenamentos
jurídicos, suas funcionalidades legislativas, suas ramificações e suas diferentes
atuações no mundo no qual se aplica o Direito, mais estaremos à frente de muitos
que ignoram esse conhecimento essencial. Esse artigo buscou contribuir com isso,
destacando importantes definições, facetas e explicações que com base em autores
destacados, como Miguel Reale, podem redimensionar a compreensão e intensificar
a disseminação de tudo que foi abordado nesse trabalho acadêmico.
À medida que o tempo avança e as mudanças vão acontecendo nas relações
civis e contratuais, os autores das normas e processos legislativos precisam atualizar
as formas de gestar as diferenças que vão surgindo e organizar as leis para o mais
adequado funcionamento da sociedade. Sem o devido estudo e exploração dos
princípios do Direito privado não é possível a interpretação verossímil do que mudou
e de como adaptar-se a um novo contexto que vem surgindo, daí a importância do
que foi explanado nesse artigo, entender como é hoje esse ordenamento para então
acompanhar o que ele poderá ser futuramente dependendo das revoluções sociais e
contratuais no quadro sociopolítico nacional e global.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DINIZ, Maria Helena. As lacunas do direito, 4ª edição, Editora Saraiva, São Paulo,
1997.
REALE, Miguel. Filosofia do Direito. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 60.
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ANEXOS