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CURSO DE DIREITO
CARLOS GABRIEL PINHO DA SILVA
Paço do Lumiar
2021
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CARLOS GABRIEL PINHO DA SILVA
Paço do Lumiar
2021
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Sumário
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 04
2. CONCEITOS DE HISTÓRIA DO DIREITO...........................................................04
3. ASPECTOS HISTÓRICOS....................................................................................08
4. O ENSINO DA HISTÓRIA DO DIREITO NO BRASIL E NO EXTERIOR ............17
5. CONCLUSÃO........................................................................................................20
REFERÊNCIAS......................................................................................................21
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1. INTRODUÇÃO
O vocábulo direito deriva do latim directum que significa ‘’o que está conforme à
regra’. Nada mais é que a soma das palavras DIS (muito) + RECTUM (reto, certo,
correto, justo). É o conjunto de normas obrigatórias que conforme a regra garantem a
convivência social e a conduta do homem com o objetivo de atingir um bem comum
coletivo.
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Para entendermos como funciona a história do direito, é necessário
compreender para que serve o direito e porque o mesmo foi criado. É fato que não há
direito sem sociedade, assim como não há sociedade sem direito, uma vez que as
regras do direito, de certa forma, regem o corpo social. Desta forma, entende-se que
há supremacia do interesse coletivo em relação ao interesse individual, tal afirmação
se confirma na fala de Mello (2005, p. 59-60):
Os conceitos de direito variam entre diversos autores, isto ocorre porque temos
uma vasta cronologia em que cada conceito se encaixa, percebe-se desta forma que
as leis e normas sempre estiveram presentes desde o início do mundo, a diferença é
que estas ‘’regras’’ foram se aprimorando e sofrendo alterações de acordo com o
contexto assim inserido.
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realizar o bem comum, ou seja, solucionar casos de acordo com princípios e normas
pré-estabelecidas.
Assim sendo, Antônio Carlos Wolkmer (2006, p. XV) afirma que ‘’trata-se de
pensar a historicidade do direito, no que se refere à sua evolução histórica, suas
ideias e suas instituições, a partir de uma reinterpretação das fontes do passado sob
o viés da interdisciplinaridade (social, econômico e político) e de uma reordenação
metodológica, em que o fenômeno jurídico seja descrito sob uma perspectiva
desmistificadora.”
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Para Walter Vieira do Nascimento, “à História do Direito se reserva a
importante função de estabelecer pontos de contato entre instituições jurídicas de
diferentes fases da vida em sociedade” (2008, p. 04).
José Fábio Rodrigues Maciel e Renan Aguiar (2007, p. 22) afirmam que “A
função precípua da história do direito na formação dos bacharéis encontra-se na
desnaturalização da permanência ou evolução, em fazer o jurista observar que o
direito relaciona-se com o seu tempo e contexto (social, político, moral) e que o
direito contemporâneo não é uma nova versão do direito romano ou uma evolução
do direito medieval, mas sim fruto de um complexo de relações presentes na
sociedade e que progride a par das forças indutoras capazes de modificá-lo,
transformá-lo, revolucioná-lo.”
A razão pela qual a história do direito se tornou um assunto básico é que ela
descreve, revela e conta todos os eventos e seus processos de evolução que
ocorreram em um determinado tempo e lugar. Por isso, para estudar a história jurídica
de várias civilizações, é necessário estudar os sistemas jurídicos como o direito de
propriedade e o direito penal, bem como suas fontes jurídicas, ou seja, tudo o que
pode acontecer.
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3. ASPECTOS HISTÓRICOS
A principal característica dos nômades é que eles têm esse modo de vida
errante, não permite o crescimento populacional por falta de recursos. Portanto, as
dificuldades de sobrevivência causadas pelo deslocamento aumentariam. Ao mesmo
tempo, esses pequenos grupos são os primeiros a formar uma organização social.
Após a Era do Gelo que terminou há 13.000 anos, os nômades começaram a construir
suas casas (cabanas) ao longo de rios e lagos, onde aprenderam a fazer embarcações
e a pescar. Eles também reservavam água, e continuaram a caçar e coletar cereais e
frutas selvagens. Este processo nômade está ligado à pré-história, porque a história
é pesquisa de encenação tradicional originada da Europa e baseada no calendário
cristão.
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Como já dito, o direito, antes mesmo de ter nomenclatura, já era presente em
forma de ideal, na Pré-História os povos não tinham domínio da escrita, eram
chamados de povos sem escritos ou ágrafos (a = negação + grafos = escrita). Abaixo
uma representação desses povos:
Fonte: https://historiaestudio.com.br/artigos/a-historia-antes-da-escrita/post/168
a) o costume;
b) os precedentes;
c) os provérbios;
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d) e a decisão do chefe;
Fonte: https://historiaestudio.com.br/artigos/a-historia-antes-da-escrita/post/168
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acredita em inúmeras crenças e mitos sem fundamentação alguma, era apenas um
senso comum empírico. A seguir algumas regras definidas pelos ágrafos:
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Fonte: https://historiaestudio.com.br/artigos/a-historia-antes-da-escrita/post/168
a) imaterial;
b) numerosos;
c) relativamente variados;
d) Intensamente religiosos;
e) direitos de nascença;
Esses povos ágrafos, que são multiplicidades de povos e tempos têm somente
algumas características comuns:
c) nômades ou seminômades;
a) o direito não era legislado, vez que as populações não conheciam a escritura formal
e suas regras de regulamentação mantinham-se e conservavam-se pela tradição, isto
é, os costumes eram transmitidos oralmente, de geração para geração;
b) cada organização social possuía um direito único, que não se confundia com o de
outras formas de associação, com suas próprias regras, vivendo com autonomia e
tendo pouco contato com outros povos (a não ser pelas guerras), fato explicado talvez
pelas longas distâncias e, principalmente, pelas características geográficas de cada
lugar;
c) corolário deste pensamento é que há uma diversidade destes direitos não escritos
diante de uma gama de sociedades atuantes, advinda da especificidade para cada
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um dos costumes jurídicos concomitantes e de possíveis e inúmeras semelhanças ou
aproximações de um para outro sistema primitivo;
Com a vitória do Rei Eannatum, que tinha a fama de ser o ‘’subjugador das
terras inimigas’’, o mesmo mandou que erguessem um monumento feito de monólito
de pedra no meio das duas cidades, neste monumento estava escrito uma espécie de
termo de paz ‘’ que jamais um homem de Umma cruze a fronteira de Ningirsu! Que
jamais se altere e o seu declive e a sua vala! Que não se movam a estela! Se ele
cruzar a fronteira se abata sobre Umma.”
Vale ressaltar também, o segundo código criado pelo Rei Urukagina de Lagash
em 2350 a.C., o governante era considerado como reformador social, pois buscava
governar com princípios de igualdade entre os cidadãos, buscando sempre o bem
comum da coletividade. Um dos decretos formulados pelo Rei era que nenhum pobre
deveria ser obrigado a vender seus pertences aos ricos, em busca de sua
sobrevivência. O código de Urukagina de Lagash buscava igualdade e liberdade,
assim como também, limitava o poder dos mais ricos e dos sacerdotes, em virtude do
que chamamos hoje de igualdade social.
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seja, aplicaram costumes antigos para que virarem normas legais baseadas em algo
já conhecido.
- Se um barqueiro é negligente e deixa afundar o barco, ele responderá por tudo aquilo
que deixou afundar;
- Se um cidadão que não tem o menor crédito sobre outro conserva, no entanto, como
penhor, o escravo desse cidadão, o proprietário do escravo prestará juramento diante
de deus: “Tu não tens o menor crédito sobre mim"; então o dinheiro correspondente
ao valor do escravo deverá ser pago por aquele que com ele está;
- Se um homem toma por mulher a filha de um cidadão sem pedir consentimento dos
pais da moça, e não concluiu um contrato de comunhão e casamento com eles, a
mulher não será sua esposa legítima, mesmo que ela habite um ano na sua casa;
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Percebe-se que a maioria dos artigos são iniciados com a condicional ‘’se’’, isto
é, todos os cidadãos tinham que respeitar o código e se não o fizesse eram
penalizados de forma a pagar por suas consequências.
- Wardum: Escravos, que podiam ser comprados e vendidos até que conseguissem
comprar sua liberdade.
- Art. 22: Se um homem cometeu um assalto e foi preso, deverá ser morto;
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- Art. 25: Se pegou fogo na casa de um homem e o outro que veio apagá-lo roubou
um bem móvel do dono da casa, o ladrão será lançado ao fogo;
- Art. 186: Se um homem adotou uma criança desde o seu nascimento e a criou, essa
criança adotada não poderá ser reclamada;
- Art. 229: Se um pedreiro edificou uma casa para um homem, mas não a fortificou e
a casa caiu e matou o seu dono, esse pedreiro será morto;
- Art. 230: Se o pedreiro causou a morte do filho do dono da casa, matarão o filho
desse pedreiro;
Fonte: https://www.todoestudo.com.br/historia/codigo-de-hamurabi
O último código a ser citado nesse artigo, o Hamurábi, foi criado baseado nos
elementos do cotidiano do povo da Babilônia, tais aspectos como: comércio, terras,
ciclo familiar, escravidão, herança, donos de propriedades, inclui-se também os delitos
e as consequências das ações dos que eram punidos, uma relação de acusado e
vítima (Awilum, Muskênum e Wardum). Também existia um fator muito curioso neste
período, se o ofendido fosse um Awilum e o acusado um Wardum a pena era aplicada
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de forma mais severa. Este código foi elaborado com o intuito de engrandecer e
exaltar a imagem do soberano.
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colônias as primeiras instituições de ensino superior, portanto o Brasil se encontrava
limitado às universidades portuguesas de Coimbra e Évora.
Sr. Presidente, eu me persuado que se não pode ensinar o que não existe.
Onde está a História da Legislação Pátria? Será a História da Legislação
Portuguesa? Eu já mostrei que a nossa legislação, posto que tivesse a origem
da portuguesa, não pode, contudo, ser explicada pelos mesmos princípios
daquela legislação, mas deve ser iluminada, e demonstrada pelos princípios
da nossa Constituição, princípios, que a não professa.
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Em compensação, tem-se o argumento de Custódio Dias:
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a) Áustria: universidades de Viena, Graz, Innsbruck, Salzburg e Linz, compõem o
núcleo de locais que oferecem o curso de direito, a graduação tem como matérias
básicas principais: introdução ao direito, direito romano e sociologia
5. CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
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