Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Objeto em sentido material: matéria que está a ser tratada e sobre a qual incide o
estudo o estudo científico.
História do Direito: descreve e explica as instituições e a vida jurídica do passado nos seus
múltiplos sentidos e aspetos práticos, normativos, cientídicos e culturais.
Ciência histórica pois o seu objeto é o estudo de uma sucessão de sistemas jurídicos
em interdependência com fatores culturais e materiais de diferentes épocas;
-História narrativa: única e pura descrição dos factos passados.
-História pragmática: procura extrair dos factos passados lições para o futuro,
considera-se que a história se repete ciclicamente.
-História genética: compreensão dos factos ou instituições do passado na sua
dependência/sequência orgânica, visa perceber porque as coisas acontecem de uma
maneira e não de outra (relação causa/efeitos).
-Enquanto ciência histórica, História do Direito é predominantemente genética.
Ciência jurídica pois distingue no passado entre aquilo que é perene e aquilo que
muda, procura detetar permanências no Direito dos povos.
-Perspetiva técnica ou dogmática: olhar o Direito do prisma do presente,
interpretando-o e explicando a sua aplicação.
-Perspetiva filosófica: encra do Direito do ponto de vista das razões últimas,
supratemporalmente.
-Perspetiva histórica: procura perceber como surgiu o Direito que nos rege.
-Apenas a perspetiva histórica corresponde à História do Direito.
Ora, segundo Mário Júlio de Almeida Costa, História do Direito tem um estatuto misto, é uma
ciência histórica e jurídica.
2. Objeto da História do Direito
Leibniz:
História interna do Direito: estudo dos sistemas jurídicos vigente no passado em todos
os seus aspetos, buscando o conhecimento do sistema jurídico em si.
História externa do Direito: estudo dos fatores metajurídicos, extrajurídicos de ordem
política, social, económica, religiosa e cultural que influenciaram a conformação do
Direito no tempo.
Crítica: apenas a história interna seria a verdadeira história do Direito.
Deslocação:
-História interna: instituições jurídicas
-História externa: fontes de Direito do passado.
História geral do Direito: visão de conjunto do Direito de cada época, estudo de todo o
sistema jurídico num dado período.
História especial do Direito: estudo monográfico e pormenorizado de cada instituição,
estudo da sua evolução ao longo de todas as épocas.
1. Direito Romano
A) Conceito
O Direito é uma realidade complexa, difícil de definir. O Direito não deve ser olhado como
conceito mas sim como arte ou prática.
António Santos Justo: o Direito Romano como um conjunto de normas ou regras jurídicas que
vigoram no mundo romano desde a fundação de Roma (753 a.C.) até 565 (morte de
Justiniano).
B) Desenvolvimento
Critérios de periodização:
Época Período
Época monárquica (753 a.C. – 510 a.C.): desde a fundação de Roma até à revolução
republicana.
Época republicana (510 a.C. – 27 a.C.): desde a revolução republicana atè ao começo
do principado, com Augusto.
Época imperial (27 a.C. – 284 d.C): desde o começo do principado, com Augusto,
até ao incício do dominado, com Diocleciano.
Época absolutista ou (284 d.C. – final): a partir do reinado de Diocleciano, até à queda
dominado do império romano:
i. 476 d.C. no Ocidente (invasões bárbaras);
ii. 1453 d.C. no Oriente (ocupação turca, final da idade média).
Critério Jurídico-interno:
Época Período
Época arcaica (753 a.C. – 130 a.C.)
i. Época do Direito Romano nacionalista ou quiritário (até 242 a.C.)
ii. Época do ius gentium ou Direito Romano universalista (a partir
de 242 a.C.)
Época clássica (130 a.C. – 230 d.C)
i. Época pré-clássica (130 a.c. – 30 a.C.)
ii. Época clássica central (30 a.C. – 130 d.C.)
iii. Época clássica tardia (130 d.C. – 230 d.C.)
Época pós-clássica (230 d.C. – 530 d.C.)
i. Época de confusão na vida jurídica e de substituição da
iurisprudentia por uma ciência jurídica simplista e elementar (230
d.C. – 395 d.C.)
ii. Época de vulgarização, no ocidente, e de classicismo, no oriente
(395 d.C. – 530 d.C)
Época justinianeia (530 d.C. – 565 d.C.)
Época arcaica: começa em 753 a.C. e termina em 130 a.C., data em que surge a lex
Aebutia de formulis que legaliza o processo formulário (agere per formulas) baseado
numa fórmula escrita e mais agil concedida pelo pretor, afastanto o sistema processual
de ações legais (legis actiones) integrado por atos rígidos e orais.
-época deficientemente documentada
-o jurídico surge imbricado no moral e no religioso
-instituições jurídicas numa fase elementar
o Época do Direito Romano nacionalista ou quiritário: termina em 242 a.C.,
data da criação da magistratura do praetor peregrinus (pretor peregrino).
o Época do ius gentium ou Direito Romano universalista
Época clássica: começa em 130 a.C. termina em 230 d.C. com a substituição do
processo formulário pelo processo extraordinário (cognitio extra ordinem) e o
esgotamento da jurisprudência.
o Época pré-clássica: marcada pela ascensão da jurisprudência.
o Época clássica central: esplendor da jurisprudência, atinge o seu apogeu e
encontra o equilíbrio entre a estabilidade e o casuísmo, modernizando o ius
civile sem nunca se afastar de princípios doutrinais e regras jurídicas.
o Época clássica tardia: começo do declício da jurisprudência burocratizada
(depende do poder político) e voltada agora para o ius publicum. A Jurisdição
passa a pertencer ao Imperador ou aos funcionários imperiais.
Época pós-clássica: inicia-se em 230 d.C. e termina em 530 d.C., ano em que Justiniano
encarrega Triboniano de elaborar os Digesta ou Pandectae.
o Primeira sub-época: termina em 395 d.C., ano em que Teodósio divide pelos
seus dois filhos o Império Romano em duas partes. É marcado pela confusão
na vida jurídica (prática e simplificação jurídica) e pela substituição da boa
jurisprudencia por uma má ciência simplista e elementar de resumos de
textos.
o Segunda sub-época: No ocidente continua a vulgarização e simplificação
jurídicas; no oriente há uma reação antivulgarista e de tentativa de retorno ao
direito clássico com ideias e princípios filosóficos helénicos.
Época justinianeia: inicia-se em 530 d.C. e termina em 565 d.C. com a morte do
Imperador Justiniano. É caracterizada pelo classicismo e pela helenização e pela
elaboração da maior compilação de Direito Romano jamais realizada, o Corpus Iuris
Civilis, da qual os Digesta constituem uma parte.
Outras propostas:
Desinteresse pela codificação: escasso relevo das fontes escritas perante a importância
do costume e da jurisprudência.
Prioridade da actio, do veículo ou meio processual sobre o ius, sobre o Direito
substantivo: não havendo Direito civile para aplicar, a resolução dos problemas
práticos era assegurada através da concessão de actiones concedidas pelo pretor,
substituiam a lei.
A ausência ou escasso papel da lex permite a fluidez, espontaneidade e dinamismo
com que se formaram e desenvolveram instituições jurídicas romanas.
Simplicidade de soluções e ausência de um sistema: a naturalidade e simplicidade
verificam-se a utilização do mesmo instituto jurídico para a obtenção de fins práticos
diversos. De sublinhar o caráter casuístico das leges e das obras de iurisprudentia.
Diferenciação de conceitos: separação rpgressiva do jurídico, dos usos sociais e das
regras religiosas. Os jurisconsultos romanos manejavam poucos conceitos e distinções
fundamentais mas os que utilizavam eram dotdos de um caráter universalista.
Força da tradição: a evolução das instituições jurídicas e as transições políticas fizeram-
se lenta e prudentemente.procurava-se assegurar a observância material do
precedente.
Ponderação e coordenação entre liberdade e autoridade: a liberdade evidenciava-se
na existencia de um livre jogo de vontades e a autoridade estava presente no
formalismo negocial destinado a tutelar a certeza, segurança e os princípios
fundamentais do comécio jurídico.
Influência de vínculos sociais e morais no Direito: considerados vínculos pré-jurídicos
ou para-jurídicos e tinham influência no Direito vigente.
o Fides: ser digno de confiança, quem já se comprometeu não pode voltar atrás.
o Officium: obrigava o particular a ser útil aos outros, altruisticamente (sem
esperar nada em troca) prestando-lhes serviços.
o Humanitas: dever moral que obrigava os romanos a respeitar e a valorizar a
pessoa humana.
o Amisticia: amizade, valor importante na esfera social e moral e no campo
jurídico.
O grande contributo na formação dos juristas: o seu estudo transite uma relativa
liberdade e independência perante a lei vigente; ensina a criar, interpretar e aplicar a
norma jurídica adequada a cada situação;manifesta a solidez de princípios perante
transformações e crise da vida poítica.
A perfeição técnico-jurídica da jurisprudência romana: rigor na criação de figuras
jurídicas, formulação de princípios e regras de direito, consagração de terminologia
jurídica (nasce o alfabeto e gramática da linguagem jurídica, segundo ihering).
Interesse histórico do estudo do Direito Romano: segundo Sebastião Cruz, o Direito
Romano é o melhor laboratório jurídico pois poermite estudar como se dá o
nascimento, apogeu e decadência dos institutos jurídicos concretos.
O interesse comparatístico do estudo do Direito Romano: permite fundamentr a
Ciência do Direito Comparado por ser a raiz comum dos sistemas jurídicos romano-
germânicos atuais.
O interesse do Direito Romano para o estudo do Direito Europeu: estudo dogmático,
cmo se estivesse em vigor. Muitas leis portuguesas são a transposição de normas
europeias.
2. Ius e fas
Inicialmente tinham significados idênticos: reportavam o que era ou não lícito aos
homens fazer em face da ação divina.
Fas evoluiu e passou a significar norma ou conjunto de normas que estabeleciam as
condutas lícitas aos homens perante os deuses e cuja inobservância era punida com
sanções de natureza religiosa. Aproximou-se do ius divinum.
Ius aproximou-se do ius humanum (secularização e autonomização entre jurídico e
religioso), é o conjunto de normas reguladoras dos homens e disciplinadoras da sua
interação.
3. Sentidos do ius
4. Iustitia e Aequitas
Aristóteles dintingue:
Equidade-justiça
Equidade-misericórdia: suavização da justiça por outros valores e sentimentos.
Funções da aequitas:
Ela não foi apenas a justiça do caso concreto, positivou-se no ius civile através do
legislador e do jurisconsulto: criação, interpretação e transformação do direito
positivo.
Época pós clássica, Constantino: É necessário, em todas as coisas, que a razão da justiça e da
equidade esteja primeiro que a do direito escrito.
5. Iuris Praecepta
Os princípios fundamentais do Direito (Ulpianus):
o Viver honestamente.
o Não prejudicar os outros.
o Atribuir a cada um o seu direito.
Viver honestamente é um princípio meta-jurídico: quatro virtudes cadeais do agir
humano (prudência, temperança, fortaleza e justiça)
Apenas os outros dois preceitos pertencem ao âmbito estritamente jurídico.
O pupulus romano era regido pela lex e ao civis utilizavam nas ruas relações inter pares o ius
(civile).
Isto deixoud e fazer sentido quando a lex se tornou facto de produção normativa do
ius.
Surgem os conceito de ius publicum e de ius privatum.
Quanto à origem:
Ius publicum era o direito criado pelos órgãos estatais (normas da Lei das XII Tábuas);
Ius privatum eram as normas e princípios elaborados e conservados pela
jurisprudência.
Quando ao objeto:
Ius publicum disciplinava e organizava a política e os poderes públicos nas relações
internas e internacionais;
Ius privatum era o Direito que disciplinava as relações entre particulares.
Segundo Ulpianus, estas dintinções são duas perspetivas do mesmo Direito, o Direito visto em
duas perspetivas.
Ulpianus:
Mores maiorum: tradição moral dos antepassados, segundo antónio Santos Justo.
Costume: tácito consenso do povo e da sua convicção à obrigatoriedade da sua
observância.
Interpretatio: as respostas dos jurisconsultos eram dadas oralmente (jurisprudência)
367 a.C.: praetor urbanus: parente próximo mas subalterno dos cônsules, investido de
poderes e imperium, potestas e iurisdictio. Podia conceder e denegar actiones, coagir
as partes a assumirem e cumprirem as suas obligationes, outorgar interinamente a
posse de bens em litígio, ignorar os efeitos de determinados atos jurídico e conceder
proteção processual a meras situações de facto.
224 a.C.: praetor peregrinus: admnistrava a justiça entre cidadãos romanos e
peregrunos e entre peregrinos entre si, sujeitos à jurisdição romana.
o Publicava inicialmente o edictum ou album (repentina ou perpetua, mediante
tivesse aplicação em casos concretos ou durasse um ano)
o Foi-lhes importa a Lex Cornelia de iurisdictione (67 a.C.) pois nem sempre
atuavam dentro dos limites dos edicta. Eram então obrigados a não
extravasarem ou contrariarem o vertido nos edicta.
o Edictum Perpetuum: Iulianus elabora a redação deinitiva do edicto do pretor
Primeiramente, apenas avaliavam o cumprimento das leis e dos costumes por parte do
povo romano.
Depois, integraram as lacunas de lei e diminuiram o rigor e rigidez do ius civile.
Por fim, protegiam casos não previstos n o ius civile atraves da concessão de actiones
o Novo sistema: dualismo jurídico até à compilação justiniana.
Ius honorarium: todo o ius não civil constituido pelas normas criadas pelos magistrados com
poder para tal (pretores, edis-curuis e governadores das províncias).
Gaius: as normas e institutos do ius gentium fundam-se na ordem natural das coisas. As obras
dos jurisconsultos romanos mostram o direito natural praticamente vivo dentro de um
ordenamento jurídico vigente.
A grande lição reside na integração do direito natural no trabalho prático dos juristas
romanos.A naturalis ratio aparece como um elemento de interpretação do ordenamento
jurídico e da busca da solução justa para os casos concretos.
Beneficium: quando o ius singulare se traduzia numa situação de vantagem para aquelas
pessoas a quem se aplicava.
A moderna técnica jurídica (civilística, em particular) deve ao Direito Romano uma significativa
quota-parte metodológica e criativa.
É certo que os juristas romanos não criaram conceitos como “direito subjetivo” ou “abuso do
direito” mas, segundo António Santos Justo, pressentiram-nos.
As realidades a que hoje esses conceitos se reportam foram por eles identificadas
Os Glosadores, Comentadores e Pandectistas foram correntes jurídicas que receberam
o legado dos romanos e fazendo com que chegasse até nós.
O sentido original do termo “Direito” é o Direito enquanto objeto ou coisa devida. Este sentido
encontra-se na própria definição de justiça (perpétua e constante vontade de dar a cada um o
que é seu, ou o seu direito).
Direito em sentido normativo: conjunto de normas jurídicas que disciplinam a vida social. É
neste sentido que se fala de ius civile, ius gentium e ius honorarium, assim como foi neste
sentido que se definiu “Direito Romano”.
Âmbito temporal: regra da não retroatividade da lei (as leis não tinham rpetensão de se
aplicar a factos ocorridos antes da sua entrada em vigor).
O povo ou o Legislador que criam as normas jurídicas positivas podem fazer cessar a sua
vigência dos mesmos modos por que as criam.
Cessar um costume:
Caducidade: decorrido o hiato temporal ou verificado o evento para o qual a lei foi
cirada, desapareceram os pressupostos que a motivaram.
Revogação: surge uma nova lei a retirar a vigência à lei anterior.
o Parcial: a lei nova derrogou a antiga.
o Total: a lei nova abrogou a lei antiga.
o Expressa: resulta explicitamente da nova lei.
o Tácita: resulta da remodelação global da matéria legislada ou da contradição
das normas da nova lei com a lei anterior.
Surgimento de um costume contra legem: isto acontecia porque a lei e o costume
tinham o mesmo valor.
o Segundo Ialianus, a vigência da lei e a vigência do costume derivava da
vontade do povo, logo era indiferente que esta vontade se manifestasse por
escrito atraves da lex ou atraves da prática (costume).
o Uma constituição imperial de Constantino (319 d.C.) retira ao costume o poder
de revogar uma lei.
Ainda que o sentido habitual de ius seja o de coisa devida, a jurisprudência tambem utilizou o
termo ius no sentido de faculdade ou poder de atuação do sujeito particular.
É nesta aceção subjetiva que os romanos utilizarm o termo “direito” para se referirem,
quer no plano substantivo, ao direito do proprietário sobre uma coisa, quer no plano
processual, à actio (permite a defesa dos direitos materiais) ou á exceptio (permite
provar factos que tornam improcedente uma actio).
O exercício de um direito subjetivo pode ter efeitos normativos.
O uso de um direito subjetivo consiste na realização das faculdades que integram o
seu contudo. Quando essa realização se integra num uso normal desse direito o
exercício não é limitado pelo ordenamento jurídico.
o Proibição do animus nocendi: proibição do exercício de um direito para
prejudicar outrem e sem que daí resulte utilidade para o titular (Justiniano).
o Posteriormente por influência estóica e cristã e pelos trabalhos dos Glosadores
e dos Comentadores, isto desembarca na doutrina do abuso do direito.
D) Interpretação
Se o Direito Romano é perfeito, deve-se à organização política romana, ele constituiu uma
expressão do poderio político de Roma.
A organização política romana constitui um laboratório interessante para o estudo do Direito
Constitucional e do Direito Comparado.
Roma terá sido fundada em 754 ou 753 a.C. na planície do Lácio, por um conjunto de povos
que partilhavam o sentimento político de pátria universal, sobressaindo a influência etrusca
(fornem os primeiros reis a Roma).
Até ao século III a.C. Roma era uma cidade-estado: conjunto de homens livres, estabelecidos
num exíguo território, dispostos a defendê-lo e participando nas decisões comuns através de
órgãos políticos fundamentais.
Instituições políticas:
Rex: monarca vitalício designado pelo seu antecessor ou pelo interrex, sendo
aclamado pelo populus (lex curiata de imperio: o poder derivava do povo).
o Dirigia a civitas
o Desempenhava funções religiosas, militares e judiciais
o Era sumo-sacerdote, supremo chege militar e o último juíz
Senatus: subsistem algumas dúvidas. Assembleia constituida pelos patres das gentes
que fundaram a civitas num número de 100.
o Concediam a auctoritas patrum às decisões tomadas pelas assembleias
populares
o Concediam o interregnum a um senador durante a vagatura da coroa
o Importante função consultiva junto do Rex
Comitia Curiata: assembleia de populus romanis onde se reuniam as 30 curiae (religião
e cultos próprios, base de recrutamento militar).
o Aqui os magistrados e o Rex eram nessas qualidade investidos com a lex
curiata de imperio.
o É duvidoso se desempenharam funções legistaltivas.
15. A República
Em 510 a.C. o último rex da monarquia roma é deposto na sequência de uma revolução
elaborada pelos patrícios, sendo que depois os plebeus associaram-se e vão aumentando os
seus direito.
O desempenho das cinco magistraturas ordinárias não eram apenas um encargo mas também
uma honra porque o exercício das funções não era acompanhado de qualquer remuneração.
Todas elas têm competências específicas e estava distribuido pelas cinco o poder de
governar (executivo)
A mais elevada era os censores.
o Administração do ager publicus
o Elaboração das listas dos senadores
o Organização do recenseamento dos cidadãos romanos
o Tutela da moralidade romana
o Eram eleitos por 5 anos nos comitia centuriata
Seguiam-se os consules.
o Eram os sucessores do rex
o Gozavam de poder de soberania (imperium):
-comandar o exército
-convocar o senado e assembleias populares
-administrar a justiça (a partir de 367 a.C. e extraordinariamente com a criação
da pretura)
o Eram eleitos por 1 ano nos comitia centuriata
Surgiam os praetores, colegas minores dos consules (abaixo deles).
o Administração da justiça entre cidadãos (a cargo do praetor urbano) ou entre
cidadãos e peregrinos e entre peregrinos entre sisujeitos á jurisdição romana
(a cargo do praetor peregrino)
o Nos tempos do processo fomulário, os praetores presidiam a fase in iure onde
analisavam o aspeto jurídico da causa e proclamavm a (in)existência do direito
do qual o autor se arrogava e pretendia fazer valer.
Seguem-se os aediles curules.
o Fiscalização da limpeza da cidade
o Manutenção das vias e dos edifícios públicos
o Vigilância do trânsito
o Regulamentação dos preços
o Organização dos espetáculos
o Guarda dos arquivos do Estado
o Gozavam do poder punitivo (coercitio), exercendo ainda o poder jurisdicional
o Não dispunham de ius imperii.
Os Quaestores são eleitos nos comitia tributa e tornam-se uma magistratura própria.
o Administram a justiça criminal
o Cobram multas
o Ocupam-se dos confiscos e do governo da tesouraria estatal.
Ditadura: uma magistratura extraordinaria. É nomeado em momentos de perigo pelos
consules por acordo ou sorteio confirmado numa lex curiata (investidura pela assembleia
popular como fundamento de todo o poder.
Dictator optima lege creatus: tinha poder absoluto. Concentra todos os poderes
durante 6 meses, podendo exercê-lo com total independência e irresponsabilidade.
Dictator imminuto iure: para uma função concreta
B) Assembleias populares
Comitia curiata: vêm da época monárquica e começam a perder poder.
Comitia centuriata: a mais poderosa. São a base de recrutamento militar. Intervêm na
eleição de magistrados com imperium. Votam as leis propostas por esses magistrados.
Comitia tributa: a unidade de voto é a tribo (vota qum lá reside). Elegia alguns
magistrados menores e votava certas leis.
Existia tambem os Consilia plebis (conselho da plebe) que terá funcionado primeiro por cúrias
e depois por tribos.
São convocadas por um magistrado que preside. Se for os comitia centuriata tem de ser um
magistrado superior (com imperium). Se for os concilia plebis preside um tribuno da plebe.
C) O senado
Composição: agora é a assembleia dos homens considerados mais representativos
pela sua riqueza e autoridade (antes representavam os patres). Inicialmente incluaia
apenas patrícios, depois também plebeus. Em número de 300 nomeados pelo censor.
Funções: a maior establidade dá-lhe o papel político mais importante.
o Guerra e direção do exército
o Administração pública
o Culto
o Designação dos governadores
o Distribuição de funções entre magistrados
o Possibilidade de conferir poder absoluto aos consules (ditadura) em caso de
guerra
o Confirmação das leges, concedendo-lhes a auctoritas patrum
-inicialmente ela é condição de validade (votação da assembleia, confirmação
do senado)
-depois passa a ser concedida antes da votação nos comitia torna-se a
verdadeira deliberação
A convocação e presidência cabem a um magistrado com imperium.
As decisões que são tomadas por maioria chama-se senatusconsulta
16. O Principado
Motivos de transição:
Grande extensão, no séc. I a.C. ocupa todo o Mediterrâneo, da Hispânia até à Ásia
Menor.
Mudança de mentalidade: velha mentalidade romana sob influência das mentaidades
grega e oriental.
Surge uma forte classe endinheirada de armadores e de banqueiros.
Crise moral e social: decadência das virtudes romanas tradicionais. A velha aristocracia
afunda-se. A classe média rural (equilíbrio social) arruína-se. Cresce o antagonismo
entre ricos e pobres, entre cidadãos e estrangeiros. Lutas de escravos pela liberdade.
Crise política: conflito contínuo nos séc. II e I a.C. de lutas e de golpes de Estado.
o Depois da sua vitória sobre Marco António, Octávio é encarregado de
restaurar a paz e afastar o caos na vida e nos costumes.
O Principado estabelece-se em 27 a.C. com Octávio. São-lhe concedidos vários poderes que
são o embrião da futura monarquia.
Poderes do Princeps:
O poder do senado:
o Primeiro momento: grande valor. Os senatusconsuta adquirem valor
legislativo.
o Depois a dependência do princeps acentua-se, este passa a designar os
senadores e a dominar as suas atividades legislativa e eleitoral.
o Perde influência militar e financeira, deixa de dirigir a política externa e de
controlar as províncias.
Assembleias populares: Deixam progressivamente de funcionar.
o os seus poderes são transferidos para o Senado e para o exército que se vai
afirmando como um elemento político.
Administração pública: burucratiza-se com novos funcionários que dependem do
princeps. Transforam o poder das magistraturas em simples títulos honoríficos.
o O princeps nomeia legati, praefecti, curatores, procuratores, rodeia-se de um
consilium principis que acompanha a atividade legislativa e jurisdicional do
príncipe.
17. O Dominado
Diocleciano:
Constantino:
A) Na República
Dois modelos:
B) Principado
No séc I a.C., culmina a unificação e a romanização da Peníncula Itálica: todo o solo é romano
e todos os seus habitantes são cidadãos romanos.
A partir de Augusto foi imposto o regime municipal: elimina-se a diferença entre coloniae e
municipia. O regime passou a ser uniforme, procurando reproduzir o sistema de governo de
Roma ao nível das magistraturas e das assembleias.
Com Adriano os praetores foram substituídos por quatro consulares (ex consules) por
ele nomeados.
C) No Dominado
O Império estava dividido em pars occidentalis e pars orientis, tendo cada parte duas
prefeituras:
Uniformidade administrativa
completa
Nas cidades o regime mantém-se mas mais homogeneizado com menor intervenção do
populus na vida da civitas que passou a ser dirigida pela aristocracia local. A autonomia dos
magistrados locais estava cada vez mais coarctada pela intervanção dos representantes do
poder central.
19. Preliminares
“Fontes de Direito” como uma metáfora clássica introduzida na línguagem juridica por Cícero
ou Tito Lívio.
Distinção entre fontes de ius civile e fontes de ius praetorium (perdura até Justinano).
Fontes exsistendi: órgãos que estão na origem da existência das normas jurídicas:
populus, comitia, consilia plebis, senatus, algusn magistrados, imperador e
jurisconsultos.
Fontes manifestandi: modos de formação e de exteriorização das normas jurídicas:
costume, lex publica, lex privata, plebiscitum, senatusconcultum, edictum, constitutio
imperial ou responsum dos jurisconsultos.
Fontes cognoscendi: suportes ou textos que contêm as normas jurídicas: corpus iuris
civilis, institutiones de Gaius, Sententiae de Paulus, Codex Theodosianus.
Até ao final da época clássica verificou-se a existência de várias fontes manifestandi, todas com
igual valor. Mas, o processo de centralização política (auge com a época justinianeia) levou a
que a constitutio imperial fosse a única fonte manifestandi e que o Imperador fosse a única
fonte exsistendi de Direito.
Os costume do populus cedem perante a tribuição de competência legislativa aos
comitia e aos concilia plebis, os quais a perdem para o Senatus que vê absorvida pelo
Princeps.
20. O Costume
Entre 753 a.C. e 450 a.C., os costumes são a principal fonte de Direito em Roma (falta de
leges).
Usus: simples hábitos de agir sem obrigação ou dever (não dá lugar a regras jurídicas).
Mos ou mores: regras jurídico-religiosas cuja interpretação cabia aos sacerdotes que
integravam o património cultural do povo romano e que a tradição comprovava e
conservava. Eram a tradição de uma comprovada moralidade que a interpretatio
identificava e adaptava às novas circunstâncias da vida.
Consuetudo: surge na época pós-classica e designa uma regra estritamente jurídica.
obrigatoriedade
Constância
prática geral
prática
Segundo Ulpianus, o costume era fundado no tacitus consensus populi: quer a lex, quer o
costume consubstanciavam expressões da vontade do povo, logo era indiferente que se
manifestasse por escrito ou através de atos.
Eficácia:
Secundum legem
Praeter legem
Contra legem
A lex e o costume tinham o mesmo valor jurídico. Tanto a lex podia fazer cessar um
costume como o costume podia fazer cessar uma legem.
o Só um costume contra legem poderia fazer cessar uma lex
o O costume contra legem revogava a lei, enquanto que o mero desuso apenas
não a aplicava.
Durante a época arcaica até à Lei das XII Tábuas, os mores maiorum foram a principal fonte
de Direito Privado romano. A partir de 450 a.C. essa importância foi-se esbatendo. Mais tarde
a constituição imperial era a principal fonte de Direito no período pós-clássico.
Em 319 d.C. cada a concentração na figura do Princeps do poder político, Constantino dá como
impossivel o costume revogar uma lei.
Uma lei não pode determinar diretamente os pressupostos de que depende a vigência
de um costume.
21. A lei
Lei, Sebastião Cruz: toda a declaração solene (formal, escrita) com valor normativo (que
manda), baseada num acordo (expresso ou tácito) entre quem a emite e o destinatário ou
destinatários (acordo).
Privata: toda a declaraçao solene com valor normativo baseada num acordo entre
particulares.
o Os particulares tinham um poder jurisgénico, de criação do Direito através da
conclusão de contratos que, inter partes, tinham força de lei: lei privada
reconhecida pela Lei das XII Tábuas.
o A lex privata precede a lex publica
Publica: lex aprovada pelos órgãos de governo da cidade.
Lex rogata: protótipo da lex publica, nascia de uma proposta feita por um magistrados
aos comitia que a aprovavam e que recebia a auctoritas patrum do Senado.
Lex data: lex dada por um magistrado no uso das faculdades delegadas pleos comitia
contendo normas e carater administrativo.
Promulgatio: afixação do projeto da lei num local público para conhecimento geral.
Conciones: reuniões informais na praça pública para discussão do projeto da lex.
Rogatio: pedido formulado pelo magistrado para que a assembleia comicial aprovasse
o projeto da lex.
Votação: numa primeira fase, oralmento, depois secretamente e por escrito.
Aprovação pelo Senado: concessão à lex da auctoritas patrum senatorial.
Afixação no foro: a lex era levada ao conhecimento público
Eficácia:
Eram poucas as leges publicae em Roma, versando sobre Direito publico, constituindo a Lei das
XII Tábuas uma das exceções à regra.
22. Plebiscito
Era uma deliberação da plebe que, reunida na sua assembleia, aprovava a proposta feita pelo
seu tribuno.
Inicialmente não tinha carater vinculativo vindo a adquiri-lo, entre plebeus com a lex Valeria
Horatia de plebiscitis (449 a.C.) e com eficácia estendida aos patrícios com a lex Hortensia de
plebiscitis (287 a.C.), passando a ter a mesma força que as leges aprovados nos comícios.
Era indiferente falar em lex ou plebiscito, a única diferença (para além da fonte
exsistendi) era o facto de o plebiscito ser identificado por um único nome.
Posteriormente o termo lex abarcou tambem os senatusconsultos, os éditos pretóritos
e as constituições imperiais.
23. Senatusconsultos
O senado que ordena e constitui. Inicialmente tinham mero valor consultivo e não vinculativo.
Nem todos os senatusconsultos tinham valor normativo pois tinham também funções judiciais,
financeiras, sociais e religiosas.
Estrutura:
Segundo Gaius, era aquilo que o imperador constitui por crédito ou edicto ou epístola.
Os séc. I e II d.C. são de transição, convertendo-se a atividade legislativa do Senado numa mera
formalidade, esgotando-se as outras fontes de Direito.
Modalidades principais:
As normas so princips não integravam o ius honorarium mas apenas o ius civile. As
constituições imperiais arrancaram as bases de vários institutos e princípios da época
justinianeia , passando para o Direito moderno.
25. Jurisprudência
Ciência do Direito tendo a função de revelar, desenvolver e adaptar o Direito ás exigências de
cada momento. O prudente não era apenas o conhecedor do Direito mas sobretudo o seu
criador.
Funções:
Os prudentes cuidaram de determinar o justo e não o politicamente correto, tendo por base
elementos metajurídicos fornecidos pela Teologia (ciencia das coiss divinas) e pela Filosofia
(ciencia das coisas humanas).
Ela começou na época arcaica, era uma atividade sagrada confiada aos pontífices,
guardas dos mores (patrícios, ricos porque não era remunedaro).
A laicização progressiva com a Lei das XII Tábuas, a publicação da compilação das
ações legais e o começo do ensino publico so Direito, touxe gente não patrícia.
Na República a jurisprudência é eminentemente criadora e tem como suporte a mera
auctoritas (saber socialmente reconhecido) que os investia de honra para serem
conhecidos como iuris periti e como principes civitatis.
Os prudentes recusavam receber qualquer tipo de remuneração.
Jurisconsultos destacados:
Aelius: cônsul e autor da Tripertita obra onde se inclui a Lei das XII Tábuas e asua
interpretação assim como um conjunto de legis actiones utilizáveis em litígio.
o Marcou a transição de uma orientação casuística (situaçoes concretas) para
uma orientação sistemática (grupo de casos).
Scaevola: cônsul e pontifex maximus.
o Primeiro tratado sistemático do ius civile, iuris civiles libri decem octo.
Aquilius: pretor e criador de institutos jurídicos como a actio doli ou a stipulatio
aquiliana.
O Princips coarctava-o.
Autoridade política: Augusto concedeu a alguns jurisconsultos ius respondendi ex
auctoritate principis, o direito de responder a solicitações concretas com a autoridde
política do Princeps, impondo-se ao próprio juíz.
Autoridade legal: Adriano regulamentou a função legal da jurisprudencia. O Juís só era
obrigado a seguir as responsa dos prudentes investidos do ius respondendi ex
auctoritate principis desde que elas fossem coincidentes.
o Se não fossem, poderia escolher livremente a orientação mais correta,
conforme à justiça
Lei das citações: Teodódio II e Valentiniano III- vinculação judicativa às obras de 5 autores
(Paupinianus, Paulus, Ulpinianus, Modestinus e Gaius).
A liberdade volta a ser restringida com o Corpus Iuris Civilis (apenas estes textos tinham valor
de lei).
Duas escolas:
Escolas oficiais:
Nos princípios do séc. IV d.C. a ciência jurídica em Roma entrou em decadência, esgotando-se
a jurisprudência e sendo incerto o Direito aplicável. Havia necessidade de promover e
organizar compilações dos melhores textos jurídicos.
Compilações Justinianeias exclusivas de iura tendo todas elas, exceto Pauli Sententiae
a influência de Gaius.
o Pauli Sententiae: pequena exposição de Direito Romano com base nas obras
do jurisconsulto clássico Paulus.
o Epitome Gaii: síntese de três primeiro livros das Institutiones de Gaius, da
autoria de uma escola gálica.
o Gaio de Autun: resumo das institutiones de Gaius com propensão didática.
o Ulpiani Regularum Liber Singularis ou Tituli ex Corpore Ulpiniani: não é uma
compilação baseada numa obra de Ulpinianus mas sim uma obra que tem por
base as institutiones de Gaius, um obra elemtentar.
o Res Cottidianae ou Libri Aureorum Gai: exposição decalcada das institutiones
de Gaius e de alguns segmentos de Ulpianus e de Paulus. Feita por um
discioulo de Gaius.
Compilações de constituições imperiais:
o Codex Gregorianus: compilação privada devida a Gregório, feita no oriente.
Reúne as constituições imperiais desde Adriano a Diocleciano, todas
ordenadas cronologicamente ao longo de 15 livros subdividios em títulos.
o Codex Hermogenianus: é uma compilação privada realizada por
Hermogenianus no Oriente. Reune num só livro constituições de Diocleciano,
completando a compilação anterior.
o Codex Theodosianus: primeira compilação de carater oficial. Reune
constituições imperiais promulgadas em 313 e 438, ordenadas
cronologicamente ao longo de 16 livros, subdivididos em títulos. Foi
promulgada no Oriente por Teodósio II e no Ocidente por Valentiniano III.
Compilações mistas:
o Fragmenta Vaticana: compilação privada reune as obras de Papinianus, Paulus
e Ulpianus e, por outro lado, constituições imperiais, sobretudo de
Diocleciano. Elaborada no Ocidente com fins práticos e escolásticos.
o Collatio legum mosaicarum at romanorum: comparação entre princípios
fundamentais do Direito Moisaico e do Direito Romano com o objetivo de
mostrar que O Direito Romano procedia das leis moisaicas. Contém textos de 5
juristas da Lei das Citações e algumas constituições imperiais retiradas das
compilações de leges antes referidas.
o Consultatio veteris iurisconsultis: desenvolvida na Gália. Contém constituições
imperiais retiradas as compilações de leges referidas e também textos das
Pauli Sententiae.
o Livro Siro-romano: manual didático de Direito Romano compsoto por um
cristão numa província oriental do império. Exposição de ius civile com
modificações a partir de Constantino. Foi traduzida para árabe vendo vigorado
em vários países arábicos.
o Scholia Sinaitica: conjunto de breves comentários em grego aos livros 35 a 38
da obra de Ulpiano. Referências a outros juristas e constituições de algumas
compilações já mencionadas.
Leis romano-bárbaras: coletâneas de testos de Direito Romano organizadas por reis
bárbaros nos Estados germânicos europeus, após as invasões.
o Breviarium Alarici ou lex romana wisigothorum: promulgada por Alarico e
esteve vigente na Península Ibérica, França, Alemanha e Inglaterra. Resumo
das institutiones de Gaius e textos de Paulus e de Papinianus, assim como
constituições imperiais das várias compilações pré-justinianeias.
o Lex romana Burgundionum: promulgada pelo Rei burgúndio Gundobado para
a população romana do sul de França. Fragmentos das compilações pré-
justinianeias, novelas pós-teodosianas, institutiones de Gaius e Sententiae de
Paulus.
o Edictum Theoridici: compilação promulgada pelo rei ostrogodo Teodorico que
se considerava governador da Itália e representante do Imperador do Oriente.
Tem por base as mesmas fontes das demais leis romano-bárbaras e é
destinada a romanos e bárbaros, pretendendo uma fusão dos dois povos.
Concretizar de uma velha aspiração romana: reunir num só corpo e sem misturas, um
conjunto de iura e leges.
Necessidades da época:
Codificação vs Compilação:
Partes:
29. Preliminares
Como é possivel ter perdurado durante tanto tempo em tantos povos?
Porém, no Ocidente vulgariza-se e adormece entre VI e XI para depois resnacer no séc. XII para
ser a matriz dos Direitos dos novos Estados da Europa Ocidental.
30. No Oriente
Foi também aplicado em vários países árabes pelo Livro Siro-romano e também em países
como a Turquia e Japão pelos Códigos Civis ocidentais, profundamente romanizados.
31. No Ocidente
Invasões bárbaras: coexistência do Direito Romano com os Direitos dos invasores de base
consuetudinária. Direito das pessoas ou do território?
Escola dos Glosadores: fundada por Irnério, séc. XII em Bolonha, retoma do interesse
ds compilações justinianeias.
o Utilizavam a Glosa como instrumento de trabalho.
o Fizeram renascer a importânica do Direito romano justinianeu
o Bolonha como centro cultural com alunos de todo o velho continente.
Escola dos Comentadores: séc. XIV com Bártolo. Utilizavam como instrumento o
comentário aos textos.
Renascimento: séc. XVI, exaltação do humanismo e do classicismo. Novo método:
histórico-crítico.
Escola racionalista do Direito natual: faz a cultura romana entrar em crise no séx.
XVIII, considera o Direito produto da razão humana igual para todos os povos e comum
para todos os tempos.
o Nesse século há quem tente recuperar o Direito Romano para o adaptar aos
tempos correntes: usus modernus pandectarum.
Escola Histórica do Direito: séc. XIX, tenta adaptar cientificamente o Direito Romano à
atualidade na sua vertente historico-crítica.
Código civil alemão: triunfo da dogmática, estudo do Direito romano consolida-se
enquanto ciência histórica seguindo o método histórico-crítico (textos que importam
reconstituir).
O Direito Romano nunca deixou de se estudar no Ocidente. Os atuais códigos positivos são
legados romanistas. Ele é de grande importância para a formação de todo e qualquer jurista.
Formou-se na Europa e acabou por penetrar a América Latina, as zonas de África que não
pertencem à família muçulmana ou à família da Common Law e várias zonas da Ásia.
Teve o seu antecedente histórico na restitutio in integrum: “um expediente utilizado pelo
magistrado que, por motivos de equidade, declara não reconhecer os efeitos a um facto ou
acto jurídico plenamente válido e eficaz segundo o ius civile. É provável que tenha surgido
depois da Lex Aebutia de formulis (do ano 130 a. C.) porque se apoia num amplo poder do
magistrado e a sua actuação contraria o ius civile.”
dolo (dolus) – Num sentido amplo, dolus significa a intenção má de prejudicar outrem,
isto é, não só a vontade de realizar o ato mas também a consciência de que esse ato é
lesivo dos direitos ou interesses de outrem; verifica-se um ilícito intencional;
Fraude (fraus) – é um prejuízo doloso. Portanto, na fraude há dois elementos: prejuízo
(ou dano) e dolo (ou vontade e consciência de prejudicar);
Má fé (mala fides) – traduz-se aqui na consciência da fraude, isto é, no caso concreto
da r. i. i. ob fraudem creditorum, conhecimento bem consciencializado da fraude
(prejuízo doloso) causada ao credor.
Exige que o acto envolva diminuição da garantia patrimonial, isto é, diminuição dos
valores patrimoniais que, nos termos do artigo 601º, respondem pelo cumprimento da
obrigação.
o É necessário que resulte do acto a impossibilidade para o credor de obter a
satisfação integral do seu crédito, ou o agravamento dessa impossibilidade.
o O crédito seja anterior ao acto ou, sendo posterior, tenha sido o acto realizado
dolosamente com o fim de impedir a satisfação do direito do futuro credor.
Sendo o acto oneroso, a impugnação só é legítima se devedor e terceiro tiverem agido
de má fé; se o acto for gratuito, a impugnação procede, mesmo que um e outro
tenham agido de boa fé.
É necessário, em primeiro lugar, que possa ser impugnada a primeira alienação (nº 1,
alín. a)).
o Não o podendo ser, não se justifica a impugnação da subsequente, sob pena
de se criar um grave e injusto gravame para o primeiro adquirente de boa fé.
o Em segundo lugar, em relação a esta, é necessária a má fé tanto do
transmitente como do adquirente, se a transmissão for a título oneroso (nº1,
al. b)).
o Por exclusão, sendo a transmissão a título gratuito, basta a verificação do
requisito da alínea a).
Designadas servitutes ou iura praediorum: direitos reais sobre coisas alheias e a sua disciplina
jurídica conferia-lhes autonomia e individualidade próprias. Satisfaziam necessidades de um
prédio (dito dominante), permitindo ao seu titular determinadas actividades no prédio
onerado (dito serviente) ou impondo ao proprietário deste a abstenção de certas práticas: na
primeira hipótese, a servidão dizia-se positiva; na segunda, negativa.
Características:
inseparabilidade (a servidão é insuscetível de alienação independentemente do fundus
dominante)
indivisibilidade (a servidão subsiste integralmente se os fundi dominante e serviente
forem divididos)
Encargo imposto num prédio em proveito exclusivo de outro prédio pertencente a dono
diferente. Pode ser constituída por contrato, testamento, usucapião ou destinação do pai de
família.
Características:
Classificação:
Oliveira Ascensão prefere chamar, à servidão legal, servidão coativa, pois a servidão legal não
tem que ser coativamente imposta, mas sim ser passível de o ser.
35. Conclusão
O estudo que aqui fazemos não é um estudo comparativo, nem acabado, mas antes
incompleto, pois não foi analisado aqui todo o regime jurídico de tais institutos.
Apenas se salienta a importância do estudo do direito romano para efeitos da
compreensão destes e de mais institutos do direito civil português atual, na medida
em que muitos deles têm origem romana.
Periodização com base no critério étnico: há tantas épocas quantos os povos dominantes.
2.2.Colonizações estrangeiras
Fenícios: comerciantes e navegadores do Mediterrâneo oriental, dominaram este mar
entre IX e VIII a.C.. Fundaram várias colónias e feitorias (Cádiz). O declinio deste povo
deu-se nos séc. VII e VI a.C..
Gregos Focenses: originário da Foceia, na Ásia Menor. Vêm à Peninsula por interesses
comerciais: Andaluzia oriental, Baleares e fundaram Marselha.
Cartagineses: fixados em Cartago, uma das mais fortes e ricas cidades mediterrânicas
e tinham supremacia económica e política com os Gregos Focenses. Superaram os
Gregos pela luta armada e fundação das colónias. As ligações comerciais com a
Península remontam ao séc. VI a.C.. Fundaram a cidade de Cartagena (centro difusor
de cultura). Deram início a uma conquista territorial e penetração nas zonas interiores.
O declínio dá-se com a Guerra Púnica.
A Península tinham uma multiplicidade de unidades políticas, mesmo dentro de cada grupo
étnico de reduzidas dimensões.
3.2.Classes sociais
Homens livres: titulares de uma verdadeira e própria personalidade jurídica
o A classe privilegiada destacava-se da maioria da população que ocupava uma
posição social inferior
o Nobilies, principes, primores e maximi natun : pela sua linhagem, riqueza, força
militar ou desempenho de cargos públicos, gozavam de um satus social de
poder.
o A grande maioria dos homens livres eram plebeus ou homens do povo suja
classe social e económica não era homogénea.
o Muitos socorriam-se das relações de clientela estabelecidas com os mais
poderos. Implicavam um forte vínculo de dependência que unia o patrono ao
cliente.
-proteção económica e social do cliente
-obrigação absoluta de lealdade e submissão, tendo a liberdade pessoal
fortemente limitada.
Escravos: reduzidos ao estatuto de coisas, sendo objetos do Direito.
Eles não foram eliminados pela dominação romana, perduraram no tempo através da
continuidade das suas instituições e princípios próprios.
Fontes de Direito
Instituições jurídicas:
Dúvidas e incertezas.
Dois métodos de investigação:
o Método comparativo: reconstituição de instituições de um determindado
povo primitivo através de elementos conhecidos de outro, servindo-se de
caracteristicas que lhes são análogas.
-Método dedutivo: parte de outros elementos e depois particulariza-se.
-instituições conhecidas dos Celtas em França e na Irlando ou dos Iberos do
Norte de África.
Fragilidades: meras aproximações que podem levar a uma visão desajustada.
o Método das sobrevivências: conhecimento de um determinado período
histórico através da procura dos seus vestígios em épocas posteriores.
-Se não é dos periodos conhecidos, então, provavelmente será do período
desconhecido.
-Fragilidades: não permite determinar com absoluta segurança a rigem de uma
instituição.
Organização familiar:
o Predomínio da família monogâmica e patrialcal
-Exceções no Norte da Península: sistema matriarcal.
Há quem diga que os Vaceus (povo do centro da Península) organizavam a sua
economia em torno de um regime de propriedade agrária do tipo coletivo.
Contexto judicial: os mais jovens Tartásios não podiam testemunhar contra o mais
idoso.
Direito penal: rudeza e violência das sanções com legitimação mitológica e religiosa.
Praticamente não existem vestígios do Direito das comunidades dos Fenícios, dos Gregos
Focenses e dos Cartagineses, dizendo-se ser análogo ao das respetivas metrópodes sediados
no Mediterrâneo Oriental.
O costume seria uma importante fonte de direito embora se registe uma forte
componente legislativa.
Dominação cartaginesa: ocupação terriorial efetiva. Dualidade jurídica:
o Direito cartaginês: direito dos conquistadores e de toda a organização pública
o Direito autóctone: direito dos povos submetidos que não podia contrariar o
cartaginês.
Influências recíprocas, sendo mais obvia a influência dos direitos mais desenvolvidos
dos colonizadores.
o Efiteuse: forma particular de domínio sobre as coisas.
6. A romanização da Península
6.2.Romanização jurídica
Inicialmente, os povos indígenas estavam sujeitos aos direitos nacionais. Depois pretendeu-se
abrange-los no ordenamento jurídico romano.
Concessão da cidadania:
Vigorava o Direito Romano de aplicação geral mas a distância impedia uma efetiva aplicação
daquele Direito.
Época pós-clássica:
9. Razão da ordem
Destaca-se o protagonismo dos Visigodos. A par deste povo, os Suevos, Alanos e Vândalos
ocuparam a península.
Os germanos eram um povo originário da Ásia e Europa Central, de raço indo-europeia que se
fixou nas margens do Mar Báltico.
Eles chegaram até nós pelas obras de Júlio césar e de Tácito mas são obras que distam certa de
seis e cinco séculos face à época de invasões.
A conversão ao cristianismo por parte dos Visigodos e de outros povos germânicos determina
a sua mudança de cultura.
Os germanos eram menos desenvolvidos que os Romanos. O direito romano vulgar era muito
mais desenvolvido que o direito trazido pelos invasores.
As invasões foram um processo lento de penetração no Império Romano com início no séc. III
dado o enfraquecimento do poder de Roma.
A idade média não pode ser vista como séculos de escuridão (conceção inventada pelo
iluminismo) pois tem grandezas e fraquezas.
O nucle político era denominado civitas e chefiado por um rei ou conselho de principes. A
assembleia popular detinha os poderes supremos da qual faziam parte os homens livres com
capacidade para integrar o exército.
Por lado os povos bárbaros mantiveram as suas tradições jurídicas e, por outro lado, não as
impuseram às populações romanizadas.
12. Fontes de direito dos Estados germânicos (em geral). Documentos de aplicação do
direito.
12.1. Fontes de Direito
A) Carater exclusivamente consuetudinário do primitivo direito germânico Redução
desse direito a escrito após as grandes invasões.
Até ao séc. V, o costume era a única fonte de direito dos povos germanos.
Coletâneas de textos de Direito Romano elaboras nos Estados Germânicos com propositos
diversos.
D) Capitulares
Textos de atos jurídicos concretos: pouscos existem que digam respeito á peninsula ibérica
(invasões muçulmanas).
13. Traços gerais da história política da Península desde as invasões germânicas até à
queda do Estado visigótico
A migração dos alanos e vandalos para o norte de áfrica permitiu que os suevos expandissem a
sua ocupaçao na peninsula ibérica, abrangendo o noroeste, a bética, lusitania e cartaginense.
Quatro fases:
Primeira: opressão das população hispano-romanas que foi travada em 438 com a paz
entre suevos e cidades romanas.
Segunda: dominio da peninsula expandindo-se para sul.
o Em 448 assinala-se a conversão dos suevos ao cristianismo posteriormente
aderiram a uma forma herética da religião cristã, o arianismo (nega a
divindade de cristo)
o 456: crise da independencia sueva pois os visigodos aliam-se a roma. Os
visigodos, embora vencedores, retiram-se para a Gália.
Terceira: apagamento e decandencia mas os visigodos não conseguem anexar a
monarquia sueva.
Quarta: renascimento.
o 559: suevos convertem-se definitivamente ao catolicismo, fundindo-se com os
hispano-romanos
S. Martinho de Dume: papel unificador assumido pela religião. Origem hungara chega á
peninsula em 550 como missionario. É o responsavel pela reconversão dos suevos ao
catolicismo.
Legado: inexistente. Eram um povo rude, menos civilizado que os hispano-romanos e o seu
direito era pouco desenvolvido.
Antes do seu assentamento na Gália eram o povo germanico com maior contacto com os
romanos mas nem sempre pacifico.
376- visigodos encetam a primeira penetração no império romano como aliados deste.
Instalação na Gália
Entre os anos 576 e 585 o rei Leovigildo lança uma campanha militar e anexa os
Suevos.
A peninsula fica praticamente toda dominada pelos visigodos
o Exceção da parte sul dominada pelas tropas de Justiniano
622: expulsam definitivamente os Bizantinos da peninsula
A hegemonia dos visigodos será aniquilada pelas invasões muçulmanas
As condições sociais e politicas deste fenomeno são importantes contributos para o estudo da
História do Direito embora não sejam claros os termos.
Analogia com o sistema que adotaram na Gália pois têm por base o mesmo acordo de
hospitalidade militar. Método comparativo.
418- foedus que permitiu aos visigodos instalarem-se na Gália como recompensa por se terem
aliado aos Romanos.
Os prédios rústicos eram divididos em 3 partes: duas aos visigodos e uma aos romanos
providenciais.
o Baldios e terras comuns disponiveis para todos os proprietarios da localidade
Repartidas as alfaias agricolas e escravos em partes iguais.
Tres nucleos:
Hispano-romanos
Suevos
Visigodos
Inicialmente não se misturavam
o Divergencias religiosas, os visigodos eram arianos
Entretanto houve aproximação e miscegenação dos povos:
o Conversão dos visigodos ao catolicismo
o Adoção do latim pelos visigodos
o Derrogação da norma que proibia casamentos mistos.
Inicios do séc. VI e inicios do séc. VII há uma fusão das populações que habitavam a eninsula
ibérica embora persistam algumas diferenças.
Incertezas quanto:
Os textos legais completos do período visigótico, cuja autoria e data são conhecidas são:
- Breviário de Alarico de 506
- Lei de Teudis de 546
- Código Visigótico nas versões
- de Recesvindo de 654
- de Ervígio de 681
I- Código de Eurico
Promulgado pelo rei Eurico, constitui a primeira coletânea sistemática de Direito visigótico.
Enquadra-se no grupo das leis dos bárbaros. Atém-se, sobretudo, ao Direito Privado e reflete a
receptividade ao Direito Romano vulgar
Também designado por Lei Romana dos Visigodos (Lex Romana Visigothorum), foi sancionado
por Alarico II. Enquadra-se no grupo das leis romanas dos bárbaros e compreende uma seleção
de fontes romanas (de iura e de leges):
Também designado por Codex Revisus, tem em vista a repressão dos abusos cometidos na
cobrança de custas judiciais. Constituiu uma refundição e atualização do Código de Eurico,
promovida pelo rei Leovigildo.
Resulta do cruzamento dos elementos romano, germânico e canónico, dos quais sobressai o
elemento romano.
A partir de Leovigildo, não restam dúvidas que a legislação visigótica foi de aplicação
territorial, até porque o Código Revisto de Leovigildo continha algumas normas territoriais.
A) Tese da personalidade:
Autor Tese
Existência de dois tipos de juízes entre os
Visigodos:
thiuphadus (só julga aquilo que diz
respeito a Visigodos)
Eichhorn iudex (só julga pleitos relativos a
romanos)
O Código de Eurico e o de Leovigildo
aplicam-se aos Visigodos e o Breviário de
Alarico aplica-se aos romanos
Ureña Código Revisto de Leovigildo já tinha
vigência territorial.
Dahn Os litigantes podiam escolher um dos
ordenamentos (romano ou visigótico)
Bethmann-Hollweg Prevalece o forum rei, pelo que se aplicava a
lei do tribunal do lugar da coisa em litígio
Brunner e Zeummer Supremacia da lei visigótica
O fracasso das teses personalistas deve-se essencialmente ao facto de não conseguirem dar
resposta ao problema dos assuntos mistos.
B) Tese da territorialidade
Código de Eurico -> Breviário de Alarico -> Código de Leovigildo -> Código de Recesvindo
Não acredita que o Código de Eurico tenha sido revogado pelo Breviário de Alarico e este pelo
Código de Leovigildo. O Breviário de Alarico é considerado fora da sequência da legislação
visigótica, como uma compilação subsidiária. O Código de Eurico foi uma lei geral, de vigência
continuada, para assegurar à população goda uma posição especial dentro do Estado. O
Breviário de Alarico teve apenas o objetivo de limitar os iura e leges. Assim, a sucessão
legislativa foi:
Não terá havido uma discrepância total entre o direito oficial e a prática jurídica. Todavia,
parece ser de aceitar a possível sobrevivência de alguns costumes do antigo direito germânico,
sobretudo, nas regiões periféricas. No Estado Visigótico sempre terá prevalecido
tendencialmente o direito escrito, graças à conhecida atividade legislativa que o marcou.
Os formulários são coletâneas de minutas que os notários utilizavam para redigir os vários atos
jurídicos, são de destacar as Fórmulas Visigóticas e as Fórmulas de Holkham. Estas últimas são
compostas por duas:
B) Fórmulas visigóticas