Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2. Identidade do produto
Garantias e reparações;
Nenhum produtor, distribuidor ou consumidor deve poder ter o poder suficiente para
influenciar, decisivamente o mercado. Se isto acontecer, aquelas condições ser-lhe-ão dadas
e resta-lhe apenas:
Sair do mercado (pois entende que não consegue produzir tão barato ou a margem de
lucro é pequena e não consegue sobreviver). Se sair do mercado pode encerrar a
empresa e ficar insolvente ou prescindir de adquirir aquele bem ou serviço
Estas empresas que não conseguem influenciar as condições são chamados de “Price
Takers” pois aceitam o que lhes é dado ou saem do mercado, visto que não podem
influenciar nem tomar outra alternativa.
Nos mercados de concorrência imperfeita ou monopolísticos, as 2 ou mais empresas que
controlam esse mercado poderão ser “Price Makers”. Estas empresas definem o preço de
mercado daquele bem ou serviço que oferecem (fazem não só o preço que os clientes são
obrigados a aceitar, dado que não têm outras possibilidades, como também definem as
condições que os seus concorrentes vão cobrar- preço de monopólio
Quando alguns operadores têm algum peso que lhes permite condicionar as condições de
mercado, deixamos de ter um mercado concorrencial e passamos a ter um mercado cujas
regras são definidas pela atuação de um pequeno número de vendedores ou compradores:
Tem-se assistido ao crescimento dos grandes distribuidores que têm um peso muito
superior à maioria dos retalhistas e dos fornecedores. Ora, a distribuição situa-se entre o
consumo final e a produção (distribuidores adquirem o bem ao produtor e revendem,
posteriormente, ou ao consumidor, ao retalhista ou até ao bolsista). Os grandes
distribuidores estão nesta situação, em que têm de ser dominantes para cima e para baixo,
quer ao nível das compras que fazem, quer ao nível das vendas.
Isto é o efeito “guarda chuva”. Uma grande empresa cria um guarda chuva que protege os
preços das empresas mais pequenas e permite-lhes cobrar preços mais altos e condições que
não conseguiriam impor, por si só, aos consumidores finais.
IDENTIDADE DO PRODUTO
Quando falamos em mercados, estamos a falar de mercados compartimentados de produtos e
serviços. Um mercado é um local onde se troca um determinado bem e não todos os bens.
Por esse motivo, os bens têm de ser fundamentalmente idênticos.
Preço internacional do crude: depende muito das tensões políticas nas principais
regiões produtoras;
Carga fiscal: imposto específico que o Estado impõe sobre o produto petrolífero
A definição de mercado relevante engloba mais do que uma vertente. Por isso, há uma
comunicação da Comissão Europeia que procede a essa definição, compilando os pontos de
vista sobre esta questão e as posições retiradas dos acórdãos dos Tribunais da União. Da
comunicação da Comissão, podemos retirar 2 dimensões fundamentais, diferentes, as
complementares do conceito “mercado relevante”:
Dimensão geográfica: compreende a área geográfica em que dois produtos são
oferecidos por empresas diferentes em “condições de concorrência homogéneas”. Pode ser
uma dimensão fundamental para estabelecermos o limite de mercado, isto é, qual o alcance
geográfico da empresa em questão.
Tarifas aduaneiras;
Concursos públicos: uma vez que alguns concursos estão reservados a empresas que
disponham de determinado tipo de certificações
Mercados de bens e serviços gratuitos: será que constituem ou não um mercado, sendo
que, aparentemente, não existe a bilateralidade de prestações que, normalmente,
caracteriza as transações em qualquer mercado?!
MERCADOS EXCLUSIVOS: mercados que estão limitados por circunstâncias
particulares, tais como:
Limitações legais e concessões públicas: certos mercados estão delimitados por ação
direta do Estado, que tem o poder de vedar ou limitar o acesso dos operadores ao dito
mercado em função de uma variedade de critérios.
Constitui uma garantia essencial para o Estado que todos os operadores presentes no
mercado sejam o próprio Estado ou empresas públicas para certos tipos de serviços. O
encerramento total do mercado a agentes privados acontece entre nós com a lei de
delimitação dos setores que veda as seguintes atividades ao mercado concorrencial:
Contudo, hoje em dia, esta última possibilidade está muito condicionada pelas obrigações
assumidas perante a OMC, que impõe restrições fortes quer à cobrança dos direitos
aduaneiros quer à possibilidade de criar entraves à instalação de empresas e concorrência em
certos mercados
Barreiras económicas
Isto acontece, principalmente, nas indústrias pesadas, criação de redes de distribuição. Por
conta do investimento inicial elevado, as empresas precisam de muito dinheiro para
iniciarem a sua empresa. Devido a isto, o artigo 11º/2 da LDC pode obrigar os concorrentes a
partilharem essas redes, de forma a promover o aumento da concorrência. Costume chamar-
se a estes mercados “monopólios naturais”
Como se explicam estes monopólios naturais? Porque se tratam de setores em que, seja
pela estrutura do mercado, natureza do produto e/ou processo de produção, a solução
economicamente razoável é haver apenas um (ou muito poucos) operadores. Isto porque a
sua diversificação irá multiplicar os elevados custos de produção, aumentando
provavelmente o preço final.
Barreiras tecnológicas
Sistemas em rede: utilização de sistemas pré-instalados, que pressupõem o acesso a
tecnologia que não se domina
Patentes licenciadas a alguns concorrentes, mas não a novas empresas: hoje em dia, isto
começa a ser tratado como uma prática abusiva
Marketing cada vez mais agressivo e mais omnipresente: para exponenciar a ligação
afetiva entre a marca e os consumidores
Ocupação de todos os nichos de mercado: para não deixar “portas abertas” por onde
novos operadores possam vir a entrar. Isto faz-se através de uma grande diferenciação
dos produtos, como acontece hoje com bebidas que tradicionalmente constituíam um
mercado homogéneo, ou produtos alimentares. Isto vai depois criar, muitas vezes,
micro-mercados de concorrência monopolística
Para concluir…
Quanto mais difícil é entrar num mercado, mais rentável será esse mercado, isto é,
proporciona grande lucro às empresas lá instaladas
Quanto mais difícil é sair de um mercado, mais arriscado será entrar no mesmo mercado pois
o investimento torna-se mais arriscado: a empresa arrisca-se a ficar presa ai negócio, ainda
que este lhe traga prejuízo
Monopsónios;
Oligopsónios;
OS MONOPOLIOS
Os mercados monopolistas são aqueles que são controlados e onde existe apenas uma empresa. Um
monopólio caracteriza-se por lhe faltar o primeiro elemento (diversidade de compradores e
vendedores em condições relativamente igualitárias) dos 3 caracterizadores dos mercados de
concorrência perfeita.
Nestes mercados, temos apenas uma empresa no mercado ou apenas uma empresa que domine o
mercado e que abate todas as outras. Estes monopólios apenas serão tolerados tendo em conta o
interesse público considerado superior ao interesse da liberdade da concorrência nesse mercado
específico. Este interesse público pode ser:
Estrutural: condição genérica para um maior desenvolvimento ou para uma melhor afetação
dos recursos;
Se houver outras patentes protegidas que dependam da utilização da sua própria patente;
Nos termos do Código dos Direitos de Autor e Direitos Conexos, os direitos de autor protegem as
criações intelectuais do domínio literário, científico e artístico, conferindo ao seu criador e aos seus
herdeiros, o direito exclusivo de as explorarem economicamente até 70 anos após a morte do criador.
Ou seja, tendo o direito exclusivo de explorar a sua produção tem, então, um monopólio na
exploração dessas obras e, por consequência, o direito de recolher, em exclusivo, os benefícios
económicos decorrentes da exploração desse bem, através de uma retribuição de 2 componentes:
Variável: que consiste numa percentagem dos lucros resultantes da venda do produto
protegido (royalties)
Muitas vezes, temos monopólios, no sentido em que temos produtos protegidos por patentes. A
patente destina-se a recompensar o investimento feito na investigação, promover a investigação,
protegendo quem investiu. No entanto, têm sido detetados casos verdadeiros de abuso de patente:
Hopping: titular da patente vai introduzindo pequenas alterações, que possibilitam o registo de
um “novo” produto e, por consequência, a renovação da proteção da exploração exclusiva por
mais 20 anos. Isto é uma forma de perpetuar a duração da proteção conferida pela patente.
Pay for delay: empresa paga a outras empresas concorrentes, para que estas se
comprometam a prescindir de explorar aquela patente mesmo depois de expirado o prazo de
proteção, permitindo à empresa que a detém, continuar a ser monopolista
Setores vedados por lei à iniciativa privada: e que apenas podem ser explorados pelo Estado
ou por empresas concessionadas (distribuição de água; tratamento de resíduos)
Setores especialmente protegidos e regulados: pelo produto que fabricam ou distribuem, por
exemplo:
Fabrico e venda de armas: pode ser um perigo para a segurança das pessoas e do próprio Estado e,
portanto, este mercado está sujeito a regulamentação especial e, não estando vedado a iniciativa
privada, tem regras muito especificadas de autorização e concessão
Produção e distribuição de energia: deste setor não depende apenas toda a economia de um país,
mas também o controlo e a própria sobrevivência dos cidadãos. No entanto, a sua produção e
distribuição exige a capacidade de organização industrial que os Estados, normalmente, não têm
A maior parte dos Estados tem relativamente pouca legislação sobre a regulação do mercado e
concorrência, e todos eles muito conformes à lei comunitária. As potenciais diferenças surgem ao
nível da sua aplicação concreta, e não da redação.
Diplomas legais:
É muito importante termos sempre presente os princípios essenciais de relacionamento entre estes 2
ornamentos:
Os tribunais nacionais devem seguir, nas decisões internas, as orientações da jurisprudência dos
tribunais europeus.
A estratégia chamada dumping pode compensar, mas é proibida porque só está ao alcance de
grandes empresas com grande capacidade financeira e com a finalidade de aumentar clientes,
roubados à concorrência. Se tiver capacidade financeira para diminuir preços durante alguns meses,
terá muita clientela e já poderá aumentar os preços
Concorrência real/atual: que nos diz qual a posição relativa das diferentes empresas que,
naquele momento, competem pelo mesmo mercado.
Quanto mais empresas existirem para além da dominante, mais disperso estará o poder de mercado
remanescente, logo, menor será a quota de mercado que aquela tem de possuir para poder ser
considerada como tal.
Um mercado com fortes restrições à entrada de novas empresas oferece muito mais garantias às que
já estão instaladas, que têm a sua posição facilitada uma vez que não sofrem a pressão concorrencial
de, a qualquer momento, uma nova empresa entrar e lhes roubar uma parte da sua quota. Por isso
mesmo, podem comportar-se como dominantes com uma quota mais diminuta do que se estiverem
num mercado em que a entrada seja mais livre.
IMPORTANTE: A definição do conceito de posição dominante não serve apenas para detetar a prática
de eventuais abusos pelas empresas que estiverem nesse patamar. Serve ainda, a montante, para
definir se um projeto de concentração pode ou não negar negativamente o mercado.
O critério principal para autorizar ou não uma operação de concentração era precisamente o de esta
“conduzir à criação ou reforço de uma posição dominante”. Foi entretanto, substituído pelo chamado
“teste SLC” (substancial lesseningg of competition”). Ou seja, pode acontecer que uma concentração
que conduza a uma posição dominante seja autorizada, ou que não seja autorizada uma outra que
não conduza àquele resultado.
Explicadas as linhas gerais do conceito de posição dominante, importa ficar bem claro que a simples
existência dessa posição não é penalizada pelo Direito, muito embora traga consigo ineficácia
económica. O que a lei, efetivamente, proíbe é que a empresa dominante adote comportamentos
abusivos, ou seja, comportamentos de mercado que não adotaria se não ocupasse a posição que
ocupa.
COMPORTAMENTOS ABUSIVOS
Comecemos por distinguir dois tipos de abuso:
1. Abuso de exclusão;
2. Abuso de exploração;
1. ABUSO DE EXCLUSÃO
Têm como objetivo principal excluir concorrentes, forçando uma ou mais empresas concorrentes a
retirarem-se do mercado. O objetivo final é roubar clientela e, ao fazer isso, por vias ilegítimas, a
empresa dominante está a roubar capacidade lucrativa aos concorrentes. Desta forma, a tarefa dos
concorrentes fica dificultada de tal forma que não conseguirão ser rentáveis e terão de sair do
mercado. Assim, a empresa dominante consegue alagar a sua quota de mercado, através:
Preços predatórios: a empresa dominante atua como predador no mercado, praticando preços
artificialmente baixos, que não poderia praticar em posições normais pois não lha dão lucro. O
objetivo é que a empresa dominante roube clientes às empresas mais pequenas e, por isso,
force os mais pequenos concorrentes a sair do mercado dado que não conseguem
acompanhar os preços praticados. Estas empresas têm uma grande capacidade de suportar
porque têm grandes reservas de financiamento
Cláusulas inglesas: cobrir o preço mais baixo oferecido pela concorrência equivale, na prática,
a tentar eliminar a concorrência pelo preço, uma vez que os consumidores sabem que
comprando àquela empresa podem sempre beneficiar do melhor preço do mercado.
2. ABUSOS DE EXPLORAÇÃO
Tem em vista aumentar os lucros da empresa dominante sem necessariamente aumentar a sua quota
de mercado. São menos vulgares e contêm menos variedade que os abusos de exclusão.
A posição de domínio confere à empresa que dela beneficie, uma posição de supremacia em relação
aos seus concorrentes, permitindo-lhe adotar estratégias destinadas a retirar-lhes abusivamente quota
de mercado ou mesmo força-los a abandonar o mercado. Destina-se a aumentar o lucro da empresa
dominante, sem alterar a sua quota de mercado, pelo que estes comportamentos estão direcionados
para os consumidores. A empresa dominante só terá este poder sobre os clientes se fornecer um bem
que não tenha sucedâneos credíveis no mercado e se tiver uma procura rígida. Apenas nestas
circunstâncias os consumidores não terão uma alternativa razoável e terão que se sujeitar. Caso
contrário, poderiam fugir para a concorrência
Preços excessivos: consiste numa empresa aproveitar-se da sua posição de único fornecedor
efetivo de um certo bem ou serviço para praticar preços claramente exagerados em reação ao
que seria o preço normal de mercado. Como não existe concorrência, a empresa única,
aproveita-se desse facto, mas pode vir a ser prejudicada a longo prazo
Abusos de exploração: vendas subordinadas e agrupadas (têm muitas vezes como finalidade,
não a exclusão do concorrente nos mercados daqueles produtos, mas o escoamento da
produção ou stocks da empresa dominante) e a recusa de venda (pode ter como objetivo a
punição de um parceiro que se recusou a aceitar certas condições comerciais. Nessa medida
tem como finalidade forçá-lo a aceitar as condições impostas pela empresa dominante)
A primeira é uma price taker: aceita o preço que o mercado lhe dá, porque a diversidade de
concorrentes que oferecem produtos iguais ou sucedâneos não lhe permite ter o poder de
mercado suficiente para influenciar o preço
A segunda é uma price maker: decide o preço que vai cobrar, porque é o único fornecedor e
dessa forma é que determina o preço e a quantidade oferecida
Partindo desse pressuposto, e empresa monopolista irá fixar o preço de acordo com a curva da
procura do bem ou serviço que oferece, e que será tipicamente descendente: diminui à medida que o
preço aumenta. Ou seja, quanto mais a empresa dominante aumenta os preços, menos consumidores
interessados em adquirir aquele bem àquele preço terá.
Já no mercado de concorrência perfeita, a curva da procura é reta: a empresa sabe que consegue
vender qualquer unidade adicional ao preço de mercado, mas não pode definir esse preço (pois a
empresa, em mercados de concorrência perfeita, não altera preços, o preço é o mesmo independente
da quantidade)
Aquilo que distingue a formação de preços nos mercados concorrenciais e monopolistas é a relação
com o rendimento marginal. O rendimento marginal é o que se obtém por unidade adicional vendida
daquele bem ou serviço, e que se calcula subtraindo o rendimento da venda da quantidade Q ao
rendimento da venda da quantidade Q+1
Em concorrência perfeita o rendimento marginal é igual ao preço, que é dado pelo mercado e não
definido pela empresa. Por cada unidade adicional, o lucro que o empresário obtém é constante. Não
ganha sempre o mesmo com cada unidade adicional que produzir, pois tem custos que tem se
suportar.
Mas independentemente da quantidade produzida o lucro marginal que o produtor obtém se mantém
inalterado?
Não, pois isso dependerá da sua estrutura de custos: produzindo a custos marginais crescentes, o
ponto último de produção (maximização do lucro) é aquele em que os CM igualam o RM, é neste
ponto que o rendimento marginal começa a cair e se torna inferior aos custos. Já a empresa
monopolista tem poder de mercado para definir o preço que vai cobrar. Assim, vai fazê-lo tendo em
conta a curva da procura, que lhe dá as quantidades procuradas daquele bem a cada preço. Sendo a
curva da procura descendente, o Rendimento Marginal é sempre inferior a P: o monopolista irá
sempre obter menos rendimento por cada unidade adicional que decidir colocar no mercado e,
portanto, esse rendimento será sempre inferior ao preço cobrado pela última unidade vendida.
EFEITO PRODUÇÃO: é o efeito decorrente do empresário vender mais unidades por cada descida do
preço: com preço de 10 vende 1, com preço de 6, vende 5. Como vendo mais unidades, compensa a
diminuição do preço. Todavia, só é rentável vender até 5 unidades (ou seja, até ao ponto em que
RM=0)
A curva do rendimento marginal está sempre abaixo da curva da procura, que define o preço (e que é
também a curva do RMed) e que iguala o RM (RT/Total de unidades que o monopolista consegue
vender)
Pode até acontecer que o rendimento marginal seja negativo, se a descida de preço correspondente
ao aumento da oferta (efeito-preço) e que passa a ser o preço vigente para todas as unidades
existentes no mercado, levar a perdas maiores do que os ganhos correspondentes ao aumento de
unidades vendidas (efeito-produção)
Como é que a empresa monopolista maximiza o seu lucro? Qual o ponto ótimo de produção?
colocar uma unidade adicional no mercado. Pelo que, para de produzir no ponto A (onde acaba o
lucro). Num mercado concorrencial, sabemos que o preço é igual ao rendimento marginal. Logo, num
mercado de concorrência perfeita, a curva da procura estaria sobreposta à curva de rendimento
marginal. E o preço situar-se-ia no ponto A. Portanto, e comparada com a empresa em mercado
concorrencial, a empresa monopolista pode cobrar um excesso igual ao segmento AB na venda do
mesmo produto. Qual o lucro da empresa monopolista?
O excedente do produtor é a diferença entre o preço de mercado e o custo marginal, que representa
os custos de produção do mercado (ou seja, a diferença entre o montante que o produtor recebe pela
venda de uma quantidade de bem e o montante mínimo que estaria disposto a aceitar para produzir e
vender essa quantidade). O excedente do consumidor é a diferença entre a utilidade total de um bem
e o seu valor de mercado total (ou seja, a diferença entre o preço que ele efetivamente paga e o que
estaria disposto a pagar)
Do lado produtor, claramente que sim. Se este estabelece o preço acima da interseção entre as
curvas de custo e rendimento marginal, está a cobrar um preço superior ao de uma empresa em
mercado concorrencial-medida do seu excedente graças à existência do monopólio
Logo, uma quantidade inferior fica aquém do necessário para satisfazer as necessidades de
consumo;
Cada unidade adicional diminui o excedente (e o bem estar) total, uma vez que o seu consumo
não vai ser valorizado na proporção do seu custo de produção
A empresa não vai conseguir cobrir os seus custos, e será, a prazo, comercialmente inviável
A opção de fixação de preço de acordo com o custo marginal é a que conduz à maximização do
excedente total- opção de uma empresa em mercado concorrencial. A grande diferença é que
enquanto aqui o nível de produção se estabelece na interseção da curva do custo marginal com a da
procura, uma empresa monopolista vai situá-lo na interseção daquela com a curva do rendimento
marginal. Tendo em atenção estes 2 aspetos, podemos então perceber melhor a ineficiência social
que resulta do monopólio: o chamado “custo de peso morto”. Em primeiro lugar podemos ver que a
quantidade produzida pelo monopolista fica aquém da quantidade socialmente eficiente. Isto acontece
porque o monopolista decida a quantidade que vai produzir não com base na procura, mas no seu
rendimento marginal. Em mercados concorrenciais isto não acontece porque a curva do rendimento
marginal é reta e sobreposta à da procura.
Muitos consumidores estariam dispostos a pagar um preço superior ao CM, mas já não estão
dispostos a pagar o preço fixado, e portanto, prescidem daquele consumo. Há, portanto, um
desencontro entre a oferta e a procura
A área de peso morto representa, portanto, o bem-estar económico que é desperdiçado em resultado
da quantidade de price maker do monopolista. Os seus efeitos de distorção do mercado são de
alguma forma semlhantes aos de um imposto, com uma diferença fundamental: enquanto os impostos
serão utilizados pelo Estado na produção de bens públicos, a renda do monopolista vai satisfazer
interesses privados.
Uma das formas de o monopolista minimizar estes efeitos é através da discriminação dos
preços. Supondo que uma empresa que produz e distribui um jogo para consola, e que dispõe da
seguinte informação de mercado:
a) Se o vender a 100
o mercado está preparado para absorver mais unidades e disposto a pagar um preço superior
ao custo marginal;
mas o monopolista estabelece o seu preço de acordo com a opção que lhe garante um maior
lucro total
Para tentar evitar esta perda, o produtor poderá discriminar o preço que vai cobrar a diferentes tipos
de consumidores, de forma a tentar chegar a todos os segmentos do mercado. Se conseguir,
aumentará simultaneamente o seu lucro provado e eficiência na produção.
Pode aumentar o bem-estar social, reduzindo a zona de peso morto que mais consumidores
acedam aos produtos
Pode ser atenuada por operações de nivelamento dos operadores que consigam furar os
esquemas de distribuição discriminatória, sobretudo, quando assente em critérios de
distribuição geográfica: comprar onde é mais barato e revender onde é mais caro
Concorrência monopolística
No oligopólio, por haver poucos concorrentes, cada um deles tem sempre algum poder de
mercado que lhe permite influenciar as decisões dos outros operadores. Isto significa que o
comportamento estratégico tem mais importância. Por outro lado, há poucas empresas que
repartem entre si o poder de mercado, fica mais facilitado o conluio entre elas, ou seja, mais
probabilidade de colusão entre duas empresas oligopolistas
Num mercado de concorrência monopolística isto não é garantido, porque, havendo maior
diversidade de concorrentes (menos que imperfeitos) cada um deles tem menos poder de
mercado e menos capacidade de influenciar os outros operadores. Mas, em compensação, e
de forma mais ou menos simétrica, tem um poder quase total sobre o seu próprio produto, que
sofre menos influência do comportamento dos rivais
Muitos operadores;
O que distingue estes mercados é, assim, o facto de os produtos oferecidos não serem idênticos, mas
serem similares, integrando-se num mercado genérico que abarca vários produtos, ou melhor, várias
versões diferenciadas do mesmo produto, mas como os produtos são rigorosamente idênticos, e por
isso não são totalmente substituíveis, aquele mercado genérico não resiste a uma análise e a uma
desagregação mais fina
Cada empresa tem, portanto, de certa forma, um monopólio sobre o seu próprio produto, por ele ser
único. Porém, a verdade é que muitas outras oferecem produtos similares, que acabam por concorrer
pela mesma fatia de clientela. Claro que não se tratando agora de modelos puros, nem sempre é fácil
definir com rigor se estamos ou não perante produtos idênticos, apenas similares ou verdadeiramente
diferentes. Como qualquer empresa que não se situe num mercado de concorrência perfeita, uma
concorrente monopolista vai enfrentar uma curva da procura descendente. E, assim, vai adotar uma
estratégia de maximização de lucro semelhante às empresas monopolistas:
Comparemos o que acontece no curto prazo consoante uma empresa dá lucro ou dá prejuízo:
NO CURTO PRAZO… a empresa dá lucro. A curva da procura está estendida para a direita e o preço
fixado está acima do custo médio. No curto prazo, esta empresa vai tentar conservar os seus lucros:
para isso tem de manter a procura naquele nível o que só conseguirá mantendo a qualidade do seu
produto introduzindo inovações que tragam novos clientes
NO LONGO PRAZO…
Num mercado concorrencial há liberdade de entrada e saída de empresas no mercado, Assim sendo,
o sucesso desta empresa vai incentivar outras a entrar no mercado, e estas vão oferecer produtos
idênticos ou similares aos que já eram oferecidos. Havendo mais escolha, alguns consumidores vão
transferir a sua preferência para outros produtos, deslocando para a esquerda a curva da procura de
cada empresa que já estava instalada no mercado. Ou seja, a consequência imediata é a repartição
por mais empresas do lucro total proporcionado por aquele mercado, o que significa menos lucro para
cada uma. Esta tendência vai continuar até o lucro das empresas se aproxime do zer, e assim deixe
de haver incentivo à entrada de novas empresas a oferecer produtos que concorram naquele
mercado. Ou seja, no longo prazo, o equilíbrio atinge-se quando as empresas deixam de ter lucro
económico
As empresas que ficarem e forem capazes de sobreviver ao período inicial terão cada vez menos
concorrentes, porque muitas delas saíram. Isto significa que vão diminuindo progressivamente os
prejuízos pelo aumento da procura, uma vez que a clientela das empresas que saem vai transferir-se
para as que ficam. Esta tendência vai manter-se até as empresas deste mercado imperfeito terem um
prejuízo zero, porque a partir daí deixa de haver incentivo à saída de mais empresas do mercado. O
equilíbrio atinge-se no ponto zero.
Mas, tal como acontece nos mercados de concorrência perfeita, esse preço iguala o custo médio
total- isto explica-se porque há liberdade de entrada e saída de empresas, e portanto, o lucro
económico tende para 0 em função dessa entrada e saídas
EXCESSO DE CAPACIDADE
Neste ponto de eficiência, ainda compensaria ao produtor produzir mais unidades adicionais, mas isso
não acontece. Por isso se diz que as empresas nos mercados de concorrência monopolística têm
excesso de capacidade: poderiam aumentar a quantidade e produzir numa escala mais eficiente,
diminuindo o custo médio. Não o faz porque nesse caso teria de baixar o preço, e diminuir os seus
lucros. Deste modo, fica assim, muita procura por satisfazer.
Se o produtor optasse por produzir no ponto ótimo, ganharia com cada unidade vendida e haveria
procura suficiente para aproveitar este preço. Porém, ele vai parar no ponto em que lhe é garantido o
maior lucro. Isto leva a que haja, então, o problema de excesso de capacidade, ou seja, poderia
produzir mais, mas prevalece o seu interesse individual mais do que o bem-estar social. Em
conclusão, a escala que maximiza o lucro do empresário não é a mais eficiente, o que melhor
aproveita os recursos e que maximiza o bem estar social
Por outro lado, e uma vez que, como acabou de dizer-se, nestes mercados preço, custo médio e
custo marginal equivalem-se, é indiferente às empresas terem mais um cliente, porque o preço vai
equivaler ao custo marginal.
O ponto ótimo de eficiência em que o produtor fixa a quantidade de produção é um ponto em que este
não irá ganhar mais por cada unidade adicional produzida, dado que o preço é igual ao custo médio.
Pelo que, o produtor produz sempre no ponto mais eficiente na capacidade de produção
MARGEM DE LUCRO
Nestes mercados, tal como nos monopólios, cada venda a mais representa sempre um aumento do
lucro total, uma vez que o preço que esse cliente vai pagar excede sempre o custo da unidade
adicional e compensa sempre produzir mais uma unidade.
O aumento do lucro total não quer dizer que a venda seja feita ao mesmo preço que as unidades
anteriores (se o empresário aumenta a produção, aumenta a oferta do mesmo e o preço diminui). Por
outro lado, nos mercados de concorrência perfeita (em que o preço, custo médio e custo marginal se
equivalem) é indiferente às empresas terem mais um cliente, porque o preço vai equivaler ao custo
marginal.