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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Estrutura de Mercado

Nome: Acácio Cumulela Mucatare

Curso: Administração Pública

Ano: 1º

Turma: I

Docente: Msc. José Muchanga

Código: 708214594

Nampula, 2022
Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Estrutura de Mercado

O presente trabalho é de carácter avaliativo da


cadeira de Introdução a Economia I, leccionada pela
docente: Msc. José Muchanga

Acácio Cumulela Mucatare

Nampula, Maio de 2022

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Índice
Introdução.................................................................................................................................... 4

Estrutura de Mercado .................................................................................................................. 5

Características da Estrutura de Mercado ..................................................................................... 5

Concorrência perfeita: ................................................................................................................. 5

Concorrência monopolística........................................................................................................ 7

Oligopólio.................................................................................................................................... 8

Monopólio ................................................................................................................................. 10

Monopsónio............................................................................................................................... 11

Oligopsónio ............................................................................................................................... 11

Conclusão .................................................................................................................................. 12

Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 13

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Introdução

O presente trabalho intitulado Estrutura de Mercado, visa elucidar as características que


identificam a economia. Seria impossível falar de Economia se não entendermos as Estruturas de
Mercado. Sendo nosso objeto de estudo, buscaremos entender quais são estas estruturas, o que
são e como elas se caracterizam, além de, entender em que isso afetaria nossas vidas, nosso dia-
a-dia e como reagiria a economia se caso, o Estado, não interviesse de alguma maneira nesta
estrutura.

Voltada à uma análise mais superficial, a economia estuda as formas de preços baseados nos
mercados de bens e serviços, além das formas de serviços e factores de produção. Este estudo
não foca especificamente nas empresas, mas a forma em que empresas e consumidores se
relacionam entre si, assim, enfoca-se na amplitude de como as empresas operam.

O mercado pode ser entendido como uma instituição empírica onde ofertantes (empresas) e
demandantes (compradores) estabelecem uma relação comercial com o objectivo de ser realizar
transações comerciais. Entendendo então o que é mercado, podemos evoluir no estudo para
conhecer suas estruturas, as quais, influenciam directamente nesta relação e em que ponto estas
estruturas podem ser benéficas ou prejudiciais ao consumidor final desta relação.

O trabalho apresenta a seguinte estrutura: introdução, desenvolvimento, conclusão e referências


bibliográficas.

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Estrutura de Mercado

O comportamento de ofertantes e demandantes no mercado não é uniforme. Em decorrência da


própria dinâmica da economia capitalista, o poder dos diferentes agentes económicos é também
diferenciado. Veremos a seguir as características básicas dos principais tipos de mercado.
(FRANK, 2003)

Segundo FRANK (2003), as estruturas que formam o mercado de bens e de consumo são:

1. Concorrência Perfeita: número infinito de empresas, produto homogêneo e não existem


barreiras para entrada de novas empresas;

2. Monopólio: uma única empresa, produto sem substitutos, com barreiras à entrada de
novas empresas;

3. Concorrência Monopolística (ou imperfeita): inúmeras empresas, produto diferenciado,


livre acesso de empresas ao mercado;

4. Oligopólio: pequeno número de empresas que dominam o mercado, os produtos podem


ser homogêneos ou diferenciados, com barreiras à entrada de novas empresas.

Observamos que cada estrutura tem sua particularidade, sendo umas mais benéficas ao
consumidor, e outras, extremamente prejudiciais. Tendo então conhecimento destas
características do mercado, passamos a estudar cada uma delas em suas principais características.

Características da Estrutura de Mercado

Entende-se que cada estrutura tem um estilo próprio de organizar o mercado, desta forma,
resultar em benefícios ao consumidor, como a quantidade de marcas disponíveis de um produto,
tornando seu valor, então, mais baixo, ou então, nos casos de outros sistemas, onde a falta de
opções, ou demanda, resultam em valores extremamente elevados ao consumidor final.
(KRUGMAN, 2005)

Concorrência perfeita:

Como o próprio nome diz, trata-se de um sistema considerado perfeito devido ao fato da
existência de inúmeras empresas produzindo determinados produtos, sem barreiras ou restrições
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para outras empresas produzirem de forma a beneficiar o mercado com maior demanda e
transparência.

Atomicidade: um mercado formado por infinitos vendedores e compradores, de forma que,


isoladamente, nenhuma das partes deste sistema influenciarão sobre os preços praticados;

Homogeneidade: todas as empresas oferecem produtos semelhantes, não existindo grandes


diferenças entre embalagens ou qualidade entre seus produtos;

Mobilidade: não há nenhum tipo de restrição, pelo mercado, para entrada de novas empresas ou
consumidores;

Racionalidade: empresas maximizam lucros, e consumidores, maximizam satisfação, assim,


cada uma das partes buscam elevar suas vantagens sem detrimento ou prejuízos uns aos outros;

Transparência: todas as informações relevantes deste relacionamento como: preços, qualidade,


custos ou lucro são de livre acesso;

Mobilidade de Bens: teoricamente, os preços não mudam conforme as regiões, ou seja, o


morador de uma região paga o mesmo valor que o morador de outra região, sem considerar custo
de transporte, no entanto, podemos facilmente verificar que, na prática, isso não acontece;

Inexistência de externalidades: no sistema de concorrência perfeita, externalidades não


influenciam nos custos das empresas ou na satisfação do consumidor;

Divisibilidade: uma hipótese matemática não essencial, objetivando apenas auxiliar a


compreensão deste sistema;

Mercado de factores de produção: os preços dos fatores de produção são fixados, ou seja, as
curvas dos custos de produção são iguais para as empresas do mercado de bens e serviços.

Em outras palavras, esta estrutura pressupõe:

• Grande número de consumidores e ofertantes, tornando o mercado pulverizado de tal


forma que nenhum comprador ou vendedor tenha condições de influenciar os preços ou o
comportamento dos demais agentes;

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• Perfeito conhecimento do mercado, a começar pelo preço, por parte dos que o integram;
• Perfeita mobilidade de recursos;
• Ausência de entraves ao ingresso de novas empresas;
• Homogeneidade de produtos.

O sistema de concorrência perfeita pode, então, ser visto como um “ideal”, já que se trata de um
sistema sem barreiras, interferências, podendo ser, com isso, pouco realista. Podemos notar
facilmente que, algumas empresas dominam, notavelmente, determinados mercados, interferindo
directamente nos preços praticados, no entanto, não existe nenhuma restrição à outras empresas
em disponibilizar seus produtos ao consumidor final.

Concorrência monopolística

A concorrência monopolística é o oposto da Concorrência Perfeita, por isso, é também chamada


de Concorrência Imperfeita. Isto se deve ao facto de existir numerosas empresas no mercado,
mas que oferecem serviços, ou produtos, não homogêneos, ou seja, não totalmente substituíveis.
Deste modo, essas empresas detêm, de alguma forma, o poder de influir directamente no valor de
seus produtos ou serviços.

As características principais características que definem o sistema de concorrência monopolística


são:

• Grande número de empresas;


• Fracas barreiras quanto ao ingresso e saída do mercado;
• Pouca diferenciação dos produtos. Cada concorrente estabelece um produto único e
ligeiramente diferenciado pela marca, embalagem, publicidade. A diferença é subjectiva.

• Muitas empresas produzindo determinado bem ou serviço;

• Cada empresa produz um produto diferenciado, mas com substitutos próximos;

• Cada empresa tem certo poder sobre preços, considerando que, por ser diferenciado,
influirá diretamente na preferência do consumidor, que dispõe de produto diferente caso
opte por produto oferecido pela empresa concorrente.

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• Trata-se de um sistema mais realista, pois reflete o devido livre poder de escolha do
consumidor pelo produto de sua preferência e permiti à empresa potencializar seus lucros.
Este sistema se parece muito com o sistema monopolista, mas, neste caso, não existe
apenas uma empresa produzindo ou oferecendo determinado serviço, ou produto.

Oligopólio

Primeiramente, devemos entender o que é um mercado oligopolista, em que este sistema, pouco
conhecido pela população, afeta o mercado de bens de consumo e porque, mesmo parecendo
diferente do mercado monopolista, prejudica exponencialmente o consumidor Moçambicano.

Pelo facto de existir empresas dominantes, estas controlam o mercado, determinando os valores
de venda dos produtos conforme seus termos e condições numa negociação unilateral, no qual, o
consumidor tem baixíssimo poder de reação sobre as alterações de preços, em suma, as empresas
impõem suas condições e o consumidor não tem nenhum poder de influir acerca disto.

O sistema oligopolista pode ser definido de duas formas:

Oligopólio Concentrado: Pequeno grupo de empresas dominando um determinado sector;

Como mencionado anteriormente, no sistema oligopolista concentrado, temos apenas um


pequeno grupo de empresas que dominam determinados sectores na produção de bens de
consumo, ou também, na prestação de serviços de alto consumo.

O primeiro exemplo é o sector automobilístico. Existem apenas algumas empresas que detém a
maior fatia do mercado, estas, até poucos anos atrás, controlavam integralmente o mercado (Ford,
VW, Fiat, Chevrolet). Estas empresas formavam o que, conforme o estudo da economia, os
chamados cartéis, ou seja, conluio de produtores que determinam a “política” que deverá ser
adotada por todas as empresas do setor, fixando preços e a cota do mercado de cada uma delas.

Temos também os setores de comunicação. o mercado de telefonia, por exemplo, 3 empresas


dominam quase que integralmente a prestação do serviço no país. Este domínio de mercado se
mostra ainda mais grave, se desmembrarmos cada sector, ficando então divido da seguinte forma:

Telefonia fixa:

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• TDM

Telefonia móvel:

• Movitel;

• Vodacom;

• Tmcel

Internet Fixa:

• TV Cabo

• Movi Internet

• TDM Net

Televisão:

• TV Miramar

• STV

• TVM

• TV Sucesso

Como podemos observar, na maioria das prestações, o serviço conta com duas empresas que
dispõe de todos os serviços citados e, algumas poucas, participando de apenas um ou dois
serviços. Nota-se que, a qualidade destes serviços está muito longe do ideal e, mais ainda, do
preço que pagamos, isso se deve ao facto de estas empresas manipularem o mercado,
controlando os preços e as condições para o oferecimento dos produtos.

Apesar da aparente disputa comercial, onde as empresas se mostram como a que oferecerá maior
vantagem e melhor serviço ao consumidor, pode-se notar que, o número de reclamações que
estas empresas recebem nos órgãos de proteção e defesa do consumidor, demonstra que essas
empresas realizam acordos para controlar o mercado e, mesmo com tantas reclamações,
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permanecem praticamente isentas de responsabilidades, uma vez que o consumidor, não dispõe
de opções para que possam se resguardar e optar por um serviço realmente com a devida
qualidade e respeito que se deve ao consumidor.

Oligopólio Competitivo: um pequeno grupo de empresas que domina um sector com muitas
empresas.

Acontece no sector de cerveja (Heineken), rede de supermercados (Sepermercado VIP, Shoprite,


Recheio), refrigerantes (Coca-Cola,), sectores de fabricação de insumos e matéria prima
(Votorantim, no setor de cimento e papel e celulose, Mineradoras, sendo cada uma detentora de
um determinado minério), ou seja, nota-se que na maioria dos bens de consumo do qual o
cidadão mais dispõe, os preços são controlados pelas empresas, e obviamente, com isso, o
cidadão paga um preço mais caro do que realmente pagaria se o sistema não fosse controlado
desta maneira.

Este sistema caracteríza-se por:

• Pequeno número de empresas controla a quase totalidade do mercado;


• Forte bloqueio à entrada de concorrentes;
• Concorrência pela diferenciação de produtos;
• Tendência à concentração de capitais através de fusões;
• Tendência à formação de cartéis e à rigidez de preços.

Com base nas suas características, pode-se afirmar que é o sistema mais predominante em
Moçambique.

Monopólio

• Existência de uma única empresa produtora de bens e serviços para os quais, no curto
prazo, não existem substitutos próximos;
• Barreiras legais, tecnológicas e económicas ao ingresso de concorrentes no mercado;

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• Dimensões do mercado estabelecidas pela empresa viam determinação prévia do volume
de produção e dos preços desejáveis;
• O lucro total da empresa é máximo para cada nível de produção e preço por ela
estabelecido.

Actualmente, em Moçambique, encontramos raros mercados onde o sistema monopolista


predomine, isso se deve ao fato da constante intervenção do estado regulamentando as relações
de mercado. Existem, ainda, outras características deste sistema:

Monopólio Puro (ou natural): Devido à elevada escala de produção, exige altos índices de
investimento. Assim, torna-se muito difícil alguma empresa oferecer um produto com preço
equivalente ao da empresa já estabelecida. Geralmente, observamos este sistema aplicado em
serviços públicos como: água, esgoto, energia elétrica, etc.

Protecção de Patentes: a empresa detém a exclusividade na produção de determinado produto


que foi, por ela, desenvolvido. Ex: Xerox, porém, devido às intervenções do governo, atualmente,
o direito de patente se dá por um determinado período, após este período, a patente se torna
domínio público, permitindo, então, que outras empresas possam produzir este produto;

Tradição no mercado: Se dá quando determinada empresa, ou mesmo região, domina de


maneira tácita determinado mercado, à exemplo da suíça na produção de relógios.

Monopsónio

Na perspectiva de STIGLITZ & WALSH (2003), o monopsónio apresenta duas características;

• Uma única empresa compradora de determinado produto;


• Preço determinado pelo comprador.

Oligopsónio

Na perspectiva de STIGLITZ & WALSH (2003), o oligopsónio apresenta três características;

• Poucas empresas compradoras;


• Preço do produto determinado pelos demandantes;
• Grande dificuldade de entrada no mercado para novos compradores.
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Conclusão

Após estudar cada uma das estruturas de mercado dentro do sistema da economia, pudemos
conhecer a actuação da empresa no mercado econômico, e como as empresas, através destas
estruturas influenciam na relação com os consumidores. Por outro lado, entendi também como as
famílias são atingidas devido a formação de preços baseado nestas condições que as estruturas
definem.

Vi que nesta relação empresa/consumidor, quando a balança é favorável para um, a grosso modo,
é desfavorável para o outro, ou seja, se uma empresa atinge elevados lucros se for um mercado
monopolista, em consequência, o consumidor arcará com preços exorbitantes, muito além do que
deveria ser. Em contrapartida, se o mercado oferecer maiores benefícios ao consumidor,
oferecendo, a este, preços extremamente baixos, significa que as empresas sofreriam com
baixíssimas margens de lucro. Então fica claro para entendermos que, para equilibrar esta
balança, seria sensato existir um mercado onde ambos se beneficiem, mas isso é, definitivamente,
impossível.

Concluí também que, um mercado com uma estrutura de concorrência perfeita, se trata de uma
visão utópica, visto que, cada lado desta contenda buscará sempre as vantagens que melhor lhe
favoreça, impedindo que se equilibre para o outro lado as vantagens. Por fim, não devemos,
jamais, deixar buscar tornar o mercado o mais próximo possível do ideal, pois, apenas desta
forma é que será possível tornar uma economia forte e crescente.

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Referências Bibliográficas

FRANK, Robert e Bern Bernanke, 2003, Princípios de Economia, McGraw-Hill: Lisboa.

KRUGMAN, Paul; OBSTFELD, Maurice. Economia Internacional: teoria e prática. São Paulo:
Addison Wesley Bra, 2005.

STIGLITZ, Joseph; WALSH, Carl. Introdução à Microeconomia. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus,
2003.

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