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SOCIEDADE &

CONFLITO
Teoria Geral do Processo Civil
PROPEDÊUTICA
◦ Teoria: conjunto de conceitos para ter domínio de uma realidade (práxis).
◦ Geral do Processo: instrumento para conhecer os diferentes ramos do direito processual (Einstein ovo) (o processo tem
a finalidade de condução do direito material).
◦ Objeto: jurisdição (dizer o direito).
◦ Processo: sempre que há procedimento com exercício de poder sobrepõe aos demais e que tomará decisões que vão
atingir esfera de direitos. Isso atrai uma série de garantias para tornar esse processo justo (defesa, provas,
recurso, imparcialidade, fundamentação, igualdade, autorregramento da vontade), e por esse motivo se aplicam a
outros processos, ramificações). De forma aprofundada, crítica e contextualizada com casos reais. A espécie humana
não age apenas instintivamente. Faz escolhas fundadas em juízos próprios. Ou seja, todo mundo "decide" o tempo todo
(se sai ou se fica em casa; se vai comer carne vermelha ou nacho; se muda ou não de emprego; se é possível confiar
nessa ou naquela pessoa; se "põe o anel ou calça a luva" etc.).
PROPEDÊUTICA
◦ Já́ quando o sujeito é investido de um poder (fático ou jurídico, público ou privado) ele decide para si mesmo e
para outros (os pais em relação aos filhos; os controladores da sociedade em relação a ela e aos demais sócios;
o administrador público em face dos administrados etc.). Poder é precisamente a capacidade de decidir e impor
decisões a outros sujeitos (o poder do Estado).
◦ Seria ilegítimo, incompatível com os valores fundamentais do Estado de Direito, que uma decisão fosse
imposta a alguém, vinculando-o permanentemente, se ela não decorresse de um processo que tivesse permitido
a participação das pessoas que ficaram vinculadas e que não empregasse mecanismos cognitivos idôneos e
razoáveis (soberania dos Estados Modernos. Eles são soberanos, mas com poder limitado determinado pela lei).
◦ Para cumprir essa tarefa, o Estado utiliza método próprio, que é o processo, que recebe denominação de civil,
penal, trabalhista, administrativo etc., conforme o ramo do direito material perante o qual se instaurou o
conflito de interesses.
PROPEDÊUTICA
◦ Para regular esse método de composição dos litígios, cria o Estado normas jurídicas que formam o
direito processual, também denominado formal ou instrumental

◦ Conveniências de ordem prática, no entanto, levam o legislador a agrupar as normas processuais em


códigos ou leis especializadas, conforme a natureza das regras aplicáveis à solução dos conflitos, e daí
surgem as divisões que individuam o direito processual civil, o direito processual penal, o direito
processual do trabalho etc.

◦ Enquanto o direito material cuida de estabelecer as normas que regulam as relações jurídicas entre
as pessoas, o processual visa a regulamentar uma função pública estatal.
OBJETIVO
◦ Da autonomia do direito processual, no entanto, surgiu a concepção doutrinaria que vê̂ nesse ramo do direito o
fim de resguardar a própria ordem jurídica, de modo que, ao pacificar os litígios, o órgão jurisdicional cumpre
função eminentemente publica, assegurando o império da lei e da paz social.

◦ Por meio da função legislativa, o Estado estabelece a ordem jurídica, fixando em forma preventiva e
hipotética as normas que deverão incidir sobre as situações ou relações que possivelmente virão a ocorrer entre
os homens no convívio social.

◦ Dessa forma, o ordenamento jurídico atribui aos cidadãos “seus direitos”, prefixando as pretensões que cada
um pode ostentar diante dos outros, bem como estabelecendo os deveres dos vários integrantes do grupamento
social juridicamente organizado
OBJETIVO
◦ O comando da ordem jurídica, que visa à paz social e ao bem comum, geralmente é aceito e
obedecido pelos membros da coletividade (sair do estado de natureza de Hobbes) . No entanto,
como isso, às vezes, não ocorre, e como as normas de direito são de observância imperativa,
cabe ao Estado a adoção de medidas de coação para que não venha seu ordenamento
transformar-se em letra morta e desacreditada (eficácia da norma jurídica para Hans-Kelsen).
CONFLITO E SOCIEDADE
◦ Para atingir as finalidades que tornaram a espécie humana essencialmente gregária, a ordenação harmônica,
universal, obrigatória e previsível da vida do homem e mulher na sociedade mostrou-se imperativa. Surge
a ordem jurídica (ubi societas, ibi jus).
◦ Os padrões normativos, geralmente criados pelo Estado, norteiam a ação humana e possibilitam o
cálculo jurídico. (Luhmann, a norma cria expectatvas comportamentais na sociedade).

◦ Direito visa a regular e pacificar a vida em sociedade.

◦ Mostrar-se-ia inútil sem a possibilidade de pôr em causa as condutas discrepantes e transgressoras, resolvendo
o conflito daí originado. Para essa finalidade, há o processo como meio pelo qual o Judiciário soluciona os
conflitos. Conflito é pretensão resistida.
CONFLITO E SOCIEDADE
◦ Impossível a vida em sociedade sem uma normatização do comportamento humano. Daí surgir o Direito como conjunto
das normas gerais e positivas, disciplinadoras da vida social (caráter prescritivo da norma).

◦ Contudo, não basta traçar a norma de conduta. O equilíbrio e o desenvolvimento sociais só́ ocorrem se a observância das
regras jurídicas se fizer obrigatória (necessidade de manutenção da segurança jurídica).

◦ Assim, o Estado não apenas cuida de elaborar as leis, mas, especificamente, institui meios de imposição coativa do
comando expresso na norma.

◦ Por outro lado, diante da complexidade com que se travam as relações sociais, é impossível evitar conflitos de interesse
entre os cidadãos, ou entre estes e o próprio Estado, a respeito da interpretação dos direitos subjetivos e da fiel
aplicação do direito objetivo aos casos concretos.
CONFLITO E SOCIEDADE
◦ Para manter o império da ordem jurídica e assegurar a paz social, o Estado não tolera a justiça feita pelas
próprias mãos dos interessados. Divide, pois, suas funções soberanas, de molde a atender a essa contingencia,
em atividades administrativas, legislativas e jurisdicionais (não a vingança privada).

◦ O conjunto dos conflitos, em dado momento histórico, não esgota, nem demarca integralmente o fenômeno
jurídico. A positividade das normas apurar-se-á com maior rigor e exatidão nas relações hígidas do mesmo
período. Nem todo campo da vida humana de conflitos tem pertinência jurídica.

◦ Sem direito, sem organização social. Exemplo império romano.


FORMAS DE SOLUÇÃO DE CONFLITO
◦ CONFLITOS SÃO INERENTES A QUALQUER SOCIEDADE, POR ISSO NECESSITAM DO DIREITO PARA
REGULAR INTERESSES CONFLITANTES (UBI JUS IBI SOCIETAS)
◦ A MANUTENÇÃO DE CONFLITOS É CAUSA DE INFELICIDADE, INSTABILIDADE, DESORGANIZAÇÃO. A
ORDEM JURÍDICA TEM A TAREFA DE HARMONIZAR AS RELAÇÕES.

◦ 1) AUTOTUTELA: vence o mais forte/astuto. Proibida como regra, admitida excepcionalmente (legítima defesa, greve,
repulsa possessória e prisão em flagrante). Fora das hipóteses permitidas é crime de exercício arbitrário das próprias
razões.
◦ 2) AUTOCOMPOSIÇÃO: próprias partes em conflito constroem a solução. Pode ocorrer no bojo de uma ação ou fora
dela.
◦ 3) JURISDIÇÃO: órgãos jurisdicionais decidem o conflito após provocação por meio do direito de ação. É uma
atividade estatal destinada a solucionar conflitos.
bibliografia
◦ DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil,
parte geral e processo de conhecimento. 19. ed. Salvador: Juspodivm, 2017. v. 1.
◦ MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo curso
de processo civil: teoria do processo civil. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. v. 1.
◦ NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 9. ed. São Paulo:
Método, 2017.
◦ THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil: teoria geral do direito
processual civil. 58. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2017. v. 1.
◦ Material cedido pelo prof. Alexandre Bonna.

09/08/2023

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