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INTENSIVO I

Mônica Queiroz
Direito Civil
Aula 10

ROTEIRO DE AULA

LINDB

• Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (DL nº 4.657/42).

• LICC → LINDB (Lei nº 12.376/10): na origem, a lei era chamada de Lei de Introdução ao Código Civil (LICC), passando a
ser denominada de LINDB com a Lei 12.376/10.

• Norma de sobredireito ou de apoio: a LINDB busca disciplinar a aplicação de outras normas.

Abrangência da LINDB
A LINDB é estudada em três disciplinas: Direito Civil, Direito Internacional Privado e Direito Administrativo.

• Critérios de vigência e eficácia das leis;


• Conflito de leis no tempo e no espaço;
• Critérios de integração do ordenamento jurídico;
• Normas de Direito Internacional Privado (art. 7º ao 19, LINDB);
• Lei nº 13.655/18: arts. 20 ao 30 (LINDB): Regras sobre segurança jurídica e eficiência na criação e na aplicação do Direito
Público.

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Natureza jurídica da LINDB: lei ordinária.
CRFB/88, Art. 59, p.ú.: “Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.”

LC nº 95/98 - Dispõe sobre a elaboração das leis e regulamenta o art. 59, p.ú da CRFB/88.

VIGÊNCIA DAS LEIS


1º) A própria lei irá trazer o início de sua vigência;

2º) Se a lei não estipular:


LINDB, Art. 1o “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de
oficialmente publicada.”

• No exterior, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia 3 (três) meses depois de oficialmente
publicada (art. 1º, § 1º, LINDB).

A LINDB adota o sistema do prazo de vigência único/sincrônico/simultâneo.

Sistema do prazo de vigência único/sincrônico/simultâneo: sistema pelo qual a lei entra em vigor de uma só vez em todo
o país.

A doutrina entende que o art. 8º da LC 95/98 não revogou o art. 1º da LINDB. Assim, o art. 1º da LINDB é aplicado quando
a lei não menciona expressamente a data de sua entrada em vigor.

LC 95/98, Art. 8º: “A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela
se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula ‘entra em vigor na data de sua publicação’ para as leis de pequena
repercussão.”

VACÂNCIA DA LEI OU VACATIO LEGIS


A vacância da lei ou a vacatio legis é o período que medeia a publicação da lei e sua entrada em vigor.

A vacatio legis não é obrigatória, embora seja recomendada pelo art. 8º da LC 95/98 para que a sociedade se acostume
com a nova lei que entrará em vigor.

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Contagem da vacatio legis
LC 95/98, Art. 8º, §1º: “A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-
á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação
integral.”

LEI COM INCORREÇÕES OU ERROS MATERIAIS


A lei pode ser corrigida no período de vacatio legis caso exista equívoco de natureza material (exemplo: correção
ortográfica), mas não pode ser realizada alteração em seu conteúdo. Após a correção, a lei será novamente publicada e o
prazo de vacatio legis será reiniciado.

LINDB, Art. 1º, § 3º: “Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o
prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.”

LINDB, Art. 1º, §4º: “As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.”

PRINCÍPIOS INFORMADORES DA EFICÁCIA DAS LEI


1. Princípio da obrigatoriedade das leis: o desconhecimento de uma lei não pode ser alegado para que ela seja
descumprida.

LINDB, Art. 3º: “Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.”

2. Princípio do Iura Novit Curia: o juiz é conhecedor das leis. Assim, não há necessidade de ser comprovada a existência
de uma lei.

3. Princípio da continuidade das leis: uma lei produz os seus efeitos até que outra a revogue ou a modifique. Assim,
apenas uma lei pode revogar outra lei, salvo a lei temporária.

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LINDB, Art. 2º: “Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.”
Obs.: Leis temporárias são aquelas que trazem o prazo de vigência em seu bojo (exemplo: lei orçamentária).

REVOGAÇÃO DA LEI
Espécies de revogação:
a) Ab-rogação x Derrogação:
- Ab-rogação: é a revogação total da lei;
- Derrogação: é a revogação parcial da lei anterior.

b) Expressa x Tácita:
- Expressa: a nova lei informa expressamente quais as leis ou dispositivos serão revogados.
- Tácita: ocorre quando o texto da nova lei se mostra incompatível com a lei anterior ou quando a nova lei regula
inteiramente a matéria tratada na lei anterior.

LINDB, Art. 2º, §1º: “A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível
ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.”

LC 95/98, Art. 9º: “Quando necessária a cláusula de revogação, esta deverá indicar expressamente as leis ou disposições
legais revogadas.”

Obs.: Prevalece na doutrina o entendimento de que a revogação tácita continua existindo. O art. 9º da LC 95/98 apenas
demonstra a afeição que o legislador possui pela revogação expressa.

REPRISTINAÇÃO
Repristinação é a restauração da vigência de uma lei anteriormente revogada, em razão da revogação da lei anterior.

- Lei repristinadora é a lei que ressuscita outra lei já revogada.


- A repristinação expressa é admitida no Brasil. A repristinação tácita não é admitida no ordenamento.

Exemplo: A lei 1 é revogada pela lei 2. Posteriormente, a lei 2 é revogada pela lei 3. A lei 3 é a lei repristinadora.

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LINDB, Art. 2º, §3º: “Salvo disposição em contrário, a lei revogada (L1) não se restaura por ter a lei revogadora (L2) perdido
a vigência.”

INTEGRAÇÃO DO ORDENAMENTO JURÍDICO


É impossível que o legislador preveja todos os fatos que podem ocorrer na vida de uma pessoa. Assim, a integração do
ordenamento jurídico é utilizada para suprir eventuais lacunas e omissões legais.

LINDB, Art. 4º: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais
de direito.”

CPC/15, Art. 140: “O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico.”

Mecanismos de integração do ordenamento jurídico:


- Analogia;
- Costumes;
- Princípios gerais de direito.

- Analogia: consiste em aplicar uma lei semelhante existente a um caso concreto que não possua lei disciplinadora
específica.

- Costume: é a repetição, de maneira constante e uniforme, em razão da convicção de sua obrigatoriedade (aspecto de
natureza objetiva e subjetiva).

- Princípios gerais de Direito: são as vigas mestras do ordenamento jurídico.

Equidade
A equidade avizinha-se a ideia de justiça e pode ser aplicada pelo magistrado apenas se a lei o autorizar.

CPC/15, Art. 140: “O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.”

Exemplo: art. 143 do CC - cláusula penal prevista em contrato pode ser reduzida pelo magistrado.

INTERPRETAÇÃO DAS LEIS


1. Quanto à origem:

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a) Interpretação Autêntica: é aquela que é exercida pelo próprio órgão que editou a norma. Geralmente, quando uma lei
é interpretada por outra lei.
b) Interpretação Judicial: é a interpretação fornecida pelos juízes e tribunais diante do caso concreto que lhes foi posto à
apreciação.

c) Doutrinária: é a interpretação dada pelos estudiosos do Direito em livros, textos, pareceres etc.

2. Quanto aos métodos:


a) Método Gramatical ou linguística: decorre da análise sintática, semântica ou ortográfica das palavras que constam do
texto da lei.

b) Interpretação Lógica: a interpretação se dá por meio de critérios lógicos, raciocinando-se no plano de ideias
manifestado pelo legislador.

c) Interpretação Sistemática: a interpretação se dá com a devida adequação da norma ao sistema em que ela se encontra.
Isto é, leva em consideração os diversos instrumentos do ordenamento jurídico.

d) Interpretação Ontológica: o intérprete busca a razão de ser da lei, perquirindo e alcançando a sua essência.

e) Interpretação Teleológica: o intérprete busca a finalidade e o objetivo da lei. (Art. 5º da LINDB: “Na aplicação da lei, o
juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.”)

f) Interpretação Analógica: o intérprete deve manusear o método comparativo, aplicando ao fato concreto preceitos que
regulam situações similares. Assim, por decorrência, são também similares às soluções.

g) Interpretação Histórica: perquirem-se os dados históricos que subsidiam a criação da norma para aclarar o sentido da
lei atual.

h) Interpretação Sociológica: deve o intérprete conjugar a norma legal com elementos extraídos do meio social à época
de elaboração da lei para alcançar a exata conjuntura que implicou a edição da lei.

3. Quanto ao resultado:
a) Restritiva: deve ser aplicada quando a norma diz mais do que deveria, implicando em razão disso a diminuição do
alcance de sua interpretação.

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b) Extensiva: deve ser aplicada quando a norma diz menos do que deveria, induzindo à ampliação de sua interpretação.
Nesse caso, a lei traz uma determinada informação que é ampliada pelo intérprete.
Exemplo: a emancipação prevista no art. 5°, p. ú., III do CC ocorre pelo exercício de emprego público efetivo - nesse caso,
o intérprete pode estender a interpretação à função e ao cargo público efetivo.

c) Declarativa: quando a norma não carece de ser ampliada ou diminuída, posto que na medida certa o seu conteúdo foi
expresso.

CONFLITO DE LEIS NO TEMPO


Muitas vezes, ocorre a prática de um fato sob a égide de uma lei em vigor e, em seguida, uma nova lei revoga a lei anterior.
Nesse caso, qual lei será aplicada?

LINDB, Art. 6º: “A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa
julgada.”

Obs.: O art. 6º da LINDB contempla o princípio da irretroatividade e está em conformidade com o art. 5º, XXXVI da
CRFB/88:

CRFB/88, Art. 5º, XXXVI: “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”.

Lei nova: será aplicada para os para casos pendentes e futuros, admitindo duas exceções.
Excepcionalmente, é possível retroagir:
a) Se houver expressa previsão na lei (disposições transitórias);
b) Desde que essa retroatividade não ofenda o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.

DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

Relação Jurídica Obrigacional: constituída pela existência de um credor (sujeito ativo), um devedor (sujeito passivo) e um
objeto, ligados por um vínculo jurídico.

A relação jurídica obrigacional também é chamada de obrigação.

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É comum que duas pessoas sejam, ao mesmo tempo, credoras e devedoras uma da outra.
Exemplo: “A” compra um carro de “B”. Neste caso, “A” é devedor e “B” é credor. Mas, “B” também é devedor da entrega
do carro, enquanto “A” é seu credor.

- Sinalagma: estabelece a ideia de prestações proporcionais.

- Em caso de desproporção por ofensa ao equilíbrio genético (contrato já nasce desequilibrado), a parte prejudicada pode
se socorrer do instituto da lesão (art. 157 do CC) ou estado de perigo (art. 156 do CC) - ambos resultam na anulabilidade
do contrato.

- Os contratos que se prolongam no tempo devem nascer e se manter equilibrados. Existindo desequilíbrio funcional
(sinalagma funcional), a parte prejudicada deverá se socorrer da Teoria da Imprevisão ou da Teoria da Quebra da Base
Objetiva do Negócio Jurídico.

TEORIAS EXPLICATIVAS DA OBRIGAÇÃO:


1) Teoria Monista:
- A obrigação se funda em um elemento: a prestação;

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- Prevaleceu até o fim do séc. XIX.
2) Teoria Dualista ou Binária: teoria de linhagem alemã, adotada pelo ordenamento jurídico brasileio. Por essa teoria, a
obrigação se desenvolve por meio da relação e existência de dois elementos: o débito (Schuld) e a responsabilidade
(Haftung).

- Débito: é a dívida e o dever de pagá-la.

- Responsabilidade: é a possibilidade que tem o credor de invadir o patrimônio do devedor para se satisfazer.

O devedor tem o dever de pagar a dívida e se não o faz espontaneamente surge o elemento responsabilidade. Por
decorrência, pode o credor invadir o patrimônio do devedor para se satisfazer (exemplo: ação contra o devedor).

CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES:


As obrigações são classificadas em:
a) Obrigação Civil ou Perfeita (D + R): é aquela que apresenta os dois elementos (débito e responsabilidade).

b) Obrigação Natural ou Imperfeita (D): é aquela que possui apenas o débito como elemento, isto é, não existe o
elemento responsabilidade. Nesse caso, não pode o credor invadir o patrimônio do devedor.

Exemplos de obrigação natural ou imperfeita:


- Dívida prescrita: o devedor pode realizar o pagamento ao credor ainda que extinta a pretensão do credor. Contudo, o
credor não pode invadir o patrimônio do devedor para se satisfazer por inexistir responsabilidade.

- Dívida de jogo: em um jogo de mesa, “A” passa a dever R$ 5.000,00 a outros dois jogadores (“B” e “C”), mas não realiza
pagamento. Novamente, o devedor poderá fazer o pagamento espontaneamente, mas “B” e “C” não podem invadir o
patrimônio de “A”.

Atenção: Caso o devedor promova pagamento da dívida após a prescrição, mesmo que dela não tenha ciência, não poderá
solicitar o valor de volta (art. 882, CC). O direito de ressarcimento do pagamento realizado é vedado.

CC, Art. 882: “Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente
inexigível”.

Classificação dos jogos:


a) Jogos proibidos: é vedado por lei (exemplo: jogo do bicho).

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b) Jogos tolerados: é aquele que embora não seja proibido, não é bem visto pela sociedade (exemplo: poker).

c) Jogos permitidos: são autorizados por lei (exemplo: Mega-Sena).

É possível o débito sem responsabilidade?


R: Sim, é o que ocorre nas obrigações naturais ou imperfeitas

É possível a responsabilidade sem o débito?


R: Sim. No contrato de fiança existe responsabilidade do fiador, mas não o débito. Enquanto o débito diz respeito ao
devedor, a responsabilidade existe em relação ao fiador.

Responsabilidade Patrimonial do Devedor


- Princípio da Responsabilidade Patrimonial do Devedor: responderá pela dívida o patrimônio do devedor.

Observação:
- Em regra, não existe prisão por dívida.
- Exceção: devedor de alimentos que não paga e não justifica a ausência de pagamento.

→ Um princípio, para ser aplicado, não necessita de previsão expressa em lei. Contudo, alguns princípios possuem
previsão legal, ocorre como o princípio da responsabilidade patrimonial do devedor:

CC, Art. 391: “Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor”.

Obrigação “Propter Rem”


A obrigação Propter Rem é uma expressão latina que significa obrigação “pela coisa” ou “em virtude da coisa”.

- Sinônimos: obrigação real, reipersecutória ou ambulatória;

- Exemplos: obrigação de pagar IPTU, obrigação de pagar cota condominial.

STJ: “Os honorários de sucumbência decorrentes de ação de cobrança de cotas condominiais não possuem natureza
propter rem.” (REsp. 1.730.651 - SP, j. 09.04.2019).

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FONTES DAS OBRIGAÇÕES
1) Fonte imediata (ou direta): é a Lei.

2) Fontes Mediatas (ou indiretas): são diversas, subclassificadas em:


a) Negócio Jurídico:
O negócio jurídico decorre da autonomia privada e demonstra a liberdade das partes em alcançar os efeitos jurídicos por
elas pretendidos.

O negócio jurídico se subdivide em bilateral e unilateral.


- Negócio jurídico bilateral: decorre da manifestação de vontade de duas pessoas (exemplo: contrato);
- Negócio jurídico unilateral: decorre da manifestação de vontade de uma pessoa (exemplo: testamento, promessa de
recompensa pela perda de um cachorro).

b) Ato Jurídico em sentido estrito:


O ato jurídico em sentido estrito representa uma mera submissão do agente ao ordenamento jurídico.

Exemplo: no reconhecimento de paternidade os efeitos são impostos pelo ordenamento jurídico e surge para o genitor o
dever de prestar alimentos.

c) Ato Ilícito:
O ato ilícito é contrário ao ordenamento jurídico.
Exemplo: o responsável por acidente de carro se torna devedor.

A obrigação como processo (Clóvis do Couto e Silva)


Atualmente, toda obrigação é vista como processo.

Para Clóvis do Couto e Silva, as obrigações devem ser vistas como um processo (um conjunto de atos: antes, durante e
depois) e todas as fases devem ser permeadas pelo princípio da boa-fé objetiva. A aplicação da boa-fé objetiva em todas
as etapas garante a maior satisfação para o credor e a menor onerosidade para o devedor. Dentro dessa perspectiva,
entende-se que todas as obrigações são complexas.

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Obrigação Complexa: é aquela em que para ser cumprida não basta o cumprimento da obrigação principal, também
deverão ser cumpridos os deveres laterais ou anexos, que também estarão presentes em todas fases (antes, durante e
depois).

Os deveres laterais ou anexos são chamados de deveres invisíveis e devem ser cumpridos independentemente de previsão
contratual.

Os deveres laterais ou anexos podem ser mnemonicamente memorizados pela sigla PICLES: proteção, informação,
cooperação, lealdade e solidariedade.

Exemplo: cliente que compra um sanduíche e um refrigerante, escorrega no estabelecimento e cai junto com os
alimentos, pois o chão estava molhado. Com a queda, o cliente é socorrido e lhe é fornecido novamente os alimentos. O
cliente pode requerer indenização: por se tratar de obrigação complexa, não basta o cumprimento da obrigação principal
pelo estabelecimento (entrega dos alimentos), sendo necessário o cumprimento dos deveres laterais ou anexos
(informação de chão molhado).

Os deveres laterais ou anexos estão conectados à obrigação principal em razão do princípio da boa-fé objetiva.
Exemplo: médicos e psicólogos possuem o dever de sigilo inclusive após a finalização do atendimento; o fabricante de um
veículo deve fornecer peças após a compra.

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