Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. INTRODUÇÃO
A antiga “LICC” (hoje LINDB) nada introduz ao CC, na verdade, não mantém
qualquer relação com ele.
2. ESTRUTURA DA LINDB
A lei só ganha vigência depois da vacatio legis (lapso temporal para que as
pessoas tenham conhecimento de sua existência).
Neste período de vacatio legis a lei já existe, mas ainda não tem vigência. A LC
95/98, no seu art. 8º, modificou o art. 1º da LINDB, de modo que a partir de agora
toda norma legal deve, obrigatoriamente, cumprir um período de vacatio legis.
A fórmula que se conhecia, “esta lei entra em vigor na data de sua publicação”,
só poderá ser utilizada para as leis de pequena repercussão.
Mas essa é uma NORMA IMPERFEITA, pois não há sanção para o seu
descumprimento. Ou seja, como é o próprio legislador quem tem que dizer se a lei é
de pequena repercussão ou não, ele mesmo não criou sanções para quando fosse
dito, na nova lei, que ela entraria em vigor no momento de sua publicação, apesar
de esta não ser de pequena repercussão.
Exemplo: lei que determinou que a separação e o divórcio poderiam ser feitos
em Cartório entrou em vigor na data de sua publicação, apesar de ser de extrema
importância e grande repercussão.
Regra: toda lei tem que ter um prazo de vacatio legis, e este prazo tem que
estar expresso em dias.
Segundo a doutrina, não importa se o ultimo dia for feriado ou final de semana,
entrando em vigor a norma mesmo assim, ou seja, a data não é prorrogada para o
dia seguinte (Tartuce, p. 05).
Nem sempre a vacatio legis é estabelecida em dia, de modo que nesses casos
não será possível a aplicação da regra do §1º do art. 8º da LC 05/98. Exemplo:
CC/02.
Ora, se ela existe, só pode ser modificada através de lei nova, mesmo no
período de vacatio legis. Sendo assim, a modificação de uma lei dentro do seu
período de vacatio legis só pode ocorrer através de uma nova lei.
O prazo de vacatio legis, portanto, reinicia SOMENTE para a parte que foi
retificada e não para as demais, que continuam contando o prazo normalmente.
Já podemos notar, então, que a revogação de uma lei pode ser expressa ou
tácita, bem como que no sistema brasileiro só se admite a revogação de uma lei
através de outra lei.
Esta regra não se aplica às leis temporárias, pois estas cessam ao alcançar o
termo indicado.
O STJ é firme neste sentido, mesmo quanto às leis que não são respeitadas ou
observadas. Este é o caso observado quanto às casas de prostituição, que não
deixaram de ser crime, apesar de serem toleradas em todo o Brasil.
Sobre revogação de lei devemos ter cuidado com a redação do §2º do art. 2º
da LICC.
Art. 2º, § 2º, LINDB → a lei nova, que estabeleça
disposições gerais ou especiais a par das já existentes,
não revoga nem modifica a lei anterior.
Esse dispositivo estabelece que uma lei nova, que trate da mesma matéria de
lei anterior, e que traga disposições que estejam ao lado (a par) da outra lei, não
revoga a lei anterior, mas sim que será utilizada juntamente com aquela.
Ex.: Lei A → Lei B → Lei C. A Lei C revoga a Lei B, os efeitos da Lei A não
serão restabelecidos.
Esses casos previstos em lei são muito mais numerosos no Direito Penal.
Exemplos: art. 21, CP (erro de proibição); art. 65, II, CP (atenuante da pena); art. 8º,
Lei de Contravenções Penais.
Erro de direito: A sabia que B era sua irmã, mas não sabia quer era proibido o
casamento entre irmãos. O que é necessário aqui é que as pessoas estejam de BOA-
FÉ.
1
A seguinte assertiva foi considerada incorreta (TJPR/2017): Consoante a LINDB, há uma presunção absoluta
de que todos conhecem as leis brasileiras.
Erro como vício de vontade no negócio jurídico (art. 139, III, CC): esse erro
pode ser alegado para o desfazimento do negócio jurídico.
O ordenamento jurídico vedou o “non liquet”, que significa que o juiz não pode
se eximir do dever de julgar alegando lacuna ou desconhecimento da norma.
Além disso, como se presume que o juiz conhece todas as leis, basta que a
parte narre o fato (narra-se o fato que eu te darei o direito – iura novit curiae).
- Direito municipal.
- Direito estadual.
- Direito estrangeiro.
- Direito consuetudinário.
Alexandre Câmara alerta que o juiz só pode mandar a parte fazer prova de
direito municipal e estadual que não seja de sua jurisdição. Caso contrário, ou seja,
se o direito municipal ou estadual for do local de sua jurisdição, o juiz não poderá
determinar que a parte faça prova porque se presume que ele conheça a lei.
E quando o juiz for utilizar direito estrangeiro, ele poderá mandar a parte fazer
prova.
No entanto, o Protocolo de Las Leñas determina que o juiz não pode mandar a
parte fazer prova das leis de países integrantes do MERCOSUL, pois, neste caso,
se presume que o juiz conheça a legislação.
Lacuna ontológica: presença de norma para o caso concreto, mas que não
tenha eficácia social;
Lacuna axiológica: presença de uma norma para o caso concreto, mas cuja
aplicação seja insatisfatória ou injusta;
b1) analogia legis: se concretiza pela comparação de um caso não previsto com
outro já previsto em lei. Assim a lacuna será integrada comparando-se uma situação
atípica (não tratada na norma) com uma outra situação especificadamente prevista
em lei (típica).
b2) analogia iuris: o juiz preenche a lacuna com a comparação do caso com o
sistema como um todo. Dessa forma, compara-se a situação não prevista em lei com
os valores do sistema e não com um dispositivo legal.
Porém, será caso de analogia iuris, se, em vez de comparar com a legislação
de união estável, comparar com os princípios constitucionais.
OBS: não se admite analogia em sede de direito penal nem direito tributário, salvo
em favor da parte (ou seja, não existe analogia para prejudicar o réu ou o
contribuinte).
Nessa espécie, o próprio o ordenamento jurídico diz que o juiz deve julgar
pelos costumes naqueles casos determinados. Assim, vê-se que não são hipóteses
de lacunas no sistema, pois o próprio ordenamento é que remete aos costumes.
Nesses casos, portanto, não há integração, mas sim subsunção.
Exemplo: art. 445, § 2º, CC/02, que traz prazo para a ação sobre vício redibitório
sobre animal, como o caso de um touro que se descobriu estéril, estabelecendo que
o prazo é determinado pelos usos locais.
b3) costumes praeter legem: são aqueles costumes que não foram previstos
em lei, sendo utilizados para preencher lacunas. É a única forma de costumes que
serve como forma de colmatação. Exemplo: eficácia do cheque pós-datado (juiz se
vale dos costumes para aceitar a indenização por dano moral quando do depósito
do cheque antes da data - STJ).
- Continuidade;
- Uniformidade;
- Diuturnidade;
- Moralidade;
- Obrigatoriedade.
Alguns doutrinadores entendem que o art. 4º 2da LINDB foi revogado porque o
princípio possui densidade normativa, não podendo ter papel quaternário.
2Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito.
Enquanto os princípios fundamentais correspondem a uma opção de um
sistema, os princípios informativos são universais.
Este art. 4º deixa clara a inexistência de regra de subsunção, pois o juiz realiza
a atividade de interpretação tão somente, e não mais a subsunção.
Exemplos:
Art. 7º, CDC → os direitos previstos neste código não excluem
outros decorrentes de tratados ou convenções internacionais
de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária,
de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas
competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais
do direito, analogia, costumes e equidade.
NCPC/2015
Art. 85, § 8o Nas causas em que for inestimável ou irrisório o
proveito econômico ou, ainda, quando o valor da causa for
muito baixo, o juiz fixará o valor dos honorários por apreciação
equitativa, observando o disposto nos incisos do § 2o.
§ 2o Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o
máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do
proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo,
sobre o valor atualizado da causa, atendidos:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para
o seu serviço.
E mais, a Súmula 214, STJ dispõe que o fiador, na locação, não responde por
obrigações resultantes de aditamento ao qual não anuiu.
É certo que toda lei se destina aos fatos presentes e futuros, mas não aos
passados. No Direito Brasileiro, portanto, consagrou-se a regra da irretroatividade
das leis, de modo que as leis novas não alcançam os fatos pretéritos. A regra da
irretroatividade é aplicável inclusive às normas jurídicas de ordem pública.
a) Expressa disposição neste sentido: é preciso que a lei diga que produzirá
efeitos retroativos, e,
Olha o gancho:
O STF disse que não há direito adquirido nem em face do Poder Constituinte Originário,
nem em face do Poder Constituinte Derivado. Ou seja, emenda constitucional não precisa
respeitar direito adquirido, mas isto é só no Brasil, por conta da Reforma da Previdência.
Ademais, verifica-se hoje uma mitigação da ideia de direito adquirido. Tal direito não pode
ser levado ao extremo, sob pena de gerar injustiças. A segurança jurídica é um valor
importante no Estado Democrático de Direito, mas não é o único valor e nem mesmo o
mais importante. Se a segurança jurídica for protegida ao máximo, provavelmente o preço
que se terá de pagar será um comprometimento na tutela da justiça e da igualdade
substancial.
Assim, a segurança jurídica, que no Estado Liberal era mais identificada com a proteção
da propriedade e dos direitos patrimoniais em face do arbítrio estatal, caminha para uma
segurança contra os infortúnios da vida; para uma segurança como garantia de direitos
sociais básicos para os excluídos; e até para a segurança em face das novas tecnologias
e riscos ecológicos da chamada “sociedade de risco”.
Pode haver coisa julgada de decisão interlocutória, desde que ela aprecie o
mérito e não seja impugnada (exemplo: concessão de tutela de parcela incontroversa
do pedido).
A coisa julgada não pode violar outra questão em que já se decidiu pela
inconstitucionalidade. Hoje já se fala, inclusive, na relativização da coisa julgada –
investigação de paternidade (DNA).
Ato jurídico perfeito: é o ato pronto e acabado, já tendo exaurido seus efeitos.
O ato jurídico perfeito não mais produz efeitos. Ele é a antítese das relações
continuativas, pois estas são as que perpassam no tempo (iniciam sob a égide de
uma lei e continuam após o início de uma nova lei).
O ato jurídico perfeito não pode ser atingido pelos efeitos de uma lei nova, pois
ele não mais produz efeitos.
Exemplo: as pessoas que casaram sob a égide do CC/16 não podiam mudar
seu regime de bens, mas quem casa agora pode.
Art. 2039, CC → O regime de bens nos casamentos
celebrados na vigência do Código Civil anterior, Lei no
3.071, de 1º de janeiro de 1916, é o por ele estabelecido.
- Nome.
- Personalidade.
- Capacidade.
- Direito de família.
- Bens móveis que o interessado traz consigo.
- Penhor.
- Capacidade sucessória.
Exemplo: o árabe não pode casar mais de 1 vez no Brasil ainda que no seu
país de origem se admita 3 casamentos.
Exemplo: juiz na fronteira do Brasil com Uruguai, que vai julgar uma execução
hipotecária e é um bem que está no Uruguai, julgando a execução com base na lei
uruguaia, pois é local e que está o imóvel.
NCPC/2015
Exemplo: estrangeiro que faleceu deixando bens no Brasil. Estes bens situados
no Brasil só podem ser partilhados pela Justiça Brasileira. Como Portugal tem leis
mais favoráveis no Direito Sucessório, utilizar-se-á a lei portuguesa, e assim seria se
fosse mexicano.
NCPC/2015
Antinomia de 1º Grau
Conflito entre normas que envolve apenas UM dos critérios acima expostos.
Antinomia de 2º Grau
Choque de normas válidas que envolve DOIS dos critérios analisados, ou,
quando não houver a possibilidade de solucionar um conflito pelos critérios acima,
haverá uma antinomia de 2º grau.
Antinomia Aparente
Antinomia Real
Não pode ser resolvida pelos critérios acima. Não houver na lei critério para a
solução do conflito.
ANTINOMIAS DE 2º GRAU
Norma especial e anterior X norma geral posterior (especialidade x
cronológico)
Prevalece a primeira, em razão da especialidade.
Aparente Real
Quando o conflito normativo puder ser Ocorre quando não é possível
resolvido pelos critérios: cronológicos, reconhecer o conflito de normas pelos
hierárquico ou da especialidade. critérios tradicionais. É antinomia de
segundo grau.
Antinomia de 1º Grau Antinomia de 2º Grau
É o mesmo que antinomia aparente É a antinomia que não pode ser resolvidas
pelos critérios tradicionais. Nesse caso,
diz-se que a antinomia é de 2º, pois que
um conflito de normas tem mesmo um
conflito entre os critérios de resolução da
antinomia. Nesse caso, a doutrina aponta
os meta critérios de resolução de
antinomias:
- Hierárquico x cronológico: prevalece o
hierárquico
- Especialidade x cronológico: prevalece
especialidade.
- Hierárquico x especialidade: deverá ser
decidido à luz da situação concreta.
10.1. INTRODUÇÃO
Para VENOSA, as fontes diretas são as que, de per si, têm força suficiente
para gerar a regra jurídica. Segundo o autor, para a doutrina tradicional, as fontes
diretas também podem ser denominadas fontes imediatas ou primárias e, para a
maioria dos doutrinadores, nessa classificação enquadram-se a lei e o costume.
No que tange à classificação das leis, a mais relevante delas é a que considera
sua força obrigatória. As normas cogentes (ou de ordem pública) são aquelas que
atendem mais diretamente ao interesse geral, merecendo aplicação obrigatória, eis
que são dotadas de imperatividade absoluta. As partes não podem, mediante
convenção, ilidir a incidência de uma norma cogente. Exemplo: normas relacionadas
com os direitos da personalidade (arts. 11 a 21 do CC), com os direitos pessoais de
família, com a nulidade absoluta dos negócios jurídicos e com a função social da
propriedade e dos contratos (art. 2.035, parágrafo único, CC). Já as normas
dispositivas (também chamadas supletivas, interpretativas ou de ordem privada)
são aquelas que interessam somente aos particulares, podendo ser afastadas por
disposição de vontade. Tais normas funcionam no silêncio dos contratantes,
suprindo a manifestação de vontade porventura faltante. Exemplo: normas que
dizem respeito ao condomínio, ao regime de bens do casamento e à anulabilidade
de um negócio jurídico.
10.3. COSTUMES
10.4. ANALOGIA
Para MARIA HELENA DINIZ, os princípios são cânones que não foram ditados,
explicitamente, pelo elaborador da norma, mas que estão contidos de forma
imanente no ordenamento jurídico. Já para NELSON NERY JR, trata-se de regras
de conduta que não se encontram positivadas no sistema normativo, mas norteiam
o juiz na interpretação da norma, do ato ou do negócio jurídico.
10.6. DOUTRINA
O trabalho dos juristas, dos estudiosos do Direito. Há discussão a respeito de
considerá-las ou não fonte do direito. Hoje, a doutrina não é tão utilizada ou tão citada
nas decisões quanto antes de nossa codificação ou em seus primórdios. Porém, não
restam dúvidas de que na doutrina o Direito inspira-se, ora aclarando textos, ora
sugerindo reformas, ora importando institutos.
10.7. JURISPRUDÊNCIA
10.8. EQUIDADE
NCPC/2015
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de
lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico.
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos
casos previstos em lei.
Na visão clássica do Direito Civil, a equidade era tratada não como um meio de
suprir a lacuna da lei, mas sim como um mero meio de auxiliar nessa missão.
Todavia, entende TARTUCE que, no sistema contemporâneo privado, a equidade
deve ser considerada fonte informal ou indireta do direito. Isso porque o CC/02 adota
um sistema de cláusulas gerais, pelo qual o aplicador do Direito, por diversas vezes,
é convocado a preencher “janelas abertas” deixadas pelo legislador, de acordo com
a equidade, o bom senso.
Gabarito:3
3 A.
d) ab-roga a lei anterior.
e) revoga tacitamente a lei anterior.
Gabarito:4
Gabarito:5
4 B. Art.2º, §2º.
5 C.