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ESTA AULA:
- LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO - LINDB
LINDB
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), Decreto-Lei nº
4.657, de 4 de setembro de 1942, é um conjunto de normas que disciplina
outras normas jurídicas, de todos os ramos do direito [público ou
privado].
LINDB, art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
PRINCÍPIO DA VIGÊNCIA GERAL E IMEDIATA
OBS.: Lembrar da Lei Complementar n° 95/98 quanto ao prazo de entrada
em vigor:
Art. 8° A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a
contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento,
reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua publicação" para as leis
de pequena repercussão.
§ 1° A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam
período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do
último dia do prazo, ENTRANDO EM VIGOR NO DIA SUBSEQUENTE à
sua consumação integral.
§ 2° As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula
‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação
oficial’.
Art. 2° Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que
outra a modifique ou revogue.
REVOGAÇÃO:
-> Quanto à abrangência:
Ab-rogação (total) e derrogação (parcial);
ULTRATIVIDADE é a capacidade que uma lei tem de, após ter sido
revogada, continuar regulando situações consolidadas durante o período em
que esteve em vigência.
Exemplo: CC, art. 2.038. Fica proibida a constituição de enfiteuses e
subenfiteuses, subordinando-se as existentes, até sua extinção, às
disposições do Código Civil anterior, Lei n° 3.071, de 1° de janeiro de 1916, e
leis posteriores.
CC 1916, arts. 678 a 694 - DA ENFITEUSE
REPRISTINAÇÃO é a restauração de uma lei revogada devido à perda de
vigência de sua lei revogadora. A regra é que não haja efeito repristinatório. A
exceção é no caso de a nova lei (a lei que revogou a lei revogadora)
reestabelecer expressamente a lei revogada anteriormente.
Hipótese:
Lei n° 2.432 ===> Lei n° 3.567 ===> Lei n° 4.890
Nemo jus ignorare censetur = Ninguém se julgue justificado por ignorar a lei.
LINDB, art. 4° Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com
a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
ANALOGIA
ESPÉCIES:
Analogia legis (legal ou de lei) ocorre com a aplicação de uma norma
existente, destinada a reger caso semelhante ao previsto.
COSTUMES
O juiz poderá recorrer ao costume depois de esgotadas as possibilidades de
suprir a lacuna pelo uso da analogia. Por isso, o costume é fonte subsidiária
ou supletiva.
ESPÉCIES:
Secundum legem: ocorre quando o costume está expressamente previsto
na lei. Ex. Art. 1.297 do CC.
Praeter legem: ocorre quando se destina a suprir a lei nos casos omissos,
conforme o próprio art. 4º da LINDB.
Contra legem: é aquele que se opõe à lei, o costume contrário à lei não tem
poder de revogá-la, não existe a não aplicação de lei em razão de desuso.
Se o juiz não conseguir solução para o caso concreto com base na analogia
e nos costumes, deve utilizar os princípios gerais do direito.
EQUIDADE
Exemplos:
CC, art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas
por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de
meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser
equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas
que dele dependem.
CLASSIFICAÇÃO:
- Quanto ao sujeito, à origem ou à fonte: autêntica, doutrinária ou
jurisprudencial.
É autêntica quando é produzida uma nova lei para interpretar uma já
existente, e obriga a aplicação da lei.
A doutrinária é aquela realizada pelos estudiosos do direito, não obrigando a
aplicação.
Aquela dada pelos tribunais é a jurisprudencial, que são reiteradas decisões
judiciais, e não obriga a aplicação, exceto no caso das súmulas vinculantes,
que obrigam a aplicação.
As leis são elaboradas para valer para o futuro e a lei nova modifica leis que
já regularam relações jurídicas. A partir daí surgem dúvidas sobre a aplicação
ou não da nova lei às situações anteriormente constituídas. Para solucionar
tais conflitos são utilizados critérios como o das disposições transitórias e o
da irretroatividade das normas.
PESSOA E FAMÍLIA:
Art. 7° A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras
sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos
de família.
§ 1° Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira
quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
§ 2° O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades
diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes.
§ 3° Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do
matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.
§ 4° O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que
tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio
conjugal.
§ 5° O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante
expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do
decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de
comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta
adoção ao competente registro.
§ 6° O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem
brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da
sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual
prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as
condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país.
O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá
reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em
pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de
brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais.
§ 7° Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se
ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos
incapazes sob sua guarda.
§ 8° Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no
lugar de sua residência ou naquele em que se encontre.
BENS:
Art. 8° Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes,
aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. LEX REI SITAE
§ 1° Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto
aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros
lugares.
§ 2° O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja
posse se encontre a coisa apenhada.
OBRIGAÇÕES:
Art. 9° Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em
que se constituirem.
§ 1° Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de
forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei
estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.
§ 2° A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em
que residir o proponente.
SUCESSÕES:
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em
que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza
e a situação dos bens.
§ 1° A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada
pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de
quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei
pessoal do de cujus.
§ 2° A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para
suceder.
EXTRATERRITORIALIDADE:
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer
declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a
soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.