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RESUMO DOS ARTS.

1º AO 7º DA LINDB:

Resumo artigos 1º, 2º e 3º da LINDB:


A LINDB é uma legislação anexa ao Código Civil mas é autônoma, já que é aplicada à
todos os ramos do Direito, salvo em lei específica. Dessa forma, esse resumo contém
uma síntese dos sétimos primeiros artigos da mesma e comentários à respeito dela.
Assim sendo, os artigos 1º e 2º tratam da vigência e eficácia das normas jurídicas no
tempo. Mas o que seria vigência? Brevemente, podemos definir como vigência o tempo
de duração da norma jurídica. Assim como a vida, a vigência da lei também possui
fases, as quais consistem na elaboração ou iniciativa, promulgação e publicação. Logo,
a partir dessa última a lei passa a vigorar no nosso país, sendo que ninguém pode alegar
que não a conhece, conforme previsto no artigo 3º da LINDB. Em regra, a lei passa a
vigorar após 45 dias da sua publicação oficial, para que todas e todos a conheçam em
tese. Entretanto, se no texto dela dispuser que iniciará no dia da publicação, ou após
dois dias, ou qual dia for assim será. E em caso de omissão valerá o prazo de 45 dias,
lembrando que decretos e regulamentos entram em vigor a partir da publicação em
Diário Oficial, salvo se houver disposição em contrário. Além disso, nos Estados
estrangeiros a lei se tornará obrigatória depois de 3 meses da publicação, se aquele país
a admitir. Dessa forma, esse intervalo de tempo entre a publicação da lei e a entrada em
vigor dela chama-se vacatio legis, e para a contagem desse período inclui-se o dia da
publicação e o dia da vigência, entrando em vigor no dia subsequente. Ainda, se essa lei
for corrigida, como ter artigos alterados o prazo começará a correr a partir da nova
publicação, isto é, reinicia-se a contagem. E se porventura a lei já estiver em vigor e
houver correções textuais, é considerada uma nova lei, segundo o art.1º, § 4º, da Lei de
Introdução ao Direito Brasileiro. Além disso, a lei pode deixar de existir ou ainda existir
e não produzir efeitos que é o caso de caducidade. Uma lei pode se tornar caduca se
tiver fixada a sua duração, houver um evento certo e determinado ou ainda consecução,
isto é, a realização das suas finalidades. Vale ressaltar que se a lei não tiver vigência
temporária, ela permanecerá em vigor até que outra a modifique ou a revogue conforme
previsto no artigo segundo da LINDB. A revogação pode ser quanto à sua extensão
total(ab-rogação) ou parcial (derrogação). Já quanto à execução pode ser tácita, ou seja,
não há declaração expressa, e sim, incompatibilidade entre as normas. Com o intuito de
saber qual lei utilizar quando há um conflito de normas, utilizaremos três critérios, são
eles: o cronológico, o hierárquico e o da especialidade. E pode ser expressa, isto é, a lei
declara efetivamente a revogação de outra. Lembrando que a revogação só pode ser
feita por uma lei superior ou de mesma hierarquia em relação à lei que está sendo
anulada ou alterada.

Resumo dos artigos 4 e 5:


Uma das funções da LINDB é a integração de normas em caso de lacunas, prevista no
art. 4º. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito. Nesse sentido, quando um fato não se ajusta
perfeitamente à norma, considerando que o legislador não consegue prever todas as
circunstâncias, temos uma integração normativa por analogia, costumes e princípios
gerais do direito. Assim, esses mecanismos de integração da norma são classificados em
fontes formais e informais.
Ademais, são consideradas fontes formais: a lei, analogia, costume, princípios gerais do
direito e a jurisprudência (Súmula Vinculante- Lei n.º 11.417/2006) e as fontes não
formais (indiretas ou mediatas) podem ser classificadas como doutrina e jurisprudência.
Além disso, essas fontes do direito dividem-se em fontes diretas ou imediatas, as quais
geram por si a norma, sendo a lei e o costume e também temos as fontes indiretas ou
mediatas, as quais contribuem para a elaboração da norma, como a doutrina e a
jurisprudência. Diante disso, o juiz deverá aplicar outras fontes do Direito para uma
situação que não esteja prevista em lei, ou seja, ele deverá aplicar três fontes formais do
Direito: analogia, costumes e princípios gerais do Direito.
No mais, verifica-se que o uso dessas fontes do Direito objetivam suprimir as lacunas da
lei, tais fontes serão aplicadas na falta de lei ou em caso de conflito real, desse modo, os
mecanismos de integração possuem hierarquia, tendo a analogia como primeiro
mecanismo, o costume como segundo e os princípios gerais do direito como. Ainda, é
de salientar que para o emprego da analogia deve-se inexistir dispositivo legal em
relação ao caso, ter semelhança entre situação não regulada e a que é prevista por lei e
identidade de fundamentos lógicos e jurídicos, isto é, a analogia deve ser aplicada em
situações muito parecidas, aplicando a mesma regra de direito. Também, o costume
pode ser definido como a pratica repetida de um comportamento com a certeza de que o
mesmo é necessário, eles possuem origem incerta e imprevista, um direito não escrito,
sendo uma fonte supletiva e secundária em relação à lei, dessa forma, existem espécies
de costumes, sendo o Secundum legem expresso em lei e com o caráter de lei, o Praeter
legem que supre a lei em situações que ela for omissa e o Contra legem que é o costume
que não se opõe à lei.
Nesse contexto, os princípios gerais do direito são regra não são escritas, mas que
informam e apoiam o Direito, sendo eles positivados ou não. Por outro lado, destaca-se
os critérios de hermenêutica, o qual é uma outra função da LINDB que se relaciona com
o art. 5º. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às
exigências do bem comum. Outrossim, a partir da criação da LINDB o interesse social
passou a ter prevalência sobre o individual, onde o juiz deixa de ser a parte passiva e
passa a ser o investigador da norma, nota-se que existem critérios a serem empregados
na interpretação, dessa maneira, temos três tipos de interpretação, a interpretação
subjetiva ou exegética que corresponde a vontade do legislador originário; a
interpretação objetiva que é a vontade da lei; e a livre pesquisa do Direito ou livre
investigação cientifica, onde a função do juiz é criadora na aplicação daquela norma de
acordo com ponto de vista jurídico, social e moral. Em relação as fontes temos a
autêntica que é a interpretação realizada pelo legislador, a fonte jurisprudencial, sendo a
interpretação feita pelos juízes e a fonte doutrinaria que se refere a interpretação
realizada pelos estudiosos.
Portanto, quanto aos meios existem: o gramatical que é a primeira fase do processo
interpretativo, sendo ele literal, de exame linguístico; o lógico/ racional, referente ao
sentido e finalidade da norma; o sistemático em que a lei não deve ser interpretada
juntamente com as demais normas; histórico que investiga os antecedentes da norma; e
sociológico, adaptando o sentido da lei às nova exigências da sociedade, os referidos
métodos de interpretação não operam isoladamente, mas completam-se. No que se
refere aos resultados temos: a declarativa, onde o texto legal tem o sentido e alcance
desejado; a extensiva, tendo a lei como mais ampla do que o seu próprio texto indica; e
a restritiva que limita aplicação de uma lei. Por fim, existem alguns conflitos das leis no
tempo, ocorrendo quando uma nova lei passa a vigorar substituindo ou modificando a
anterior, tendo as disposições transitórias, as quais são elaboradas pelo legislador no
texto normativo para evitar e solucionar conflitos entre uma a lei nova e a lei antiga e
também temos a irretroatividade das normas que como regra apresenta que a nova lei
não será aplicada a casos existentes anteriormente a ela, mas será aplicada às situações
futuras e como exceção apresenta que a lei somente poderá retroagir para atingir
situações já concluídas quando o legislador permitir de maneira expressa, desde que se
respeite o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada
Resumo dos artigos 6º e 7º:
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o
direito adquirido e a coisa julgada. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957)

Este artigo se relaciona com a disposição do Art. 5º, XXXVI da CF. É um reforço da
necessidade de conferir segurança jurídica às decisões judiciais e evitar que os conflitos
se perpetuem no tempo.
É disposto em 3 parágrafos os quais definem, respectivamente, o ato jurídico perfeito, o
direito adquirido e a coisa julgada.
DIREITO ADQUIRIDO
- Direito já incorporado de maneira definitiva ao patrimônio e à personalidade do titular;
- Não poderá ser alterado por lei aprovada posteriormente, mesmo que essa revogue a
anterior (leis novas não podem prejudicar);
- Pois, se durante a lei antiga a pessoa já cumpria os requisitos para poder exercer o
direito, ela continuará a gozar dos efeitos jurídicos elencados pela norma que lhe
conferiu o direito original.

ATO JURÍDICO PERFEITO COISA JULGADA


- Ato consumado/acabado segundo a lei - Imutabilidade dos efeitos da
sentença, não
vigente, produzindo efeitos jurídicos. estando mais sujeita a recursos.
- Direito exercido ao tempo da lei antiga - Lei nova que altera direito em
relação ao qual
se embasou decisão imutável.
Obs: Direito adquirido provém de um ato jurídico perfeito, porém um ato jurídico
perfeito não precisa gerar um direito adquirido.

CONFLITO DA LEI NO ESPAÇO

Brasil adota a teoria da territorialidade moderada, pois aplica o princípio da


territorialidade (normas têm aplicação dentro do território do Estado) e da
extraterritorialidade (permite, em certas ocasiões, que seja aplicado normas estrangeiras
em seu território).

A LINDB dispõe que o estatuto da pessoa será regido pela lei do país em que a pessoa
estiver domiciliada.
Art. 7º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo
e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
Desse modo, se por exemplo, um estrangeiro estiver de passagem pelo Brasil não será
aplicada a lei brasileira, visto que ele não possui domicílio no Brasil.
O §1º diz que aplica-se a lei do local da celebração, mesmo que os nubentes sejam
estrangeiros. Ou seja, casamentos realizados no Brasil, ainda que de estrangeiros, terão
que respeitar a lei brasileira. (Territorialidade).
Já segundo o §2º aplica-se a lei estrangeira quando os nubentes estrangeiros casarem
perante autoridade consular ou diplomática. Isto é, Se dois canadenses se casarem no
Brasil, na embaixada do Canadá, irá se aplicar a lei canadense.(Extraterritorialidade)

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