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RESUMO: DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE

Conceito de direito de personalidade: Os direitos de personalidade são direitos


subjetivos do individuo de defender o que lhe é próprio, isto é, sua integridade física,
intelectual e moral.

Fundamentos dos direitos da personalidade: existem duas categorias de direitos de


personalidades:

a) Inatos: por exemplo, o direito à vida e a integridade física e moral


b) Adquiridos: são aqueles que decorrem do status individual e existem na
extensão da disciplina conferida pelo direito positivo, como se pode ver o direito
autoral.

Características:
Os direitos de personalidade são:
a) Intransmissibilidade e irrenunciabilidade: os titulares dos direitos de
personalidade não podem dispor de tais direitos transferindo-os a terceiros, bem como
não podem renunciar e nem abandoar os mesmos, visto que esses direitos da mesma
forma que nasceram devem morrer com eles, sendo inseparáveis.
b) Absolutismo: eles impõem a todos um dever de abstenção, de respeito. Por
outro lado, ele possui caráter geral por ser inerente a toda pessoa humana.
c) Não limitação: é ilimitado o número de direitos da personalidade.
d) Imprescritibilidade: os direitos de personalidade não se extinguem pelo seu uso
e pelo decurso de tempo, nem mesmo pela inércia na pretensão de defendê-los.
e) Impenhorabilidade: os direitos de personalidade são inerentes à pessoa humana
e dela inseparáveis, em razão disso são também indisponíveis, assim os direitos de
personalidade não podem ser penhorados.
f) Não sujeitos à desapropriação: os direitos de personalidade não podem ser
desapropriados, pois se ligam à pessoa humana. Ainda, eles não podem ser tirados do
individuo contra sua vontade, nem mesmo sofrer limitações, conforme art. 11 do CC.
g) Vitalícios: isso significa que os direitos de personalidade são adquiridos desde a
concepção e acompanham até a morte da pessoa. No entanto, mesmo após a morte
alguns desses direitos são resguardados em respeito ao falecido.
Disciplina do Código Civil: a disciplina do Código Civil é composta de:
a) Os atos de disposição do próprio corpo, artigos 13 e 14;
b) O direito à não submissão a tratamento médico de risco, artigo 15;
c) O direito ao nome e ao pseudônimo, artigos 16 a 19;
d) A proteção à palavra e à imagem, artigo 20; e
e) A proteção à intimidade, conforme artigo 21.

Da proteção aos direitos da personalidade:


Destinam-se os direitos de personalidade a resguardar a dignidade da pessoa humana
através de medidas judiciais adequadas, as quais devem ser ajuizadas pelo ofendido ou
pela pessoa lesada indiretamente.

ATOS DE DISPOSIÇÃO DO PRÓPRIO CORPO (arts. 13 e 14, do CC)


O direito à integridade física engloba a proteção jurídica à vida, ao próprio corpo vivo
ou morto (na sua totalidade ou em relação as suas partes) e a escolha de submeter-se ou
não a exame e tratamento médico.
A vida humana é o bem supremo, sendo um bem jurídico fundamental constituindo-se
como origem e suporte aos demais direitos.

 Permissão dos transplantes


- A realização dos transplantes é permitida pelo parágrafo único do art. 13 conforme lei
especial (Lei n. 9.434, de 4 de fevereiro de 1997). Ela permite a pessoa juridicamente
capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos (órgãos duplos), partes (desde que
regeneráveis) para fins terapêuticos ou transplantes desde que não represente risco para
o doador.
- Em vida, a doação pode ser feita livremente pelo titular, por decisão exclusivamente
sua.
- Quando se trata de post mortem, a retirada das partes doadas só poderá ser feita após
diagnóstico de morte encefálica.
- A retirada dos tecidos, órgãos e partes do corpo do falecido dependerá da autorização
de qualquer parente maior ou do cônjuge.
- No entanto, em caso de manifestação expressa em vida pela vontade de NÃO ser
doador, a retirada destes não poderá ser feita nem mesmo com a autorização dos
familiares.
Obs.: A comercialização de órgãos do corpo humano é expressamente proibida pela
Constituição Federal (art.199, §4º).

 Cirurgia para adequação do sexo realizada em transexuais


As cirurgias que visam à adequação do sexo é autorizada pelo Conselho Federal de
Medicina e pela CF/88 de forma jurídica através do disposto em seu art. 5º, inc. X em
prol de evitar o constrangimento cada vez que se identifica como pessoa de sexo
diferente do que aparenta ser.

O TRATAMENTO MÉDICO DE RISCO (art. 15, do CC)


Visando proteger a inviolabilidade do corpo humano, os pacientes têm a prerrogativa de
se recusar a se submeter a tratamento perigoso, de modo que os médicos não devem
atuar sem prévia autorização do paciente.

 O dever de informar
O fornecedor é obrigado a prestar todas informações a respeito do produto e do serviço
de maneira clara e precisa, não sendo admitidas falhas ou omissões.

DIREITO À VIDA E A OPÇÃO RELIGIOSA:


- Questão controvertida: - É possível ou não dispor da própria vida por convicções
filosóficas e/ou religiosas?
Para o Conselho de Ética Médica: é possível se houver iminente perigo de vida.
Outra corrente doutrinária: e a dignidade da pessoa humana para decidir o tipo de
tratamento médico que deseja receber.
Obs: Assuntos muito debatidos: transfusões de sangue, eutanásia e entre outros.

DIREITO AO NOME:
- Assegurados nos arts. 16 a 19, do Código Civil.
- Todos os indivíduos têm o direito à integridade moral e tem o direito de ser
reconhecido em sociedade com a denominação que desejar.

A PROTEÇÃO À PALAVRA E À IMAGEM:


-Art. 20, do Código Civil
Proibida a transmissão da palavra, de sons e de escritos, “salvo se
autorizadas, ou necessária à administração da justiça ou manutenção da ordem pública”.

Exposição ou utilização da imagem é um direito inviolável perante o art. 5°,


inc. X, da CF/88. Somente a própria pessoa pode autorizar.

A PROTEÇÃO À INTIMIDADE:
- Art.21, do Código Civil em consonância com o art. 5°, da CF/88.
- É direito das pessoas de ter sua vida privada, viver sem intromissões, de se se isolar...

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