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DIREITOS E

GARANTIAS CONSTITUIÇÃO

FUNDAMENTAIS FEDERAL

DIREITO A
ART. 5ª
VIDA

DIREITOS E
GARANTIAS
FUNDAMENTAIS

DIGNIDADE DA
PRINCÍPIO DA
PESSOA
IGUALDADE
HUMANA

HABEAS
CORPUS
 Mais de 73 mil registros de violações de direitos humanos são feitos durante o carnaval | C
arnaval 2024 | G1 (globo.com)

 Denúncias de violações de direitos humanos sobem 45% em 2023, aponta ministério | Polít
ica | G1 (globo.
com)

 https://globoplay.globo.com/v/12405547/
DIREITOS E GARANTIAS
FUNDAMENTAIS
 Os Direitos Fundamentais são direitos considerados como indispensáveis à
pessoa humana, necessários para assegurar a todos uma existência digna, livre
e igual. Tais direitos começaram a ser positivados a partir da Revolução
Francesa, com a Declaração dos direitos do homem. Estes direitos limitam a
atuação do Estado, na medida que estabelecem ao Poder Público o dever de
abster-se de adotar determinadas condutas que venham a violar as liberdades
individuais. Mas por outro turno, exigem também uma prestação estatal no
sentido de assegurá-los, garantindo, por exemplo, acesso a educação, saúde e
segurança.
Direitos individuais e Direitos coletivos

 DIREITOS INDIVIDUAIS - “são prerrogativas fundamentais atribuídas


aos particulares em face do Estado e de outros particulares, visando à
proteção de valores como a vida, a liberdade, a igualdade, a segurança e
a propriedade.”
 DIREITOS COLETIVOS - são dispositivos declaratórios de direitos
voltados para uma coletividade de pessoas. São exemplos, o direito de
reunião e o direito à associação.
Direitos e Garantias
 Os direitos são normas de conteúdo declaratório. São os bens declarados
como tais na Constituição Federal. São exemplos, o direito à vida, à
propriedade, dentre outros.
 Já as garantias são normas de conteúdo assecuratório. Essas garantias são,
na verdade, instrumentos destinados à proteção dos direitos fundamentais.
São exemplos de garantias constitucionais, o habeas corpus, que busca
assegurar à liberdade de locomoção; a vedação a pena de morte, como
garantidora do direito a vida; a reparação por danos morais, em face da
lesão à honra, etc.
Os direitos fundamentais estão classificados na Constituição
Federal da seguinte forma:

 a) Direitos Individuais e Coletivos (art. 5º);


 b) Direitos Sociais (arts. 6º a 11);
 c) Direitos de Nacionalidade (arts. 12 e 13);
 d) Direitos Políticos e Partidos Políticos (arts. 14 a 17).
“Art. 5.º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...]”

 O Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que a condição de estrangeiro não


domiciliado no Brasil não retira do indivíduo o status de sujeito de direitos e titular de
garantias constitucionais e legais. (HC nº 94.016/SP).
 Princípio da universalidade
Destinatários dos direitos fundamentais

 A definição desses destinatários é norteada pelo


princípio da universalidade, devendo-se assegurá-
los a todas as pessoas que se encontram no
território brasileiro.
 Embrião?
 Falecido?
 Animais?
 Os animais não são destinatários dos direitos fundamentais,
entretanto, objeto de proteção do direito, conforme depreende-
se da leitura do art. 225 da CF/88,que consagra o direito ao meio
ambiente equilibrado, impondo, entre outras medidas, a
proteção da fauna, vedando práticas que coloquem em risco sua
função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou
submetam os animais a crueldade (art. 225, §1º, VII, CF/88)
Natureza relativa dos direitos fundamentais

 Não se pode afirmar que os direitos fundamentais são


absolutos, porquanto podem ser limitados ante a outros
direitos, e, além disso, não podem ser utilizados com o
objetivo de encobrir práticas delituosas.
 Obs 1- Teoria do limite dos limites
 Obs 2 - Tortura
 [...] OS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS NÃO TÊM CARÁTER
ABSOLUTO. Não há, no sistema constitucional brasileiro, direitos ou garantias que
se revistam de caráter absoluto, mesmo porque razões de relevante interesse público
ou exigências derivadas do princípio de convivência das liberdades legitimam, ainda
que excepcionalmente, a adoção, por parte dos órgãos estatais, de medidas restritivas
das prerrogativas individuais ou coletivas, desde que respeitados os termos
estabelecidos pela própria Constituição. O estatuto constitucional das liberdades
públicas, ao delinear o regime jurídico a que estas estão sujeitas - e considerado o
substrato ético que as informa - permite que sobre elas incidam limitações de ordem
jurídica, destinadas, de um lado, a proteger a integridade do interesse social e, de
outro, a assegurar a coexistência harmoniosa das liberdades, pois nenhum direito ou
garantia pode ser exercido em detrimento da ordem pública ou com desrespeito aos
direitos e garantias de terceiros. [...](STF, MS n.º 23.452/RJ, Rel. Min. Celso de
Mello, Tribunal Pleno, j. 16/09/1999, DJ 12/05/2000).
DIREITOS FUNDAMENTAIS EM ESPÉCIE
 Direito à vida
 Princípio da igualdade
 Princípio da legalidade
 Liberdade de pensamento e direito de resposta
 Liberdade de consciência e crença
 Inviolabilidade domiciliar
 Liberdade de locomoção
 Liberdade de reunião
 Princípios do contraditório e da ampla defesa
 Provas ilícitas
 Princípio da presunção de inocência
Direito à vida

 O direito à vida, consagrado na Constituição


Federal, refere-se à existência física do ser
humano. Esse direito abarca duas acepções,
quais sejam o direito de continuar vivo e o
direito a uma vida digna.
 Obs: Direito de nascer?
Tratados internacionais

 O Pacto de São José da Costa Rica, que impõe em seu art. 4º,
item 1:
 “Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse
direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento
da concepção. Ninguém pode ser privado da vida
arbitrariamente” (grifo nosso).
Legislação ordinária

 O Código Penal brasileiro, especificamente nos art.124


a 126, criminalizou o aborto. Por fim, em 2008 foi
editada a Lei n. º11.804, que assegura a concessão de
alimentos gravídicos. A partir dessas informações,
pode-se concluir que no Brasil protege-se a vida
intrauterina (isto é, inicia-se a vida com a concepção).
Relativização do direito a vida

 No campo constitucional existe uma restrição prevista no art. 5º,


XLVII. Esse dispositivo prevê a pena de morte em caso de
guerra declarada. Ressalte-se que essa sanção é aplicável ao
militar e é regulada pelo Código Penal Militar (CPM) e Código
de Processo Penal Militar (CPPM). Nos termos do art. 56 do
CPM, a pena de morte será executada por fuzilamento.
Relativização do direito a vida

 No campo do direito penal, admite-se o aborto em duas


circunstâncias, consoante depreende-se da leitura do artigo 120
do Código Penal (CP). São os chamados abortos legais: a) aborto
necessário (128, I, CP) – permite-se que a mãe interrompa a
gravidez quando a sua vida esteja em risco; b) aborto sentimental
(128, II, CP) –permite-se o aborto quando a gravidez decorre de
estupro.
Interrupção da gravidez de feto anencéfalo: tese crime
impossível.

 Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 54, ajuizada em 2004


pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Saúde (CNTS).
 O que estava em jogo, disse Marco Aurélio, é saber se a mulher que interrompe
a gravidez de feto em caso de anencefalia tem de ser presa.
 194 países que fazem parte das Nações Unidas, mais da metade permitem a
interrupção de gravidez de fetos anencéfalos.
 Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do
meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-
se o crime.
Lei dos transplantes
LEI Nº 9.434, DE 4 DE FEVEREIRO DE 1997.

Art. 3º

§ 1º Os prontuários médicos, contendo os resultados ou os


laudos dos exames referentes aos diagnósticos de morte
encefálica e cópias dos documentos de que tratam os arts. 2º,
parágrafo único; 4º e seus parágrafos; 5º; 7º; 9º, §§ 2º, 4º, 6º e 8º,
e 10, quando couber, e detalhando os atos cirúrgicos relativos
aos transplantes e enxertos, serão mantidos nos arquivos das
instituições referidas no art. 2º por um período mínimo de cinco
anos.
 o Código Brasileiro de Aeronáutica, após alteração operada por
meio da Lei n. º 9.614/98, que ficou conhecida como Lei do Abate,
permite que sejam derrubadas aeronaves hostis, que ingressem
no espaço aéreo brasileiro sem autorização.
 Resolução n. º1.805/2006 do Conselho Nacional de Medicina
regulamentou a Ortotanásia, que permite ao médico, observado
um protocolo, limitar ou suspender procedimentos e tratamentos
que prolonguem a vida do doente em fase terminal de
enfermidades graves e incuráveis
 Excludentes de ilicitude, artigo 23 do Código Penal
Princípio da igualdade

 O princípio da igualdade é de extrema relevância,


pois a partir dele decorre a vedação ao racismo, a
necessidade de concurso para o ingresso no serviço
público, bem como a proibição de diferença de
salários entre homens e mulheres que exercem a
mesma função.
Tratamento discriminatório ou ações
afirmativas?
 Previsão que possibilita a mulher se aposentar com
menos tempo de contribuição que o homem, ou com o
tratamento diferenciado dado às microempresas e
empresas de pequeno porte, ou ainda a reserva de certos
cargos públicos para brasileiros natos, cotas raciais e
sociais.
 Na verdade, modernamente, o que se busca é a dimensão material da
igualdade, que permite que se dê aos desiguais um tratamento desigual,
na medida de sua desigualdade. Afinal, como bem pregava o ilustre
Ruy Barbosa, tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com
igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real.
Corrobora tal entendimento o disposto no artigo 3º da Constituição
Federal que estabelece como um dos objetivos fundamentais da
República Federativa do Brasil, a erradicação da pobreza e da
marginalização e a redução das desigualdades sociais e regionais.
 Por fim, vale destacar o posicionamento do Supremo Tribunal
Federal, quanto à possibilidade de fixação de limite de idade
em concurso público. Súmula 683 do STF: “O limite de idade
para a inscrição em concurso público só se legitima em face do
art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado
pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. ”
Princípio da legalidade e da reserva legal

 O princípio em tela estabelece que “ninguém será obrigado a fazer ou


deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (positivado no art.
5º, inciso II, da CF/88). Daí, depreende-se que só a lei pode impor
obrigações ao indivíduo, de modo que o não proibido em lei, é permitido
ao particular.
 Carta Magna de 1215 - NULLUM CRIMEN, NULLA POENA SINE
PREVIA LEGE
 Art 5º, XXXIX, CF – não há crime sem lei anterior que o defina, nem
pena sem prévia cominação legal;
Liberdade de pensamento e direito de resposta

 A livre manifestação do pensamento afasta a possibilidade de censura


prévia, situação comum durante o regime ditatorial no Brasil. Essa
liberdade consiste, sobretudo, no direito de exprimir livremente o seu
pensamento.
 Art. 5º. […]
 IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
 V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem;
 Ao vedar o anonimato, por certo o legislador constituinte
buscou, além de reprimir o abuso da liberdade de
manifestação, garantir a possibilidade de responsabilização
daquele que ao manifestar seu pensamento, atinge o direito de
outrem.
 É a vedação o anonimato que impede que as denúncias
anônimas, por si só, possibilitem a abertura de inquérito
policial. Havendo esse tipo de denúncia, cabe ao Poder
Público adotar medidas informais com o objetivo de apurar a
ocorrência do suposto crime denunciado.
 Contra o abuso na liberdade de manifestação de pensamento, a
Constituição Federal assegurou o direito de resposta,
proporcional ao agravo. Assim, se ocorre uma ofensa à moral ou
a imagem de determinado indivíduo em um jornal exibido no
horário nobre, o direito de resposta será assegurado também no
horário nobre e conterá o mesmo tempo da ofensa. Vale ainda
lembrar, que o direito de resposta não afasta o direito de
indenização.
Liberdade de consciência e crença

 art. 5º, VI, da Constituição da República: “é


inviolável a liberdade de consciência e de crença,
sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção
aos locais de culto e a suas liturgias”
Escusa de consciência

 É importante pontuar que ninguém poderá ser privado de direitos por


motivos de crença religiosa, ressalvada a invocação a fim de eximir-se de
obrigação legal a todos imposta e recusa ao cumprimento de prestação
alternativa fixada em lei. Esse é o teor do art. 5º, VIII, da Constituição
Federal:
 “ninguém será privado de direitos por motivo de crença(...), salvo se
invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a
cumprir prestação alternativa fixada em lei”.
Inviolabilidade domiciliar

 O homem mais pobre desafia em sua casa todas as forças


da coroa, sua cabana pode ser muito frágil, seu teto pode
tremer, o vento pode soprar entre as portas mal ajustadas, a
tormenta pode nela penetrar, mas o Rei da Inglaterra não
pode nela entrar.
 Parlamento britânico, Lord Chatan, 1763
 Na Constituição Federal, a matéria é tratada no art. 5º,
inciso XI, nos seguintes termos:

 “A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela


podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em
caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”.
Expressão “casa”

 Para fins de inviolabilidade domiciliar deve ser interpretada em


sentido amplo, abrangendo além da residência e seus
compartimentos: garagem, quintal, cobertura, o local de
trabalho não aberto ao público, como os consultórios
profissionais. Ademais, a área interna da empresa não acessível
a circulação de pessoas, ou ainda o quarto de hotel ou de motel
quando ocupados, são tutelados pela inviolabilidade domiciliar
O constitucionalista Alexandre de Morais
(2003, p.81) esclarece que:
 No sentido constitucional, o termo domicílio tem amplitude maior do que
no direito privado ou no senso comum, não sendo somente a residência,
ou ainda, a residência com intenção definitiva de estabelecimento.
Considera-se, pois, domicílio todo local, delimitado e separado, que
alguém ocupa com exclusividade, a qualquer título, inclusive
profissionalmente, pois nessa relação entre pessoa e espaço, preserva-se,
mediatamente, a vida privada do sujeito. Nesse sentido, se posicionou o
STF ao julgar o RHC n. º90.376/RJ
Relativização da inviolabilidade do domicílio

 a) consentimento prévio do morador;


 b) flagrante delito;
 c) desastre;
 d) prestação de socorro;
 e) mando judicial (somente durante o dia – das 6 às 18horas)
Entrada forçada

 A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é


lícita, mesmo em período noturno, quando amparada em
fundadas razões, devidamente justificadas a posteriori, que
indiquem que dentro da casa ocorre situação de flagrante delito,
sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente
ou da autoridade, e de nulidade dos atos praticados.(RE nº
603616/RO)
Atenção!!!!!!!

 a) tráfico de drogas na frente da casa, não autoriza a invasão


sem mandado (HC 611.918/SP;
 b) Invasão de imóvel após policias verem manipulação de
drogas, tendo chegado ao local após denúncia anônima, é ilegal
(REsp 1.865.363/SP);
 c) policias devem gravar autorização do morador para entrar
na residência (HC nº 598051/SP).
Crime de invasão domiciliar

 Por fim, é válido observar que a invasão de domicílio é crime tipificado no artigo 150 do
Código Penal:
 Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou
tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Pena - detenção, de
um a três meses, ou multa.
 Bem como se constitui em abuso de autoridade nos termos do artigo 22 da Lei n.º
13.869/2019 (Lei de Abuso de Autoridade).
 Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocupante,
imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem
determinação judicial ou fora das condições estabelecidas em lei: Pena – detenção, de 1
(um) a 4 (quatro) anos, e multa
Liberdade de locomoção

 A liberdade de locomoção se desdobra no direito de ir, vir


e permanecer e abarca os bens do indivíduo.
 Art. 5º. […]
 XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo
de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens
Relativização

 Decretação do Estado de Sítio (art. 137 a 139da CF/88), que pode impor
limitações ao exercício de determinados direitos, dentre as quais a imposição
de obrigação de permanência em localidade determinada. Ademais, ante a
supremacia do interesse público sobre o particular e a mais comum que é a
privação da liberdade em caso de prisão.
 A supressão abusiva ou ilegal do direito em comento, poderá ser combatida
com a impetração de habeas corpus (art. 5º, LXVIII, CF/88).
Liberdade de reunião

 A liberdade de reunião está regulada no art. 5º, XVI, CF, que


tem o seguinte teor:
 “Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais
abertos ao público, independentemente de autorização, desde
que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade
competente.”
Relativização
 No próprio artigo: desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local.
 Decretação do Estado de Defesa e do Estado de Sítio:
 Art. 136 […] § 1º - O decreto que instituir o estado de defesa determinará
o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e
indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem,
dentre as seguintes:
 I - restrições aos direitos de: a) reunião, ainda que exercida no seio das
associações;
 Art. 139[…] IV - suspensão da liberdade de reunião;
Princípios da legalidade e da anterioridade
penal
 Os princípios da legalidade e da anterioridade penal estão
previstos no art.5º, inciso XXXIX, da Constituição
Federal, nos termos seguintes: “Não há crime sem lei
anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação
legal”
 O princípio da legalidade impõe a necessidade de lei
em sentido estrito (aquela oriunda do processo
legislativo) para tipificar crimes e cominar sanções.
 Princípio da anterioridade penal, estabelece que a lei
só regulará atos praticados após a sua publicação.
Princípios do contraditório e da ampla defesa

 Art. 5º […] LV - aos litigantes, em processo


judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes;
Conceitos:

 A ampla defesa diz respeito à possibilidade que deve ser


dada à parte em processo judicial ou administrativo de
apresentar todos os elementos de prova lícitos, capazes de
comprovar a verdade dos fatos. Pode-se utilizar de todos os
meios de prova em direito admitidos. Já o contraditório
consiste no direito de tomar conhecimento e contraditar as
provas apresentadas pela outra parte
 Súmula Vinculante de n.º 5 do STF:“A falta de defesa técnica por advogado no
processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.”
 Em tese seria dispensável a presença de advogado no Processo Administrativo
Disciplinar (PAD) e Processo Disciplinar Sumário (PDS).
 Não se aplica ao Policial Militar do Estado da Bahia por previsão legal, tanto a
Constituição do Estado da Bahia, notadamente em seu artigo 4º, quanto a Lei
Estadual n. º7.990/2001
Provas ilícitas

 Art. 5º […]
 LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas
por meios ilícitos;
 Prova ilícita é aquela obtida por meios ilegais, violando
direitos fundamentais e garantias individuais. Essas provas
podem ser excluídas do processo de acordo com o princípio da
exclusão ou da inadmissibilidade das provas ilícitas.
 Exemplos de provas ilícitas são as confissões obtidas sob tortura,
interceptações telefônicas ilegais, etc. Esse tipo de prova invalida
todas as outras provas produzidas a partir delas (Teoria dos frutos da
árvore envenenada). Todavia, se houver provas produzidas de forma
independente, as ilícitas serão desentranhadas e o processo seguirá
seu curso normal, consoante estabelece o artigo 157 do Código de
Processo Penal (CPP)
 Art.157.São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as
provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas
constitucionais ou legais.
 § 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo
quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou
quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente
das primeiras.
 § 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os
trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução
criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.
Posição do Supremo Tribunal Federal
 É lícita:
 1. Prova obtida por meio de gravação de conversa própria, feita por um
dos interlocutores, se quem está gravando está sendo vítima de proposta
criminosa do outro
 2. Gravação de conversa realizada por terceiro, com a autorização de um
dos interlocutores, sem o consentimento do outro, desde que para ser
utilizada em legítima defesa;
 3. Prova obtida mediante gravação de diálogo em local público;
 4. Prova de um crime descoberta acidentalmente durante a escuta
telefônica autorizada judicialmente para apuração de crime diverso, desde
que haja conexão entre os delitos.
Posição do Supremo Tribunal Federal

 É ilícita:
 1. A confissão sob prisão ilegal é prova ilícita e, portanto, inválida
a condenação nela fundada;
 2. A prova obtida por meio de conversa informal do indiciado com
policiais, por constituir “interrogatório” sub-reptício, sem as
formalidades legais do interrogatório no inquérito policial e sem
que o indiciado seja advertido do seu direito ao silêncio.
Princípio da presunção de inocência
 art. 5º, LVII, CF:
 “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória”.
 Veda-se o lançamento do réu no rol de culpados antes do trânsito em julgado
da sentença, bem como possibilita-se ao réu recorrer às decisões em liberdade,
além de se restringir as prisões antes do trânsito em julgado da sentença penal
condenatória. Todavia, é possível a prisão preventiva fundada no art. 312 do
CPP, bem como as prisões cautelares (flagrante e temporária) que são
anteriores a fase processual. A regra é o réu em liberdade, já que antes do
transito em julgado da sentença penal condenatória, é presumivelmente
inocente.

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