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Resumo de D.

Humanos – NP2

 Direitos fundamentais em espécie

 Direito à vida;

 Todos os direitos assegurados pela Constituição, tem como pressuposto


base o direito à vida, uma vez que não faria sentido declarar qualquer
direito, sem que antes fosse assegurado o próprio direito à vida, para que
o indivíduo pudesse usufruir dos demais direitos, sendo assim, o seu peso
abstrato, inerente à sua capital relevância, é superior a todo outro
interesse.

 Disciplina normativa: caput do art. 5 da CF/88, que diz “Todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo—se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito
à vida”.

 Nesse sentido, pode-se perceber que, de maneira assertiva, a CF/88


garante a inviolabilidade do direito a vida, colocando-o como o primeiro
dos cincos valores básicos que inspiram a lista dos direitos fundamentais
enumerados no art. 5, seguido da liberdade, igualdade, segurança e
propriedade. Dessa forma, a Constituição enfatiza o dever do Estado de
preserva-la e ainda garanti-la com um determinado grau de qualidade.

 Dimensões do direito à vida: a Constituição protege todas as formas de


vidas, isto é, a intrauterina (trata-se de uma expectativa de vida exterior,
isto é, que o indivíduo irá nascer com vida, e pode-se perceber a proteção
da legislação brasileira, nesse sentido, nos direitos assegurados ao
nascituro) e a vida extrauterina (consumação efetiva).

 Concepções do direito à vida:

1. Direito a nascer;
2. Direito a permanecer vivo (subsistir);
3. Direito de viver com dignidade.
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 direito à vida tem uma relação íntima com o princípio da dignidade da


pessoa humana, pois é necessário que o Estado garanta e proteja o direito
a vida, levando em consideração a dignidade da pessoa humana, ou seja,
não é necessário apenas proteger o direito a vida, mas também garantir
uma vida digna para todos os indivíduos, isto é, o direito de viver com
dignidade.

 “Proclamar o direito à vida responde a uma exigência que é prévia


ao ordenamento jurídico, inspirando-o e justificando-o. Trata-se
de um valor supremo na ordem constitucional, que orienta,
informa e dá sentido último a todos os demais direitos
fundamentais.”

 Vale ressaltar que o direito à vida não é um direito absoluto, como nenhum
é direito é absoluto, o direito à vida segue o mesmo raciocínio, e para
justificar, basta avaliar o art. 5, XLVII, a, da CF/88, que ressalva as duas
hipóteses em que a pena de morte pode ser aplicada.

 Na atualidade, o direito à vida está envolvido em debates que giram em


torno da legitimidade da interrupção do processo de gestação e ao debate
sobre a interrupção voluntária da existência em determinas circunstância,
como no caso da eutanásia, e isso ocorre pela compreensão da
importância do direito à vida para a sociedade.

 A partir do século XX, se intensificam os debates do direito á vida ligados


a reprodução humana, e partir dessa discussão dois problemas surgem, o
primeiro está ligado a responder quando o direito á vida se inicia, e outro
a harmonização com outros direitos que lhe disputem incidência num caso
concreto.

 Titularidade do direito à vida: a titularidade do direito a vida é


pertencente a todos os seres humanos, uma vez que é pressuposto básico
para a criação dos demais direitos, não podendo o indivíduo ser privado
desse direito, de forma arbitraria.

 Momento em que se inicia a vida: é importante frisar que não existe um


consenso cientifico ou filosófico a esse respeito. Existem cinco principais
posições:
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1. Teoria concepcionista: essa teoria afirma que a vida começa a


partir do momento da fecundação do óvulo pelo espermatozoide.

2. Teoria da nidação: diz que a vida começa quando o embrião é


implantado na camada interna do útero da mulher. Nessa teoria, o
embrião só terá potencial de vida quando se fixar na parte interna
do útero da mãe, já que não pode se desenvolver fora dele.

3. Quando o feto puder existir sem mãe: essa teoria diz que a vida
começa quando o feto tem a capacidade de existir sem a mãe, o
que acontece entre 24ª e a 26ª semanas de gestação. Essa posição
é adotada pela Suprema Corte norte-americana.

4. Teoria natalista: essa teoria afirma que a vida começa a partir do


nascimento com vida. Essa teoria é adotada pelo código civil de
2002, no art. 2, que trata do momento de aquisição da
personalidade civil, entretanto, diz que a lei põe a salvo os direitos
do nascituro.

5. Teoria do tubo neural: diz que a vida começa com a formação do


sistema nervoso central, ou seja, quando o indivíduo adquire a
capacidade neurológica de sentir dor e prazer.

 Direito à liberdade;

 A liberdade e igualdade formam dois elementos essenciais do conceito de


dignidade da pessoa humana, que o constituinte colocou como condição
de fundamento do Estado Democrático de Direito e vértice do sistema de
direitos fundamentais.

 As liberdades são proclamadas a partir da perspectiva da pessoa humana


como um ser em busca de autorrealização, que é responsável pela a
escolha dos meios aptos para realizar as suas potencialidades (autonomia
da vontade). O Estado Democrático se apresenta como meio para que
essas liberdades sejam resguardadas e estimuladas. Também se apresenta
como instância de solução de conflitos gerados pela colisão das
igualdades.
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 A efetividade dessas liberdades presta serviço ao regime democrático, na


medida em que viabiliza a participação com mais intensidade de todos os
interessados nas decisões políticas fundamentais.

 Autonomia da vontade: é a capacidade que o indivíduo possui para tomar


decisões na sua esfera particular, de acordo com suas próprias vontades,
interesses e preferências. Trata-se do reconhecimento do direito
individual de fazer tudo aquilo que se tem vontade, desde que não
prejudique outras pessoas. Essa autonomia retira o seu fundamento da
Constituição Federal, mais especificamente no art. 50, inciso II.

 Art. 50 da CF/88, inciso II: Ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer


alguma coisa senão em virtude de lei.

 Essa autonomia da vontade parte do pressuposto de que o Estado deve


tratar os indivíduos sob o seu domínio como agentes capazes e
responsáveis de tomar por si próprio as decisões que somente lhes dizem
respeito. A partir disso surgem as espécies de liberdades, como a liberdade
de locomoção, liberdade de crença, liberdade de associação, dentre
outras.

 Liberdade de locomoção;

 Art. 5 da CF/88, inciso II: é livre a locomoção nacional em tempo de paz,


podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou
dele sair com seus bens.

 Trata-se do direito que um indivíduo tem de ir para onde quiser, de acordo


com as suas vontades e interesses. É assegurado no art. 5, inciso II da
CF/88, que destaca que essa liberdade de locomoção deve ser feita nos
termos da lei.

 Limitações da liberdade de locomoção: como nenhum direito é absoluto,


a liberdade de locomoção também pode sofrer limitações, que são
impostas na forma da lei, com a finalidade de garantir uma convivência
harmoniosa entre as liberdades.
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1. Pedágio: o pedágio, assim como está destacado no art. 150,


inciso V, da CF/88, consiste na limitação do tráfego de pessoas
ou bens, que é feito por meio de tributos. Em linhas gerais, a
constituição proibi que a União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios de estabelecerem essa limitação, ressalvando a
cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo
poder público.

2. Prisão: o art. 5, inciso LXI, da CF/88 diz que “ninguém será preso
senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
transgressões militar ou crime de propriamente militar,
definido em lei”. Vale destacar que o direito de ir e vir tem como
uma de suas principais funções a limitação do poder de polícia
do Estado, ou seja, em regra, todo indivíduo tem o seu direito
de locomoção resguardado, sendo que esse somente pode ser
cerceado nos casos previstos em lei, que são o de prisão em
flagrante, prisão por ordem judicial e prisão por crimes
militares.

 Garantia do direito à liberdade de locomoção: o Estado deve garantir e


preservar as liberdades, que são essências para a dignidade da pessoa
humana e para a manutenção do próprio Estado. Partindo desse ponto, o
Estado deve oferecer meios de asseguração e proteção dessas liberdades,
como o Habeas Corpus, que está destacado no art. 5, inciso LXVIII, da CF/88
que diz “conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se
achar ameaçado a sofrer violência ou coação em sua liberdade, por
ilegalidade ou abuso de poder”.

 Liberdade de consciência;

 Art. 5, inciso VI, da CF/88: É inviolável a liberdade de consciência e de


crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias.

 Liberdade de consciência: a liberdade de consciência ou de pensamento


tem a ver com a faculdade do indivíduo formular juízos e ideias sobre si
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mesmo e sobre o meio no qual está inserido. Dessa forma, o Estado não
pode interferir nessa esfera íntima do indivíduo, deve, por outro lado,
propiciar meios efetivos de formação autônoma da consciência das
pessoas. Assim, se o Estado reconhece a inviolabilidade da liberdade de
consciência, deve admitir, igualmente, que o indivíduo aja de acordo com
suas convicções.

 Vale destacar que, como todo direito fundamental, a liberdade de


consciência não é absoluta, havendo casos que Estado impõe conduta ao
indivíduo que desafia o sistema de vida que as suas convicções
construíram. Então, cogita-se a possibilidade de reconhecer efeitos a uma
objeção de consciência.

 Objeção da consciência: tradicionalmente, a objeção da consciência está


ligada a assuntos de guerra, especialmente quanto a questão de serviço
militar, e consiste na recusa em realizar um comportamento prescrito, por
força das convicções fortemente arraigada ao indivíduo, que se atendesse
ao comando normativo, sofreria grave tormento moral, e se caracteriza
por uma exceção à regra. Entretanto, questões relacionadas a assuntos de
guerra, não é a única hipótese que com relação à objeção da consciência,
uma vez que atos do poder público, ainda que respaldados por lei, podem
ir de encontro as concepções individuais de uma pessoa, que define a sua
identidade moral. Nesse sentido, a CF/88, como podem surgir outros
embates além da atividade militar, em seu parágrafo VIII, possibilita a
perda de direitos, caso o indivíduo, de acordo com a suas convicções, se
recuse a cumprir um dever imposto pela lei, e não cumpra também a
prestação alternativa. É importante destacar que o não cumprimento da
obrigação imposta a todos, por conta das convicções de cada indivíduo,
somente gera a possibilidade de sanção, caso o indivíduo se recuse a
cumprir prestação alternativa, que deve ser estabelecida pela lei. No caso,
se a lei se omitir com relação a prestação alternativa, isso não
necessariamente exclui a escusa de consciência, uma vez que os direitos
fundamentais deve ser sua aplicação imediata presumida. No caso, deverá
ser feito uma ponderação, perante ao caso concreto, assim, havendo a
possibilidade do indivíduo ser exonerado da obrigação, sem sofrer
nenhuma sanção por isso.
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 Liberdade religiosa;

 Na liberdade religiosa estão inclusas a liberdade de crença, de aderir a


alguma religião, e a liberdade de culto. Sendo que, os locais de culto são
protegidos nos termos da lei, cabendo ao Estado o papel de proteger os
templos e não deve interferir nas liturgias, a não ser que seja contrariado
algum preceito constitucional.
s
 Na liberdade religiosa, também está inclusa a liberdade de organização, ou
seja, o Estado não pode interferir sobre a economia interna de associações
religiosas. A esse respeito, a fim de evitar qualquer embaraço a qualquer
entidade religiosa, por parte do Estado, a CF/88 estabelece a imunidade de
impostos sobre os templos de qualquer culto, e essa imunidade está
referida a impostos e não a contribuições sindicais, mas abrange todos os
tipos de impostos, inclusive o IPTU sobre imóveis e propriedades. Vale
ressaltar que essa imunidade é referente a todo bem que é destinado a
finalidades essenciais do funcionamento da entidade religiosa. Essa
imunidade, porém, somente dizem respeito a cultos religiosos, seitas que
não tenham natureza religiosa devem ser consideradas alheias à hipótese
da imunidade.

 O Estado brasileiro é não confessional, ou seja, não possui uma religião


oficial, mas não podemos dizer, também, que é ateu. Dessa forma, é
admitida matéria de ensino religioso, de forma facultativa, em escolas
públicas de ensino fundamental, permitindo o ensino de uma determinada
religião a um aluno interessado. No mesmo sentido, também admite que
casamentos religiosos produzam efeitos civis, na forma da lei. Vale
ressaltar que a ideia de neutralidade do Estado, não significa indiferença,
por isso mesmo deve, em determinados casos, adotar comportamento
positivo, com a finalidade de afastar barreiras e sobrecargas que possam
impedir ou dificultar determinadas opções em matéria de fé, ou seja, a
laicidade do Estado não significa inimizade com a fé, podendo estes
colaborar, a fim de favorecer interesses públicos.

 Seitas: como já destacado, as seitas não estão inclusas na imunidade


tributária, somente aquelas que tenham natureza religiosa. Dessa forma,
faz-se necessário saber o conceito de religião, sendo este “sistema de
crenças em um ser divino, em que se professa uma vida além da morte,
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que possui um texto sagrado, que envolve uma organização e que


apresente rituais de oração e adoração”.

 Curandeirismo: esse não está protegido pela liberdade religiosa, pelo


contrário, está tipificado como crime no código penal, podendo ter pena
de seis meses a dois anos. Segundo o art. 284 do CP, aquele que exercer o
curandeirismo prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente,
qualquer substância, usar gestos, palavras ou qualquer outro meio e/ou
fazer diagnósticos, incorre no crime de curandeirismo. – Definição de
curandeirismo, slide de DH – número 42.

 Caso das testemunhas de Jeová: as testemunhas de Jeová, de acordo com


suas crenças, não aceitam a transfusão de sangue, então em casos que
precisem em alguma emergência médica, o direito de exercer a sua
profissão e cumprir o seu dever e a liberdade de religiosa entram em
choque. No Brasil, o caso é tratado da seguinte maneira, havendo a recusa
em permitir a transfusão de sangue, o médico deve avaliar se existe ou não
perigo de vida, caso não haja, o médico deverá respeitar a vontade do
paciente ou de seus responsáveis, mas caso exista um perigo de vida
iminente, o médico poderá fazer a transfusão de sangue,
independentemente da vontade do paciente ou de seus responsáveis, e isso
não incorrerá em constrangimento ilegal.

 Institui o serviço de radiodifusão comunitária: o STF declarou


inconstitucional um dispositivo que vedava proselitismo (discursos em que
se tenta a conversão religiosa das pessoas) na programação das emissoras
de radiodifusão comunitária.

 Liberdade de profissão e econômica;

 Em regra, qualquer pessoa tem o direito de escolher a atividade


profissional e econômica que deseja desempenhar, de acordo com seu
próprio entendimento, conveniência, vocação e habilidade. Entretanto,
vale destacar que não é uma liberdade ampla e irrestrita, assim, a lei deve
estabelecer as qualificações profissionais e o respeito à dignidade deve ser
um parâmetro. É uma competência privativa da União legislar sobre
condições para o exercício de profissões, e na ausência de lei restritiva a
liberdade profissional é ampla.
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 Vale ressaltar o caso dos médicos e advogados, que não pode ser uma
profissão que é simplesmente escolhida pelo o indivíduo, devendo esse ser
habilitado para o exercício, e essas restrições se fazem necessário para a
proteção do coletivo.

 Limitações a liberdade de profissão: A Constituição Federal permite


restrições à liberdade profissional, entretanto, não é qualquer restrição,
ou seja, o legislador não pode agir arbitrariamente, devendo observar
outros princípios constitucionais, o da proporcionalidade e o da
razoabilidade (adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido
estrito). Ainda, a atividade profissional fiscalizada deve ser potencialmente
lesiva, justificando, assim, a atuação no sentido de proteger a sociedade.
– Lembrar do caso dos músicos e dos advogados – slide – a partir do
número 65.

 Liberdade de associação;

 A associação em sentido amplo, se dar quando pessoas coligam-se, em


caráter estável, sob uma direção comum, para fins lícitos. Pode as
associações serem feitas tanto por pessoas naturais como por pessoas
jurídicas, como, por exemplo, os casos dos sindicados. Com relação ao
caráter estável, está relacionado a estabilidade no encontro de vontades
e de ações dos seus integrantes. Dessa forma, nos termos da constituição,
não forma uma associação o encontro de pessoa, por acaso, que possuem
os mesmos ideais, como, por exemplo, as torcidas nos estádios. Ainda, os
seus fins podem ser voltados para diversos âmbitos, tendo finalidade
econômica ou não, político ou religioso, desde que seja lícito, e por lícito
entende tudo que não está tipificado no código penal.

 O Estado não deve, em regra, interferir nessa liberdade que todo ser
humano tem de escolher suas relações pessoais e sua rede de
relacionamento e de convívio social, seja para fins profissionais, político,
culturais, econômicos, religiosos, etc.

 Criação: a criação de uma associação não exige um número mínimo de


pessoas para a criação, e não é necessário que uma associação possua
personalidade jurídica.
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 Direito de não se associar: ninguém poderá ser compelido a associar-se
ou a permanecer associado, assim como está disposto no art. 5 da CF/88,
no vigésimo inciso.

 O caráter paramilitar que torna imprópria a associação, afinal, não tem


que ver necessariamente com a finalidade do ente, mas com o modo
como desenvolve as suas atividades, em desafio ao monopólio da força
bruta pelo Estado. O caráter paramilitar liga-se ao desempenho de
atividades bélicas pela associação, tenham os seus membros armas ou
não. É típico da associação paramilitar a adoção de estrutura interna
similar às das forças militares regulares - apresentando hierarquia bem
definida e adotando o princípio da obediência.

 Dissolução ou suspensão das atividades: as associações só poderão ser


compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas, por
decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em jugado, assim
afirma o inciso XIX do art. 5 da CF/88. Tanto a dissolução como a suspenção
das atividades dependem de decisão judicial, mas dissolução, não
voluntária e definitiva, somente após o trânsito em julgado. As causas de
dissolução é a ilicitude da associação ou o seu caráter paramilitar.

 Liberdade de reunião;

 A liberdade de pode ser vista como instrumento da livre manifestação de


pensamento, incluindo o direito de protestar. Trata-se de um direito a
liberdade de expressão exercido de forma coletiva.

 Está expresso no art. 5 da CF/88, inciso XVI, da Constituição, que diz “todos
podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
exigido prévio aviso à autoridade competente”. Como pode-se perceber,
trata-se de um direito individual, mas que é exercido coletivamente.

 A essência dessa liberdade é democrática, pois permite a participação do


povo na vida política, fomenta a liberdade de circulação de ideias.

 Elemento subjetivo: pressupõe um agrupamento não espontâneo de


pessoas.
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 Elemento formal: exige-se um mínimo de coordenação entre as pessoas
envolvidas, uma convocação prévia, isto é, para não frustrar outra
reuniões, deve ser avisado com antecedência a atividade competente.

Vale destacar que não é necessário que conste no comunicado o conteúdo


programático da reunião, sendo suficiente a indicação da data, hora,
duração, local e uma estimativa de quantas pessoas são esperadas na
reunião.

 Elemento teleológico: é necessário a existência de um objetivo comum,


seja esse político, religioso, artístico ou filosófico.

 Elemento temporal: caráter necessariamente transitório, e aqui fica um


distinção como a liberdade de associação, uma vez que esta tem um
caráter transitório, ou seja, pessoas com interesses em comum se reúnem
em um local em um período de tempo e depois se dispersam, já na
associação, tem um caráter estável.

 Elemento especial: aqui pode ser percebido outra diferença com relação
a liberdade de associação, uma vez que na liberdade de reunião é
indispensável o encontro físico dos indivíduos, ou seja, haverá sempre
uma área especificada da reunião, mesmo que ocorra em movimento,
como as marchas. Tal obrigatoriedade não é necessária na liberdade de
associação.

 Elementos objetivos: fins pacíficos, sem violência física ou moral, caráter


licito e sem armas.

 Ler o slide de número – 85, 86 e 87.


 Ler o slide sobre o caso da marcha da maconha – número 88.
 Ler o slide sobre o caso do uso de mascaras em protestos –
número 91.

 Liberdade de expressão;

 Liberdade de expressão em sentido estrito (Liberdade de manifestação


do pensamento): envolve o direito individual de cada cidadão de se
manifestar ou de não se manifestar, como está destacado no inciso XLIII,
do art. 5 da CF/88, que fala sobre o direito ao silêncio.
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 Disciplina constitucional: a liberdade de expressão tem referência direta


no art.5, incisos IV, V e IX. O inciso quanto diz que “é livre a manifestação

do pensamento, sendo vedado o anonimato”. O quinto inciso diz “é


assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem”. O nono inciso diz que
“é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientifica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença”.

 Vale destacar que existem também referências indiretas a liberdade de


expressão na CF/88, que no caso se dar pela relação das demais liberdades
com liberdade de expressão. A fim de exemplificação, pode-se citar a
influência que a liberdade de expressão tem na liberdade de reunião, uma
vez que está garante o direito desses indivíduos se reunirem para propagar
suas ideias, independentemente de qualquer limitação.

 Vedação do anonimato: essa vedação ocorre com a finalidade de evitar


abusos e gerar responsabilidade civil e/ou penal.

 Delação/denúncia anônima: de acordo com o STF, é juridicamente válida,


desde que o Estado atue com cautela. Deverá haver verossimilhança nas
informações repassadas anonimamente, e essa declaração não pode, por
si só, servir de base para a ação penal, afim de evitar que inverdades sejam
pressupostos para culpar alguém de determinado crime. A esse respeito,
o CP, em seu art. 339 e 340, tratam da denunciação caluniosa e da
comunicação falsa de criem ou contravenção.

 Denunciação caluniosa: acontece quando alguém, de má-fé, culpa alguém


de determinado crime, sabendo que a pessoa é inocente.

 Comunicação falsa de crime ou de contravenção: acontece quando


alguém provoca as autoridades, comunicando um crime ou contravenção
que não existe.

 Direito de resposta: o direito é a possibilidade de uma pessoa física ou


jurídica, que perante uma notícia que atente a sua intimidade, honra,
reputação, o conceito, nome, a marca ou a imagem, tem de responder a
tais insinuações, independente do meio de comunicação que se deu a
matéria. Por matérias, comentários feitos por usuários da internet em
Resumo de D. Humanos – NP2
páginas eletrônicas de meios de comunicação, não se encaixam no
conceito. Ainda, a retratação ou retificação espontânea não tira o direito

de resposta do ofendido ou o direito de ajuizar uma ação por danos


morais.

 Ler a última parte no slide.

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