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ESTUDO DIRIGIDO: SEGUNDA UNIDADE

1) Em relação ao princípio fundamental da separação de poderes, faça considerações


a respeito, dando ênfase aos princípios dos freios e contrapesos.

A Teoria da Separação dos Poderes conhecida, também, como Sistema de Freios


e Contrapesos, foi consagrada pelo pensador francês Charles-Louis de Secondat,
Baron de La Brède et de Montesquieu, na sua obra “O Espírito das leis”, com base
nas obras de Aristóteles (Política) e de John Locke (Segundo Tratado do Governo
Civil), no período da Revolução Francesa. A Teoria da Separação dos Poderes de
Montesquieu foi inspirada em Locke que, também, influenciou significativamente
os pensadores norte-americanos na elaboração da Declaração de sua
independência, em 1776. Em todas as questões sociais e políticas Locke via que o
fator último é a natureza do homem.

2) Os direitos fundamentais, consagrados do artigo 5º ao art. 17 da Constituição Federal de


1988, surgiram em diferentes momentos históricos. Neste sentido, explicar as dimensões
destes direitos, com suas respectivas características
Os direitos fundamentais de primeira dimensão estão presentes em todas as
Constituições das sociedades democráticas e são integrados pelos direitos civis e
políticos, como exemplo citamos o direito à vida, à intimidade, à inviolabilidade de
domicílio, à propriedade, a igualdade perante a lei etc.

Portanto, a segunda dimensão dos direitos fundamentais reclama do Estado uma ação
que possa proporcionar condições mínimas de vida com dignidade, são os direitos
sociais, econômicos e culturais. Sempre buscando diminuir as desigualdades sociais,
notadamente proporcionando proteção aos mais fracos.
A aparição dessa terceira dimensão dos direitos fundamentais evidencia uma
tendência destinada a alargar a noção de sujeito de direitos e do conceito de
dignidade humana, o que passa a reafirmar o caráter universal do indivíduo perante
regimes políticos e ideologias que possam colocá-lo em risco, bem como perante toda
uma gama de progressos tecnológicos que pautam hoje a qualidade de vida das
pessoas

3) O Estrangeiro não residente tem direito às garantias previstas no art. 5º? Responda com a
sua respectiva fundamentação.
Não tem direito, no art5º deixa bem claro que só tem direito estrangeiros residentes no
País.
4) “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações nos termos desta Constituição”.
Como explicar as políticas de ação afirmativa, como por exemplo a política de cotas?
Explicar fundamentando a explicação com decisões do STF.
5) Sobre a liberdade artística, como o Supremo Tribunal Federal tem tratado a questão das
biografias não autorizadas?
A problemática envolvendo a publicação de biografias não autorizadas, matéria do
Projeto de Lei 393/2011, chegou a ser pauta no Supremo Tribunal Federal (STF),
por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade nº. 4815, justamente pela
sua complexidade envolvendo dois direitos constitucionalmente garantidos. or
unanimidade, o Plenário do Supremo Tribunal Federal julgou procedente a Ação
Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) 4815 e declarou inexigível a autorização
prévia para a publicação de biografias.
6) O que você entende como princípio da reserva legal, que deriva do princípio da legalidade?
Em sentido amplo, a ideia de legalidade está suficientemente demonstrada no texto da
Carta Constitucional de 1988, no seu art. 5o, II, verbis: “ninguém será obrigado a
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Aplicado ao Direito
Penal, o princípio da legalidade ou da reserva legal permite-nos dizer que, via de
regra, ao legislador é vedada a criação de leis penais que incidam sobre fatos
anteriores à sua vigência, tipificando-os como crimes ou aplicando pena aos
agentes.
7) Faça considerações sobre a liberdade de locomoção (e suas exceções) e o remédio
constitucional do Habeas Corpus.
O inciso XV da Constituição vigente trata do direito de ir e vir, da liberdade de
locomoção do indivíduo dentro e para fora do Brasil. De maneira geral, ele permite às
pessoas que aqui estão, tanto brasileiros quanto estrangeiros (se estiverem com o
passaporte de acordo com as normas estabelecidas), a possibilidade de andar nas
vias públicas e frequentar espaços públicos de uso comum quando desejarem, sendo
uma espécie de “poder exercitável” da população.
Habeas corpus é o remédio judicial que tem por finalidade evitar ou fazer cessar a
violência ou coação à liberdade de locomoção, decorrente de ilegalidade ou abuso
de poder. O intuito deste artigo é demonstrar as ‘espécies, formas e natureza
do habeas corpus, sua história e sua evolução constitucional e jurisprudencial.
8) Faça considerações gerais sobre os direitos sociais previstos nos arts. 7º ao 11 do
texto constitucional.
Os artigos 7º até 11 indicam os direitos dos trabalhadores, classificando-os como
Direitos Sociais, sendo eles, em apertada síntese: o direito à livre associação
profissional ou sindical; o direito de greve; o direito à participação dos
trabalhadores nos colegiados de órgãos públicos relativos aos seus interesses
profissionais; e o direito à eleição de representante de empregados nas
empresas.
9) Explicar o conceito e como se processa o remédio constitucional do Mandado de Segurança
Mandado de segurança, ainda vale frisar, é uma ação de rito sumaríssimo, com status
de remédio constitucional, pela qual a pessoa que sofrer ilegalidade ou abuso de
poder ou receio de sofre-la, oriundo de autoridade pública ou nos casos em que se é
delegado a terceiros, não amparado por habeas corpus ou habeas data, para proteger
o direito liquido, certo e incontestável do impetrante, pode-se utilizar esse remédio. O
mandado de segurança se divide em duas espécies: repressivo ou preventivo.

Quando já tiver ocorrido a ilegalidade ou abuso de poder, cabe o mandado de


segurança repressivo, no sentido de corrigir a ilicitude devolvendo o direito ao
impetrado direito que tinha lhe sido tomado.

Como não só de fatos já ocorridos que se nada o direito, cabe também de prevenir
possíveis ilegalidades passivas de acontecerem, utilizando-se, neste caso, o mandado
de segurança preventivo, que havendo a comprovação de violação ao direito líquido e
certo supra conceituado, poderá ser deferido um pedido de liminar.

10) Em relação a liberdade religiosa temos essas duas decisões do STF:

É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade


religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz
africana. [RE 494.601, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 28-3-2019, P, DJE de 19-11-
2019.]

O direito à liberdade religiosa é, em grande medida, o direito à existência de


uma multiplicidade de crenças/descrenças religiosas, que se vinculam e se
harmonizam – para a sobrevivência de toda a multiplicidade de fés protegida
constitucionalmente – na chamada tolerância religiosa. Há que se distinguir entre o
discurso religioso (que é centrado na própria crença e nas razões da crença) e o
discurso sobre a crença alheia, especialmente quando se faça com intuito de atingi-la,
rebaixá-la ou desmerecê-la (ou a seus seguidores). Um é tipicamente a
representação do direito à liberdade de crença religiosa; outro, em sentido
diametralmente oposto, é o ataque ao mesmo direito. Como apontado pelo Superior
Tribunal de Justiça no julgado recorrido, a conduta do paciente não consiste apenas na
‘defesa da própria religião, culto, crença ou ideologia, mas, sim, de um ataque ao culto
alheio, que põe em risco a liberdade religiosa daqueles que professam fé diferente
[d]a do paciente’.
[RHC 146.303, rel. p/ o ac. min. Dias Toffoli, j. 6-3-2018, 2ª T, DJE de 7-8-

2018.] Qual o fundamento para essas decisões do STF?

A decisão do STF foi unanime e bem clara com alguns argumentos, A


tese produzida pelo Supremo é a seguinte: “É constitucional a lei de
proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite
o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz africana”.
Ministro Marco Aurélio (relator) votou no sentido de dar interpretação
conforme a Constituição à lei estadual para fixar a constitucionalidade
do sacrifício de animais em ritos religiosos de qualquer natureza,
vedada a prática de maus-tratos no ritual e condicionado o abate ao
consumo da carne. Em seguida, adiantando seu voto, o ministro Edson
Fachin reconheceu a total validade do texto legal e votou pelo
desprovimento do RE. Para ele, a menção específica às religiões de
matriz africana não apresenta inconstitucionalidade, uma vez que a
utilização de animais é de fato intrínseca a esses cultos e a eles deve
ser destinada uma proteção legal ainda mais forte, uma vez que são
objeto de estigmatizarão e preconceito estrutural da sociedade. Alguns
dos argumentos apresentados pelo STF.

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