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CURSO DE DIREITO

ELICIVANE DA COSTA SANTOS

RÉMEDIOS CONSTITUCIONAIS

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LUZIANIA
2023
ELICIVANE DA COSTA SANTOS

PESQUISA DOS REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

Trabalho de Direito Constitucinal, apresentado


ao professor Rogério Nobre do curso de Direito da
instituição Universidade Pitágoras.

LUZIÂNIA
2023
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS: PROTEGENDO DIREITOS E
LIBERDADES

Os remédios constitucionais são mecanismos legais que têm como objetivo


garantir a proteção dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos, permitindo
que estes possam recorrer ao sistema judiciário quando seus direitos forem violados
ou ameaçados. No ordenamento jurídico brasileiro, destacam-se três remédios
constitucionais: Habeas Corpus, Mandado de Segurança e Habeas Data. Cada um
deles possui fundamentação jurídica e teórica distintas, desempenhando funções
específicas na salvaguarda dos direitos individuais e coletivos.

HABEAS CORPUS

O Habeas Corpus é um dos remédios constitucionais mais conhecidos e é


garantido pelo artigo 5º, inciso LXVIII "conceder-se-á habeas corpus sempre que
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;" da Constituição Federal
brasileira. A expressão "habeas corpus" deriva do latim e significa "que tenhas o
corpo livre", refletindo o objetivo central desse remédio: proteger o direito à liberdade
de locomoção. O Habeas Corpus é utilizado quando uma pessoa é detida
ilegalmente ou sem justificativa legal.

Fundamentação Jurídica: O Habeas Corpus encontra sua base legal na


Constituição Federal e é reforçado pelo Pacto de São José da Costa Rica, também
conhecido como Convenção Americana de Direitos Humanos. No âmbito nacional, o
Código de Processo Penal e a Lei nº 12.403/2011 detalham as disposições legais
referentes ao Habeas Corpus.

Fundamentação teórica: O Habeas Corpus baseia-se na proteção da


liberdade individual, considerada um dos pilares do direito. O seu objetivo é prevenir
detenções arbitrárias, o direito à defesa e garantir que ninguém seja detido sem
fundamentos legais adequados. Sua existência é essencial para evitar abusos de
poder e manter o equilíbrio entre o Estado e os indivíduos

Isso significa que qualquer pessoa que tenha sido submetida a violência ou
coerção em sua liberdade de locomoção, seja por prisão ou ameaça de prisão ilegal,
pode entrar com pedido de habeas corpus no judiciário. O habeas corpus pode ser
utilizado para contestar prisões preventivas ou temporárias, bem como outras
formas de restrição de liberdade, tais como detenções em hospitais psiquiátricos e
casas de reabilitação.

Além do habeas corpus, a Constituição Brasileira também prevê outros


remédios constitucionais, como o mandado de segurança, o mandado de injunção, o
habeas data e a ação popular, todos destinados a proteger diferentes aspectos dos
direitos fundamentais dos cidadãos. Esses remédios têm a função de garantir que o
Estado e seus agentes respeitem as garantias individuais e os direitos estabelecidos
na Constituição.

MANDADO DE SEGURANÇA

O mandado de segurança é um dos remédios constitucionais previstos na


Constituição Brasileira de 1988 e tem como objetivo proteger os direitos líquidos e
certos quando alguém sofre violação ou ameaça de violação por ato de autoridade
pública ou de seus agentes. É regulamentado pela Lei nº 12.016/2009.

A principal característica do mandado de segurança é a busca pela proteção


imediata de direitos individuais que sejam claros e determinados, ou seja, direitos
que não necessitem de uma análise mais complexa para sua comprovação. Além
disso, o mandado de segurança é uma ação judicial que visa garantir a efetividade
dos direitos e o cumprimento da lei, principalmente quando houver ilegalidade ou
abuso de poder por parte de autoridades públicas.

A ação de mandado de segurança pode ser impetrada por qualquer pessoa


física ou jurídica que se sinta prejudicada por ato de autoridade pública. Ela deve ser
apresentada diretamente ao Poder Judiciário e pode ser utilizada em diversas
situações, como:

Para contestar atos de autoridades administrativas que violem direitos


individuais.
Para obter informações que constem em registros ou bancos de dados de
órgãos públicos.
Para proteger o direito à informação, quando se refere a dados pessoais
constantes de registros públicos.
Para assegurar o direito à consulta a informações pessoais constantes de
registros públicos.
Para questionar a omissão de autoridades em realizar algum ato que seja
obrigatório por lei.

O Mandado de Segurança é regulamentado pelo artigo 5º, inciso LXIX, da


Constituição Federal brasileira, e tem como finalidade proteger direitos líquidos e
certos, que possam ser ameaçados ou violados por atos ilegais ou abusivos de
autoridade pública ou de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder
público.

Fundamentação Jurídica: Além da Constituição, a Lei nº 12.016/2009


estabelece as normas processuais relativas ao Mandado de Segurança. É
importante ressaltar que há dois tipos de Mandado de Segurança: o individual e o
coletivo.

Fundamentação Teórica: O Mandado de Segurança está embasado na ideia


de que a atuação do poder público deve ser pautada pela legalidade e pelo respeito
aos direitos individuais e coletivos. Ele oferece uma via célere para que os cidadãos
possam questionar atos administrativos ilegais ou abusivos, contribuindo para a
manutenção do Estado de Direito e o equilíbrio entre os interesses públicos e
privados.

HABEAS DATA
O Habeas Data é garantido pelo artigo 5º, inciso LXXII, da Constituição
Federal, e busca assegurar o acesso a informações pessoais constantes em
registros ou bancos de dados governamentais ou de entidades de caráter público.
Também permite a retificação de dados que estejam incorretos.

Fundamentação Jurídica: Além da Constituição, a Lei nº 9.507/199


regulamenta o Habeas Data no Brasil.

Fundamentação Teórica: O Habeas Data tem suas raízes na proteção da


privacidade e da dignidade da pessoa humana. Ele reflete a importância de que os
cidadãos tenham controle sobre suas informações pessoais e evita que dados
imprecisos sejam utilizados de maneira prejudicial. A sua existência está em sintonia
com a evolução das sociedades em direção a uma maior valorização da privacidade
e da autodeterminação informativa.

MANDADO DE INJUNÇÃO

O mandado de injunção é um meio de fazer cumprir direitos constitucionais


que exigem a aplicação ou aplicação de uma lei ou regulamento específico.
Considerado um remédio constitucional, o mandado de injunção está previsto no
inciso LXXI do artigo 5º da Constituição Federal de 1988.
“Art. 5º, LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania”.
Além da Constituição, a Lei 13.300/16 dispõe sobre normas e regulamentos
para o processamento e decisão de ações liminares. De acordo com o artigo 2º da
lei pertinente, uma liminar deve ser emitida sempre que o direito estiver enfraquecido
pela ausência parcial ou total de regra. Caso a norma regulamentadora não seja
elaborada, a decisão poderá ser tomada pelo Poder Judiciário para ingressar com
um mandado de injunção na Justiça, é necessária a atuação de um advogado ou
defensor público.
O objetivo do mandado de injunção é viabilizar os direitos garantidos pela
Constituição Federal e fornecer soluções para que esses direitos sejam aplicados
mesmo na ausência de leis ou normas que os regulem.
A constituição federal estabelece os direitos, deveres e normas que devem
ser seguidos para que o país mantenha sua soberania e ordem social. Porém, nem
tudo o que está escrito na constituição brasileira é regulamentado por lei, o que
significa que o direito, mesmo que exista, não tem respaldo jurídico.
Dessa forma, a liminar é um remédio constitucional, ou seja, seu objetivo é
corrigir o problema surgido porque o poder público não normatizou o direito já
previsto na constituição.
O mandado de injunção, então, é um instrumento criado pela Constituição
Federal que procura resolver essas omissões do Poder Público, fazendo com que os
direitos previstos na Carta Magna sejam protegidos e efetivamente exercíveis pela
população. O mandado de injunção foi instituído pela Constituição Federal para
garantir que os direitos nela contidos sejam cumpridos e alcançáveis
independentemente de sua previsão legal.
Os remédios constitucionais não regulamentados pelo legislativo,
executivo ou judiciário não teriam, portanto, praticamente nenhum efeito se a
constituição federal não previsse recursos constitucionais, incluindo a proibição.
Essa falta de normas que regem os direitos consagrados na Constituição
Federal é chamada de “síndrome da síndrome da inefetividade das normas
constitucionais”, segundo os pesquisadores. Existem normas, mas não têm efeito
prático devido à negligência da autoridade pública. Assim, a injunção baseia-se na
necessidade de ter a soberania das palavras da constituição federal no país, o que
torna prática a sua aplicabilidade, ao invés de tornar os direitos e obrigações
apresentados simplesmente letra morta.

AÇÃO POPULAR

A Ação Popular é um dos remédios constitucionais previstos na Constituição


Federal do Brasil de 1988. Ela foi criada com o propósito de permitir que qualquer
cidadão brasileiro possa tomar medidas legais para proteger o patrimônio público, a
moralidade administrativa, o meio ambiente, o patrimônio histórico e cultural, bem
como outros interesses coletivos.
A principal finalidade da Ação Popular é a defesa do interesse público e a
prevenção ou correção de atos lesivos aos bens e valores coletivos. Ela funciona
como um importante instrumento de controle social sobre a administração pública e
visa combater a corrupção, o desperdício de recursos públicos e a ilegalidade no
exercício do poder estatal.

Para que serve a Ação Popular:

Combate à corrupção: A Ação Popular pode ser utilizada para questionar atos
administrativos suspeitos de corrupção ou desvio de recursos públicos. Isso permite
que os cidadãos atuem diretamente na fiscalização da gestão pública.

Proteção do meio ambiente: Quando a administração pública toma


decisões que possam afetar negativamente o meio ambiente, os cidadãos podem
recorrer à Ação Popular para contestar tais decisões e exigir medidas de proteção
ambiental.

Defesa do patrimônio histórico e cultural: A Ação Popular também pode ser


empregada para preservar e proteger o patrimônio histórico e cultural, evitando a
destruição de monumentos, prédios históricos ou sítios arqueológicos.

Controle da moralidade administrativa: A Ação Popular atua como um


mecanismo para questionar atos da administração pública que violem princípios
éticos e morais, contribuindo para a manutenção da integridade no setor público.

Garantia dos direitos coletivos: Além das áreas mencionadas acima, a Ação
Popular pode ser usada em situações em que haja lesão a direitos e interesses
coletivos, desde que haja um nexo de causalidade entre a conduta questionada e a
lesão a esses direitos.

Portanto, a Ação Popular desempenha um papel fundamental na promoção


da transparência, na responsabilização dos agentes públicos e na defesa dos
interesses da sociedade como um todo. Ela permite que os cidadãos exerçam um
controle democrático sobre o poder estatal, contribuindo para a manutenção do
Estado de Direito e a proteção dos valores democráticos no Brasil.

AÇÃO CÍVIL PÚBLICA

A Ação Civil Pública é um instrumento jurídico criado para proteger interesses


difusos, coletivos e individuais homogêneos da sociedade. Ela desempenha um
papel fundamental no sistema jurídico brasileiro, permitindo que o Ministério Público,
a Defensoria Pública, associações e outros órgãos e entidades legitimados
proponham ações em nome da coletividade para tutelar direitos e interesses que
não pertencem a uma única pessoa, mas a um grupo amplo ou a toda a sociedade.
Aqui estão os principais propósitos e finalidades da Ação Civil Pública:

Finalidades da Ação Civil Pública:

Proteção de Interesses Coletivos e Difusos: A Ação Civil Pública visa à


proteção de interesses que não podem ser individualizados, tais como o meio
ambiente, o patrimônio cultural, o consumidor, a ordem urbanística, entre outros.

Responsabilização de Agentes Públicos e Privados: Ela permite


responsabilizar aqueles que causam danos ou praticam atos ilícitos que afetam
negativamente os interesses coletivos ou difusos, sejam eles agentes públicos ou
empresas privadas.

Promoção da Justiça e da Equidade: A Ação Civil Pública busca garantir a


justiça e a equidade na sociedade, corrigindo injustiças, irregularidades e
desigualdades que prejudicam a coletividade.

Defesa do Meio Ambiente: É frequentemente usada para proteger o meio


ambiente e combater atividades que causem danos ambientais, como
desmatamento ilegal, poluição e degradação de ecossistemas.

Proteção dos Direitos do Consumidor: Atua na defesa dos direitos dos


consumidores, impedindo práticas abusivas ou fraudulentas por parte de empresas e
fornecedores de produtos e serviços.
Preservação do Patrimônio Cultural e Histórico: A Ação Civil Pública é
utilizada para preservar monumentos históricos, sítios arqueológicos e bens culturais
que são importantes para a identidade cultural da sociedade.

Combate à Corrupção e à Improbidade Administrativa: Ela permite a


responsabilização de agentes públicos que pratiquem atos de corrupção ou
improbidade administrativa, protegendo o patrimônio público.

Defesa dos Direitos Humanos: Em casos de violações de direitos humanos, a


Ação Civil Pública pode ser usada para buscar reparação e justiça em nome das
vítimas.

Promoção do Interesse Público: Em resumo, a Ação Civil Pública tem como


finalidade principal a promoção do interesse público, garantindo que a sociedade
como um todo seja beneficiada e protegida contra danos e abusos.

Portanto, a Ação Civil Pública foi criada para atuar como um importante
mecanismo de defesa dos interesses coletivos e da justiça social, permitindo que
órgãos e entidades legalmente legitimados ajam em nome da coletividade para
garantir o cumprimento da lei, a responsabilização de infratores e a proteção dos
direitos fundamentais da sociedade brasileira.

Conclusão

Os remédios constitucionais são alicerces do Estado de Direito, assegurando


que os direitos e liberdades dos cidadãos sejam protegidos de forma efetiva. O
Habeas Corpus, o Mandado de Segurança e o Habeas Data, cada um com sua
fundamentação jurídica e teórica específica, desempenham papéis vitais na
manutenção do equilíbrio entre o indivíduo e o poder estatal, fortalecendo a
democracia e a proteção dos direitos humanos.
REFERÊNCIAS:
Tjdft.jus.br (acessado em 05\09\2023), Projuris.com.br (acessado em
05\09\2023), aurum.com.br (acessado em 05\09\2023), stj.jus.br (acessado em
05\09\2023), Politize.com.br (acessado em 05\09\2023), jusbrasil.com.br (acessado
em 05\09\2023), cnj.jus.br (acessado em 05\09\2023).

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