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REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

Andreya Cardeal Freire1; Calline Judith Almeida Ribeiro²; Jonathan Frederico


Calheiros Brito³; Oracilia da Silva Alves⁴; Maria Sônia Matos de Andrade ⁵

Orientados por Maurício Souza Sampaio⁶

SAMPAIO, Mauricío Souza. Manual de Direito Constitucional. 1. ed. Salvador: ?,


2020.

RESUMO

A espécie de garantia instrumental constitucional, normalmente chamada de remédios


constitucionais ou ações constitucionais, se trata de instrumento que está à disposição
dos cidadãos para viabilizar a provocação das autoridades com o objetivo de sanar,
corrigir, ilegalidades e abuso de poder que resultam em prejuízo de direitos e
interesses individuais. Nesse sentido, é que a Carta Magna brasileira inclui os
remédios constitucionais como uma forma complementar de assegurar o efetivo
respeito aos direitos fundamentais, sendo postos como garantias constitucionais. As
ações constitucionais, enumeradas pela Carta Magna brasileira, especificamente em
seu art. 5º e art. 129, III, são dispostas da seguinte forma: o primeiro remédio, direito
de petição, consiste no direito que um indivíduo tem de peticionar, sempre de forma
escrita, invocando a atenção da Administração Pública sobre uma determinada
questão ou situação, de modo a defender direitos próprios ou alheios, bem como
reclamar contra atos manifestamente ilegais e abusivos praticados por agentes do
Estado, restando ao órgão o dever de prestar os esclarecimentos solicitados, podendo
ser praticado por qualquer pessoa, contudo representado por advogado, e direcionado
a qualquer autoridade do Executivo, do Legislativo ou do Judiciário. O segundo
remédio, direito de certidão, consiste em solicitação dirigida à Administração Pública,
que visa a expedição de documento que comprova a existência de determinado fato
para a defesa de direitos, bem como esclarecimento de situações de interesse da
pessoa do requerente, devendo ser observado o prazo improrrogável de quinze dias
1 Bacharel em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira. andreyacardeal@gmail.com
² Bacharel em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira. callineribeiro@hotmail.com
³ Bacharel em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira. jonathanfredericofred@gmail.com
⁴ Bacharel em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira. oracylia@hotmail.com
⁵ Bacharel em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira. msonia.gomes@hotmail.com
⁶ Mestre em Direito pela Universidade Federal da Bahia. mauricio.samapio@sa.universo.edu.br

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para a respectiva expedição, contando do registro do pedido no órgão expedidor
correspondente, sendo assegurado pela Carta Magna o exercício do direito de
certidão independentemente do pagamento de taxas. O terceiro remédio, o habeas
corpus, que também é assegurado pela Constituição Federal do Brasil,
independentemente do pagamento de taxas, consiste no direito de proteção a
constrangimento ilegal sofrido por um indivíduo à sua liberdade de locomoção,
podendo ser utilizado de forma repressiva, quando o objetivo for corrigir ou então
desfazer a violação que já fora consumada em relação ao direito de locomoção, ou de
forma preventiva, quando da iminência de sofrer violação do direito de locomoção,
visando a obtenção de um salvo-conduto, tendo como resultado a ordem do Poder
Judiciário direcionada a quem está praticando a coação, de modo que cesse a ameaça
ou a coação. O quarto remédio, o habeas data, consiste no direito constitucional que
visa resguardar os indivíduos contra a abusividade de registro de dados pessoais
armazenados a partir de meios fraudulentos, a introdução nesses registros de dados
sensíveis bem como a conservação de dados não legítimos ou que tenham fins
diversos daqueles autorizados por lei, está à disposição das pessoas físicas ou
jurídicas para que possam ter acesso, realizar retificação ou então anotações no que
tange as informações relativas à pessoa constantes nos registros ou bancos de dados
governamentais ou de caráter público. O quinto remédio, o mandado de segurança,
consiste na garantia constitucional que pode ser utilizada quando houver lesão ou
ameaça de lesão a direito líquido e certo, que não esteja amparado por habeas corpus
ou habeas data, e que tenha como responsável pela respectiva ilegalidade ou abuso
de poder autoridade pública ou agente público representante da pessoa jurídica no
exercício de atribuições o Poder Público, de modo que pode ser impetrado de forma
repressiva quando objetivar cessar constrangimento já consumado, ou de forma
preventiva quando da iminência do cometimento de constrangimento ilegal a direito
líquido e certo, objetivando se precaver de lesão ainda não consumada. Podendo ser
impetrado de forma individual, tendo como objeto assegurar o próprio direito, ou então
de forma coletiva, tendo como objeto resguardar os interesses transindividuais e a
legitimação ativa, sendo possível em sede de medida cautelar a concessão dos efeitos
antecipados do mandado de segurança, quando comprovados o risco ao resultado útil
do processo e a probabilidade do direito do impetrante. O sexto remédio, o mandado
de injução, consiste na garantia constitucional colocada à disposição do indivíduo,
nele compreendido a pessoa física ou jurídica, quando a ausência de norma
regulamentadora tornar inviável o exercício de direitos e liberdades garantidos
constitucionalmente bem como das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania, pode ser proposto na forma individual, visando a defesa de
interesse próprio para viabilizar o exercício de um direito, ou então de forma coletiva,
com a propositura sendo exercida por legitimados restritos na Lei de Mandado de
Injunção nº 13.300/16, que será em nome próprio, contudo visando defender
interesses alheios. O sétimo remédio, a ação popular, consiste na garantia
constitucional à disposição do cidadão que visa invalidar atos ou contratos
administrativos que em sua essência são ilegais e geram lesividade ao patrimônio
federal, estadual e municipal, bem como de entidades paraestatais, autarquias e
pessoas jurídicas que manejam dinheiros públicos, objetiva-se, portanto, a exercício
da soberania popular, facultando às pessoas, o exercício da função fiscalizatória
inerente ao Poder Público, havendo possibilidade de ser proposta na modalidade
preventiva, sendo cabível o ajuizamento antes de se consumar os efeitos do
respectivo ato lesivo, sendo permitido por lei a suspensão liminar do ato impugnado
de modo a prevenir a lesão, ou então na modalidade repressiva, que visa a correção
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da lesão já consumada. O oitavo remédio, a ação civil pública, consiste no instrumento
constitucional direcionado a proteger direitos difusos, coletivos e individuais
homogêneos, de modo que, além da proteção, haja repressão jurisdicional em relação
aos danos causados a direitos de interesse da coletividade. No que tange aos direitos
difusos, que são os transindividuais, tem-se titulares indeterminado bem como sua
natureza é indivisível, estando os titulares ligados por circunstância de fato. No que
concerne aos direitos coletivos, também transindividuais e que possuem natureza
indivisível, tem-se titulares determináveis, sendo constituído um grupo de indivíduos
ligados entre si em razão de relação jurídica preexistente. Relativamente aos direitos
individuais homogêneos, tem-se titulares indeterminados, a princípio, mas que podem
ser identificados, possuindo natureza divisível, resultando de uma situação de fato
com às partes.

Palavras-chave: garantias; constituição; remédios.

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