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Direito Constitucional
9. Remédios Constitucionais
São garantias ao exercício dos direitos fundamentais. Constam nos incisos do art. 5º da
Constituição, logo, também são consideradas cláusulas pétreas.
Objeto do habeas corpus: é o ato de agente ou órgão estatal ou que age com atribuição pública
constrangedor da liberdade de locomoção do indivíduo. É o ato inviabilizador do direito de ir, vir
e ficar sem constrangimentos ilícitos ou abusivos. É o direito de acesso, ingresso, saída,
permanência e deslocamento dentro do território nacional.
Não é cabível em face de meros indícios ou boatos, etc. Logo, fala-se que caberá habeas corpus
SEMPRE QUE HOUVER DIREITO LÍQUIDO E CERTO.
Como regra, podemos dizer: o STF entendeu que o exaurimento da instância antecedente
é pressuposto fundamental para legitimar a competência do STF em habeas corpus. Exceções:
casos excepcionais, quando a decisão for teratológica, abusiva, flagrantemente ilegal ou mesmo
contrária à jurisprudência do STF. Então, de ofício, o habeas corpus poderá ser concedido.
Algumas observações:
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Ato De Autoridade Pública: será impetrado contra o agente ou órgão com poder de decisão
(liberdade de escolha) que ameace, coaja ou viole, ilegal ou abusivamente, o direito de
locomoção do paciente.
É quase pacífico na doutrina a impetração contra ato particular, dada a redação do texto: “(...)
tanto por abuso de poder como por ilegalidade (...)”.
Assim, a doutrina entende que, quando for difícil ou impossível a intervenção da polícia para
fazer cessar a coação ilegal (p. ex., retenção de paciente em hospital, internação compulsória
por parentes de pessoa não interditada), caberá habeas corpus.
Exemplos:
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Novidade entre os writs, é uma tutela específica dos direitos e garantias fundamentais que visa
assegurar ao cidadão interessado exibição de informações constantes nos registros públicos ou
privados, nos quais estejam incluídos seus dados pessoais, para que tome conhecimento e, se
for o caso, retifique eventuais erros.
No Brasil, conforme art 5o XXXIII, o acesso à informação é direito de todos e dever do Estado.
Em razão disso, lembra-se a importância da Lei 12.527/2011, conhecida como Lei de Acesso à
informação.
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O habeas data poderá ser ajuizado por qualquer pessoa física, brasileira ou estrangeira, bem
como por pessoa jurídica, entes despersonalizados (massa falida, herança jacente, espólio,
sociedade de fato, condomínio). Saliente-se, porém, que a ação é personalíssima, vale dizer,
somente poderá ser impetrada pelo titular das informações ou aqueles que os represente (ex.: o
representante do espólio).
É irrelevante a natureza jurídica da entidade, que poderá ser pública ou privada. O aspecto que
determinará o cabimento da ação será o fato de o banco de dados ser de caráter público, a
exemplo do SPC.
Para o fim de impetrar habeas data, é imprescindível que tenha havido o requerimento
administrativo e a negativa pela autoridade administrativa de atendê-lo, devendo tal
negativa ou omissão da autoridade administrativa vir comprovada na petição inicial (art.
8, parágrafo único, da Lei nº 9.507/1997). O silêncio da autoridade no prazo de 10 dias é
suficiente!
Aspecto importante do cabimento do Habeas Data diz respeito à exigência legal de que a
ação somente poderá ser impetrada em Juízo diante da prévia negativa da autoridade
administrativa de fornecimento (ou de retificação ou de anotação da contestação ou explicação)
das informações solicitadas. Trata-se de uma das exceções constitucionais ao princípio do
controle jurisdicional imediato (art. 5, XXXV), configurando hipótese de instância administrativa
de curso forçado (a outra hipótese de curso forçado está prevista pelo art. 217, par. 1º da CF).
A impetração do Habeas Data não está sujeita a prazo prescricional ou decadencial,
podendo a ação ser proposta a qualquer tempo.
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Cobrança de valores
9.2.4 Competência
CRITÉRIO: vai depender que quem foi a autoridade que denegou o acesso à informação.
Lembrando que é aquele que detém a informação de CARÁTER PUBLICO, podendo até mesmo
ser órgão ou entidade privada.
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Inovação no direito brasileiro, previsto no art. 5º, LXXI, com a seguinte redação: “conceder-
se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade,
à soberania e à cidadania;”.
Conforme o art. 5º, inciso LXXI, da Constituição Federal, com a seguinte redação:
9.3.2 Subsidiariedade
9.3.3 Cabimento
Para André Ramos Tavares (Curso de direito constitucional), há condições constitucionais
para o cabimento da ação: 1º) previsão de um direito pela Constituição; 2º) necessidade de uma
regulamentação que torne esse direito exercitável; 3º) falta de norma que implemente tal
regulamentação; 4º) inviabilização referente aos direitos e liberdades constitucionais e
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9.3.6 Legitimidade
Ativo individual Ativo coletivo Passivo
9.3.7 Competência
Sujeito Passivo
Figuram nesse polo os órgãos ou autoridades públicas que têm a obrigação de legislar,
mas estejam omissos quanto à elaboração da norma regulamentadora.
Exemplo: Se a omissão for legislativa federal, o mandado de injunção deverá ser impetrado em
face do Congresso Nacional.
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Dessa forma, só podem ser sujeitos passivos do mandado de injunção entes públicos, não
admitindo o STF a formação de litisconsórcio passivo, necessário ou facultativo, entre
autoridades públicas e pessoas privadas.
Ou seja: o poder judiciário está autorizado no caso concreto de decidir como viabilizar o
direito que está impedido de ser exercido pela mora. Isso é chamado de postura concretista.
Extensão dos efeitos da decisão:
Atenção!
Exceção: poderá ter efeitos ultra partes e erga omnes, em se tratando tanto de casos que
dependem para viabilidade do direitoquanto para casossemelhantes.
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Se a decisão se der pelo indeferimento por falta de provas, mediante novos elementos
probatórios, não haverá litispendência. Nesse caso, poder-se-á interpor novamente o Mandado
de Injunção.
Art. 10 da Lei nº 13.300/2016: Sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá
ser revista, a pedido de qualquer interessado, quando sobrevierem relevantes
modificações das circunstâncias de fato ou de direito.
Parágrafo único. A ação de revisão observará, no que couber, o procedimento
estabelecido nesta Lei.
O que ocorre se, após da decisão em Mandado de Injunção, vier edição normativa sobre o
que foi objeto do Mandado de Injunção?
Atenção!
9.4.1 Fundamento
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9.4.2 Histórico
Foi retirado da Constituição de 1937, retornando posteriormente à Constituição de 1946.
Admite-se apenas na CRFB de 1988 o mandado de segurança coletivo.
Regulamentação legal: Lei nº 12.016/2009 (individual e coletivo)
Direito líquido e certo é aquele demonstrado de plano através de prova documental, e sem
incertezas, a respeito dos fatos narrados pelo declarante. É o que se apresenta manifesto
na sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercitado no momento da
impetração (MENDES, Gilmar, Curso de Direito Constitucional).
Se a existência do direito for duvidosa, se a sua extensão ainda não estiver delimitada, se
o seu exercício depender de situações e fatos ainda indeterminados, não será cabível o mandado
de segurança. Esse direito incerto, indeterminado, poderá ser defendido por outras vias, mas
não em sede de Mandado de Segurança.
Por essa razão, não há dilação probatória – nem espaço para produção de prova complexa
no mandado de segurança. As provas devem ser pré-constituídas, documentais, levadas aos
autos do processo no momento da impetração.
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Isso significa que a matéria de direito, por mais complexa e difícil que se apresente, pode
ser apreciada em mandado de segurança (STF). A alegação de grande complexidade jurídica
do direito invocado não é motivo para obstar a utilização do MS. A propósito, vide súmula 625
do STF, “Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de
segurança”.
9.4.4 Natureza
O Mandado de Segurança é ação de natureza residual, subsidiária, pois somente é
cabível quando o direito líquido e certo a ser protegido não for amparado por outros remédios
judiciais (habeas corpus ou habeas data).
9.4.5 Cabimento
Ato de qualquer autoridade do poder público ou por particular decorrente de delegação
(comissivo ou omissivo): contudo, a lei excepciona que seja contra os que comportem recurso
administrativo com efeito suspensivo independente de caução;
Ilegalidade ou abuso de poder;
Lesão ou ameaça de lesão;
Contra lei ou ato administrativo se produzirem efeitos concretos e individualizados;
Contra ato que caiba recurso administrativo com efeito suspensivo (em caso de omissão
da autoridade);
Contra ato judicial de qualquer instância e natureza, desde que ilegal e violador de direito
líquido e certo do impetrante e que não possa ser coibido por recursos comuns (por exemplo
recurso que não enseja efeito suspensivo).
É cabível contra o chamado “ato de autoridade”, entendido como qualquer manifestação ou
omissão do Poder Público ou de seus delegados no desempenho de atribuições públicas.
Logo, de plano, algumas situações podem ser afastadas:
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9.4.6 Legitimidade
Ativo Individual Ativo Coletivo Passivo
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9.4.8 Prazo
• Prazo para impetrar é decadencial de 120 dias.
9.4.9 Competência
Tem-se que aqui trabalhar por exclusão, ou seja, primeiro busca-se identificar se não é o
caso de competência enumerada na Constituição:
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Exemplos:
Regra geral:
Juiz de 1° grau
Exceções:
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9.4.10 Modalidades
O Mandado de Segurança pode ser repressivo ou preventivo, conforme se destine a
reparar uma ilegalidade ou abuso de poder já praticados ou apenas a afastar uma ameaça de
lesão ao direito líquido e certo do impetrante.
O objeto da ação popular é anular atos comissivos ou omissivos que sejam lesivos ao
patrimônio público e condenar os responsáveis pelo dano a restituir o bem ou indenizar por
perdas e danos.
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Atos com presunção de ilegalidade ou lesividade sujeitos à anulação por meio de ação
popular:
“Art. 1º, § 1º: “bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico”.
Obs.: Ter-se-á quase sempre, no polo passivo, a pluralidade de sujeitos, invocando também
aqueles que de alguma forma tenham contribuído para ação ou omissão e, até mesmo, terceiros
beneficiados.
e) Perda do direito político por recusa de cumprimento de obrigação a todos imposta sem
o cumprimento de prestação alternativa;
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Note-se que ela não está prevista no rol de garantias de direitos fundamentais do art. 5º,
o que não impede que não o seja por equiparação, dado o conteúdo de direitos que esta visa à
tutela. Para Sarlet , isso ocorre porque é um instrumento destinado à tutela dos NOVOS
DIREITOS.
9.6.1 Requisitos
• Deve ter ocorrido, ou haver a ameaça de ocorrer, dano ou lesão contra o meio ambiente;
• Ao consumidor, ordem econômica, livre concorrência, o patrimônio histórico, o patrimônio
turístico, o patrimônio artístico, o patrimônio paisagístico, o patrimônio estético, bem como
a qualquer outro interesse difuso ou direito coletivo.
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d) O objeto é indivisível.
Ainda que haja outros legitimados, para o Ministério Público é um dever agir quando
estiverem presentes as condições ensejadoras da ação, ao passo que para os demais é uma
faculdade, podendo, inclusive, atuar de ofício, sem necessidade de provocação.
Quando a ação for proposta por algum dos outros legitimados, e houver desistência
infundada ou abandono da ação, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade
ativa, pois se trata da indisponibilidade do interesse público.
Obs.: FISCAL DA LEI: Importante mencionar que, quando o Ministério Público não figurar como
parte, deverá, obrigatoriamente, intervir como fiscal da lei.
Em se tratando de polo passivo, qualquer pessoa que tenha causado lesão ou ameaça de
lesão aos bens jurídicos por ela tutelados pode figurar como ré na ação civil pública, incluindo-
se pessoas físicas ou jurídicas, privadas ou públicas, entes federados e entidades da
administração pública indireta.
Na Ação Civil Pública, não existe foro por prerrogativa de função, sendo a competência
para processo e julgamento dessa ação determinada pelo local onde ocorreu o dano. Salvo
quando o ato lesivo é imputado a pessoa jurídica que tenha foro na Justiça Federal, a Ação Civil
Pública deverá ser ajuizada e julgada originariamente por juízes ordinários estaduais
(ALEXANDRINO).
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