Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
www.grancursosonline.com.br
Mandado de Injunção
Art. 5º, LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
- Exemplos: (I) servidor público pode fazer greve? A lei de greve não saiu do papel, mas pode
fazer greve porque o STF deferiu o MI permitindo; (II) servidor público tem direito a
aposentadoria especial se ele trabalhar em atividade perigosa para a saúde? Sim, utilizam do
mandado de injunção.
>> Origem:
- O mandado de injunção (MI) é próximo à norma de eficácia limitada. É esse tipo de norma que
demanda um complemento.
- No entanto, é importante lembrar que o MI só pode ser impetrado quando se tratar de questões
relacionadas à soberania, à nacionalidade e à cidadania.
MACETE: SNC
- Hans Kelsen levantou o chamado “mito do legislador negativo”. De acordo com essa doutrina, a
função do Judiciário é retirar normas inconstitucionais do ordenamento jurídico, logo não poderia
atuar como legislador positivo (criar leis).
No entanto, há muitos anos, no Congresso europeu, foi cunhada a expressão “sentenças
intermediárias”, nas quais o Poder Judiciário pode atuar trazendo sentenças normativas.
Nesse sentido, o Judiciário pode legislar em situações excepcionais.
Um exemplo disso é a decisão do STF que permitiu o aborto de fetos anencéfalos, pois essa
hipótese de aborto não é prevista em nenhuma legislação.
- Na teoria tradicional do mandado de injunção, a teoria proferida no MI só pode ter efeito não
concretista, visto que o Judiciário não pode legislar. Assim, a teoria não concretista parte da
premissa de que a decisão proferida no MI apenas irá declarar a mora (atraso) legislativa.
- Diante de uma série de casos de MI que chegavam ao Supremo em virtude dessa mora
legislativa, o Tribunal decidiu adotar a teoria concretista.
Vale lembrar que essa teoria é dividida em geral e individual. A teoria concretista geral é aquela
em que a decisão é resolvida para todo mundo.
- Vale lembrar que a competência do STJ para julgar MI será quando não se tratar de competência
do STF, da Justiça Militar ou de outro legitimado.
- A Lei n. 13.300/2016 trouxe, de forma mais detida, a questão das sentenças normativas.
- Vale lembrar que existe a possibilidade de decisão ultra partes o u erga omnes quando for
indispensável ao direito. Assim, se o colegiado já decidiu uma vez, os próximos mandados de
injunção no mesmo sentido podem aproveitar essa decisão.
MS e MI Coletivos
- Constituição Federal:
Art. 5º, LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a. partido político com representação no Congresso Nacional;
b . organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
- Lei n. 13.300/2016:
- ATENÇÃO!!
O Ministério Público e a Defensoria Pública não são legitimados para entrar com Mandado de
Segurança Coletivo, mas apenas com o Mandado de Injunção Coletivo. Essa é uma informação
cobrada recorrentemente em provas.
>> Cabimento:
- Assim, é possível aplicar a Súmula n. 629 do STF, segundo a qual não há necessidade de
autorização expressa dos associados, visto que a entidade age em nome próprio.
- Nas outras situações, quando uma associação entra em juízo, ela entra em nome alheio, buscando
interesse alheio, caracterizando representação processual. Assim, somente será atingido pela
decisão quem assinou a petição inicial, autorizando expressamente.
Ação Popular
Art. 5º, LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
A ação popular pode ser tanto preventiva quanto repressiva, ou seja, pode ser proposta antes ou
depois da prática de um ato lesivo a qualquer um dos valores protegidos.
- Qualquer cidadão pode ajuizar uma ação popular, ou seja, qualquer pessoa com capacidade
eleitoral ativa (que pode votar) pode fazer isso.
- Entre os 16 e os 18 anos, o cidadão não possui a capacidade eleitoral passiva, contudo já possui a
capacidade eleitoral ativa de forma facultativa. Assim, se um menor entre os 16 e os 18 anos já
possui o título de eleitor, pode entrar com uma ação popular. Nesse caso, o menor não
precisa ser assistido pelos seus pais.
- A Lei da Ação Popular dispõe que a legitimidade quanto a ação popular é do cidadão. No
entanto, caso o cidadão venha a desistir, o Ministério Público pode prosseguir.
- A regra é que o MP não possui legitimidade para entrar diretamente com a ação popular,
contudo, como é um dos legitimados para entrar com a ação civil pública, que é um instituto
semelhante, há precedentes na jurisprudência do STJ no sentido de que o MP pode, sim, entrar
com a ação popular.
Juízes de primeiro grau podem julgar ação popular contra o Presidente da República, contudo
somente se forem da Justiça Federal.
Essa é a regra de julgamento. Há uma exceção descrita abaixo.
>> O Caso da Demarcação da Reserva Indígena “Raposa Serra do Sol” (PET n. 3.388)
- Na época, o caso envolveu um Senador e o então Presidente da República Luiz Inácio Lula da
Silva, por conta da demarcação de terras indígenas em faixa contínua no Estado de Roraima.
- No entanto, ao receber a ação, o juiz de primeiro grau encaminhou o caso para o STF, que
entendeu se tratar de um caso de conflito federativo, pois não se tratava de um cidadão entrando
com uma ação contra o Presidente da República, mas um conflito entre um Estado e a União.