lucrativos, inscrita no CNPJ nº 124.453.123/0001-15, vêm respeitosamente, com sede na Rua Rosa, nº 891, Jardim Polo Centro, Foz do Iguaçu-PR, CEP 85.865-735, com endereço eletrônico no e-mail: atendimento@Umbrella.com.br, por seus advogados infra assinados e com instrumento de mandato (procuração) em anexo, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 102, inciso I, alínea “q”, da Constituição Federal da República de 1988 e art. , impetrar
MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO
em face do CONGRESSO NACIONAL, respectivamente com sede
na praça dos três poderes, Capital Federal, pelas razões de fato e direito a seguir aduzidas. Preliminarmente… Do cabimento:
O mandado de injunção pode ser utilizado em
relação a uma categoria específica de norma constitucional, conhecida como norma de eficácia limitada de princípio institutivo. Essa é uma disposição constitucional que requer um complemento ou regulamentação para que todos os seus efeitos sejam efetivamente produzidos. Portanto, a condição para a aplicação do mandado de injunção é a existência de uma lacuna na estrutura normativa que pode ser suprida por meio de qualquer lei ou ato normativo (MARTINS, 2019).
Significar dizer que o mandado de injunção
será concedido sempre que houver uma lacuna na legislação (falta de norma regulamentadora) que torne impossível o exercício dos direitos e liberdades garantidos pela Constituição, assim como das prerrogativas relacionadas à nacionalidade, soberania e cidadania, consoante previsão do art. 5º, inciso LXXI, da Constituição da República de 1988.
Em outras palavras, o mandado de injunção
está intimamente com o conceito de inconstitucionalidade por omissão.
A Impetrante objetiva incluir os direitos sociais
em normas de eficácia plena e aplicabilidade imediata, diante a promulgação da Emenda Constitucional nº XX. Ocorre que, no âmbito do Poder Legislativo federal, prevaleceu a visão de que esses direitos deveriam ser previstos em normas programáticas. Diante deste cenário, não haveria outro instrumento jurídica mais eficaz e adequado senão o presente remédio constitucional a fim de reaver direitos sociais inerentes aos associados da Impetrante.
Da competência:
Consoante previsão do artigo 102, inciso I,
alínea “q”, da Constituição da República, cabe ao Supremo Tribunal Federal, in verbis:
“julgar o mandado de injunção, quando a
elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal”
Portanto, não há objeção à competência do
Supremo Tribunal Federal para conduzir o processamento e julgamento do mandado de segurança, em conformidade com as disposições constitucionais mencionadas.
Nesse sentido, requer o acolhimento imediato
da petição inicial por Vossa Excelência, que se mostra apta a examiná-la e decidir sobre o mérito. Da legitimidade:
Nos termos do artigo 3ª da Lei 13.300/2016,
“são legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, as pessoas naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas referidos no art. 2º e, como impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a norma regulamentadora”.
O artigo 3º estabelece quem tem o direito de
impetrar esse tipo de ação judicial (pessoas naturais ou jurídicas que alegam ser titulares de direitos não regulamentados) e contra quem a ação pode ser direcionada (o Poder, órgão ou autoridade responsável por editar a norma regulamentadora ausente).
Ainda, o art. 12, inciso III da mencionada
Legislação regulamentadora, estabelece quem são os legitimados para impetrar o mandado de injunção coletivo, quais sejam:
Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode
ser promovido: I - pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis; II - por partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a finalidade partidária; III - por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial; IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal .
O mandado de injunção busca assegurar o
exercício pleno de direitos previstos na Constituição que não podem ser efetivamente exercidos devido à falta de regulamentação adequada.
No caso, a Impetrante, organização não
governamental, constituída há mais de 10 (dez) anos, sempre buscou assegurar aos seus segurados a possibilidade de desfrutarem dos direitos sociais de natureza prestacional previstos nas normas programáticas da Emenda Constitucional nº XX.
No caso, o Congresso Nacional, responsável
pela omissão inconstitucional é legítimo para compor o polo passivo da demanda, em atenção aos termos do art. 48, caput, da CRFB/88 e art. 3º da Lei 13.300/2016.
Portanto, não há óbice quanto sua
legitimidade para impetrar o presente remédio constitucional contra a autoridade competente para editar a norma regulamentadora a fim de reaver direitos os quais dizem respeito à liberdade, propriedade, segurança, trabalho, saúde, segurança, cultura, lazer etc.
Dos fatos:
A ONG Umbrella, estabelecida como associação
há mais de uma década, liderou uma extensa campanha nacional ao longo de vários anos.
O seu objetivo era a modificação da
Constituição da República para incluir alguns direitos sociais, de natureza prestacional, destinados a uma minoria étnica historicamente marginalizada no contexto brasileiro. Os membros da Umbrella eram, de fato, integrantes dessa minoria étnica.
A Umbrella tinha como missão proteger os
direitos fundamentais de primeira e segunda dimensões de seus associados.
Embora esses direitos fossem alcançados pela
igualdade formal, exigiam atenção específica dos órgãos constituídos para garantir uma igualdade material efetiva.
A omissão desses direitos estava prejudicando
a subsistência dessas pessoas, colocando em risco suas vidas, pois não tinham o mínimo necessário para sobreviver e viviam em condições degradantes.
Devido aos esforços e ao envolvimento das
lideranças partidárias, foi promulgada a Emenda Constitucional nº XX.
Apesar das tentativas de incluir os direitos
sociais em normas de eficácia plena e aplicabilidade imediata, prevaleceu a visão, no âmbito do Poder Legislativo federal, de que deveriam ser previstos em normas programáticas. Isso causou grande desconforto para a Umbrella, pois, mesmo após oito anos da promulgação da reforma constitucional, ainda não havia sido criada a lei ordinária que detalharia cada um dos direitos a serem desfrutados.
Em virtude dessa lacuna, os associados da
Umbrella não estavam desfrutando dos direitos sociais, o que gerava grande insatisfação entre eles. Por outro lado, alguns membros da mesma minoria étnica estavam desfrutando desses direitos, pois o tribunal competente havia reconhecido a omissão do Poder Legislativo federal em várias ações constitucionais individuais anteriormente apresentadas para garantir sua fruição. Como o prazo estabelecido nos processos individuais para a regulamentação dos direitos sociais não foi cumprido, o tribunal delineou os contornos gerais dos direitos e impôs sua observância.
Diante desse cenário, a ONG Umbrella não teve
outro alternativa, senão impetrar o presente remédio constitucional em benefício de seus associados, com o objetivo de assegurar, apesar da omissão do Poder Legislativo federal em regulamentar a matéria, direitos sociais de natureza prestacional previstos nas normas programáticas da Emenda Constitucional nº XX e que estes possam desfrutá-los de maneira plena e justa.
Do mérito
Primordialmente, insta salientar que o
Mandado de Injunção é ferramenta jurídica assegurada pelo artigo 5º, LXXI, da Constituição Federal de 1988:
“Art. 5ª [...]: LXXI - conceder-se-á mandado de
injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania” Concomitante com o artigo 2º e seguintes Lei n. 13.300/2016, cujo escopo consiste em sanar omissões inconstitucionais que impedem o exercício dos princípios constitucionais:
“Art. 2º Conceder-se-á mandado de injunção
sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania”.
No caso em apreço, a celeuma reside na
omissão inconstitucional do Congresso Nacional, que inviabiliza o exercício fundamental previsto na Constituição Federal, o que torna cabível o ajuizamento do presente mandado de injunção, consoante será delineado a seguir.
Do Princípio da Isonomia:
O princípio da Isonomia está disposto no
artigo 5º da Constituição Federal de 1988 e trata da igualdade material. Isto é, o princípio da isonomia assegura que todos os cidadãos são iguais perante a lei considerando suas condições diferentes.
Insta mencionar que, a igualdade material vai
além da mera igualdade formal, buscando tratar de maneira equitativa os indivíduos que se encontram em situações fáticas distintas.
In casu, a omissão legislativa em discussão
contribui para a criação de disparidades injustas entre os cidadãos, violando, portanto, o princípio da isonomia consagrado pelo artigo 5º da Constituição Federal.
Ante o exposto, considerando que a omissão
legislativa fere o princípio da isonomia material, não restou outra alternativa senão impetrar o presente mandado de injunção, a objetivando suprir a lacuna normativa e restabelecer a igualdade de direitos.
Dos Direitos Sociais:
Os direitos sociais consagrados pela EC nº. XX
desempenham um papel crucial na efetivação do princípio da igualdade, consoante preconiza o art. 5º, caput, da Constituição Federal. Ao passo que, ao proporcionar um tratamento diferenciado, esses direitos contribuem para a construção da igualdade material e, uma vez que esses direitos não são ofertados, há risco ao princípio da dignidade humana, conforme preceitua o artigo 1º, inciso III da CF/88.
Ademais, os direitos sociais estão previstos no
artigo 6º da Constituição Federal, veja:
“Art. 6º São direitos sociais a educação, a
saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.
Outrossim, resta claro e evidente a mora
legislativa, em virtude da ausência de regulamentação dos direitos sociais dentro do prazo fixado pelo STF nos processos individuais. Além disso, o STF já estabeleceu os contornos gerais dos direitos em questão e impôs a sua observância, o que reforça a necessidade de regulamentação que para assegure o exercício desses direitos.
Ainda, a ausência de regulamentação destes
direitos sociais, representa risco ao princípio da dignidade humana, consoante previsto no artigo 1º, III, da Constituição Federal, em razão da ausência de segurança aos direitos sociais.
Desse modo, a falta de regulamentação de
direitos sociais gera uma lacuna normativa que pode comprometer a efetivação de referidos direitos na prática, sendo imprescindível a intervenção legislativa para preencher aludida lacuna, bem como garantir plenamente o exercício dos direitos sociais assegurados pela EC n. XX.
Ante o exposto, a mora legislativa, evidenciada
pela lacuna na estrutura normativa, ressalta a necessidade do presente mandado de injunção a fim de torne possível o exercício dos direitos e liberdades garantidos pela Constituição para que a população tenha efetivo acesso aos direitos sociais.
Dos pedidos Diante do exposto, requer:
a. a notificação do impetrado sobre a respeito
do conteúdo da petição inicial, devendo-lhe ser enviado cópia dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste informações, consoante a previsão do art. 5º, inciso I da Lei 13.300/2016;
b. a ciência do ajuizamento da ação aos órgãos
de representação judicial da pessoa jurídica interessada, devendo-lhe ser enviada cópia da petição inicial, para que, querendo, ingresse no feito, nos termos do art. 5º, inciso II, da Lei 13.300/2016;
c. a oitiva do representante do Ministério
Público, no prazo de 10 (dez) dias, nos termos do art. 7º, da Lei 13.300/2016;
d. a juntada dos documentos que comprovam
os fatos alegados;
e. ao final, que seja ação julgada totalmente
procedente, reconhecendo o estado de mora legislativa e deferindo a injunção no sentido de determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora e estabelecer condições em que se dará o exercício dos direitos das liberados ou das prerrogativas reclamadas ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover a ação própria visado a exerce-las caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado, tudo de acordo com o art. 8º, inciso II da Lei 13.300/2016;