Você está na página 1de 5

EXCELENTÍSSIMO MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO

TRIBUNAL FEDERAL

ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL UMBRELLA,


associação constituída há mais de um (ano) que se destina à defesa de
seus associados (art. 12, inciso III da Lei nº 13.300/2023), inscrita sob
o CNPJ nº...., com Sede na ..., por meio de sua advogada infra-
assinada, nos termos dos artigos 5º, inciso LXXI e 102, inciso I, alínea
‘q’ e artigo 2º e seguintes da Lei nº 13.300/2023, vem, perante Vossa
Excelência e esse Tribunal Pleno, impetrar o presente

MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO

em face do CONGRESSO NACIONAL e PRESIDENTE DA


REPÚBLICA, ambos com endereço para comunicações no Palácio do
Congresso Nacional, Praça dos Três Poderes, ante a ausência de
regulmanetação dos direitos assegurados na Emenda Constitucional
nºXX, pelos motivos de fatos e direitos a seguir aduzidos.

I – DOS FATOS
A ONG Umbrella, constituída há mais de uma década, liderou
uma extensa campanha nacional para a alteração da Constituição,
visando incluir direitos sociais prestacionais direcionados a uma
minoria étnica historicamente excluída, composta, inclusive, por seus
associados.

A organização tem como objetivo garantir os direitos


fundamentais de primeira e segunda dimensão de seus associados, os
quais, embora alcançados pela igualdade formal, necessitavam de
atenção específica dos poderes constituídos para atingirem efetivamente
uma igualdade material. A omissão desses direitos comprometia a
subsistência dos associados, colocando em risco sua existência, uma
vez que não dispunham do mínimo necessário para sobreviver, vivendo
em condições aviltantes.

Em decorrência dos esforços e engajamento das lideranças


partidárias, foi promulgada a Emenda Constitucional nº XX. Apesar das
tentativas de conferir eficácia plena e aplicabilidade imediata aos
direitos sociais, o entendimento prevalecente no Poder Legislativo
federal foi de que deveriam ser estabelecidos como normas
programáticas. Isso causou grande descontentamento à organização
não governamental Umbrella, uma vez que, mesmo após oito anos da
promulgação da emenda constitucional, ainda não havia sido
promulgada a lei ordinária detalhando cada um dos direitos a serem
fruídos.

Devido à omissão, os associados da Umbrella não estavam


desfrutando dos direitos sociais, causando considerável insatisfação
entre eles. No entanto, alguns membros da mesma minoria étnica
conseguiam usufruir desses direitos, pois o Tribunal competente
reconheceu a omissão do Poder Legislativo federal em várias ações
constitucionais individuais, anteriormente ajuizadas para garantir sua
fruição. Diante da não observância do prazo estipulado nos processos
individuais para a regulamentação dos direitos sociais, o próprio
Tribunal estabeleceu os contornos gerais desses direitos e impôs sua
observância.

Portanto, não restou alternativa, se não o ajuizamento da


presente ação, objetivando que, embora haja a omissão do poder
legislativo federal, os associados da ONG possam fruir dos direitos
sociais de natureza prestacional, dispostos na Emenda Constitucional
nº XX.

II – DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

PRELIMINARES

COMPETÊNCIA

O artigo 102, inciso I, alínea ‘q’, da Constituição estabelece que


compete ao STF processar e julgar o mandado de injunção, tornando
esse tribunal a autoridade competente para decidir sobre a omissão
legislativa que enseja o ajuizamento desse remédio.

CABIMENTO

Conforme disciplina a Constituição Federal Brasileira e a Lei nº


13.300/2016, o mandado de injunção coletivo consiste em um
instrumento jurídico fundamental no sistema brasileiro, visando
assegurar o exercício dos direitos e das liberdades constitucionais
quando houver omissão legislativa que impossibilite sua plena
efetivação.

No caso em comento, embora a Emenda Constitucional nº XX


tenha assegurado os direitos sociais da minoria étnica associada a
oganização, ainda não houve edição da lei que regulmante tais direitos,
sendo omisso o Poder Lrgilativo federal na presente matéria, impedindo
que os indivíduos usufruam dos direitos previstos na Emenda.

Portanto, considerando a omissão do Poder Legislativo em


regulamentar os direitos sociais e a impossibilidade da minoria em fruir
dos direitos previstos na Emenda, resta comprovado o cabimento do
presente mandado de injunção, nos moldes do artigo 5º, inciso LXXXI
da Constituição Federal.

LEGITIMIDADE ATIVA

A legitimidade ativa da Organização deriva da sua existência há


mais de 1 (um) ano e da sua finalidade estatutária voltada para a defesa
dos interesses dos seus associados, conforme estipulado no art. 12,
inciso III, da Lei nº 13.300/16.

LEGITIMIDADE PASSIVA

A legitimidade do Presidente da República para compor o polo


passivo do presente mandado se fundamenta em sua participação no
processo legislativo, conferindo-lhe a prerrogativa de sancionar ou vetar
proposições, conforme estabelecido no art. 66 da Constituição Federal
de 1988.

Por outro lado, a legitimidade do Congresso Nacional decorre de


sua competência constitucional para apreciar matérias relacionadas à
União, conforme disposto no art. 48, caput, da CRFB/88. Essa
competência abrange também a regulamentação de direitos sociais
introduzidos por Emendas Constitucionais, como no caso da Emenda
Constitucional nº XX, consolidando, assim, a participação ativa dessas
autoridades na busca pela efetivação dos preceitos constitucionais.

MÉRITO

DIREITOS SOCIAIS – PRINCÍPIO DA IGUALDADE

Os direitos sociais consagrados pela Emenda Constitucional nº


XX desempenham um papel crucial na efetivação do princípio da
igualdade, conforme estabelecido no art. 5º, caput, da CRFB/88. Ao
passo que, ao proporcionar um tratamento diferenciado, esses direitos
contribuem para a construção da igualdade material e, uma vez que
esses direitos não são ofertados, há risco ao princípio da dignididade
humana, conforme preceitua o artigo 1º, inciso III da CF/88.

Ademais, resta claro e evidente a mora legislativa, em virtude da


ausência de regulamentação dos direitos sociais dentro do prazo fixado
pelo STF nos processos individuais. Além disso, o STF já estabeleceu os
contornos gerais dos direitos em questão e impôs a sua observância, o
que reforça a necessidade de regulamentação que para assegure o
exercício desses direitos.

III- PEDIDOS

Diante do exposto, requer-se ao Supremo Tribunal Federal que


determine:

a) A notificação das autoridades omissas - Congresso Nacional e


Presidente da República - no endereço declinado no preâmbulo, para
prestar as informações no prazo legal de 10 (dez) dias, como de direito
(art. 5° da Lei n° 13-300/16);

b) A intimação do Ministério Público, nesta alçada o Procurador Geral


da República para oferecer parecer (art. 7° da Lei n° 13.300/16);

c) Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos;

d) A concessão do direito pleiteado suprimindo a omissão normativa e


garantindo os direitos sociais com a devida regulamentação, ou seja,
que o pedido seja julgado procedente para que a omissão não persista
de forma a lesar direitos sociais dos associados.

Dá-se à causa o valor de R$ XX,XX.

Advogado, OAB XXXX/XXX

Local, data

Você também pode gostar