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I – DOS FATOS
Ao ser informada de que poderia obter a aposentadoria especial prevista no §4º-C do art.
40 da Constituição Federal que dispõe que poderão ser estabelecidos por lei complementar
do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para
aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a
substâncias prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por
categoria profissional ou ocupação, a Impetrante requereu administrativamente sua
aposentadoria, tendo a administração pública indeferido o pedido com base na ausência de
lei complementar que regulamente a contagem diferenciada do tempo.
Saliente-se que a própria Lei Orgânica do Município também prevê que compete ao
prefeito apresentar proposta de Lei Complementar para regular o exercício do direito à
aposentadoria especial dos servidores públicos municipais, efetivando-se, assim, o direito
previsto na Constituição Federal como acima exposto, a tal benefício:
II – DO DIREITO
(a) CABIMENTO
De acordo com o art. 40, §4º-C da CRFB/88, poderão ser estabelecidos por lei
complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados
para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a
agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes,
vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.
O remédio ora em análise foi impetrado em face de ato omissivo do Prefeito da cidade
Y, tendo em vista a matéria relativa à aposentadoria de servidores é de sua iniciativa
privativa, na forma do art. 51, III, da Lei Orgânica do Município.
Até 2007, o STF adotava a posição não concretista geral e de acordo com esse
entendimento, em nome da separação entre os poderes (art. 2º, da CRFB/88), o Poder
Judiciário não poderia suprir a omissão da norma faltante, tampouco fixar prazo para o
legislador elaborar a lei, restando a sentença produzir efeito apenas para declarar a mora
legislativa.
Desde 2007, entretanto, o STF vem mudando de entendimento e tem adotado posições
concretistas, aplicando por analogia leis já existentes para suprir a omissão normativa, ora
atribuindo efeitos subjetivos erga omnes, ora inter partes.
No que toca especialmente à ausência da Lei Complementar anunciada pelo §4º-C do art.
40 da CRFB/88, a Corte tem aplicado a Lei nº 8.213/91, no que couber, até que seja suprida
a referida omissão inconstitucional.
Apesar de todo o avanço jurisprudencial, a Lei nº 13.300/16, no art. 8º, adotou posição
mais conservadora (concretista intermediária) sobre a decisão do Mandado de Injunção.
Senão vejamos:
e) que o pedido seja ao final julgado procedente para que o Tribunal estabeleça o prazo
razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora;
f) a juntada de documentos.
Nesses termos.
Pede deferimento.
Advogado XXX
OABXXX