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EXMO. SR.

MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Autos nº XXXXXXXXXXXXXXXX

(NOME), (naturalidade, estado civil ou união estável), (profissão), portador do


RG (XXXX) e inscrito sob o CPF nº (XXX.XXX.XXX-XX), endereço eletrônico
(XXXX), residente e domiciliado na (endereço completo), neste ato representado por
seu advogado infra-assinado, com endereço profissional (endereço completo) e
endereço eletrônico (XXXX), impetrar

MANDADO DE INJUNÇÃO

Contra ato omissivo do Presidente da República, com sede funcional na


(endereço completo), com base nos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I – DOS FATOS

O Impetrante trabalhou por (XXXX) anos no período de (XXXX) até (XXXX)


como (descrever função) no quadro do (local de trabalho) ligado ao (nome do órgão
vinculado). No exercício de suas funções, mantinha contato direto com agentes nocivos
(detalhar quais eram).
Assim, nos termos do artigo 40, §4º da CF/88 o Impetrante, em função de suas
atividades, requereu a aposentadoria especial que tem direito. Ocorre, que, o pleito
administrativo foi indeferido sob o argumento de que uma vez que inexiste Lei que
regulamente a contagem diferenciada do tempo de serviço, deverá continuar em suas
atividades até que completasse o tempo necessário para a aposentadoria.
Tendo em vista não ser possível solucionar o pleito de maneira administrativa,
por omissão legislativa, propõe o presente mandado de injunção.

II – DO CABIMENTO E COMPETÊNCIA
Nos termos do artigo 5º LXXI da CF/88 o remédio constitucional cabível
perante a falta de norma regulamentadora que torne inviável o exercício de um direito é
o mandado de injunção. Outrossim, nos termos do parágrafo único do artigo 24 da Lei
8.038/90, no caso do mandado de injunção serão observadas as normas previstas para o
mandado de segurança (Lei 12.016/90) enquanto não for editada lei específica. Por fim,
compete ao STF processar e julgar originalmente o mandado de injunção quando a
elaboração da norma for de atribuição ao Presidente da República. Situação a qual se
encaixa perfeitamente no presente caso tendo em vista, que, conforme exposto no artigo
61, §1º, II, “c” da CF/88, compete privativamente ao Presidente da República legislar
sobre a aposentadoria de servidores públicos.

III – DOS FUNDAMENTOS

Primeiramente, cabe ressaltar, que até o ano de 2007 o STF adotava o


posicionamento não concretista geral, ou seja, o Mandado de injunção somente
declarava a mora do ato omissivo. Após 2007 passou a dotar o entendimento
concretista, passando a declara a aplicação análoga de outra norma à omissão, ora
produzindo efeitos inter partes, ora produzindo efeitos subjetivos erga omnes.
Adentrando ao mérito da questão, o presente caso se enquadra perfeitamente no
previsto no artigo ora invocado que termina que é vedada a adoção de critérios e
requisitos diferenciados para a concessão da aposentadoria aos servidores públicas da
União, salvo nos termos de Lei Complementar, cujas atividades sejam exercidas sob
condições prejudiciais à saúde ou integridade física.
Nesse sentido, no que tange a ausência de norma complementar do parágrafo 4º
do artigo 40 da CF/88, esta Corte tem aplicado por analogia a lei 8.213/91,
entendimento esse inclusive apresentado na Súmula Vinculante 33:

Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da


previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º,
inciso III da Constituição Federal, até a edição de lei complementar
específica.

A aposentadoria especial de servidor público portador de deficiência é


assegurada mediante o preenchimento dos requisitos previstos na legislação
aplicável à aposentadoria especial dos segurados do Regime Geral de
Previdência Social, até que seja editada a lei complementar exigida pelo art.
40, § 4º, II, da CF/1988. (...) 2. A eficácia do direito à aposentadoria especial
objeto do art. 40, § 4º, da CF/1988 exige regulamentação mediante lei
complementar de iniciativa privativa do presidente da República, de modo
que cabe ao Supremo Tribunal Federal, ex vi do art. 102, I, q, da Lei Maior, o
julgamento do mandado de injunção impetrado com o objetivo de viabilizar o
seu exercício.
(MI 4.158 AgR-segundo, Min. Rel. Luiz Fux, p. 18/12/2013)

MANDADO DE INJUNÇÃO. APOSENTADORIA ESPECIAL DO


SERVIDOR PÚBLICO. ART. 40, § 4º, DA CF/1988. AUSÊNCIA DE LEI
COMPLEMENTAR A DISCIPLINAR A MATÉRIA. NECESSIDADE DE
INTEGRAÇÃO LEGISLATIVA. 1. Servidor público. Investigador da polícia
civil do Estado de São Paulo. Alegado exercício de atividade sob condições
de periculosidade e insalubridade. 2. Reconhecida a omissão legislativa em
razão da ausência de lei complementar a definir as condições para o
implemento da aposentadoria especial. 3. Mandado de injunção conhecido e
concedido para comunicar a mora à autoridade competente e determinar a
aplicação, no que couber, do art. 57 da Lei 8.213/1991.
(MI 795, Min. Rel. Cármen Lúcia, p. 15/04/2009)

Portanto, tendo em vista que no presente caso estamos diante de uma omissão
legislativa que impossibilita a concessão de aposentadoria especial para o Impetrante,
vem requerer que o pedido seja julgado improcedente e seja aplicado por analogia o
previsto na lei 8.213/91.

IV – DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, requer:

1. A intimação do Presidente da República para querendo, prestar


informações, no prazo de 10 dias;
2. A intimação do Representante do Ministério Público;
3. A juntada de todos os documentos em anexo que comprovam a situação
nociva a saúde;
4. A condenação do Impetrado em custas e honorários processuais;
5. Que o pedido seja julgado procedente para conceder a aposentadoria
especial ao Impetrante por analogia à Lei 8.213/91.

Dar-se a causa o valor de R$ 1.000,00 para meros efeitos fiscais.

Termos em que,
Pede-se deferimento.
(Cidade/Estado), (XX) de (mês) de 20(XX).

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(NOME)
OAB/XX (XXXX)

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