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CPV

- TEMA 01-

 Agentes públicos. Agentes políticos.


Agentes administrativos. Agentes
honoríficos. Agentes Credenciados.
Agentes delegados. Regimes jurídicos
funcionais: estatutário e trabalhista.
Contratação temporária. Regime Jurídico
Único. Cargo, emprego e função pública.
Classificação dos cargos públicos. Criação,
transformação e extinção de cargos.
AGENTES PÚBLICOS
CLASSIFICAÇÃO
 AGENTE POLÍTICO
– Teoria ampliativa X Teoria Restritiva
– Súmula Vinculante nº 13

 PARTICULARES EM COLABORAÇÃO
– Honoríficos
– Delegados

 SERVIDORES ESTATAIS
– Estatutário
– Celetista
– Contratação Temporária
STF - Rcl 7590 / PR ; Rel.: Min. DIAS TOFFOLI; 1ª
Turma; Dje: 14/11/2014

 Reclamação – Constitucional e administrativo – Nepotismo –


Súmula vinculante nº 13 – Distinção entre cargos políticos e
administrativos – Procedência. 1. Os cargos políticossão
caracterizados não apenas por serem de livre nomeação ou
exoneração, fundadas na fidúcia, mas também por seus titulares
serem detentores de um munus governamental decorrente da
Constituição Federal, não estando os seus ocupantes
enquadrados na classificação de agentes administrativos. 2. Em
hipóteses que atinjam ocupantes de cargos políticos, a
configuração do nepotismo deve ser analisado caso a caso, a
fim de se verificar eventual “troca de favores” ou fraude a lei.
3. Decisão judicial que anula ato de nomeação para cargo
político apenas com fundamento na relação de parentesco
estabelecida entre o nomeado e o chefe do Poder Executivo, em
todas as esferas da federação, diverge do entendimento da
Suprema Corte consubstanciado na Súmula Vinculante nº 13. 4.
Reclamação julgada procedente.
 .
STF - Rcl 28024 AgR / SP; Relator(a): Min. ROBERTO
BARROSO; Órgão Julgador: Primeira Turma; Dje
25/06/2018

 Ementa: Direito Administrativo. Agravo interno em


reclamação. Nepotismo. Súmula Vinculante 13. 1. O Supremo
Tribunal Federal tem afastado a aplicação da Súmula
Vinculante 13 a cargos públicos de natureza política,
ressalvados os casos de inequívoca falta de razoabilidade,
por manifesta ausência de qualificação técnica ou
inidoneidade moral. Precedentes. 2. Não há nos autos
qualquer elemento que demonstre a ausência de razoabilidade
da nomeação. 3. Agravo interno a que se nega provimento.
STF - Informativo 953 – SETEMBRO DE 2019 – 1ª TURMA

 Súmula Vinculante 13 e nomeação de parente de vice-prefeito para


cargo de secretário municipal -

 A Primeira Turma, por maioria, negou provimento a agravo regimental


interposto contra decisão que negou seguimento a reclamação ajuizada
contra ato de prefeito, que manteve a nomeação do filho do vice-prefeito
para o cargo de Secretário Municipal Executivo de seu gabinete.

O Colegiado aplicou a jurisprudência predominante da Corte que afasta a


aplicação do Enunciado 13 da Súmula Vinculante do Supremo Tribunal
Federal (1) em relação a cargos de natureza política.

Vencido o ministro Marco Aurélio, que deu provimento ao recurso por


considerar que o referido verbete sumular não excepciona cargos políticos.

Rcl 29033 AgR/RJ, rel. Min. Roberto Barroso, julgamento em 17.9.2019.


(Rcl-29033)
- SERVIDORES ESTATAIS -
(Regimes Jurídicos Funcionais)
REGIME ESTATUTÁRIO CELETISTA CONT. TEMP.
(Arts. 39 a 41 CR) (Art. 173, §1º, II, CR) (Art. 37, IX, CR)

Organização Cargo Emprego Função


Funcional
Vínculo Legal Contratual Especial
Normas Pluralidade Unicidade Pluralidade
Aplicáveis Normativa Normativa Normativa
Onde Adm. Direta e Adm. Indireta -
Indireta PJ Dto Pub PJ Dto Privado
Obs: - Estabilidade;
Obs: A QUESTÃO DO Demissão sem justa
RJU causa

Competência Justiça Comum Justiça do Trab. Justiça Comum


ADI 2135 MC; Relator(a) p/ Acórdão: Min. ELLEN GRACIE;
Julgamento: 02/08/2007; Pleno

 MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.


PODER CONSTITUINTE REFORMADOR. PROCESSO LEGISLATIVO.
EMENDA CONSTITUCIONAL 19, DE 04.06.1998. ART. 39, CAPUT, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. SERVIDORES PÚBLICOS. REGIME JURÍDICO
ÚNICO. PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO, DURANTE A ATIVIDADE
CONSTITUINTE DERIVADA, DA FIGURA DO CONTRATO DE EMPREGO
PÚBLICO. INOVAÇÃO QUE NÃO OBTEVE A APROVAÇÃO DA MAIORIA
DE TRÊS QUINTOS DOS MEMBROS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
QUANDO DA APRECIAÇÃO, EM PRIMEIRO TURNO, DO DESTAQUE PARA
VOTAÇÃO EM SEPARADO (DVS) Nº 9. SUBSTITUIÇÃO, NA
ELABORAÇÃO DA PROPOSTA LEVADA A SEGUNDO TURNO, DA
REDAÇÃO ORIGINAL DO CAPUT DO ART. 39 PELO TEXTO
INICIALMENTE PREVISTO PARA O PARÁGRAFO 2º DO MESMO
DISPOSITIVO, NOS TERMOS DO SUBSTITUTIVO APROVADO.
SUPRESSÃO, DO TEXTO CONSTITUCIONAL, DA EXPRESSA MENÇÃO
AO SISTEMA DE REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. RECONHECIMENTO, PELA MAIORIA DO
PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DA PLAUSIBILIDADE DA
ALEGAÇÃO DE VÍCIO FORMAL POR OFENSA AO ART. 60, § 2º, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. RELEVÂNCIA JURÍDICA DAS DEMAIS
ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL
REJEITADA POR UNANIMIDADE (...)
Continuação – MC ADI 2135
 1. A matéria votada em destaque na Câmara dos Deputados no DVS nº 9
não foi aprovada em primeiro turno, pois obteve apenas 298 votos e não os
308 necessários. Manteve-se, assim, o então vigente caput do art. 39, que
tratava do regime jurídico único, incompatível com a figura do emprego
público. 2. O deslocamento do texto do § 2º do art. 39, nos termos do
substitutivo aprovado, para o caput desse mesmo dispositivo representou,
assim, uma tentativa de superar a não aprovação do DVS nº 9 e evitar a
permanência do regime jurídico único previsto na redação original
suprimida, circunstância que permitiu a implementação do contrato de
emprego público ainda que à revelia da regra constitucional que exige o
quorum de três quintos para aprovação de qualquer mudança
constitucional. 3. Pedido de medida cautelar deferido, dessa forma,
quanto ao caput do art. 39 da Constituição Federal, ressalvando-se, em
decorrência dos efeitos ex nunc da decisão, a subsistência, até o
julgamento definitivo da ação, da validade dos atos anteriormente
praticados com base em legislações eventualmente editadas durante a
vigência do dispositivo ora suspenso. 4. Ação direta julgada prejudicada
quanto ao art. 26 da EC 19/98, pelo exaurimento do prazo estipulado para
sua vigência. 5. Vícios formais e materiais dos demais dispositivos
constitucionais impugnados, todos oriundos da EC 19/98, aparentemente
inexistentes ante a constatação de que as mudanças de redação
promovidas no curso do processo legislativo não alteraram
substancialmente o sentido das proposições ao final aprovadas e de que
não há direito adquirido à manutenção de regime jurídico anterior. 6. Pedido
de medida cautelar parcialmente deferido.
1ª QUESTÃO:
 Em 1981, Milton começou a trabalhar em uma fundação de
direito privado, entidade administrativa criada mediante a devida
autorização legal, com estatuto de direito privado e que tem por
objeto atividades educacionais, mas em 2018 foi demitido sem
justa causa, sem motivação e sem processo administrativo
disciplinar .
 Em razão disso, Milton ajuizou ação com vistas a obter a
anulação da demissão, sob o fundamento de que a decisão em
questão deveria ter sido motivada, bem como por ter sido
violada a garantia da estabilidade que lhe foi conferida na forma
do art. 19 do ADCT, na medida em que não poderia ser
demitido sem o devido processo disciplinar.
 Diante dessa situação hipotética, responda,
fundamentadamente aos questionamentos a seguir, em
consonância com a orientação do E. STF:
 A) O regime jurídico dos agentes públicos de Milton é
compatível com a garantia consagrada no art. 19 do ADCT?
 B) A demissão de Milton deveria ter sido motivada?
Letra a) STF - INFORMATIVO 946 - Junho 2019 - PLENÁRIO -
REPERCUSSÃO GERAL

 DIREITO ADMINISTRATIVO - FUNDAÇÃO PÚBLICA - Art. 19 do ADCT


e fundação pública de natureza privada - 3
 A qualificação de uma fundação instituída pelo Estado como sujeita ao
regime público ou privado depende (i) do estatuto de sua criação ou
autorização e (ii) das atividades por ela prestadas. As atividades de
conteúdo econômico e as passíveis de delegação, quando definidas
como objetos de dada fundação, ainda que essa seja instituída ou
mantida pelo poder público, podem se submeter ao regime jurídico de
direito privado.
 A estabilidade especial do art. 19 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias (ADCT) (1) não se estende aos empregados
das fundações públicas de direito privado, aplicando-se tão somente aos
servidores das pessoas jurídicas de direito público.
STF - RE 589998 ED / PI; Relator(a): Min. ROBERTO
BARROSO; Órgão Julgador: Tribunal Pleno; Dje 05/12/2018
 Ementa: Direito Constitucional e Direito do Trabalho. Embargos de declaração em
recurso extraordinário. Dispensa sem justa causa de empregados
da ECT. Esclarecimentos acerca do alcance da repercussão geral. Aderência aos
elementos do caso concreto examinado. 1. No julgamento do RE 589998, realizado
sob o regime da repercussão geral, esta Corte estabeleceu que a Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT tem o dever de motivar os atos de
dispensa sem justa causa de seus empregados. Não houve, todavia, a fixação
expressa da tese jurídica extraída do caso, o que justifica o cabimento dos embargos. 2.
O regime da repercussão geral, nos termos do art. 543-A, § 7º, do CPC/1973 (e do art.
1.035, § 11, do CPC/2015), exige a fixação de uma tese de julgamento. Na linha da
orientação que foi firmada pelo Plenário, a tese referida deve guardar conexão direta
com a hipótese objeto de julgamento. 3. A questão constitucional versada no
presente recurso envolvia a ECT, empresa prestadora de serviço público em
regime de exclusividade, que desfruta de imunidade tributária recíproca e paga
suas dívidas mediante precatório. Logo, a tese de julgamento deve estar adstrita a
esta hipótese. 4. A fim de conciliar a natureza privada dos vínculos trabalhistas com
o regime essencialmente público reconhecido à ECT, não é possível impor-lhe
nada além da exposição, por escrito, dos motivos ensejadores da dispensa sem
justa causa. Não se pode exigir, em especial, instauração de processo
administrativo ou a abertura de prévio contraditório. 5. Embargos de declaração
providos em parte para fixar a seguinte tese de julgamento: A EMPRESA BRASILEIRA
DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT TEM O DEVER JURÍDICO DE MOTIVAR, EM
ATO FORMAL, A DEMISSÃO DE SEUS EMPREGADOS.
CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA
 ART. 37, IX, CR/88
“ IX - a lei estabelecerá os casos de contratação
por tempo determinado para atender a
necessidade temporária de excepcional
interesse público;”

 Requisitos (STF):
– Casos excepcionalmente previstos em lei
 Lei nº 8745/93; Lei estadual nº 6901/2014-RJ
– Prazo determinado
– Necessidade Temporária
– Interesse Público Excepcional
Obs: Função Permanente
2ª QUESTÃO:

 O Ministério Público ajuizou ação civil pública por improbidade em


desfavor de Fabiana, ex-prefeita do Município Alfa, em razão da prática
de ato de improbidade administrativa, na forma do art. 11, da Lei nº
8429/92, sob alegação de violação ao princípio da legalidade e violação
de concurso público, em decorrência da demandada ter promovido a
contratação por prazo determinado de profissionais de saúde, para
situação de emergência, necessidade temporária de interesse público,
especificada em lei local, referente ao combate de uma epidemia que
atingiu a localidade.
 Em sede de defesa, Fabiana alega que a necessidade foi transitória, que
preencheu os requisitos especificados na lei local e que não teve a
intenção de violar qualquer dos princípios administrativos, pois atuou
com vistas a atender ao interesse público.
 Diante dessa situação hipotética, analise se há fundamento jurídico para
a contratação temporária realizada no ordenamento pátrio e aponte os
eventuais requisitos para tanto, à luz da orientação dos Tribunais
Superiores.
STF - ADI 3247 / MA - MARANHÃO; Rel: Min. CÁRMEN LÚCIA;
Órgão Julgador: Tribunal Pleno; Dje 15/08/2014
 EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 2º, INC. VII, DA
LEI 6.915/1997 DO ESTADO DO MARANHÃO. CONTRATAÇÃO DE
PROFESSORES POR TEMPO DETERMINADO. INTERPRETAÇÃO E EFEITO
DAS EXPRESSÕES "NECESSIDADETEMPORÁRIA" E "EXCEPCIONAL
INTERESSE PÚBLICO". POSSIBILIDADE DE CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA
PARA SUPRIR ATIVIDADES PÚBLICAS DE NATUREZA PERMANENTE.
TRANSITORIEDADE CARACTERIZADA. PARCIAL PROVIMENTO DA AÇÃO. 1. A
natureza permanente de algumas atividades públicas - como as desenvolvidas
nas áreas da saúde, educação e segurança pública - não afasta, de plano, a
autorização constitucional para contratar servidores destinados a suprir
demanda eventual ou passageira. Necessidade circunstancial agregada ao
excepcional interesse público na prestação do serviço para o qual a
contratação se afigura premente autoriza a contratação nos moldes do art. 37,
inc. IX, da Constituição da República. 2. A contratação destinada a atividade
essencial e permanente do Estado não conduz, por si, ao reconhecimento da
alegada inconstitucionalidade. Necessidade de exame sobre a transitoriedade da
contratação e a excepcionalidade do interesse público que a justifica. 3. Ação direta
de inconstitucionalidade julgada parcialmente procedente para dar interpretação
conforme à Constituição .
STJ - RMS 55924 / MG; Rel. Min HERMAN BENJAMIN;
Segunda Turma; Dje 23/11/2018
 ADMINISTRATIVO. RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA.
CONCURSO PÚBLICO. CANDIDATA CLASSIFICADA FORA DO NÚMERO DE
VAGAS PREVISTAS NO EDITAL. MERA EXPECTATIVA DE DIREITO À
NOMEAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA DA PRETERIÇÃO
ALEGADA. (...)
 4. No que tange à contratação precária, "o Supremo Tribunal Federal
(ADI 3.721/CE, Tribunal Pleno, Rel. Ministro Teori Zavascki, DJe de
12.8.2016) entende válida a contratação temporária, quando tiver por
finalidade evitar a interrupção da prestação do serviço, isso sem
significar vacância ou a existência de cargos vagos. Assim, a
contratação temporária de terceiros não constitui, pura e
simplesmente, ato ilegal - nem é indicativo da existência de cargo
vago, para o qual há candidatos aprovados em cadastro reserva -,
devendo ser comprovada, pelo candidato, a ilegalidade da contratação
ou a existência de cargos vagos. A propósito, ainda: STJ, AgInt no RMS
52.353/MS, Rel. Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, DJe de 3.2.2017;
RMS 51.721/ES, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda
Turma, DJe de 14.10.2016" (AgInt no RMS 49.856/MT, Rel. Ministra
Assusete Magalhães, Segunda Turma, DJe 25/8/2017).
REGIME ESTATUTÁRIO
ESPÉCIES DE CARGOS
CARGO CARGO CARGO EM
EFETIVO VITALÍCIO COMISSÃO
MODO DE Por concurso MP – art. 127 CR Livre
INGRESSO (Art. 37, II, CR) Juiz – art. 93 e 94 CR Nomeação
TC- art. 73 CR (Arts. 37, II, V, e
40, §13 CR)

GARANTIA Estabilidade Vitaliciedade -


Obs: Imediata X
Mediata
Demissão Art. 41, CR Somente por Livre
sentença Exoneração
Obs: Art. 169 transitada em
§4º CR julgado
STF - RE 1041210 RG / SP; Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI;
Tribunal Pleno - meio eletrônico; Dje 22/05/2019
EMENTA Criação de cargos em comissão. Requisitos estabelecidos pela Constituição
Federal. Estrita observância para que se legitime o regime excepcional de livre nomeação e
exoneração. Repercussão geral reconhecida. Reafirmação da jurisprudência da Corte
sobre o tema. 1. A criação de cargos em comissão é exceção à regra de ingresso no serviço público
mediante concurso público de provas ou provas e títulos e somente se justifica quando presentes os
pressupostos constitucionais para sua instituição. 2. Consoante a jurisprudência da Corte, a criação de
cargos em comissão pressupõe: a) que os cargos se destinem ao exercício de funções de direção,
chefia ou assessoramento, não se prestando ao desempenho de atividades burocráticas, técnicas ou
operacionais; b) necessária relação de confiança entre a autoridade nomeante e o servidor nomeado; c)
que o número de cargos comissionados criados guarde proporcionalidade com a necessidade que eles
visam suprir e com o número de servidores ocupantes de cargos efetivos no ente federativo que os
institui; e d) que as atribuições dos cargos em comissão estejam descritas de forma clara e objetiva na
própria lei que os cria. 3. Há repercussão geral da matéria constitucional aventada, ratificando-se a
pacífica jurisprudência do Tribunal sobre o tema. Em consequência disso, nega-se provimento ao
recurso extraordinário. 4. Fixada a seguinte tese: a) A criação de cargos em comissão
somente se justifica para o exercício de funções de direção, chefia e
assessoramento, não se prestando ao desempenho de atividades burocráticas,
técnicas ou operacionais; b) tal criação deve pressupor a necessária relação de
confiança entre a autoridade nomeante e o servidor nomeado; c) o número de cargos
comissionados criados deve guardar proporcionalidade com a necessidade que eles
visam suprir e com o número de servidores ocupantes de cargos efetivos no ente
federativo que os criar; e d) as atribuições dos cargos em comissão devem estar
descritas, de forma clara e objetiva, na própria lei que os instituir.
Criação ; Transformação e Extinção de Cargos

 Criação
– Princípio da Reserva de Lei – Art. 48, X, da CRFB/88
– Reserva de Iniciativa
 Exs: Art. 61, §1º, II, a e b; art. 96, II, b); art. 127, §2º,
CRFB/88
 Transformação e Extinção
– Regra – Reserva de Lei
– Exceção: Art. 84, VI, CRFB/88
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VI - dispor,
mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
INFORMATIVO 944 – JUNHO DE 2019 – PLENÁRIO - DIREITO
ADMINISTRATIVO – ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA -
Extinção de conselhos por decreto

 O Plenário, por maioria, deferiu parcialmente medida cautelar em ação direta de


inconstitucionalidade para suspender a eficácia do § 2º do art. 1º do Decreto 9.759/2019
(1), na redação dada pelo Decreto 9.812/2019, e para afastar, até o exame definitivo
dessa ação, a possibilidade de ter-se a extinção, por ato unilateralmente editado pelo
chefe do Executivo, de colegiado cuja existência encontre menção em lei em sentido
formal, ainda que ausente expressa referência "sobre a competência ou a composição".
Além disso, por arrastamento, suspendeu a eficácia de atos normativos posteriores a
promoverem, na forma do art. 9º do Decreto 9.759/2019 (2), a extinção dos órgãos. (...)
 Com fundamento no disposto no art. 84, caput e inciso VI, alínea a, da Constituição
Federal (CF) (3), o decreto questionado encerra normas dotadas de generalidade e
abstração, circunstância reveladora de caráter primário e autônomo a justificar o exame,
em abstrato, da higidez constitucional do ato com base exclusivamente na Constituição
Federal.
A Emenda Constitucional 32/2001, que alterou a redação do inciso VI do art. 84,
reintroduziu, na ordem constitucional, a figura jurídica do decreto autônomo,
espécie normativa distinta daquele de natureza regulamentadora, descrito no
inciso VI, voltado à fiel execução da lei em sentido formal. Franqueou-se ao chefe
do Executivo a possibilidade de dispor sobre a estruturação da Administração
Federal – ressalvada a instituição de medidas que impliquem aumento de despesa,
criação e extinção de órgãos públicos –, instituindo-se, no ponto, verdadeira
hipótese de reserva legal, na forma do inciso XI do art. 48 (4) da CF.

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