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PORTAL F3 – FOCO, FORÇA E FÉ

2ª FASE DIREITO CONSTITUCIONAL


Prof. PEDRO BARRETTO - Prof. RAFAEL BARRETTO
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TDP – MÓDULO 1 - ESPELHOS


TREINAMENTO DIÁRIO DE PEÇAS

CASO 1 – 4ª feira, 25/04/2018

Um deputado federal apresentou um projeto de lei definido atribuições do


Ministério da Educação no âmbito da implementação da nova matriz curricular
educacional implantada no País. Devidamente aprovado nas duas casas parlamentares, o
projeto segui para o Presidente da República, que sancionou o projeto e promulgou a lei,
que virou a lei federal 1.234/2017. Ocorre que o partido político “Juntos Somo Mais”,
partido de oposição ao governo, e que possui 4 Deputados Federais, após consultar seu
advogado sobre a validade da lei, decidiu impugnar o ato normativo junto ao Supremo
Tribunal Federal. Na qualidade de advogado do Partido Juntos Somos Mais, redija a ação
cabível para impugnar a referida lei, apresentando todos os fundamentos pertinentes ao
tema.

GABARITO

PEÇA: A peça é uma Ação Direta de Inconstitucionalidade

ENDEREÇAMENTO: A petição deve ser endereçada ao Supremo Tribunal Federal.

AUTOR DA AÇÃO: Partido Político Juntos Somos Mais, que possui representação no
Congresso Nacional. Deve ser destacado que partido político é legitimado universal, não
precisando demonstrar pertinência temática.

OBJETO DA AÇÃO: Lei federal 1.234/2017.

FUNDAMENTAÇÃO: O examinando deve indicar que a lei impugnada padece de


inconstitucionalidade formal, por vício de iniciativa, pois projeto de lei que dispõe sobre
atribuições de órgão do Poder Executivo é de iniciativa privativa do Presidente da República,
conforme art. 61, § 1º, II, e/CF. Demais, deve ser destacado que a sanção presidencial não
convalida o vício de iniciativa, conforme pacífica jurisprudência do STF. Fazer menção ao
art. 84, I e VI, b da CF c/c art. 88 da CF. Violação ao Princípio da Separação dos Poderes.

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PEDIDO LIMINAR: Deve ser formulado pedido liminar para suspender a eficácia da lei.

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PEDIDO FINAL: Deve ser feito pedido de procedência da ação para fins de declarar a
inconstitucionalidade da lei 11.123/16. Deve ser requerida manifestação do Congresso
Nacional, do Presidente da República, do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral
da República

CASO 2 –5ª feira, 26/04/2018

A Emenda Constitucional 19/98 alterou a redação do art. 37, § 3º/CF, passando a


prever que:
Art. 37 [...] § 3º A lei disciplinará as formas de participação do
usuário na administração pública direta e indireta, regulando
especialmente:
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em
geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e
a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a
informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e
XXXIII;
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente
ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.

Nos termos do art. 27 da EC 19/98, o Congresso Nacional deveria elaborar a lei


de defesa do usuário de serviços públicos no prazo de 120 dias, contados da promulgação
da própria Emenda Constitucional.
Passados tantos anos da promulgação da Emenda Constitucional, a lei ainda não
foi editada pelo Congresso Nacional, o que levou o Conselho Federal da OAB a deliberar
a propositura, diretamente no STF, de medida processual adequada à sanar a omissão
constitucional.
Na qualidade de Presidente do Conselho Federal da OAB ingresse com a medida
adequada para questionar a omissão legislativa indicada, adotando, inclusive, pedido de
tutela de urgência.

GABARITO

PEÇA: A peça é uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão

ENDEREÇAMENTO: A petição deve ser endereçada ao Supremo Tribunal Federal.

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AUTOR DA AÇÃO: Conselho Federal da OAB, através de seu Presidente. Deve ser
destacado que o Conselho Federal da OAB é legitimado universal, não precisando demonstrar
pertinência temática.

DOS FATOS (DA OMISSÃO INCONSTITUCIONAL): O examinando deve indicar a


configuração de omissão inconstitucional total de caráter legislativo, impossibilitando a
devida aplicabilidade do art. 37, § 3º/CF, comprometendo a força normativa das normas
constitucionais bem como sua efetividade por se tratar de norma constitucional não auto
aplicável de eficácia limitada, cuja aplicação integral só é possível com a devida
complementação.

DOCUMENTOS NECESSÁRIOS EM ANEXO (Art. 12-B da lei 9868/99)

PEDIDO LIMINAR: Deve ser formulado pedido liminar (art. 12-F da lei 9868/99) devendo
comprovar fumus boni iuris e periculum in mora (pedir a suspensão dos processos em
andamento nos termos do art. 12-F da lei 9868/99

PEDIDO FINAL: Deve ser feito pedido de procedência da ação para fins de declarar a
inconstitucionalidade da omissão apresentada nos termos do art 103, §2º da Cf e art. 12-H da
lei 9868/99, determinando que o órgão responsável adote as providências necessárias para
sanar a omissão, fixando-se prazo razoável para tal feito; que a decisão tenha efeito
vinculante, erga omnes e ex tunc, salvo a modulação de efeitos pela Corte.

REQUERIMENTOS: deve ser requerida manifestação do Advogado-Geral da União (art.


12-E, §2º da lei 9868) e do Procurador-Geral da República (art. 12-E, § 3º da lei 9868/99 e
art. 103, §1º da CF/88. Requer a citação do representante judicial do órgão responsável pela
omissão para que preste esclarecimentos.

CASO 3 – 6ª feira, 27/04/2018


Diante da preocupação internacional com a violência doméstica e familiar contra a
mulher, e tendo em vista os diversos tratados internacionais ratificados, foi sancionada a
lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha).
O Partido Político ABC criou departamento próprio para efetuar pesquisas sobre o
número de casos de violência dessa natureza em determinadas localidades do país. Com
a pesquisa concluída, constatou-se percentual significativo de decisões judiciais que
entendiam pela não aplicação da referida lei.
Dentre os argumentos apresentados, verificou-se como principal, o Princípio da
isonomia previsto no art. 5°, I da CRFB/88.
Inconformado com as decisões conflitantes, que ora aplicam a referida lei, ora
afastam sua incidência sob o argumento de sua inconstitucionalidade, o Diretório
Nacional do Partido Político, que possui representação no Congresso Nacional, deseja,
em nome do partido, ver declarada a harmonia da lei para com o texto constitucional, a
fim de que seja alcançado efeito para todos os indivíduos no território brasileiro.

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Afirma, ainda, a necessidade de solução urgente, já que há outras inúmeras ações
pendentes de julgamento. Na qualidade de advogado, redija a peça cabível.

GABARITO
PEÇA: A peça é uma Ação Declaratória de Constitucionalidade

ENDEREÇAMENTO: A petição deve ser endereçada ao Supremo Tribunal Federal.


AUTOR DA AÇÃO: Partido Político ABC, que possui representação no Congresso
Nacional. Deve ser destacado que partido político é legitimado universal, não precisando
demonstrar pertinência temática. (art. 103, VIII da CF)

OBJETO DA AÇÃO: Lei federal 11.340/06 (Lei Maria da Penha).

FUNDAMENTAÇÃO: O examinando deve indicar que a lei vem sendo objeto de decisões
conflitantes e que deseja a confirmação da constitucionalidade da norma. Demais, deve ser
observado o princípio constitucional da isonomia, tendo em vista que a lei busca diminuir a
desigualdade de condições entre homens e mulheres, bem como a busca da dignidade da
pessoa humana e a defesa da entidade familiar prevista no art. 226 da CF e o dever do Estado
de criar mecanismos para coibir a violência doméstica na forma do §8 do art 226 da CF/88.

PEDIDO LIMINAR: Deve ser formulado pedido liminar (presença de fumus boni iuris e
periculum in mora) e pedir a suspensão dos efeitos de qualquer decisão que tenha negado
vigência a lei reputando-a inconstitucional até o julgamento do processo pela Suprema Corte.
(art 21 da lei 9868/99)

PEDIDO FINAL: Deve ser feito pedido de procedência da ação para fins de declarar a
constitucionalidade da lei 11.340/06 com efeito erga omnes e ex tunc, nos termos do art. 102,
§2º, CF e art. 28, §único da Lei 9868/99

REQUERIMENTOS: deve ser requerida manifestação do Congresso Nacional, do


Presidente da República, do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República;
requer que sejam aceitos os documentos apresentados em anexo; reafirmação da cautelar.
(art. 19 da lei 9868/99 e art. 103, §1º da CF/88)

CASO 4 – sábado, 28/04/2018


A Lei federal nº 5250, de 09 de fevereiro de 1967, conhecida como “Lei de
Imprensa”, regula a liberdade de manifestação de pensamento e de informação.
Dita lei, editada durante o período da Ditadura Militar, impõe restrições à liberdade
de comunicação,
Diversas decisões judiciais têm afastado a aplicação da lei, entendendo que ela não
teria sido recebida pela Constituição de 1988, que consagra uma ampla liberdade de
manifestação de pensamento e de informação.
Entende-se haver violação a alguns dispositivos da Constituição, em especial o
seguinte:

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Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação,
sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado
o disposto nesta Constituição.
§ 1º - Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena
liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social,
observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
§ 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização
por dano material, moral ou à imagem;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de
comunicação, independentemente de censura ou licença;
Preocupado com o fato de que alguns agentes públicos continuavam aplicando a
lei, um Partido Político com representação no Congresso Nacional decidiu postular no
Supremo Tribunal uma declaração com força geral de que a lei não poderia ser aplicada,
por não ter sido recebida na nova ordem constitucional.
Na qualidade de advogado do referido Partido, ingresse com a medida judicial
adequada.

GABARITO

PEÇA: A peça é uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental com pedido


liminar. Trata-se da ADPF 130, já julgada pelo Supremo Tribunal Federal

ATO DO PODER PÚBLICO IMPUGNADO: Lei federal nº 5250, de 09 de fevereiro de


1967, conhecida como “Lei de Imprensa”.

PRECEITOS FUNDAMENTAIS VIOLADOS: Art. 220, caput, § 1º e § 2º/CF; art. Art. 5º,
IV, V, IX, X, XIII e XIV/CF

LEGITIMIDADE ATIVA: Partido Político X, com representação no Congresso Nacional.


Deve ser destacado que o Partido Político é legitimado universal, não precisando demonstrar
pertinência temática.

INEXISTÊNCIA DE OUTRO MEIO EFICAZ DE SANAR A LESIVIDADE: Deve ser


indicado o cabimento da ADPF ante a falta de outro meio eficaz de sanar a lesividade,
destacando que por ser lei anterior à Constituição, não caberia ADI.

ENDEREÇAMENTO: A petição deve ser endereçada ao Supremo Tribunal Federal

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FUNDAMENTAÇÃO (VIOLAÇÃO DO PRECEITO FUNDAMENTAL): o examinando
deve indicar que a lei de imprensa é incompatível com os dispositivos constitucionais que
consagram a liberdade de comunicação social, indicando a violação dos artigos tidos como
preceitos fundamentais violados.

PEDIDO LIMINAR: Deve ser formulado pedido liminar para suspender a aplicação da lei.

PEDIDO FINAL: Deve ser feito pedido de procedência da arguição para fins de declarar
que a lei de imprensa não foi recepcionada pela Constituição de 1988 (ou que foi revogada
pela constituição de 1988) e determinar que ela não seja mais aplicada.

REQUERIMENTOS: deve ser requerido que sejam solicitadas informações ao Congresso


Nacional, bem como que seja ouvido o Procurador Geral da República.
PROVAS: Deve ser indicado que cegue em anexo cópia do ato impugnado e documentos
necessários para comprovar a impugnação.

VALOR DA CAUSA: Deve ser registrado que deixa de atribuir valor à causa por ser
incompatível com processos objetivos OU deve ser atribuído valor à causa (Atribui à causa o
valor de R$ ...)

CASO 5 – domingo, 29/04/2018


A Assembleia Legislativa do Estado Y edita, em 1º de março de 2015, a Lei nº
8888, que estabelece que a concessionária exploradora do serviço de fornecimento de
energia elétrica no território do Estado fica obrigada a remover, sem qualquer ônus para
os interessados, os postes de sustentação à rede elétrica que estejam causando transtornos
aos proprietários e aos promitentes compradores de terrenos.
Ressalta-se que não há qualquer Lei Complementar que autorize excepcionalmente ao
Estado Y dispor sobre a questão, sendo certo que, ao contrário, no âmbito federal existe
norma expedida pela agência reguladora que autoriza a remoção desses postes de energia,
cujo serviço fica às expensas dos usuários interessados.
Há notícia também de que o Governador do Estado Y vetou integralmente o projeto de
Lei Estadual, mas restou superado pela vontade da Assembleia Legislativa do Estado,
que, ao final, promulgou a referida Lei.
Diante da relevância e da urgência da questão, o partido político “Para Frente Brasil” –
PFB, representado unicamente por um Deputado Federal, procura os seus serviços para
objetar contra a Lei Estadual, por entender que a norma estadual viola diretamente a
Constituição Federal.
Considerando os dados acima, formule a peça adequada, fazendo introito sobre a
legitimidade ativa e observando que o partido entende ser urgente a questão.

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GABARITO

PEÇA: A peça é uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Essa foi a peça do 16º Exame
Unificado)

ENDEREÇAMENTO: A petição deve ser endereçada ao Supremo Tribunal Federal.

AUTOR DA AÇÃO: Partido Político “Para Frente Brasil”, que possui representação no
Congresso Nacional. Deve ser destacado que partido político é legitimado universal, não
precisando demonstrar pertinência temática.

OBJETO DA AÇÃO: Lei Estadual 8888/2015.

FUNDAMENTAÇÃO:
a) Desencontro entre o dispositivo da legislação estadual e o art. 21, XII, ‘b’ da Constituição
Federal. A imposição por meio de ato normativo estadual, da obrigação de remover, sem
custo para o usuário, postes de sustentação da rede elétrica que estejam causando transtornos
ou impedimentos a particulares configuraria intervenção indevida do poder estadual em
serviço público de titularidade da União. É a denominada competência administrativa da
União.
b) Vulneração ao Art. 22, IV, da Constituição Federal, pela lei estadual, pois a Carta da
República reserva à União a competência privativa para dispor legislativamente sobre energia
o que demarca primazia federal sobre o tema a e não abre espaço para a atuação dos Estados
e dos Municípios.
c) Afronta ao Art. 175, parágrafo único, inciso III, da Constituição Federal pela lei estadual.
A lei estadual ao dispor que a remoção dos postes fica a cargo da concessionária do serviço
público, se imiscui na tarefa da União para definir, por meio de lei, a política tarifária a ser
observada na exploração deste serviço no que tange aos elementos definidores do equilíbrio
econômico-financeiro de contratos de concessão, isto é, na ingerência na política tarifária do
serviço público.

PEDIDO LIMINAR: Deve ser formulado pedido liminar para suspender a eficácia da lei.

PEDIDO FINAL: Deve ser feito pedido de procedência da ação para fins de declarar a
inconstitucionalidade da lei estadual.
REQUERIMENTOS: deve ser requerida manifestação da Assembleia Legislativa do
Estado, do Governador do Estado, do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da
República.

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