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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA

PÚBLICA DA COMARCA DE XXXXX/XX.

Processo nº XXXXXXXXXX

Execução Fiscal

CAIO, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), inscrito no


CPF......, residente na Rua........., cidade/Estado, vem, por seu advogado (procuração em
anexo), à presença de Vossa Excelência, com fulcro na Súmula 435 do STJ e art. 135,
III do CTN, nos autos da EXECUÇÃO FISCAL em epígrafe, que lhe move a
FAZENDA PÚBLICA NACIONAL, apresentar

EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE, pelos fundamentos


a seguir expostos, requerendo o que segue:

I. DO CABIMENTO DA EXCEÇÃO DA PRÉ EXECUTIVIDADE

Diante a construção doutrinária e de jurisprudências, a Pré


Executividade, pode ser requerida por simples petição, entretanto é desnecessária
qualquer dilação probatória (provas documentais inequívoca, demonstrando a
inviabilidade da Execução).
Conforme diz José Manoel de Arruda Alvim Neto, a respeito da
execução de pré executividade, in verbis:
“Técnica pela qual o executado, no curso do próprio
procedimento executivo, e sem a necessidade de
observância dos requisitos necessários aos embargos do
devedor ou da impugnação, suscita alguma questão
relativa à admissibilidade ou à validade dos atos
executivos, que poderia ser conhecida de ofício pelo juiz.
Para tanto, exige, a jurisprudência, que a questão a ser
suscitada esteja dentre aquelas que poderia ser
conhecidas ex officio pelo juiz, e que, ademais, não seja
necessária dilação probatória para sua solução. Caso
contrário, ausente alguma dessas condições, não se
admite alegação da matéria pela via da exceção de pré-
executividade, cabendo, ao devedor, manejar embargos
ou impugnação” 

Todavia, é exatamente esses os requisitos atualmente exigidos


pela jurisprudência do STJ após a vigência do NCPC, conforme entendimento no AgRg
no AREsp 835.917/SP e AgInt no AREsp 621.011/MG.
Pelo que se vislumbra no caso, a presente exceção de pré-
executividade é o remédio jurídico adequado, para apontar as irregularidades, às quais
viciam a continuidade da marcha processual da presente execução, como se restará
demonstrado adiante.
II. DOS FATOS
Desde logo, cumpre informar e esclarecer que o ora executado,
era gestor (gerente) da sociedade limitada X, da data da criação da pessoa jurídica, em
01/08/2021 até 15/03/2014, data na qual foi efetuado a alteração de contrato social da
empresa X, que previa em seu item “3” que a partir daquela data, qual seja, 15/03/2014,
o cargo de sócio administrador seria exercido por outro sócio, por nome de Pedro.
Em junho de 2018, a Fazenda Pública Nacional ajuizou
execução fiscal visando à cobrança de Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica –
IRPJ, em relação à falta de recolhimento de tal tributo no exercício de 2015.
Após o ajuizamento da execução fiscal, foi constatado que a
empresa X teria encerrado de modo irregular suas atividades no ano de 2016. Em face
de tal constatação, foi requerida, pela Fazenda Pública Nacional, a inclusão de Caio no
polo passivo da Execução Fiscal, sendo apontado que ele seria o sócio administrador da
empresa no momento no qual teria ocorrido o encerramento irregular das atividades da
sociedade X.
O pedido de inclusão do Executado no polo passivo da
demanda foi deferido pelo Juiz Federal responsável pelo julgamento da Execução
Fiscal, com fundamento no Art. 135, III, CTN.
Em 20/07/2020, o Executado veio a ser citado na Execução
Fiscal para que viesse a pagar o IRPJ, do exercício de 2015, supostamente devido pela
sociedade X, motivo pela qual passa a requerer as razões de fato e de direito a seguir
expostas.
III. DO DIREITO- DA ILEGALIDADE PASSIVA

Assim já explanado, o Executado não fazia mais parte do quadro


societário da empresa X desde 15/03/2014, o cargo de sócio administrador seria
exercido por outro sócio, por nome de Pedro.
Tal constatação, foi requerida, pela Fazenda Pública Nacional, a
inclusão de Caio no polo passivo da Execução Fiscal, sendo apontado que ele seria o
sócio administrador da empresa no momento no qual teria ocorrido o encerramento
irregular das atividades da sociedade X.
O pedido de inclusão de Caio no polo passivo da demanda foi
deferido pelo Juiz Federal responsável pelo julgamento da Execução Fiscal, com
fundamento no Art. 135, III, CTN. Em 20/07/2020, Caio veio a ser citado na Execução
Fiscal para que viesse a pagar o IRPJ, do exercício de 2015, supostamente devido pela
sociedade X. No entanto, após ser citado, Caio deixou de garantir o juízo até a presente
data.
É indevido a citação do mesmo, haja vista segundo o que
preceitua o Artigo 135, inciso III do Código Tributário Nacional, são responsáveis pelos
créditos oriundos das obrigações tributárias os diretores, gerentes ou representantes de
pessoas jurídicas de direito privado, o Executado não fazia mais parte do quadro
societário da empresa.
Art. 135, III, CTN: Art. 135. São pessoalmente
responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações
tributárias resultantes de atos praticados com excesso de
poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:
(...)
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas
jurídicas de direito privado.
Conforme Súmula 435 requer-se o redirecionamento da
execução fiscal para o sócio-gerente da empresa X, o devido e legítimo representante da
empresa X.
Súmula 435 -Presume-se dissolvida irregularmente a
empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal,
sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o
redirecionamento da execução fiscal para o sócio-
gerente.
IV. DOS PEDIDOS
Pelo exposto, requer à Vossa Excelência:
A) Seja recebida e processada a presente Exceção de Pré-Executividade, bem como os
documentos que acompanham como meio de prova, haja vista preencher os requisitos
para sua admissibilidade, sendo ao final julgada PROCEDENTE;
B) Exclusão do Executado para figurar no polo passivo da ação de execução fiscal;
C) Seja condenado o Exequente ao pagamento dos honorários de sucumbência;
D) Seja concedido o benefício da justiça gratuita;
E) Por fim, requer que todas as publicações, intimações e notificações sejam realizadas
exclusivamente em nome da advogada ...., sob pena de nulidade.

V. VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor de R$____________. 


Termos em que,
Pede deferimento.
Local, Data.
ADVOGADO
OAB

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