O Partido Político Y propõe Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a Lei 444 do Estado X, que tipifica crimes terroristas. Alega que a lei viola a Constituição Federal por prever pena perpétua e legislar sobre direito penal, matéria da competência privativa da União. Pede que a lei seja declarada inconstitucional.
O Partido Político Y propõe Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a Lei 444 do Estado X, que tipifica crimes terroristas. Alega que a lei viola a Constituição Federal por prever pena perpétua e legislar sobre direito penal, matéria da competência privativa da União. Pede que a lei seja declarada inconstitucional.
O Partido Político Y propõe Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a Lei 444 do Estado X, que tipifica crimes terroristas. Alega que a lei viola a Constituição Federal por prever pena perpétua e legislar sobre direito penal, matéria da competência privativa da União. Pede que a lei seja declarada inconstitucional.
PARTIDO POLÍTICO Y, com representação no Congresso Nacional, pessoa
jurídica de direito privado, por seu Diretório Nacional, inscrito no CNPJ sob o nº..., com sede na Rua..., nº..., bairro..., cidade..., UF, CEP..., por seu advogado (instrumento procuratório anexo), com escritório profissional na Rua..., onde receberá as comunicações processuais (art. 77, V, CPC), vem à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 102, I, “a” da Constituição Federal e Lei 9868/99, propor AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE em face da Lei 444, promulgada pela Assembleia Legislativa do Estado X, pelos motivos a seguir expostos.
I - DO OBJETO DA AÇÃO
Preocupada com a Segurança Pública dentro de sua circunscrição, a Assembleia
Legislativa do Estado X editou a Lei nº 444, a chamada “Lei Antiterrorismo”, que tipifica como crime (infração penal comum) uma série de práticas terroristas em seu território. Um dos tipos penais da referida Lei prevê, inclusive, pena perpétua para aquele que usar ou ameaçar usar explosivos, gases tóxicos ou conteúdos químicos, biológicos ou nucleares para promover destruição em massa. Ocorre que, referida norma ,como será demonstrado no decorrer desta petição, viola o conteúdo de dispositivo da Constituição Federal e, por esta razão, deverá ser declarada inconstitucional.
II - DA COMPETÊNCIA
Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição
Federal, sendo sua atribuição, nos termos do art. 102, I, “a”, CF/88, processar e julgar originariamente a Ação Direta de Inconstitucionalidade de Lei ou ato normativo Federal, Estadual ou Distrital (no exercício da competência estadual do Distrito Federal) que seja contrário à Constituição Federal. Destarte, revela-se inequívoca a competência desta Suprema Corte para o julgamento da presente ação direta de inconstitucionalidade.
III - DA LEGITIMIDADE ATIVA
A legitimidade ativa para atuar no controle concentrado de constitucionalidade
foi entregue a um rol taxativo, hoje presente no art. 103 da Constituição Federal. Em síntese, o Partido Político com representação no Congresso Nacional detém legitimidade para ajuizar a presente ação direta de inconstitucionalidade, em razão do disposto no art. 103, VIII, da CF e do art. 2º, VIII, da Lei 9868/99. Vale ressaltar que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que a representação no Congresso Nacional se aufere no momento da propositura da ação, tornando-se irrelevante a modificação desse estado no decorrer do processo, que, aliás, em função de seus contornos objetivos, não admite desistência, conforme determina o art. 5º da Lei 9868/99. O requisito da pertinência temática não precisa ser comprovado, visto que a Suprema Corte firmou entendimento no sentido de que o Partido Político com representação no Congresso Nacional é legitimado universal, isto é, pode ajuizar as ações do controle concentrado independentemente de comprovação da pertinência temática. Os legitimados universais possuem dentre as suas atribuições institucionais a de defender a ordem constitucional objetiva, nesse sentido o interesse de agir pode ser presumido.
IV - FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA (OU DIREITO)
Primeiramente, insta destacar que a Convenção sobre Direitos das Vítimas de
Atividades Terroristas, embora compreenda uma convenção internacional sobre direitos humanos, tem status de lei ordinária, visto que foi integrada em nosso ordenamento jurídico pelo rito ordinário não se impondo quórum qualificado na forma do art. 5ª, §3ª, da CF, mas sim conforme as regras anteriores à EC 45/04, estando, portanto, sujeita ao controle da constitucionalidade. A inconstitucionalidade material evidencia-se quando o conteúdo do ato normativo entra em conflito com regras ou princípios estabelecidos na Constituição Federal. Tal inconstitucionalidade encontra-se presente no Art 5ª, XLVII, b, CF/88 que veda a imposição de pensa de caráter perpétuo. De acordo com o art. 22, I, da CF/88, que dispõe que compete privativamente à União legislar sobre direito penal. Nesse sentido, não há dúvida que o art. 22 da Convenção é inconstitucional, pois afronta dispositivo expresso na CF, ao dispor que “as presas condenadas por crimes resultantes de atividades de terrorismo, logo após darem à luz, deverão deixar seus filhos sob a responsabilidade de entidade pública de assistência social até que cumpram integralmente a pena”. Por fim, demonstrada a inconstitucionalidade da Lei 444 deve-se admitir a presente ADI, para que no mérito seja julgada procedente, declarando a inconstitucionalidade do referido dispositivo. V - DOS PEDIDOS
Do exposto, requer-se:
a) sejam intimados o Governador do Estado e o Presidente da Assembleia
Legislativa para, em 30 dias, prestarem informações que julgarem necessárias, de acordo com o que prevê o art. 6º, parágrafo único, da Lei 9868/99; b) seja ouvido o Advogado-Geral da União, no prazo de 15 dias, após o prazo das informações, conforme o art. 103, §3º, da CF e o art. 8º da Lei 9868/99; c) seja ouvido o Procurador-Geral da República, após a manifestação do AGU, também no prazo de 15 dias, conforme o art. 103, §3º, da CF e o art. 8º da Lei 9868/99. d) Ao final, no mérito, seja julgada procedente a ADI, declarando-se a inconstitucionalidade da Lei nª 444.
A irretroatividade das futuras novas sanções disciplinares do vindouro Código de Ética e Disciplina: da Polícia Militar do Estado de São Paulo em relação às transgressões disciplinares praticadas antes do início da vigência das novas normas repressivas