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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO

TRIBUNAL FEDERAL

PARTIDO POLÍTICO “Z”, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o
número ..., e com registro no Tribunal Superior Eleitoral sob o n.° …, com sede no
endereço situado à Rua …, vem, por meio de seu advogado infra-assinado,
conforme procuração anexa, com escritório situado à Rua …, com endereço
eletrônico …, que indica para os fins dos artigos 319 e 320 do CPC, propor a
presente
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
com fundamentos no artigo 102, inciso I, alínea “a’, da Constituição Federal, na Lei
n.° 9.868/99 e nos artigos 169 a 178 do RISTF, em face da LEI ESTADUAL “Y”,
provinda da Assembleia Legislativa do Estado …, que deverá prestar informações
pelos motivos e fundamentos a seguir expostos.

I - DO OBJETO DA AÇÃO - LEI ESTADUAL “Y”

A Lei Estadual “Y”, de janeiro de 2015, objetiva criar, em âmbito estadual,


ambiente propício às discussões políticas de âmbito nacional, e, para chegar a esse
ponto, estabelece, em seus três artigos, os fundamentos para tal.
No seu artigo 1°, fica estabelecida regras temporais sobre a criação de
partidos políticos. No artigo 2°, prevê, a Lei Y, a retirada da autorização para que
partidos políticos com menos de 5 (cinco) Deputados Federais possam ter acesso
gratuito à rádio e à televisão na circunscrição do Estado.
Por fim, no seu 3°, e, último artigo, fica estabelecido a vigência imediata da
referida legislação.
Pelo exposto, o produto legislativo, em questão, apresenta pontos que são
dissonantes da Constituição da República, merecendo, assim, ser impugnados, que
é o objeto desta ADI, conforme o art. 102, I, alínea “a”, da Lei Mãe.

II - DA LEGITIMIDADE ATIVA DO PARTIDO POLÍTICO “Z”

O Partido Político “Z”, legitimado ativo na presente ADI, atende ao comando


constitucional do art. 103, VIII, da CRFB/88, c/c. o art. 2°, inciso VIII, da Lei n.°
9.868/99. Ambos os dispositivos tratam da legitimidade dos partidos políticos com
representação no Congresso Nacional podem propor a ação direta de
inconstitucionalidade
No entanto, carece apontar, que tal instituição não precisa demonstrar o seu
interesse de agir ou pertinência temática com o tema da ação, pois o exercício
constitucional das suas atribuições leva ao dever de defender a supremacia da
própria CF/88.
Então, o Partido “Z” está cumprindo o seu dever ao ajuizar a presente ADI
contra a Lei Estadual “Y”, assim como, qualquer lei ou ato normativo federal ou
estadual, cuidando, assim, dos interesses da CF/88 vigente no nosso país.

III - MEDIDA CAUTELAR

A medida cautelar é apontada nos arts. 10 a 12 no texto da Lei n.° 9.868/99 e


deve ser adotada por este tribunal, pelos motivos expostos:

a) fumus boni iuris: justifica-se pela total inconstitucionalidade da Lei “Y”. A


referida lei usurpa a competência do Poder Legislativo Federal ao tratar de
direito eleitoral que não compete ao âmbito estadual tratar. Logo, ocorre, aqui,
uma afronta ao acontecer a usurpação de competência privativa que cabe à
União para legislar sobre esta matéria.
b) periculum in mora: está assentado na incidência da Lei “Y” ao causar
constrangimento decorrente do impedimento ao exercício de atividade lícita e
constitucional dos partidos políticos.

III - DO DIREITO

Em primeiro lugar, especifica-se que a Lei Estadual “Y” afronta ao que dispõe
o artigo 22, incisos I e IV, da CF/88. Pois, não cabe aos entes federativos legislar
sobre direito eleitoral e sobre radiodifusão e, sim, são matérias de competência da
União tratar, em sede legislativa. Logo, fica, assim, exposto uma
inconstitucionalidade de cunho formal.
Em matéria de inconstitucionalidade material, a Lei Estadual “Y” fere o que
dispõe o artigo 1º, inciso V, da CRFB, ao dificultar, por meio de regras temporais
desarrazoadas, a criação de partidos políticos. Como se não bastasse, ainda fere,
tal artigo da Lei “Y”, o caput do artigo 17 da Lei Maior, pois, nele está claro que é
livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos.
Quanto ao artigo 2° do produto legislativo estadual, fere a constituição no que
está posto no § 3°, do Artigo 17 da CF/88, pois os partidos políticos têm direito ao
acesso gratuito ao rádio e à televisão, conforme o que dispuser a lei. Logo, mais
uma vez, está-se ferindo materialmente o princípio insculpido na Lex Mater.
Por fim, é de ressaltar o assalto que tal lei faz aos princípios da razoabilidade,
já que, está a se ferir a relação de valor que foram estabelecidas pelas normas
constitucionais e levando a situação de forte injustiça para com aqueles que
desejam um sistema eleitoral justo e plural.

IV - DOS PEDIDOS

Em face do exposto, o Partido Político “Z” requer:


a) a concessão da medida cautelar, suspendendo os efeitos da Lei Estadual “Y”,
que julgará procedente o pedido e declarará a inconstitucionalidade da norma
impugnada;
b) a juntada dos documentos anexos;
c) que sejam solicitadas informações ao Chefe do Executivo Estadual;
d) que sejam solicitadas informações ao Presidente da Casa Legislativa
Estadual;
e) a citação do Advogado-Geral da União;
f) a oitiva do Procurador-Geral da República;
g) declaração definitiva de inconstitucionalidade da Lei Estadual “Y”.

Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais), para efeitos fiscais e
procedimentais.

Nestes termos,
pede-se deferimento

Local …, Data …
Advogado … (OAB/UF …)

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