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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO

TRIBUNAL FEDERAL

“Beta”, partido político, com representação no Congresso Nacional, pessoa


jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o nº _ e no TSE sob o nº _, por seu
Diretório Nacional, com sede em _, conforme o art. 103, VIII da Constituição Federal
c/c o art. 2º, I, da Lei nº 9.882/99, por seu advogado regularmente inscrito na OAB/_,
sob o nº _, e devidamente constituído – instrumento de mandato em anexo – com
escritório profissional situado na rua _, vem respeitosamente perante V. Exa., com
fundamento no art. 102, §1º, da Constituição Federal e o art. 1º da Lei nº 9.882/99,
propor

ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL


COM PEDIDO DE LIMINAR

em face da Câmara de Vereadores do Município Alfa, por violação a preceitos


fundamentais, consoante os fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:

I – DO PRECEITO FUNDAMENTAL VIOLADO E DO OBJETO DA


PRESENTE ARGUIÇÃO

No caso em tela, por meio da edição dos arts. 11 e 12 da Lei Orgânica do


Município Alfa, houve por parte da Câmara Municipal de Alfa violação ao preceito
fundamental da separação de poderes (art. 2º, CF/88), vez que o Poder Legislativo
termina por interferir de maneira abusiva nas competências e atribuições do Poder
Executivo.
O ato impugnado violou também a competência legislativa privativa da União
para legislar sobre a tipificação e o processo nos crimes de responsabilidade, consoante
o art. 22, I da CF/88 e a Súmula Vinculante 46, do STF.
Por fim, os dispositivos em tela da Lei Orgânica de Alfa também invadiram
matéria legislativa que não é da competência do Município, como a fixação de
competência por foro por prerrogativa de função. Ora, consoante o art. 29, X, da CF/88,
os prefeitos têm foro por prerrogativa de função para crimes comuns no Tribunal de
Justiça ou no Tribunal Regional Federal.

II – DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Consoante o art. 102, §1º da CF/88, o Supremo Tribunal Federal é a Corte


competente para processar e julgar originariamente a arguição de descumprimento de
preceito fundamental.
Da mesma forma, a Suprema Corte é competente para apreciar o pedido de
medida cautelar da arguição de descumprimento de preceito fundamental, segundo o art.
5º da Lei 9.882/99.
III – DO CABIMENTO DA ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE
PRECEITO FUNDAMENTAL

Uma vez que o ato normativo municipal não pode ser objeto de ADI ou ADC,
inexistindo outro meio de sanar a lesividade a preceito fundamental, é cabível a
arguição de descumprimento de preceito fundamental. Tal ação possui natureza
subsidiária, nos termos do art. 4º, §1 da Lei n. 9.882/99.
É caso destes Autos, porque não se admite nenhuma outra ação em sede de
controle concentrado de constitucionalidade para questionar a adequação de uma norma
municipal em face da Constituição Federal.

IV – DA LEGITIMIDADE ATIVA

O partido político “Beta”, legitimado universal, que prescinde da pertinência


temática, preenche os requisitos dos legitimados a proporem a arguição de
descumprimento de preceito fundamental, consoante o art. 103, VIII, da CF/88 c/c o art.
2º, I, da Lei nº 9.882/99, uma vez que detém representação no Congresso Nacional.

V – DA LEGITIMIDADE PASSIVA

Por ser a responsável pelo ato questionado, a Câmara Municipal do Município


Alfa integra o polo passivo da presente demanda, consoante o art. 1º da Lei 9.882/99.

VI – DA MEDIDA CAUTELAR

No caso destes Autos, é imperiosa a conceção de medida cautelar, nos termos do


art. 5º, §3º, da Lei 9.882/99 para suspender os efeitos do ato violador do preceito
fundamental, haja vista a evidente contrariedade com o que dispõe a Constituição
Federal (plausabilidade jurídica), bem como a probabilidade de dano irreparável em
caso de manutenção do ato impugnado até o julgamento final desta ação, dado o risco
do afastamento cautelar promovido em face do Prefeito (perigo da demora).

VII – DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, requer:


a) A intimação da Câmara Municipal de Alfa para que se manifeste no prazo de
cinco dias sobre o pedido de concessão de medida liminar, haja vista ser ela
a responsável pelo ato impugnado, nos termos do art. 5º, §2º, da Lei
9.882/99;
b) A concessão da medida liminar pleiteada com fundamento no art. 5º, §3º, da
Lei 9.882/99 para que se suspenda os efeitos do ato questionado;
c) A intimação da Câmara Municipal de Alfa, responsável pelo ato violador,
para que se manifeste acerca do mérito no prazo de 10 dias, conforme o art.
6º, caput, da Lei 9.882/99;
d) A intimação do Procurador-Geral da República para que se manifeste no
prazo de cinco dias, segundo o art. 7º, parágrafo único, da Lei n. 9.882/99;
e) Ao final, a procedência do pedido para o fim de declarar a violação dos arts.
11 e 12 da Lei Orgânica do Município Alfa a preceitos fundamentais da
Constituição da República de 1988, comunicando-se as autoridades e órgãos
responsáveis e fixando o modo de interpretação e aplicação do preceito
fundamental, nos termos do art. 10 da Lei n. 9.882/99.

Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos.

VIII – DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor de R$ 1.000 (mil reais), nos termos do art. 292, I, do CPC.

Termos em que pede deferimento.

Brasília, _ de _ de _

Advogado
OAB/_ nº _

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